I Domingo da Quaresma, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Gn 9,8-15; Sl 25(24); 1Pd 3,18-22; Mc 1,12-15

⇒ HOMILIA ⇐

Cristo nos Ensina a Vencer as Tentações

Mc 1,12-15

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do I Domingo da Quaresma, do Ano B, nos motiva a contemplar Jesus conduzido pelo Espírito ao deserto para viver a experiência do jejum e da oração a fim de nos ensinar como vencer as tentações. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 1,12-15.

O evangelista Marcos nos apresenta Jesus que vai ao deserto, logo após o seu batismo, para se preparar para a sua missão: pregar o Reino de Deus e trazer a salvação a todos.

Após retornar do deserto, Jesus vai para a Galileia pregando o Evangelho. A sua mensagem principal é um alerta e, ao mesmo tempo, um convite: o tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo (cf. Mc 1,15). Para dizer: o tempo da pregação de João já passou, agora chegou o Messias do qual ele pregou ao povo.

A segunda mensagem é exatamente um apelo ao povo: convertei-vos e crede no evangelho (cf. Mc 1,15). A mudança de vida e fé na Boa-Nova são requisitos concretos para a acolhida e a realização do Reino de Deus.

Na Quarta-Feira de Cinzas a Liturgia nos apresentou as bases para a vivência quaresmal e os exercícios da esmola, do jejum e da oração, mais que penitenciais, devem ser vividos rasgando o coração e não as vestes, como profetizou Joel (cf. Jl 2,13), na primeira leitura da Liturgia da Quarta-Feira de Cinzas. Ou seja, é a partir de uma atitude interior que devemos viver este retiro de quarenta dias em nossa Igreja.

Na primeira leitura desta Liturgia, Deus se dirige a Noé e a seus filhos para estabelecer uma aliança com eles e inclusive com toda a criação de animais, prometendo não provocar mais dilúvio (cf. Gn 9,9.11). E o sinal desta promessa, desta aliança, será o arco nas nuvens o qual representará este pacto do céu com a terra.

A mudança de vida sempre nos ajudará a evitar os diversos dilúvios que produzimos com a violência. Olhando o nosso mundo, são tantos os desastres construídos por nós em função de interesses financeiros que produzem desemprego, pobreza e morte.

A falta de cuidado com a criação de Deus nos faz devastadores da natureza e nos colocam em descaso com a saúde do nosso planeta, nossa “casa comum”. Para isso, precisamos mudar as nossas atitudes e somente a conversão nos afastará dos diversos dilúvios.

Deus quer sempre reconduzir a humanidade para o bem, ele destrói o mal e por isso estará em busca de conduzir a todos nos seus caminhos. Portanto a ação de Deus é sempre uma busca de reconstruir o coração do homem para que siga a sua aliança e carregue no seu coração os preceitos de amor e fidelidade.

O apóstolo Pedro, na segunda leitura, diz que o dilúvio representa o nosso batismo, pois assim como do dilúvio surge uma nova humanidade, no batismo somos renovados para uma vida nova em Cristo. Porém não significa que já somos vitoriosos, mas que iremos também enfrentar as tentações como Jesus enfrentou.

Na vida sempre teremos provações. Seremos tentados, mas com Cristo venceremos, pois ele nos ensinou como vencer. Não somente no deserto ele foi tentado e perseguido, mas durante toda a sua missão. Por que a sua pregação causou mudanças nas estruturas do velho homem. Os poderes humanos foram abalados pela Palavra que se fez carne.

E neste ano a Campanha da Fraternidade nos apresenta o tema “Fraternidade e Diálogo: Compromisso de Amor” e o lema, tirado da Carta de São Paulo aos Efésios, “Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez unidade. Que sejamos cristãos do diálogo, evitando as diversas divisões e os julgamentos contra os irmãos, pois não somos juízes um dos outros e sim filhos do mesmo Pai e pertencentes ao mesmo rebanho do Senhor.

Que o Espírito Santo nos conduza pelos desertos da vida e que aprendamos de Jesus como vencer as tentações a fim de fortalecer nossa conversão aos caminhos do Evangelho e anunciarmos o Reino com o testemunho de nossas vidas e com anúncio verdadeiro da palavra do Senhor.

 

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⇒ POESIA ⇐

Os Desertos da Vida

 

Por onde caminhamos,
Inseridos na vida do Senhor,
Não estamos livres das tentações,
Que nos traz medo e dor,
Mas Cristo no dá forças e nos ensina
E grava em nossos corações,
Como vencer o tentador.

Pelo nosso Santo Batismo,
Como Jesus, quando batizado,
E conduzidos pelo Espírito Santo,
Somos todos também tentados,
Nas diversidades da vida terrena,
Quando marcados pelo pranto,
Com Cristo somos justificados.

E do deserto nós descemos,
Para no mundo anunciar,
Vivendo como discípulos em missão,
Com o testemunho e também a pregar,
Nos caminhos escuros da humanidade,
Semeando a paz e comunhão,
Com fé e sem medo de tropeçar.

Somos o povo de Deus peregrinando,
Pelo mundo de tantas diversidades,
Reunimo-nos para o culto ao Senhor,
Para fortalecer nossas capacidades,
Que vem da fonte do puro amor,
Comungamos do alimento eterno e santo,
Que nos conduz a eternidade.

 

***

 

 

**** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, o novo Adão que nos trouxe o dom gratuito e superabundante da justiça, ilumine o seu caminho! ***

 

Quarta-Feira de Cinzas

Dia de jejum e abstinência

Campanha da Fraternidade Ecumênica: “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Jl 2,12-18; Sl 51(50); 2Cor 5,20-6,2; Mt 6,1-6.16-18

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Cinzas, Esmola, Oração e Jejum

Mt 6,1-6.16-18

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Quarta-Feira de Cinzas, neste Ano de São José (0/3), nos motiva a iniciar um itinerário espiritual tendo como base a esmola, a oração e o jejum. E o Evangelho desta Liturgia está em Mt 6,1-6.16-18.

Caminhando com o Senhor entramos no Ciclo Pascal, que traz inicialmente a Quaresma como tempo de preparação para a festa mais importante do ano litúrgico: a Páscoa do Senhor, o centro da caminhada e da experiência litúrgica.

Já iniciamos esta caminhada recebendo as cinzas em nossas cabeças. A atitude deve ser de simplicidade e de reconhecimento de que o nosso corpo é perecível e que necessita da vida infinita em Cristo Senhor.

A fé, a esperança e a caridade são virtudes que nos sustentarão neste tempo de penitência aos pés do Senhor. Com Ele queremos caminhar passando pelo calvário, pela Cruz e acordar na manhã da Ressurreição com um coração renovado e alegre, para cantar o aleluia vibrante e cheio de convicção no Ressuscitado.

O evangelista Mateus nos apresenta Jesus orientando os seus discípulos para terem cuidado com as ações diante das pessoas, aquelas realizadas somente para alimentar as nossas aparências. Há algo que deve brotar do coração para que seja agradável a Deus. Por isso as práticas da esmola, da oração e do jejum devem ser realizadas com um coração simples e voltado para Deus.

A esmola deve encontrar o sentido da caridade e não para ser divulgada. Muitas vezes a nossa presença, com o acolhimento e a misericórdia, é concretização da esmola que o Senhor nos pede a realizar.

A prática de oração deve ser mais interior e com um coração que ouça as súplicas humanas. Com esta postura podemos também ouvir Deus que fala na nossa vida e nos pede que vivamos a mansidão nas relações humanas, com os irmãos e com o próximo.

Nossa experiência espiritual deve ser vivida, sobretudo, nas missas, deixando que a Palavra nos ajude em nossa conversão, num encontro que alimente nossas esperanças e nos possibilite um verdadeiro encontro com Cristo.

E o jejum não deve estar apenas dentro do nosso intimismo, mas na intenção, no propósito. Também devemos ter em consideração os que têm fome, qualquer fome. Como é bom e bonito deixar de consumir certos alimentos e depois oferecer o que juntou, com as abstinências, aos necessitados.

O importante é que tais práticas espirituais tenham como fruto a nossa conversão, a busca permanente pela santidade. Também é um tempo próprio para reavaliarmos nossa vida de batizados que querem seguir o Senhor na vida de caridade (a esmola), na prática da fé (a oração) e de esperança no Reino (jejum). Esta experiência deve nos ajudar a sermos melhores pais de família, melhores filhos, melhores consagrados e ordenados, melhores evangelizadores a serviço do Reino de Deus.

Todo esse caminho requer esforço e luta contra as tentações materiais e espirituais. É importante estarmos conscientes que temos de sair da zona de conforto para realizar este exercício de santidade.

Lembremos do que diz o profeta Joel: “rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus” (Jl 2,13). Faz-se necessário transformar o nosso coração para mudar de vida. O apóstolo Paulo nos exorta a vivermos a reconciliação com Deus, pois somos embaixadores de Cristo. Somente nesta sintonia com o Senhor é que podemos oferecer um testemunho.

Peçamos ao Espírito Santo a perseverança para que possamos seguir em frente com os nossos propósitos quaresmais e que ao chegarmos à Páscoa tenhamos vencidos as tentações e então possamos dizer: como cristão quero continuar nesta busca constante de cada dia, ser mais santo e mais comprometido com o Evangelho.

 

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⇒ POESIA ⇐

Caminhos que Levam a Deus

Quero seguir em frente,
Sendo mais crente,
Tendo caridade,
Na simplicidade,
Sem esquecer o mundo,
Nem por um segundo,
Neste ofertar,
Neste escutar,
A quem tem necessidade.

Quero seguir orando,
Sempre escutando,
Ao Deus amor,
Ao irmão na dor,
Que me faz pensar,
E que me leva a orar,
E o coração,
Nesta conversão,
Para o Senhor.

Quero seguir jejuando,
E me transformando,
Em um humano santo,
Sem medo ou espanto,
Sensível ao irmão,
Sendo compaixão,
Coração rasgado,
Mas purificado,
Em Deus o encanto.

Quero prosseguir,
Sem desistir,
Nunca isolado,
Mas sintonizado,
Com todos os irmãos,
Alheios e cristãos,
Aos que não escutaram,
Mas que desejaram,
Santa conversão.

Quero, com o Senhor,
Viver seu amor,
E sempre encontrar,
Para se alimentar,
Na mesa da alegria,
Encontrar a harmonia,
No alimento eterno,
Que nos faz fraternos,
A Eucaristia.

***

 

 

 

**** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, fonte e meta da conversão, ilumine o seu caminho! ***

 

VI Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Lv 13,1-2.44-46; Sl 32(31); 1Cor 10,31-11,1; Mc 1,40-45

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Em Nosso Senhor Jesus Cristo a Cura é Total

Mc 1,40-45

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do VI Domingo do Tempo Comum nos motiva a contemplar Jesus que é tocado por um leproso que rompeu o cordão de isolamento. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 1,40-45, sequência do Domingo passado.

O evangelista Marcos nos apresenta um leproso que rompeu o cordão de isolamento construído pelas autoridades religiosas da época. Este isolamento era um preceito que constava no livro sagrado sobre o título de Lei de Moisés e consistia no banimento da convivência social, pois além de ser considerada contagiosa, a pessoa com esta enfermidade era vista como amaldiçoada e carregando o pecado da sua história.

Na primeira leitura desta Liturgia, no livro do Levítico (13,45-46) podemos comprovar como era tratada uma pessoa portadora de lepra: “O homem atingido por este mal andará com as vestes rasgadas, os cabelos em desordem e a barba coberta, gritando: ‘Impuro! Impuro!’ Durante todo o tempo em que estiver leproso será impuro; e, sendo impuro, deve ficar isolado e morar fora do acampamento’.”

Jesus vai além da lei. Já não é um profeta, isto é, um portador da voz de Deus, mas o próprio Deus. Jesus se compadece do doente, estende a mão, toca-o e confirma a cura (cf. Mc 1,41-42). Curar um leproso era como que ressuscitar um morto, pois um leproso era condenado ao isolamento. Ao curar aquele homem, Jesus também perdoa os pecados, tirando-o das margens da sociedade. O ex-leproso agora irá anunciar as maravilhas de Deus a todos os que ele encontrar porque foi acolhido e incluído por Jesus. A fama de Jesus crescerá cada vez mais.

O Evangelho não diz se aquele homem curado se apresentou aos sacerdotes, como se mandava, porque ele já encontrou e reconheceu que Jesus é quem veio curar as feridas da humanidade e tirar os pecados do mundo.

Jesus agora irá para as margens (periferias) porque precisa resgatar os pecadores, curar os doentes e salvar os que estavam perdidos. Foi para isso que ele veio, porque era nas diversas periferias que estavam todos os que eram expulsos pelas autoridades religiosas.

Esta Liturgia nos levar a refletir sobre nossas enfermidades e sobre a nossa relação com as enfermidades dos outros. Podemos nos perguntar: como estão nossas ações para com os doentes e os que estão nas periferias da vida, os necessitados da presença de Cristo?

Somos chamados a colaborar com Cristo na promoção das diversas curas, sejam existenciais, físicas, espirituais, sociais. Tais enfermidades provocam estigmas que tanto afligem os filhos de Deus. Somos chamados a buscar a libertação dos pobres que sofrem as mais diversas exclusões, que sofrem a falta de assistência à saúde, que sofrem da fome de alimento e de esperança e de tantas outras realidades que fazem os pobres necessitados de caridade.

E neste tempo de pandemia em que a ciência descobre os meios de imunização contra a Covid-19, através da vacina, não sejamos pedra de tropeço como foram os fariseus na época de Jesus. Queremos lembrar e informar que a Comissão Vaticana Covid-19 e a Pontifícia Academia para a Vida comprovaram a eficácia da vacina contra o Covid.[1]

Precisamos nos colocar humildemente na celebração eucarística e pedirmos perdão e a cura das doenças humanas e espirituais. O Senhor nos toca e nos faz participantes de sua mesa. Quer nos trazer de volta, fazendo-nos membros do seu grupo de discípulos missionários.

Peçamos as graças do Deus vivo que nos cura e nos salva, para sermos sinais do amor do salvador no mundo. Somente precisamos tomar uma atitude de expressar a nossa fé e confiança, pois o Senhor é nosso refúgio e alegria e é em Cristo que somos um rebanho e temos a cura de todas as nossas enfermidades.

***

[1] Cf. Santa Sé: garantir vacinas a todos é uma questão de justiça. Disponível em: <https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2020-12/documento-comissao-covid-19-pontificia-academia-vida-vacinas.html>. Publicado em: 29 dez. 2020. Acesso em: 12 fev. 2021.

 

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⇒ POESIA ⇐

O Senhor nos Cura

Encontremos o Senhor,
Para nos purificar,
Nossos pecados curar,
Para podermos servir,
Ele é cura e compaixão,
Faz a purificação,
E vem pra nos redimir.

O Senhor é nossa alegria,
Preenche o nosso vazio,
Quando há o vento bravio
Quando vem em nós a dor,
Quando vem nossa tristeza,
Ele é nossa fortaleza,
Nosso Deus de puro amor.

Quantas lepras a atacar,
Nossa vida em movimento,
Traz pecado e sofrimento,
Precisamos nos curar,
E aí pedir perdão,
É a nossa gratidão,
Para nos santificar.

Também nossa indiferença,
Com os que estão sofrer,
Nós não queremos ver,
Temos medo e insegurança,
E por isso nós fugimos,
De bons nós também fingimos,
Sem pregar a esperança.

Tantas boas intenções,
Não bastam para ser cristão,
Precisamos de ação,
E mudar nossa postura,
Trazer em nós a conversão,
Para abraçar os irmãos,
E Jesus lhe traz a cura.

Encontremos no Senhor,
Nossa cura e pureza,
Remédio em nossa mesa,
Para a nossa salvação,
Curemos nossas feridas,
Nossas raivas e intrigas,
Pra abraçar a comunhão.

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**** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, fonte da lei perfeita, ilumine o seu caminho! ***

 

V Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras:  7,1-4.6-7; Sl 147(146-147); 1Cor 9,16-19.22-23; Mc 1,29-39

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Jesus nos Ajuda a Levantarmos e Caminharmos

Mc 1,29-39

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do V Domingo do Tempo Comum nos motiva a contemplar Jesus que continua sua caminhada levando a cura também aos que o servem. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 1,29-39, sequência do Domingo passado.

O evangelista Marcos nos apresenta Jesus realizando sua obra na casa de uma família e proporcionando a cura da sogra de Pedro. Depois do mar da Galileia, quando chama os quatro primeiros discípulos enquanto realizavam seus trabalhos de pescadores, como vimos no III Domingo do Tempo Comum, Jesus vai à sinagoga, lugar de culto do povo e estudo da Palavra, expulsar o demônio, como vimos no Domingo passado. Nesta Liturgia, ele está no meio de uma família para trazer a cura e a salvação. Aquela mulher recebe de Jesus a graça da saúde, a libertação do mal da febre e começa a servir.

O tema desta liturgia, portanto, é o drama do sofrimento humano e é nesta realidade que Deus vem ao encontro das pessoas para trazer a cura e a salvação.

Na primeira leitura vimos os lamentos humanos de Jó, quando perde tudo, inclusive a saúde. Jó pensa na brevidade de sua vida e por isso diz: “Meus dias correm mais rápido do que a lançadeira e consomem-se sem esperança.” (Jó 7,6). Jó expressa o sofrimento de todos os humanos. E assim, mais cedo ou mais tarde, nossas dores físicas ou espirituais chegam para nós. Não podemos fugir. O que deve manter-nos firmes é a nossa capacidade de confiança num Deus que nos criou e quer nos resgatar em sua imagem e semelhança, para que participemos do Reino de amor e alegria.

A presença de Jesus acontece nos mais diversos setores da vida do povo: no mar da Galileia, lugar de trabalho; na sinagoga, lugar de culto e estudo da Palavra; e na casa de Pedro, lugar da família e do acolhimento. É a realização de tudo que o povo da antiga aliança, na pessoa de Jó, esperou. Sua pregação e seu chamado nos conduzem à cura total, para que possamos servir com amor e fé.

Como a sogra de Pedro, que após ser curada começa a servir, nós, quando recebermos as graças que vem de Deus, devemos servi-lo na ação concreta de caridade voltada aos pobres, aos doentes e aos amargurados.

São Paulo, na segunda leitura, nos fala da necessidade de pregar o evangelho para que a obra de Cristo se realize no mundo, com a nossa vida de caridade levando alívio ao sofrimento humano, cuidando das feridas físicas e espirituais. Devemos ir aos que sofrem pelas diversas doenças e também aos que ainda não conhecem Jesus.

Os discípulos de Cristo também carregam os seus sofrimentos. Como Jó, muitas vezes, lamentamos por nossa realidade de vida. O que deve ficar claro é que nossas misérias humanas não são anuladas por abraçarmos o chamado de Cristo. Pelo contrário, muitas vezes até afloram certas feridas. Entretanto, Deus nos dá a certeza de que Cristo é o refrigério e a cura das mesmas feridas para que continuemos abertos ao processo de caminhada de conversão e permanente disposição em responder ao Senhor.

Que o Espírito Santo ilumine e fortaleça cada pessoa, cada cristão na sua experiência com Cristo e no seu contato com o sofrimento, seja ele interior ou físico.

 

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⇒ POESIA ⇐

Deus Escuta a nossa Dor

Quando a dor e o sofrimento,
A nós venha a sufocar,
O Senhor vem a escutar,
Nossa angústia e solidão,
Nossa desilusão,
Para então nos consolar.

Quando o mal vem e nos entristece
Em nossas debilidades,
Deixando-nos em enfermidades,
O Senhor vem socorrer,
Para nos fortalecer,
Na sua imensa bondade.

E quando a graça recebemos,
Devemos retribuir,
E aos irmãos servir,
Com imensa gratidão,
Em sinal de comunhão,
E nunca, nunca desistir.

Nosso servir é primordial,
Deve ser nossa missão,
Para o Reino em ascensão,
Evangelho anunciado,
Amor sempre partilhado,
Sem medo e apreensão.

E ao redor da mesa santa,
Que nos traz a igualdade,
Paz, amor e felicidade,
Também, vida e alegria,
No caminho de cada dia,
Rumo à eternidade.

***

 

 

Ouça o áudio

 

 *** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos escuta e nos ajuda a caminhar, ilumine o seu caminho! ***

 

IV Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Dt 18,15-20; Sl 95(94); 1Cor 7,32-35; Mc 1,21-28

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Jesus, Expulsa-nos o Mal

Mc 1,21-28

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do IV Domingo do Tempo Comum nos motiva a fixar o olhar em Cristo para escutar sua Palavra e sermos libertos. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 1,21-28, uma sequência do Domingo passado.

O evangelista Marcos nos apresenta Jesus na sinagoga de Cafarnaum, participando do Sábado, em obediência à lei. Ali ensinava com autoridade e o demônio se incomoda e se manifesta, reconhecendo a força da presença de Deus naquela sinagoga. A sua presença é a manifestação divina contra o mal que está no coração das pessoas. Seu ensinamento é novo e cheio de força. É o enviado do Pai para trazer a mensagem do céu e ser palavra viva no meio de nós, como anunciou Moisés: “Farei surgir um profeta semelhante a ti. Porei em sua boca as minhas palavras e ele lhes comunicará, tudo o que eu mandar” (Dt 18,18-19).

Em nossos dias, muitos falsos profetas se apresentam e anunciam inverdades, falsidades e mentiras. A Palavra de Deus não é assim. Ela tem força porque é a presença da verdade e da justiça que expulsa o mal da inveja, da mentira, da prepotência, da injustiça.

A sede de Deus às vezes faz com que as pessoas bebam qualquer promessa, qualquer palavra humana. Por isso é importante que os discípulos missionários anunciem a Palavra viva do Evangelho de Jesus Cristo que veio trazer a salvação. A Palavra viva de Jesus muda o coração das pessoas, pois não se baseia em prosperidades sejam materiais, econômicas, mas na força de conversão do coração humano. A Palavra de Jesus cura a pessoa integralmente.

A missão de Jesus é obra de salvação e de mudança de vida interior porque é uma mensagem pura e genuinamente libertadora. O demônio o reconheceu como Deus todo poderoso que veio vencê-lo pela sua força salvadora e diz: “Sei quem tu és: o Santo de Deus.” (Mc 1,24).

A presença do Bem maior, Palavra viva no meio do povo reunido, expulsa dos corações toda maldição. Sua voz faz calar todo o mal; sua presença é de poder que faz afastar qualquer presença de divisão do meio do povo que escuta a Deus.

Portanto, esta Liturgia nos ensina que quando fixamos o olhar em Cristo e escutamos sua voz de amor contra nossos males, seremos libertos de tudo que nos aprisiona.

São Paulo, na segunda leitura desta Liturgia, nos diz: “O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações” (1Cor 7,35). O Apóstolo nos ensina que, como cristão, nossa prioridade é abraçar aquilo que o Senhor nos traz em sua mensagem para que enfrentemos os desafios da vida. Outras preocupações terão menos importância e influência, se carregarmos em nosso coração e em nossa vida, Cristo e sua Palavra.

Rezemos para que o Espírito do Senhor esteja sempre presente nos corações dos homens que se reúnem em seu nome para escutá-lo e se alimentar do seu Corpo, o qual se fortalece na luta contra todo o tipo de escravidão e maldição. Que possamos ser profetas da verdade, do amor e da fraternidade no mundo.

 

***

 

⇒ POESIA ⇐

O Profeta Perfeito

Jesus, profeta perfeito,
Nosso amor eterno,
Que traz a libertação,
Que nos faz sempre irmãos,
No mundo, também fraternos.

Jesus, nossa Palavra viva,
Nosso Deus e salvador,
Traz-nos um ensinamento novo,
Para a vida do seu povo,
Que busca a essência do amor.

Jesus, voz do sumo bem,
Que faz o mal se calar.
Cura nossas maldições,
Também nossas tentações,
Que vem a nos massacrar.

Jesus, mestre e salvador,
Que conosco quer estar,
Faz-nos fiéis seguidores,
Vence a morte e as dores,
Que querem nos sufocar.

Jesus, nosso Deus amado,
Traz-nos a paz e a esperança,
Faz-nos firmes caminhar,
E ao mundo anunciar,
Sua santa aliança.

Jesus, pão vivo do céu,
Vem como alimentação
Fortalece a caridade,
Pra viver fraternidade,
Na mesa da comunhão.

***

 

 

 

**** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos ensina com autoridade, ilumine o seu caminho! ***