COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS

Leituras: Jó 19,1.23-27a; Sl 26(27); 1Jo 3-1-2; Jo 6,37-40

POESIA

NOSSA VIDA ESTÁ EM DEUS

Em nós há uma vida escondida,
Há um existir transcendente,
De algo tão permanente,
De portas que se abrem,
Ontem, hoje, amanhã e sempre.

Há em nós um forte chamado,
Para um seguimento ao amor,
Para curarmos da dor,
Pela Palavra santa e eterna
Que cura o nosso clamor.

Há uma busca de eternidade,
Um apego a este existir material,
Um querer ser imortal,
Sendo distantes de Deus,
Na desilusão total.

Está no Senhor, nossa vida,
Feliz, completa, não passageira,
Vida eterna e verdadeira,
Sem pausa e sem decepção,
Nossa vocação primeira.

Está em Deu nosso repouso,
Nossa sede de existência,
Nossa vida sem ausência,
Sem medo e decepção,
Só em Deus, a nossa essência.

HOMILIA

A lembrança dos defuntos fiéis nos aponta para a Glória do Deus vivo

“Pois esta é a vontade do meu Pai: Que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,40).

Um dos objetivos que a Igreja nos apresenta para o dia de finados é lembrarmos e meditarmos que a nossa vida verdadeira está em Deus, que somos todos destinados à glória de Deus. Muitos são os textos bíblicos que fazem referências à comemoração dos fiéis defuntos, por isso, mesmo fazendo escolha pelas leituras apresentadas acima, vamos meditar de forma mais geral sobre esse tema.

Quando refletimos sobre a corrupção da carne desprovidos do sentido mais profundo que ela nos traz e com a ausência da iluminação da Palavra de Deus, a morte é o grande incômodo e rompimento da nossa existência. Ela atrapalha nossos sonhos terrenos, projetos e obras humanas; vai contra nossas expectativas, nossos apegos e nossas ligações afetivas.

Mas se buscamos na Sagrada Escritura a explicação, a luz e o conforto verdadeiro com um olhar na eternidade de Deus como destinação de sua glória, teremos outra concepção, e desta vez marcada pela nossa esperança numa vida futura de glória e infinita. Em Deus somos eternos e destinados à salvação para fazer parte de seu Reino. No Senhor temos a vida verdadeira.

O Evangelho citado acima nos apresenta a vontade de Deus manifestada no Filho Jesus Cristo: “Que eu não perca nenhum daqueles que meu Pai me deu, mas os ressuscite no último dia.” (Jo 6,39). A vontade de nosso Deus é que nenhum dos seus filhos se percam, que todos sejam salvos na sua glória. A salvação é a meta de todos aqueles que caminham iluminados pela Palavra do Senhor e que seguem os seus preceitos. Todos queremos o que é bom, o que é santo e o que é eterno.

Esta esperança e essa ânsia de vida perpassa os séculos e os milhares de anos do homem religioso. Podemos ver na primeira leitura as palavras de Jó: “Eu sei que meu Defensor está vivo e que no fim se levantará sobre o pó: quando tiver arrancado esta minha pele, fora da minha carne verei a Deus.” (Jó 19,25-26). O que nos faz refletir estas palavras de Jó? Primeiro, é que Deus é vida e sendo vivo e eterno também nos devolverá a vida dentro de outro plano o qual é perfeito, pois somos uma espécie de pó corruptível. Somos uma matéria marcada pela possibilidade de corrupção, mas neste mesmo corpo seremos reconstituídos para a santidade e salvação eterna.

São João, na segunda leitura, fala que “quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque o veremos tal como Ele é.” (1Jo 3,2). E isso só acontecerá na glória de Deus. Cristo nos traz a salvação e concretiza a esperança proclamada por Jó. Para a nossa salvação basta-nos a nossa reconciliação em Deus, ou seja, como pecadores devemos buscar a purificação através do sacramento da confissão. Reconhecer nossos pecados e buscar a reconciliação é a atitude concreta dos que querem a santidade e a vida eterna.

O dia de finados nos servirá para a meditação sobre a justiça da morte que, segundo o cântico de São Francisco, vem a todos, ao fraco e ao forte. Segundo o santo ela é irmã dos homens, por ela somos conduzidos para uma vida eterna e verdadeira oferecida por Cristo Ressuscitado. Mas também não se faz necessário que reprimamos nossos sentimentos de saudade em relação aos que já nos deixaram porque eles fizeram parte de nossas vidas e muitos nos ajudaram nesta compreensão do valor da vida em Deus.

Portanto diante dos túmulos visitados, das velas acendidas e das orações proclamadas e das missas celebradas, busquemos mergulhar no mistério da morte e ressurreição de Cristo. Pois, nele somos também ressuscitados e inseridos na glória celeste. Por Cristo somos chamados à santidade, nos alimentamos da Palavra da consolação, do pão da vida eterna que nos sacia de forma completa.

Seja nossa vida uma constante busca da santidade e do preparo para quando chegarmos a nossa hora, possamos estar preparados para o encontro definitivo com o Senhor que nos chama para estar com ele e que chama a nos unirmos à multidão de todos os que formam o seu Reino de amor e de paz. Amém.

XXX DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Ex 22,20-26; Sl 17(18); 1Ts 1,5c-10; Mt 22,34-40

POESIA

O AMOR VERTICAL E HORIZONTAL

Querendo amar ao nosso Deus
A quem fisicamente nós não vemos,
Precisamos também sempre amar,
Ao outro a quem nós conhecemos.

Assim é a vida do cristão,
Que busca viver a comunhão,
Num culto ao Deus da vida,
Celebrado no encontro de irmãos.

Viver os santos mandamentos
É viver a prática do amor,
Deixando sempre Deus agir,
Com sua presença e vigor.

Fixando em Deus e no humano,
Olhando no alto e também no chão,
No respeito e na reverência,
Na escuta e no olhar de atenção.

O Senhor vem nos ensinar,
Que o Amor é sempre a sua essência,
Lei máxima de seu reto agir,
Que invade à nossa existência.

Orienta-nos na nossa caminhada,
Boa-Notícia de paz e liberdade,
Que santifica e enobrece nosso ser,
E se espalha na vida de comunidade.

Em Cristo novo mandamento,
Para vencer todo vão rigorismo,
Aproximando a quem está distante,
E que vive no individualismo.

Porque o amor abarca toda lei,
Acima das letras ele permanece,
É o sentido da nossa existência,
Que nunca, nunca enfraquece.

Amar a Deus de todo o coração,
Com toda alma e entendimento,
E ao irmão como a si mesmo,
Pois o amor é vida e sentimento.

O Senhor também nos ensina,
Que seu amor é transcendente,
Está acima de nossas pretensões,
Existiu, existe e existirá para sempre.

HOMILIA

O amor ao divino e ao humano

“ ‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’ Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22,37.39). Eis a grande exigência para vivência espiritual dos cristãos que brota do mandamento máximo pregado por Jesus. Eis a hierarquia simples dos preceitos de Deus apresentada pelo mestre nazareno para aquele grupo de fariseus, que mais uma vez colocam Jesus em uma situação embaraçosa.

Naquela época, os intelectuais da lei estudavam exaustivamente em busca de encontrar entre os 613 preceitos bíblicos o maior em uma hierarquia de importância. A pergunta feita a Jesus, pelo representante fariseu, é tendenciosa e tem o objetivo de pegá-lo em contradição.

Jesus vai buscar a sua resposta também nas escrituras: existem dois mandamentos que são maiores, que abrangem todos os outros: o primeiro é o amor total a Deus, um amor com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, com todas as nossas forças e com todo o nosso entendimento (cf. Dt 6,4-5); o segundo é o amor ao próximo, igual ao amor por si próprio. Este preceito está no Levítico (cf. 19,18), que nos diz: Não seja vingativo, nem guarde rancor contra seus concidadãos. Ame o seu próximo como a si mesmo.”

Com certeza os fariseus sabiam deste preceito, mas não o consideravam importante, diferente da observância do sábado. Mas esta referência de amor ao próximo está escrita também no livro do Êxodo, na primeira leitura desta liturgia, quando diz: “não oprimas nem maltrate o estrangeiro, pois fostes também estrangeiros na terra do Egito” (Ex 22,20).

Estes versículos acima nos ensinam sobre a vivência do amor que devemos ter pelos sofredores e maltratados, os quais nem conhecemos e que precisamos acolhê-los como estrangeiros nas terras de nossa existência. Cada israelita carregava na sua história este sentimento de que um dia estivera em terra estranha e que Deus os tirou da escravidão. Neste sentido os judeus eram proibidos de desprezar um estrangeiro, uma viúva, um filho sem pai.

A resposta de Jesus sobre os dois maiores mandamentos é exatamente aquilo que ele vivia na sua missão e que nos testemunhou na sua entrega total no momento da crucificação. A sua vida foi uma permanente experiência de amor concreta ao Pai do Céu, na sua obediência, na sua oração e na sua sintonia contemplativa voltada para o alto.

Também esteve sempre com o seu coração e os seus braços voltados para socorrer os excluídos, discriminados pelo sistema religioso, político e econômico de seu tempo. Também esteve sempre aberto a acolher ricos e pobres que, pela conversão, decidiram abraçar o seu caminho e sua missão em favor do Reino de Deus.

O amor a Deus e ao próximo tem uma dimensão que nos lembra a cruz: um amor máximo ao alto onde está o nosso Deus (vertical) o qual se expressa no nosso culto verdadeiro pela escuta e obediência da Palavra; o segundo amor é dirigido ao irmão (horizontal) que caminha conosco, e que é imagem de Deus. Pelo amor ao nosso irmão, somos convidados a encontrar nele o próprio Cristo.

Não foi fácil para os fariseus aceitar esta condição que Jesus apresentou a eles e que inclusive estava escrito na lei. Colocar o amor a Deus e ao irmão no mesmo patamar, ainda hoje, é difícil para nós, pois exige a experiência da prática caritativa de amar o outro sem que ele nos ame. Amar os inimigos, aceitar muitas vezes os insultos, as críticas e as indiferenças e mesmo assim, querer o seu bem como queremos a nós mesmo, eis o desafio da experiência que brota da cruz de Jesus.

Muitas vezes somos motivados, naturalmente, pelo amor compensativo. Um amor que é dirigido aos que também nos amam. Aqui é importante dizer que entender o amor somente desta forma é ser incoerente ou incompleto no que se refere com ao mandamento de Cristo.

Ele se entregou por cada um de nós. Desceu a nossa condição de pecadores e miseráveis e se fez presente. Jesus nos ensinou a transcender no nosso amor: ir além dos nossos limites de puro sentimento e afetividade para uma entrega de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento.

Os pais e mães de família, os padres, os diáconos sabem muito bem desta realidade. Quantas vezes temos de acolher, por amor, aqueles que não simpatizamos, que são as ovelhas mais feridas de nosso rebanho. Quantas vezes nossos filhos nos enganam ou ignoram nossos conselhos e nós continuamos, por amor, rezando por eles e queremos o sem bem e seu sucesso. Este é o amor do qual Jesus nos fala no evangelho de hoje. Amar o próximo, a quem vemos, para amar a Deus, a quem não vemos (cf. 1Jo 4,20).

Esse amor que Jesus nos fala significa nosso movimento em direção aos que não conhecemos pessoalmente, tais como os doentes nos hospitais, os presos, o povo da rua e as família e crianças carentes. Eles precisam do nosso amor gratuito. É neles que está escondido o Cristo, crucificado pelos pecados humanos, e que precisam de nossa dedicação e atenção.

Lembremos sobre o amor a Cristo no irmão, como descrito no final do evangelho de Mateus: “eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e me deram de beber; eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa; eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e cuidaram de mim; eu estava na prisão, e vocês foram me visitar”. (Mt 25,35-36). Este amor nos conduzirá a salvação eterna.

Que o Espírito Santo nos fortaleça, nos anime e nos ensine a permanecermos amando a Deus na pessoa do nosso próximo, como uma experiência profunda do amor total a Cristo, nosso Rocha e Salvação. Amém.

XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Is 45,1.4-6; Sl  95(96); 1Ts 1,1-5b; Mt 22,15-21

POESIA

SOMOS DE DEUS

A Deus toda nossa vida,
Porque somos todos seu,
Não somos do poder do mundo,
Nem dos políticos fariseus,
Somos filhos muito amados,
Em Cristo todos banhados,
Vida nova ele nos deu.

A Deus tudo o que existe,
Desde a sua Criação,
A natureza e o homem,
A justiça, a salvação,
A vida e a dignidade,
Amor e fraternidade,
Que geram a comunhão.

A Deus a Palavra santa,
Trazendo-nos o ensinamento,
Que alerta a cada filho,
A tê-la como alimento,
Pra o Evangelho anunciar,
Soltar a voz e denunciar,
Tudo que é sofrimento.

A César somente o que é seu,
Mas Deus sendo o primeiro,
Porque tudo ele criou,
E nos faz os seus herdeiros,
Para os seus bens, o cuidado,
E os césares são subordinados,
Por isso são derradeiros.

São tantas as injustiças.
Dos impérios atuais,
Dos recursos desviados,
Pelos esquemas mortais,
Surgem então os sofrimentos,
E o mundo em detrimento,
Padecendo sempre mais.

Somos todos convocados,
Para o Evangelho pregar,
Anunciando sempre a vida,
Que vem em primeiro lugar,
E sairmos em missão,
Vivendo a evangelização,
Com nosso profetizar.

Que a santa Eucaristia,
Venha nos dá a coragem,
De buscarmos a santidade,
Buscando ser sua imagem,
E possamos oferecer,
Nossa fé, nosso viver,
Pregando a santa mensagem.

HOMILIA

O que é de César e o que é de Deus?

O Evangelho deste 29º Domingo do Tempo Comum nos apresenta um confronto, uma tentativa dos fariseus e alguns membros do partido de Herodes de colocarem Jesus em contradição (cf. Mt 22,16). Diante das perguntas referente ao imposto pago ao império, o grupo quer saber a opinião de Jesus sobre a licitude do tributo a César. A resposta de Jesus se tornou quase que um chavão para os cristãos justificarem o papel da religião e o do poder político, ou seja, separar as coisas.

“Dá, pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,20). O que entendemos e como nos posicionamos sobre esta máxima de Jesus? Perguntemos incialmente sobre o que é de Deus: de Deus é o homem e toda a Criação, de Deus vem a justiça, o amor, a misericórdia. Deus é a fonte de tudo que o homem quer realizar de bom e para o bem do irmão e do mundo.

Deus é único e só a ele deve-se prestar culto verdadeiro. O profeta Isaías nos fala na primeira leitura: “Eu sou o Senhor, não existe outro: fora de mim não há Deus (Is 45,5). Os homens, por mais cargos ou poderes que assumirem, serão sempre criaturas, filhos dependentes e limitados diante da grandeza de Deus. O homem, que quer ocupar o lugar de Deus, nunca agirá como ele, pois vem em primeiro lugar a sua autossuficiência como regra e o desejo de poder e dominação. E Deus está acima de tudo o que é realização humana, com suas pretensões e motivações.

O que é de César? Podemos interpretar como sendo as realidades ligadas ao poder, à política e a administração dos bens deste mundo. Todos nós pagamos impostos e desejamos que sejam revertidos para o bem comum. No tempo de Jesus, os impostos eram pagos ao imperador, que, por sua vez, se considerava um deus. O povo pobre vivia explorado pelos altos impostos, que não era revertido para a dignidade e a justiça social.

Hoje não é diferente. Também temos os tantos césares que nos exploram e que se aproveitam de nosso dinheiro. Por isso que os cristãos, sendo sal da terra e luz do mundo (cf. Mt 5,13), devem tomar posição na dinâmica politica, a qual, na sua origem, tem o bem comum como objeto de trabalho. Deus quer que todos tenham vida e vida digna. Cabe aos poderes da terra colocar em prática a distribuição de renda justa e digna para com o seu povo. Cabe aos cristãos, iluminados pelo Evangelho, pregarem a verdade, alertando e denunciando as injustiças cometidas pelos poderes políticos.

A nossa participação na Eucaristia tem a ver com o mundo concreto, fora das paredes da Igreja. Nossa presença nas missas deve nos levar ao questionamento sobre o cuidado com aquilo que é de Deus, para que o que é de César não tome o lugar das realidades divinas, ou ainda, para que não nos acomodemos e aceitemos todas as imposições dos poderes políticos que, de certa forma, fazemos parte.

Alimentemo-nos da mensagem nas palavras de São Paulo, na sua carta em que diz “diante de Deus, nosso Pai, recordemos sem cessar a atuação da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo” (Ts 1,3). Que a alegria do Evangelho não seja abafada por tantas realidades de injustiça e mortes. E que a fé, a esperança e a caridade estejam presentes nos corações de todos os homens de boa vontade. Amém.

XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Is 25,6-10a; Sl 22 (23); Fl 4,12-14.19-20; Mt 22,1-14

POESIA

DEIXAR ECOAR O CONVITE DO SENHOR

Deixas que venha ecoar,
O convite do amor,
Pra festa plena da vida,
Chamado de Nosso Senhor,
Que quer te fazer acolhida,
E não te faltará comida,
No banquete do Senhor.

Deixas que venha ecoar
O chamado da alegria,
A invadir teu coração,
Da mais perfeita harmonia,
Na mesa da comunhão,
Onde todos são irmãos,
E que nunca se esvazia.

Deixas que venha ecoar,
A voz dos mensageiros,
Que o Pai quis enviar,
Os missionários caminheiros,
Que estão a convidar,
Os alertas a proclamar,
Aos irmãos e companheiros.

Deixas que venha ecoar
Por todas as encruzilhadas,
A voz para os excluídos,
E aos que são maltratados,
Os pobres e esquecidos,
Muitas vezes agredidos,
Mas que são por Deus amados.

Deixas que venha ecoar
O recado universal,
Que faz todos inseridos,
No Reino Espiritual,
Dos que foram acolhidos,
À festa do noivo unidos,
E na comunhão total.

Deixas que venha ecoar
O divino ensinamento,
Da aliança renovada,
Em Cristo, seu casamento,
Com a Igreja, sua amada,
Nova nação congregada,
Pelo novo mandamento.

HOMILIA

O Banquete Divino

“O Reino de Deus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho…” (Mt 22,2). Deus prepara uma festa eterna, quando todos nós somos convidados. É a festa da vida nova, da nova aliança, da união entre Cristo e a Igreja. O Esposo se une à sua esposa para sempre. Cristo esposo fiel, nos oferece um banquete a cada Eucaristia, pois, a sua festa se estende pelos séculos, como sinal de alegria e esperança.

O evangelho desta liturgia nos fala que nem todos aceitaram o convite, porque havia outras preocupações mais importantes (cf. Mt 22,5). Outros interesses eram prioridades para aqueles convidados, e por isso não quiseram aceitar o chamado do rei. Assim devemos nos perguntar: cada um de nós ao ser convidado para o banquete do cordeiro têm outras preocupações? Temos alguma desculpa para não participar? Cada missa é um uma festa que nos traz alegria e força, onde todos são convidados a participar da mesma mesa, com o rei da vida e do amor.

O salmo 22 nos diz do cuidado e carinho, com o qual Deus prepara o encontro conosco: “Preparais à minha frente uma mesa, bem a vista do inimigo, e com o óleo vos ungis minha cabeça; o meu cálice transborda…” Trata-se de uma mesa de dignidade onde todos os participantes são ungidos para viverem a festa e o encontro fraterno, com taças de vinho que transbordam. No banquete do Senhor, transborda a alegria verdadeira que se derrama sobre nós a qual é infinita e completa.

Um segundo ponto da parábola: os primeiro convidados (os chefes de Israel) rejeitaram o convite do rei (Deus) para o banquete. Os membros da primeira aliança não aceitaram o Nazareno com a mensagem e por isso ignoraram o convite. Por esse motivo o crucificaram como resposta perversa ao que ele pregou e viveu. A eles Deus envia primeiramente o convite, porque deviam ser os primeiros a acolher o Messias e sua Boa-Nova.

Agora, outros recebem o convite, sem discriminação: maus e bons (cf. Mt 22,10). Todos são convidados, basta que estejam com a veste apropriada para a festa, Critério estendido a todos nós cristãos. E Deus, que conhece o nosso coração e vê o que está escondido (cf. Mt 6,18b), perceberá se estamos participando do seu banquete com a veste adequada. Ele poderá nos perguntar: “Amigo, como entraste aqui…?” (Mt 22,12b). Faz-se necessário estarmos vestidos com o traje da festa. Devemos nos perguntar, no nosso íntimo, se estamos sendo coerentes com o chamado de Deus.

Somos, pelo batismo, revestidos de Cristo e de sua justiça. É isso que é preciso para participarmos das núpcias do esposo. Está com a veste adequada, é ser coerente com o que o Senhor nos pediu: atender o seu chamado e deixar que ele faça sua vontade, como rezamos no Pai Nosso. Precisamos abandonar nossas falsidades, nossas invejas e maldades, diante do irmão e tomar o traje da lealdade, da coerência, do perdão e da disponibilidade para o ministério missionário.

Será que teremos tempo acolher o convite do Evangelho da alegria? Alegria, porque a festa do noivo divino trará um ambiente de banquete farto, de muitas comidas, de muitas músicas, de gente que dança com o coração cheio de paz e dignidade. Nesta festa também há comunhão, igualdade e fraternidade. Todos estão juntos à mesa, com a veste da justiça, requisito primeiro que possibilita a participação no banquete divino.

Em Cristo e em sua ressurreição se cumprirá o que o profeta anunciou na primeira leitura: O Senhor Deus eliminará para sempre a morte e enxugará as lágrimas de todas as faces e acabará com a desonra do seu povo em toda a terra” (Is 25,8). O sonho de Deus é ver toda a humanidade participando da festa da dignidade, da comunhão e da fraternidade. Basta que os convidados possam aceitar o seu chamado e, ao mesmo tempo, vistam o traje adequado, que é a prática da justiça e do amor, que nascem das palavras santas do Evangelho. Amém!

XXVII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Is 5, 1-7; Sl 79 (80); Fl 4, 6-9; Mt 21, 33-43

POESIA

A VINHA É DO SENHOR

O divino dono da vinha,
Buscou terreno apropriado,
Cultivou com imenso carinho,
Como um agricultor dedicado.
Tirou todas as pedras e os espinhos,
A plantou e a cercou de cuidados.

Todo o amor foi para a sua vinha,
Pelo zelo da bela plantação,
Pelo amor e a sua beleza,
Pela guarda e pela proteção,
Construiu ao redor fortaleza,
No cultivo de sua plantação.

Confiando aos vinhateiros,
Sua vinha, a eles entregou,
Para quando na sua colheita,
Fazer o que planejou,
E ter suas uvas perfeitas,
Que ele felizes esperou.

Mas não se cumpriu o esperado,
Ouve morte e a crueldade,
Vinhateiros mal intencionados,
Com o egoísmo e muita maldade,
Torturam o Filho amado,
E se apossaram da propriedade.

O Senhor nos fez sua vinha,
De amor Ele vem nos cobrir,
Seus cuidados vêm nos cultivar,
Seu carinho a nos invadir,
Misericórdia que vem nos salvar,
Seu Espírito a nos consumir.

Os seus frutos, a bebida nos traz,
Quando vier a colheita devida,
Ele nos quer vinhateiros do bem,
Pra cuidar de sua vinha querida,
E nós seus herdeiros também,
Para a paz e a festa da Vida.

Que na vinha sejamos irmãos,
A vivermos a obediência e o amor,
A justiça possa acontecer,
A Comunhão seja o nosso esplendor
E o egoísmo possamos vencer,
Porque a vinha é do Senhor.

 

HOMILIA

Nós somos a vinha do Senhor

O Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos” (Mt 21,43). Estas palavras de Jesus, dirigidas mais uma vez aos sumo sacerdotes e anciãos do povo, anunciam as consequências da ignorância e da violência da qual os chefes de Israel trataram os profetas, o próprio Filho de Deus e seus discípulos.

Deus Pai, criador do universo, com tanto carinho e cuidado tratou o povo da antiga aliança com amor fiel e o alertou dos erros e perigos que poderia passar. Os profetas foram porta-vozes da sua Palavra anunciando a esperança e propagando a fidelidade ao projeto de Salvação.

O profeta Isaías faz referência a vinha criada por Deus: “Um amigo meu possuía uma vinha em fértil encosta. Cercou-a, limpou-a de pedras, plantou videiras escolhidas, edificou uma torre no meio e construiu um lagar; esperava que ela produzisse uvas boas, mas produziu uvas selvagens” (Is 5,2).

Muitas lideranças não acolheram o anuncio dos profetas, os torturaram e os mataram, pois não aceitarem os alertas no trato com a vinha divina. Apesar de tantas controvérsias das lideranças do Povo escolhido, Deus continuou amando e cuidando com muito amor e carinho da sua vinha. Mas a prepotência dos cuidadores confiados por Deus deixou os frutos se tornarem selvagens e amargos.

Deus Pai continua fiel ao seu projeto e assim envia o Filho ungido para tratar da vinha, mas os vinhateiros não o aceitam e o matam. Com a sua morte nasce uma vida nova e um novo povo. Novos vinhateiros são escolhidos para cuidar da vinha santa, a Igreja na qual deve se cultivar o Reino de Deus. Nisto nós nos voltamos para o início desta homilia: “O Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos.” (Mt 21,43).

Hoje nós somos a nova vinha da qual se deve cultivar os frutos da justiça, da vida e da paz. Somos vinha e trabalhadores ao mesmo tempo, a serviço do agricultor divino. Devemos ter cuidado para não agirmos como os vinhateiros homicidas, os quais detiveram a vinha e não aceitaram a presença do Filho amado e assim promoveram a violência e a morte.

A vinha é de Deus, nós somos dele e a ele prestamos obediência, amor e culto. De certa forma estamos a serviço de pequenas vinhas: família, grupos, comunidades e uma atividade missionária. E nossa parte é exatamente o cuidado e a atenção para com a grande Vinha que Deus ama e quer que cresça pelo mundo, o Reino de Deus. Ao redor do banquete, nos alimentamos do pão e bebemos do vinho, fruto da terra, do trabalho do homem e que é alimento e bebida para a nossa salvação.

Neste momento nos perguntamos: como está a nossa condição de vinhateiros do Senhor? Estamos cuidando do terreno, zelando pelo cultivo para que dê frutos saborosos para alimentar a nossa esperança, suscitar a justiça, a paz e nos colocarmos a caminho da salvação? Nosso amor e cuidado fará a beleza e o esplendor da vinha amada por Deus. Se não cuidamos, outros poderão receber esse encargo de Deus.

Elevemos nossas orações ao Senhor através do salmo 79(80) para pedirmos a proteção em favor da nossa perseverança e de nossa fidelidade de bons vinhateiros do Senhor a serviço da vida e da paz: “Visitai a vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao rebento que firmastes! E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus! Dai-nos a vida, e louvaremos vosso nome! Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, e sobre nós iluminai a vossa face! Se voltardes para nós, seremos salvos.” Amém!

XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Ez 18, 25-28;  Sl 2 4; Fl  2,1-11; Mt 21, 28-32

POESIA

FILHOS DO SIM E DO NÃO

Está disponível para servir,
Ser coerente com o chamado,
De corpo e alma para vinha,
Como filho do Pai amado,
Dizer sim e confirmar,
Ao Evangelho semeado.

Buscar e viver o amor,
Prontos para anunciar,
Na vida da comunidade,
Vivendo pronto a partilhar,
Na vinha do nosso Deus,
Que está sempre a chamar.

Às vezes filhos dizendo não,
Quando o pecado vem a invadir,
E o coração querendo negar,
Por tantas coisas a infringir,
Fraquezas que vem e impedem,
A santa vinha querer servir.

Somos filhos que dizem sim,
Porque olhamos para o Senhor,
Que viveu a santa obediência,
Ao Pai Santo e vivo amor,
Porque a vinha veio cultivar,
Através do seu plano salvador.

Busquemos em Cristo a obediência,
E aprendamos o sim e o servir,
Abraçando a missão confiada,
E a voz do Senhor sempre a ouvir,
Servindo à messe tão imensa,
Que o dono quer a todos reunir.

A vinha precisa de trabalhadores,
Porque o dono os chama à colheita,
Para que se produza a alegria,
Que brota da fonte que é perfeita,
Jorrada da entrega do Santo fruto,
Que do Pai recebe a missão e aceita.

Busquemos na Mesa Sagrada,
A fazermos a santa experiência.
Com o Senhor que quer nos encontrar,
Que nos ama e cuida com paciência,
Por que na mesa queremos repartir,
E aprendermos a santa obediência.

 

HOMILIA

Chamado à vinha do Senhor

“Em verdade vos digo, que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus” (Mt 21,31). O que nos incomoda nesta parábola de Jesus? Que questionamentos estas palavras nos trazem diante de nossa condição de batizados? São palavras de Jesus que nos inquietam e nos provocam a refletir sobre as nossas atitudes de discípulos dele. Trata-se de uma motivação para que avaliemos até que ponto a nossa obediência e nossa experiência com ele seja coerente.

Na liturgia deste domingo, Jesus se dirige aos sacerdotes e anciãos do povo (cf. Mt 21,31) com seus ensinamentos sobre o Reino de Deus (a vinha). Na compreensão dos sacerdotes e anciãos, somente o povo escolhido, ou seja, da primeira aliança (Israel), tinha direita à salvação. Portanto, o filho (povo) que disse sim a Deus, muitas vezes não foi capaz de segui-lo e obedecê-lo. Israel que ouviu os profetas, mas que, em muitos momentos, traiu a promessa da aliança. Agora, também não aceita o projeto de Jesus, o qual inclui todos ao plano da salvação. Essa é a questão!

Há outro filho (povo pagão), que disse não, mas que depois foi capaz de repensar a resposta e aderiu ao chamado em favor da vinha do Senhor. Jesus se refere aos pecadores, marginalizados, surdos, mudos e publicanos que vivem num caminho contrário ao projeto de salvação. Estes, pelas suas atitudes dizem não, mas na hora do chamado para vinha, abraçam de corpo e alma e seguem obedientes. Eles transformam suas vontades em favor do Reino de Deus. E inclusive dão testemunho do que falam e vivem na caminhada com o Senhor.

Diante deste ensinamento de Jesus, onde nos enquadramos? Com quem nos identificamos mais? Estamos do lado de quem? Dependendo da nossa postura, podemos nos assemelhar com o primeiro ou com o último filho. Muitas vezes dizemos “Senhor, Senhor” em nossas orações, mas não fazemos a vontade de Deus nosso dia a dia (cf. Mt 7,21). Poderemos falar de caridade, mas na prática, no contato com o outro, somos insensíveis e hostis. Isso significa dizer sim e não ir à vinha.

Por outro lado poderemos cair no pecado de recusa a vontade de Deus, de se colocar contrário ao seu projeto, porém, ao cairmos no arrependimento nos reconciliamos e a partir de uma decisão seguimos em frente fazendo a vontade de Deus. Muitas vezes, somos um pouco dos dois filhos. Com nossa natureza humana, vamos buscando acertar e dizer sim ao dono da vinha.

Quando o nosso discurso cristão está distante da prática, poderemos ser igual ao filho que disse ir para a vinha e não foi (cf. Mt 21,30). Nossa resposta positiva se dá na nossa caminhada com Cristo. Nossa confirmação para o discipulado é coerente quando assumimos a missão junto ao mestre que nos chama em cada momento de nossa vida.

Há um terceiro filho que diz sim e vai. O próprio Cristo é o filho coerente o qual devemos seguir e dar testemunho dele. Diz São Paulo: “Ele, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens” (Fl 2,6-7). Cristo viveu a entrega total ao Pai quando se encarnou no meio de nós, sendo obediente até a morte e morte de cruz (cf. Fl 2,8).

Nós somos chamados a seguir o modelo do terceiro filho. Muito mais do que isso, deixar que o seu chamado e a sua pessoa faça parte de nossa vida, por inteiro. Quantas vezes precisamos nos entregar e nos esvaziar de nós mesmos, para que o Reino de Deus seja anunciado e seja presença na caminhada da Igreja. As nossas comunidades cristã são chamadas a viver o sim coerente ao projeto de salvação. Pelo batismo, somos todos chamados à grande vinha do Senhor. O nosso sim é a missão de cuidar da semeadura do Evangelho. Mas sempre com a consciência de que a vinha é sempre do Senhor.

E quando estivermos sentindo que o nosso sim está se tornando um não a Deus, pelos nossos pecados, precisamos repensar nossa vida. Precisaremos refazer o percurso, nossas atitudes, nossas ações e nossas orações. O ser cristão será sempre uma busca de viver o sentido de acordo com a Palavra de Deus.

Busquemos, sempre no Senhor, o sentido de nossa existência com ele. Rezemos com o salmo 24: Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação; em vós espero, ó Senhor, todos os dias!”. Amém!

XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Is 55,6-9; Sl 144(145); Fl 1,20c-24.27a; Mt 20,1-16a

POESIA

OS PENSAMENTOS DO SENHOR

Os pensamentos do Senhor,
Dos nossos está distante,
Porque são todos perfeitos,
Retos e também constantes,
Transformam a nossa existência,
São justiças e paciência,
Amáveis e fascinantes.

A justiça do Senhor,
Nasce da sua bondade,
Das ações do acolhimento,
Nas tantas realidades,
Acolhe quem está chegando,
A todos o amor doando,
Além das nossas verdades.

O agir do nosso Deus,
Quer a todos converter,
Sendo bom e generoso,
Para o seu reino crescer.
Assim são seus pensamentos,
Não importa o momento,
Quer sua vinha colher.

O amor de nosso Deus,
Nos chama pra sua a missão,
Trabalhar na grande messe,
Pela evangelização,
A Sua justiça pregar,
Seu amor testemunhar,
Em favor da salvação.

Somos todos operários,
Qualquer hora convocados,
Não importa quem nós somos,
Nem quando somos chamados,
O importante é atender,
O caminho percorrer,
Para ser recompensado.

Que a Santa Eucaristia,
Tire nossa ambição,
Nossa inveja e ciúme,
Que nos leva a perdição,
E que na comunidade,
Se viva a fraternidade,
Amor, vida e união.

HOMILIA

A justiça de Deus

“Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.” (Mt 20,16a). Numa sociedade onde precisamos superar limites, cumprir metas e buscarmos a excelência acima de tudo, esta mensagem de Jesus segue na contramão. Deus inverte os seus conceitos para nos ajudar a compreendermos a sua justiça. Deus não age conosco como um varejista, mas como quem nos ama ilimitadamente.

A parábola dos operários da primeira e última hora vem nos apresentar o jeito de Deus agir para com os seus filhos. Dentro de nossas concepções, apenas humanas, é contraditório e inadmissível imaginar alguém que pague a mesma remuneração a quem trabalhou o dia inteiro e para quem ficou somente uma hora do dia. Mas Deus tem o direito de agir como quiser.

Nesta parábola, podemos tirar muitos ensinamentos: primeiro, o evangelho de Mateus nos aponta o contexto da realidade da palestina, no tempo de Jesus. Havia muitos desempregados e marginalizados que buscavam também a sua dignidade no trabalho. Jesus contemplando a vida do povo denuncia esta realidade social e econômica de seus conterrâneos. Por isso usa esta parábola para ensinar sobre a justiça de Deus.

Um segundo ponto: a categoria os trabalhadores da primeira hora se refere ao povo da primeira aliança, os judeus. Jesus enfrentou muitas adversidades por ter acolhido muitas pessoas que não faziam parte do grupo do povo considerado escolhido. Os seguidores de Cristo são os operários da última hora os quais tem o mesmo direito ao Reino de Deus e a sua justiça. São os que recebem o mesmo pagamento pela sua missão.

A atitude do patrão para com os empregados da última hora não o torna injusto, mas generoso. A bondade de Deus não tem como base as nossas concepções materiais e econômicas. Ele cuida de todos com amor e com sua justiça. Isaías nos diz em seu texto: “meus caminhos tão acima dos vossos caminhos e meus pensamentos acima dos vossos pensamentos, quanto está o céu acima da terra” (Is 55,9).

Para entendermos o sentido desta parábola faz-se necessário voltar o nosso coração para o Senhor e sua palavra. Somente uma vida marcada pela adesão ao caminho de Jesus poderá nos colocar ao lado do patrão que paga a todos igualmente sem se importar com o tempo de cada um. O nosso serviço à Igreja é gratuito. Não podemos cobrar de Deus somente por estarmos a muito tempo nos grupos e ministérios.

Quando se vive há muito tempo na caminhada de oração e de missão com o Senhor, deve-se dar graça por tanto tempo com o Senhor. Pela experiência e por tantos aprendizados na vida cristã. É atitude coerente com Deus acolhermos quem está iniciando um processo de encontro com Jesus, seja criança, jovem ou idoso. Eles são os operários de última hora. Eles têm o mesmo direito às dádivas de Deus que os chegaram nas primeiras horas.

“Só uma coisa importa: vivei à altura do Evangelho de Cristo” diz São Paulo, escrevendo ao filipenses (Fl 1,27a). É o amor ao evangelho que nos dá compreensão dos pensamentos de Deus. Viver a palavra de Jesus é, portanto, ter a postura justa e amável, pelo bem dos irmãos. Que em nossa vida de cristãos possamos abraçar cada vez mais aquilo que Deus nos ensina sobre a sua justiça e seu amor. Rezemos com o salmo: É justo o Senhor em seus caminhos, é santo em toda obra que ele faz” [Sl 144(145)]. Busquemos a santidade do Senhor para sermos presença do Reino de Deus, já aqui entre nós na terra. Amém.

XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Eclo 27,33-28,9; Sl 102(103); Rm 14,7-9; Mt 18, 21-35

POESIA

O PERDÃO TOTAL

Perdão de Deus sem se limitar,
Que na prática não quer se enumerar,
E quantos retornos é preciso fazer,
Quando as quedas vêm a acontecer.
Porque o importante é a conversão,
Que tira o filho da confusão,
Para o seu caminho de novo fazer.

Perdão de Deus que se dá no amor,
É o perdão que não guarda rancor,
Que se dá pela santa e forte acolhida,
Na misericórdia sempre vivida,
Na história ativa de um caminheiro,
Deus presente como um companheiro,
Que abraça no retorno que traz à vida.

Perdão de Deus que vem nos reconstruir,
Para que o caminho possa-se prosseguir,
Buscando na trilha de santidade,
Que se faz na vida de humildade,
Perdoando sempre e sempre perdoado,
Abraçando e também abraçado,
Para retomar a fraternidade.

Perdão de Deus que promove a paz,
Na busca do Reino que se refaz,
Quando a violência quer sufocar,
E o ser humano quer escravizar,
Impedindo a vida de comunhão,
Que se faz viva no vinho e no Pão,
E a comunidade a sustentar.

Perdão de Deus para a humanidade,
Que vence as guerras e atrocidades,
Lição divina para o mundo ver,
Para as nações a paz promover,
E as injustiças e opressões,
Sejam vencidas nos corações,
Para o Reino de Deus acontecer.

HOMILIA

Perdoar sem limites

“Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim?” (Mt 18, 21). Esta é a pergunta do discípulo que quer acertar na caminhada com Jesus. Porém, a pergunta de Pedro expressa ainda a limitação do quanto deve-se perdoar o irmão. A resposta de Jesus [“Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 18, 22)], vem carregada de sentido, pois, o número sete, na Bíblia, quer dizer completude, perfeição. O perdão perfeito é o que deve ser dado sempre e que não tem limites. É nesta dinâmica que a comunidade dos irmãos em Cristo cresce e se aperfeiçoa na construção do Reino de Deus.

O que seria do mundo, se não houvesse o perdão entre os humanos? O que seria da comunidade cristã, se a vida de cada membro não tivesse o precioso sacramento da confissão? E se Deus colocasse limites, quando durante a nossa vida, fôssemos pedir a confissão ao sacerdote? O amor de Deus por nós é insuperável e infinito. Ele não leva em conta as nossas imperfeições e limitações.

A nossa vida entre os irmãos, no dia a dia, tem sempre falhas, erros, misérias e os mais diversos pecados. E a nossa convivência se mantêm porque toleramos essa condição de pessoas com equívocos e fraquezas perante o outro e com o outro. Por isso, perdoar sempre é a condição para fazermos crescer a fraternidade e a paz no mundo.

Deus é esse Pai (patrão) que, tendo compaixão de nós, perdoa as nossas dívidas impagáveis e nos liberta da escravidão do erro e da condenação, para prosseguirmos a vida (cf. Mt 18,27). Por isso, quando somos perdoados por Deus devemos também perdoar o irmão que pecou contra nós.

Ao sairmos do confessionário, não devemos fazer como aquele empregado da parábola de Jesus, que ao ser perdoado e libertado pelo seu patrão, foi incapaz de perdoar o seu irmão (cf. Mt 18,30). A sua insensibilidade o cegou e o encaminhou de volta a escravidão.

O perdão será sempre a atitude que vencerá a vingança, a violência e os ressentimentos contra o irmão. Neste sentido o livro do Eclesiástico nos dirá: “Perdoa a injustiça cometida por teu próximo: assim, quando orares, teus pecados serão perdoados” (Eclo 28,2).

Perdoar é permitir que o outro cresça na santidade e também a possibilidade de libertar-nos daquilo que nos angustia, nos escraviza e nos emperra na caminhada do nosso discipulado. A vida de santidade será sempre esse empenho em buscar o perdão do outro e de Deus, como também, praticar o perdão quanto for solicitado.

Esta é a exigência de Cristo para conosco. Somos dele e vivemos nele e para ele, como nos fala a carta de São Paulo aos Romanos: “… vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto, para ser o Senhor dos mortos e dos vivos” (Rm 14,9). Viver em Cristo e para Cristo, é colocar em prática a oração que ele nos ensinou: “Perdoai a nossas dívidas [ofensas], assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mt 6, 12).

Portanto, o perdão é que nos impulsiona a seguir na nossa experiência com a nossa família, no nosso grupo de Igreja, com os colegas de trabalho e na nossa resposta vocacional a qual nos dispomos a assumir. A vida de perdão não significa ser conivente com as injustiças e atrocidade, mas a possibilidade de reconstrução e ressignificação da vida do outro e também da nossa. Perdoar será sempre a atitude que poderá levar a conversão e a transformação de uma pessoa que quer recomeçar.

Peçamos as luzes e a força do Divino Espírito Santo, para que nos encha de sua sabedoria e da sua graça, para que aprendamos, de Deus Pai misericordioso, a vivência do perdão, por que ele “é bondoso, compassivo e carinhoso. Pois ele te perdoa toda culpa, e cura toda a tua enfermidade; da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão” (Sl 102/103). Amém!

XXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Ez 33,7-9; Sl 94(95); Rm 13,8-10; Mt 18,15-20

POESIA

OS CONSELHOS DO SENHOR

A palavra do Senhor vem nos alertar,
Sobre nosso agir e nossas intenções,
Para quando vermos o erro do irmão,
Possa-se o ajudar nas correções,
Para que não caia na condenação,
E mergulhe no mar das ilusões.

E quando a escuta não acontecer,
Outros irmãos podem se achegar,
Para a ajuda na fraternidade,
Não deixe o amigo se desviar,
Correção de justiça e caridade,
Para no perdão se reencontrar.

A Igreja em Cristo pode ajudar,
Quando a rebeldia persistir,
Ficando o errante na resistência,
Em Cristo amor possa-se corrigir,
Com atitudes de santa paciência,
Em vista de o caminho restituir.

Sendo a opção de contra testemunho,
Como de um errante caminheiro,
Abraça-se a reais causas desta opção,
Buscou-se a ajuda ao companheiro,
Mas na sua liberdade ele disse não,
Será tratado como desordeiro.

Se caminharmos por trilhas errantes,
Sem foco no nosso no santo caminho,
Lembremos que é possível nos refazer,
Tendo certeza que não estamos sozinhos,
Podendo-nos em nova vida florescer,
E sentirmos o amor de Deus como carinho.

E quando vier nossas tentações,
De fugirmos dos conselhos do Senhor,
Busquemos o encontro na comunidade,
Onde se encontra o irmão e seu calor,
Por que o que une é a fraternidade,
Que vem da Mesa Santa do amor.

HOMILIA

A correção fraterna da Igreja

Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou ali, no meio deles” (Mt,18,20). A comunidade cristã é o lugar do encontro fraterno dos irmãos e irmãs com Cristo. Não importa a quantidade (cf. Mt 18,19). Mas não se encontra somente para rezar juntos, também para a correção fraterna e para o perdão, livre dos fuxicos e escândalos. Na comunidade buscamos ser pessoas melhores, autênticas, fraternas e justas.

Em torno da mesa da Palavra e da Eucaristia nos reunimos para crescer como irmãos e irmãs, motivados pelo amor fraterno, para ligar a terra ao céu e fazermos a vontade de Deus (cf. Mt 18,18). Nossa participação nas missas deve ir além de um preceito ou obrigação. Deve ser uma necessidade de encontro com quem mais amamos em nossa existência, Jesus Cristo.

O que deve nos motivar é que, quando nos reunimos, nos encontramos pelo sentimento e consciência de sermos congregados no mesmo Senhor que nos inseriu numa comunidade viva, através da sua paixão, morte e ressurreição. O batismo nos faz irmãos e irmãs da mesma família no Ressuscitado.

Neste sentido a comunidade é o lugar onde também nos vemos como pecadores. Somos humanos e errantes, muitas vezes. Em alguns momentos estamos mais propensos a enxergar os erros e misérias do irmão. Mas a vida comunitária nos ajuda a buscarmos a santidade e sermos também corrigidos pelo grupo fraternal. Jesus nos orienta sobre a correção fraterna (cf. Mt 18,15-17).

Estamos na Igreja para aprendermos a caminhar na santidade e acolher a correção do outro. São Paulo nos fala do maior mandamento com sinal de amor a Deus e ao próximo (cf. Rm 13,10). Por isso a correção fraterna é o amor ao outro que erra.

O encontro com o Senhor e com os irmãos, só tem sentido para quem vive nesta experiência de crescimento e alegria. Sim, a comunidade dos cristãos também é um lugar de festa e alegria. É maravilhoso o costume de comunidades que ao final da celebração tomam um cafezinho na porta da Igreja. Ali conversam sobre sua família, suas dificuldades e suas vitórias. Como é bom este momento!

Também quando se festeja o padroeiro ou se fazem outros eventos da comunidade, se percebe a comunidade como um grupo de irmãos que se envolvem nas atividades da festa. E aí também se avalia as dificuldades de responsabilidades para que a comunidade seja de responsabilidade de todos.

Num mundo onde se motiva a exclusão por qualquer atitude de erros, corremos o risco de expor os irmãos na Igreja. Jesus nos aconselha que a atitude não é essa (cf. Mt 18,15). Faz-se necessário conversar em particular. Não somos nós, os que devem dá a sentença sobre os erros dos outros, mas ajuda-los na conversa fraterna. Em outros momentos deixemos que outro também nos corrija. Quanto ao julgamento, este vem de Cristo, pois ele é que amor, misericórdia e perdão em vista da nossa conversão e salvação.

Quando vemos no outro o erro e não o ajudamos a seguir o caminho certo, também somos responsáveis por ele. Também devemos rezar pelos irmãos que carregam fardos mais pesados que nós.  Esse “outro” pode ser o pai, a mãe, o(a) filho(a), a esposa, o irmão ou irmã, um amigo ou uma amiga.

Se na convivência cotidiana com nossa família somos capazes de uma correção fraterna e sincera, iremos progredir no caminho da santidade. Pelo contrário precisamos rezar na intenção de que posturas nossas e também do outro se transformem em receptividade e mudança de vida.

Quando não conseguimos ganhar o irmão na correção fraterna Jesus nos orienta que procuremos mais pessoas para que se faça oriente o caminho do bem. Se não conseguimos procuremos a Igreja (cf. Mt 18,17). A Igreja tem a Palavra da verdade, da justiça e também, da caridade e da misericórdia.

A Igreja, comunidade de vida, verdade e justiça, não deve se omitir quando nossos pecados são motivos de injustiça e erros graves. E principalmente quando os erros humanos interferem nas realidades das outras pessoas. Por isso a Palavra de Cristo é a palavra também da verdade e da Justiça.

Que o Espírito nos ilumine para o discernimento e para a coragem de procurarmos nossos irmãos para a correção fraterna, quando for necessário. E que tenhamos também a lucidez de oferecermos os passos que forem preciso para ganharmos nosso irmão para Deus. E que, em nossa caminhada de discípulos missionários de Cristo, estejamos sempre abertos a crescer na santidade. Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a voz de Deus!” (Sl 94). Amém.

XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Jr 20,7-9; Sl 63(62); Rm 12,1-2; Mt 16,21-27

POESIA

CRISTO NOS ENSINA A DOAÇÃO

Sigamos o Cristo da doação,
Tendo como sinal a sua cruz,
Que olha para nosso sofrimento,
Sendo força de paz que nos conduz,
Ensinando-nos os frutos do amor,
Que pelo seu chamado nos seduz.

Ofereçamos nosso culto espiritual,
Num sacrifício vivo e agradável,
Elevando ao altíssimo a nossa alma,
Numa atitude santa e louvável,
Entregando-nos de todo o coração,
Aos braços de nosso Deus amável.

Que a tentação da fuga da missão,
Não venha a nos incomodar,
Que abracemos a vida por inteiro,
Mesmo que venhamos a tropeçar,
E aceitemos a vida de Nosso Senhor,
E nas glórias e fadigas a perseverar.

Despeçamo-nos da velha criatura,
Para a nova criatura resplandecer,
Retomemos a viva imagem de Deus,
Que para o mundo quer aparecer,
Para vencer as ilusões e fantasias,
E abraçar o caminho que faz viver.

Deixemo-nos seduzir por Deus amado,
Que dá sentido ao nosso existir,
Que nos faz pedras de construção,
Da Igreja que faz seu povo reunir,
Ao redor da Palavra e da Eucaristia,
Comungando na alegria de existir.

HOMILIA

As chaves e os tijolos da construção espiritutal

“Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga.” (Mt 16,24). Será que compreendemos essa máxima de Jesus, ao carregar um crucifixo em nosso peito? Refletindo de forma mais profunda esse versículo, somos capazes de aceitar essa condição humana do sofrimento como consequência da nossa resposta a Cristo?

Quando Jesus começou a explicar para os seus discípulos que as consequências da sua missão seriam também o sofrimento, a cruz e a morte, Pedro não aceitou e o repreendeu. Ele que, pouco tempo antes (domingo passado), tinha sido elogiado por Jesus por ter dado uma resposta vinda de Deus: Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo.” (Mt 16,16), agora decepciona seu mestre por pensar como o demônio: Deus não permita tal coisa, Senhor!” (Mt 16,22).

A resposta anterior de Pedro estava fundamentada ainda na compreensão de um Deus apenas triunfante, onde o sofrimento e a derrota não faziam parte. Nesse sentido talvez também pensassem os outros discípulos. O pensamento de afastar o sofrimento e a cruz do caminho da redenção é considerado diabólico. A vida não é feita só de glórias e a de Cristo também não foi. A nossa caminhada, quando é feita de compromissos e respostas a Deus, trará também, naturalmente, como consequência o sofrimento. Por isso Jesus chama a atenção de Pedro: “Vai para longe, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço…” (Mt 16,21).

Pedro, que antes foi denominado de pedra de construção da Igreja, por uma resposta de acordo com a vontade de Deus, agora é denominado um tropeço. Isso porque a sua resposta desta vez não foi de acordo com o querer de Deus mas com o pensamento totalmente humano. O caminhar com Jesus é diferente do caminhar com os projetos ilusórios do mundo. Tirar a cruz do itinerário da vida cristã é como mergulhar num mar de alienação e de ilusões. Seria um cristianismo desvirtuado do caminho anunciado por Jesus.

Faz-se necessário deixar-se seduzir por Deus, como nos falou o profeta Jeremias: “Seduziste-me Senhor, e deixei-me seduzir…” (Jr 20,7). Quando nós deixamos nos seduzir por Deus, conseguimos entender o sentido da nossa caminhada com o Senhor. Entendemos que a vida é feita de tristezas e alegrias, de derrotas e vitórias. A vida em Cristo nasce da nossa resposta consciente de caminhar com ele em todas as dimensões humanas rumo a glorificação.

Faz necessário oferecer a nossa vida em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, um culto espiritual, como nos falou São Paulo (cf. Rm 12,1). Neste sentido, o discípulo viverá livre das tentações que querem o desviar do caminho da vida. Olhando para Pedro, podemos ver que o nosso caminhar com Cristo ainda é parecido com o dele (uma expectativa triunfalista). Às vezes também queremos somente um Cristo glorioso, longe do sofrimento e da dor. E não sendo possível, poderá haver decepção ou distorção do Evangelho.

Com o tempo os discípulos foram aprendendo que viver com Cristo é viver as duas realidades que fizeram parte de seu ministério salvífico. É preciso que na caminhada de anúncio do Reino possamos renunciar ao homem velho o qual é carregado de interesses humanos e inspirado nas concepções de glórias do mundo. O mundo dos homens não quer aceitar um Deus que foi derrotado na cruz. Quer um Deus totalmente triunfante longe das misérias e das dores humanas.

Caminhar com o Senhor é busca-lo numa entrega em nossa oração e no nosso culto agradável, de toda alma e de todo o coração, como a terra que precisa da água da vida. Rezemos com o salmo 63(62): Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso vos busco! A minha alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água!” Amém.