XV Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos

 

 Ano de São José (2020/2021) ⇐

 

Leituras: Am 7,12-15; Sl 85(84); Ef 1,3-14; Mc 6,7-13

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

A Missão e a Profecia no Mundo

Mc 6,7-13

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal do XV Domingo do Tempo Comum do Ano B nos motiva a contemplar o enviado do Pai, Jesus, realizando o envio apostólico. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 6,7-13, passagem que compõe a segunda parte do Evangelho segundo São Marcos, intitulada “O Ministério de Jesus na Galileia”.

Assim, a Igreja nos motiva a sair do comodismo para, em missão, anunciar a Boa-Nova de Jesus. Nos ensina o Vaticano II, no decreto Ad Gentes (n. 2), documento sobre a Atividade missionária da Igreja, que “a Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na ‘missão’ do Filho e do Espírito Santo.”(1)

Jesus realiza o envio também numa passagem em Mateus (cf. 10,1-16) e duas em Lucas, sendo a primeira o envio dos Doze (cf. 9,1-6) e a segunda dos setenta e dois, à Sua frente (cf. 10,1-16).

A Igreja precisa dos missionários para crescer. Devemos está atentos e refletir com profundidade as orientações que o Senhor dá para os que Ele envia: primeiro envia dois a dois, para que ninguém esteja só e partilhem das alegrias e das tribulações que a caminhada poderá apresentar. Depois, que não levem bagagens (cf. Mc 6,8), para que as preocupações não os desviem do Anúncio, pois o desapego, fundamental para evangelizar com firmeza, também foi o modo como Deus se encarnou entre nós, seja no presépio em Belém, no exílio no desterro no Egito, nos quarenta dias no deserto ou no ministério em que sequer teve “onde reclinar a cabeça” (Lc 9,58).

A outra dimensão da missão é a acolhida dos missionários, que deve ser fundamentada no amor fraternal, mandamento de Cristo (cf. Jo 13,35). E se alguém não quiser os escutar deixem-nos e sigam em frente porque a adesão ao Senhor é livre (cf. Mc 6,10-11).

Para nossos dias, ser missionário é muito mais do que decorar versículos ou impor uma religião, um modo de vida. É no testemunho, nas atitudes e no desprendimento de nossas bagagens materiais, ideológicas e intelectuais. Por isso, o cristão é profeta no meio do povo, onde fala a verdade, denuncia a idolatria do poder e do acúmulo de riquezas, que oprimem e enganam o povo.

O profeta Amós, na primeira leitura desta Liturgia, recebe a vocação para anunciar a Palavra em Israel. E Amós era agricultor e vaqueiro próximo a Belém. Por isso é advertido por Amasias, sacerdote do templo e se incomoda com a verdade contra as ações do rei. Amós por sua vez é livre e poderá denunciar o que o poder político apronta naquele país contra o povo. O missionário é também profeta, ele deve está livre das atitudes que são convenientes a quem governa o povo de forma alienante e opressora.

Pensemos em nós cristãos de hoje: como se dá a nossa missão? Estamos coerentes com as orientações de Jesus que nos envia em missão? Nós somos bombardeados a todo instante por informações fúteis e carregadas das ideologias de um mundo sem empatia distante da misericórdia de Deus e apegado a conveniências humanas.

A Liturgia de hoje, portanto, nos motiva a viver a sintonia entre ser missionário e ser profeta. Devemos estar sempre focados no amor e no louvor a Deus, como nos fala São Paulo, na segunda leitura: “Ele nos abençoou com toda a bênção do seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu.” (Ef 1,3). Que possamos crescer cada vez na esperança, na caridade e na fé no Ressuscitado que, pelo Batismo, nos resgata, nos santifica e nos envia como missionários e como profetas num mundo tão carente da mensagem do Jovem Galileu. Que Santa Teresinha do Menino Jesus, padroeira das missões, e Nossa Senhora do Desterro, padroeira dos exilados e refugiados, intercedam por nós, para que o desapego não se confunda com a indiferença.

 

*   *   *

⇒ POESIA ⇐

Missão e Profecia

 

Ide missionários, dai a minha paz,
Vão onde precisam do meu amor,
Vão sem acúmulos e sem riquezas,
Ide trabalhar para expulsar a dor,
Caminhai atentos pelas estradas da vida,
Aceitai aqueles que te dão acolhida,
E não levai nada, nem traga rancor.

Ide profetas do amor divino,
Dispensem as tuas tantas bagagens,
Deixai o corpo leve para caminhar,
A verdade será a tua mensagem.
Pregai com tua discreta humildade,
Vivei na tua simplicidade,
Trazei em teu rosto a minha imagem.

Caminhai dois a dois por onde fores,
Para não caíres no egoísmo,
Partilhai as tristezas e as alegrias,
Expulsai de vós o individualismo,
Formai um povo em comunidade,
Plantai a paz e a fraternidade,
E não esquecei o teu profetismo.

Falai a todos sobre o Reino do Pai,
Testemunhai antes mesmo de falar,
Vivendo a entrega e o desapego,
Pois é a tua vida que deve falar,
Deixando que meu amor possa agir,
E que minha palavra possa fluir,
Sem tuas bagagens a sufocar.

Agindo assim tudo será novo,
Cuidado e compaixão em vós surgirá,
Mundo diferente nós todos veremos,
E o amor infinito então brotará.
Cessará a violência, virá comunhão,
As grades e cadeias ausentes estarão,
E a fraternidade todos a propagar.

 

*   *   *

 

 

Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, o enviado do Pai e que envia em missão, ilumine o seu caminho!

 

Solenidade de São Pedro e São Paulo

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***
*** Dia do Papa ***

 

Leituras: At 12,1-11; Sl 34(33); 2Tm 4,6-8.17-18; Mt 16,13-19

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Pedro e Paulo: Colunas da Igreja

Mt 16,13-19

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Solenidade de São Pedro e São Paulo, Dia do Papa, neste Ano de São José, nos motiva a contemplar as colunas da Igreja e que levaram a mensagem amorosa do Ressuscitado ao mundo. Pedro e Paulo foram martirizados em Roma(1). E o Evangelho desta Liturgia está em Mt 16,13-19.

Contemplemos primeiramente Pedro, pescador do mar da Galileia, lugar que Jesus o encontrou e o chamou para tornar-se pescador de pessoas. No percurso deste seguimento, Pedro teve altos e baixos, inclusive as negações antes do cantar do galo. Nesta liturgia, Jesus pergunta a seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” (Mt 16,13), Pedro responde: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16).

Pedro recebe de Jesus as chaves para ligar e desligar no Céu e na Terra aquilo que convém ou não ao Reino (cf. Mt 16,19). Ele é a pedra sobre a qual a Igreja de Cristo está edificada. Por isso a Igreja é apostólica, por estar fundada nesta missão de levar ao mundo a Boa-Nova.

Após a Ressurreição, Pedro é fortalecido e encorajado para andar na contramão das autoridades judaicas e do Império Romano. Ainda em Jerusalém, como vimos na primeira leitura, Pedro foi preso, mas o anjo de Deus rompeu as correntes para que Pedro pudesse ser missionário do amor e da paz. A presença do anjo também serviu para ter a certeza de que, na luta contra o medo e a opressão, o Senhor caminha junto com sua Igreja (cf. At 12,7-11).

Sobre Paulo também temos muito a aprender. Foi um doutor da lei, que zelava pela doutrina da lei e dos profetas, patrimônio espiritual do “reino de sacerdotes e povo santo” (Ex 19,3). Foi perseguidor dos primeiros seguidores de Cristo. Mas um dia Cristo também o conquistou de forma impressionante, quando Paulo estava em viajem na estrada de Damasco, com a missão de prender cristãos, “quer homens, quer mulheres” (At 9,2).

Após convertido, Paulo coloca toda a sua força para propagar a fé no Ressuscitado. Viajou a diversos lugares e formou comunidades entre os judeus e pagãos. Por Cristo foi perseguido, maltratado e martirizado. Paulo combateu o bom combate, completou a corrida, guardou a fé (cf. 2Tm 4,7). Suas cartas foram e continuam sendo de uma imensa riqueza espiritual e pastoral para a Igreja, alcançando a liturgia, a catequese, os grupos, as comunidades e a vida missionária da Igreja no mundo inteiro.

A liturgia de hoje, portanto, está repleta do testemunho destes dois apóstolos, as colunas da Igreja. Eles nos fazem refletir que Deus chama os pecadores para serem santos, portadores da mensagem do Reino ao mundo inteiro, formando comunidades de amor e de comunhão. Vimos que o Senhor chama a todos, desde que abertos às exigências da vivência da Boa-Nova.

A Igreja de Cristo continua sendo conduzida por um descendente de Pedro, o Papa Francisco, o Papa de número 266 na sucessão apostólica. Ele orienta e faz crescer, na unidade e na caridade, o rebanho do Senhor. É o condutor da barca do Senhor, que é a Igreja. Esta Igreja que enfrenta as tempestades no imenso mar que é o mundo.

Por fim, irmão e irmãs, somos motivados a seguir, na nossa vida em missão, levando a mensagem do Ressuscitado aos vários cantos do mundo, com coragem e determinação frente às consequências da pregação do Evangelho. O exemplo de São Pedro e São Paulo, fundamentos da vida apostólica e missionária, nos ensina a caminhar com e em Cristo, superando nossas fragilidades e pecados.

 

***

(1) Foram martirizados entre os 64 e 67 d.C., quando Nero imperava em Roma (54-68). Nero nasceu no ano 37 e aos 17 anos assumiu o governo do Império. Cometeu suicídio no ano 68 aos 31 anos de idade. No dia 18 de julho de 64 aconteceu o que ficou conhecido como o “grande incêndio de Roma”, que queimou por uma semana até ser controlado. No ano 66, Nero ordenou a perseguição aos cristãos acusando-os de serem os responsáveis pelo incêndio.

 

***

⇒ POESIA ⇐

As Colunas da Igreja

 

Um é o pescador
Pescador dos mares da existência,
Chamado pelo Senhor,
Para uma experiência,
Segue-O pelo caminho
Não viverá sozinho,
Mas terá as exigências.

Outro é o doutor,
O sábio, o rigoroso,
Que seguiu sem temor,
O Senhor amoroso,
Deixou a estrada da morte,
E seguiu firme e forte,
Apaixonado, fervoroso.

Os dois seguem andando,
Superando as barreiras,
Cristo os foi conquistando,
Para a missão primeira,
Que é o Reino implantar,
E a Palavra semear,
Pela sua vida inteira.

Pedro viveu com o Senhor,
Ainda neste mundo,
Conheceu seu amor,
Mais forte e mais profundo.
E quando o Senhor partiu,
E então ressurgiu,
Ele saiu pelo mundo.

Paulo viveu diferente,
Toda a sua conversão,
E foi seguindo em frente,
Caminhando em missão,
Formou muitas comunidades,
E pregou toda a Verdade,
Na busca da comunhão.

Hoje Pedro, o nosso Papa,
Segue firme, a remar,
Essa barca, que é a Igreja,
E o mundo, o imenso mar,
Vai sempre anunciando,
E com Cristo caminhando,
Sem medo de afundar.

E nós, os tantos cristãos de hoje,
Da nossa atualidade,
Como ser comunhão?
Nesta sociedade,
Como ser sal e luz?
Como carregar a cruz?
E formar comunidade?

Somos Pedro, somos Paulo,
Pelas várias estradas,
Comunhão e missão,
São as nossas jornadas.
Somos a fraternidade,
Vivendo a caridade,
E sendo vidas doadas.

 

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, a Boa-Nova em pessoa, ilumine o seu caminho! ***

 

XIII Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Sb 1,13-15;2,23-24; Sl 30(29); 2Cor 8,7.9.13-15; Mc 5,21-43

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Mãos que Curam e Trazem à Vida

Mc 5,21-43

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal do XIII Domingo do Tempo Comum, neste Ano de São José, nos motiva a contemplar a revelação de Jesus que acolhe e cura duas mulheres, inaugurando, na sua ação ministerial, um espaço sem dominação masculina. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 5,21-43.

Nesta Liturgia, o evangelista Marcos apresenta Jesus noutra travessia, exercendo seu ministério salvífico junto à multidão que quer ouvi-lo, alcançar os milagres, ter uma experiência com a acolhida misericordiosa de Deus e a inclusão dos que estão doentes e marginalizados. Agora, Jesus é a causa de cura e de vida para duas mulheres.

A primeira é a hemorroíssa, mulher sem nome, conhecida apenas pela sua enfermidade, por isso impura e discriminada por 12 anos com fluxo de sangue. Pela sua fé, ela toca em Jesus e o próprio Jesus sente que alguém lhe tocou. Por isso Ele a acolhe e diz: “ ‘Filha, a tua fé te curou. Vai em paz e fica curada dessa doença” (Mc 5,34).

A segunda mulher, uma adolescente, também sem nome, mas filha de Jairo, chefe da sinagoga, que chega a ser considerada morta. Esta menina, pela fé de seu pai, que intercede por ela, recebe das mãos de Jesus a força da vida. E o texto diz: “Jesus pegou na mão da menina e disse (…) ‘Menina, levanta-te!’ Ela levantou-se imediatamente e começou a andar…” (Mc 5,41-42).

O tema da fé é apresentado mais uma vez por Jesus nos dois momentos (cf. Mc 5,34.36): tanto na hemorroíssa que vai a Jesus, quando Ele diz “tua fé te curou”; quanto em Jairo que leva Jesus à sua filha, Ele também diz “basta ter fé”.

É importante observarmos que, nos dois momentos, muitos ficam indiferentes ou hostis e duvidam de Jesus. No primeiro momento são os discípulos que duvidam dEle quando Jesus fala que alguém o tocou (cf. Mc 5,31). No segundo momento, na casa de Jairo, quando Jesus disse que a menina dormia, as pessoas caçoaram dele (cf. Mc 5,40).

No momento atual, em tempo de coronavírus, podemos verificar também as posturas de indiferença ou hostilidade com os sofrimentos e a carestia ou o descaso a respeito da solidariedade e do cuidado com a saúde e à vida das pessoas em situação de risco. Neste contexto podemos nos perguntar: como é a nossa atenção, como discípulos de Cristo, aos que buscam a nossa ajuda e o nosso cuidado? Como estou me comportando com relação aos enlutados, doentes e as diversas formas de tratamento, de imunização das pessoas do nosso país e do nosso mundo?

Esta Liturgia nos revela que o Senhor caminha conosco operando milagres da cura e de salvação, seja em meio à multidão, nas travessias da vida, nas nossas indiferenças, medos, desesperos, enfermidades, nos diversos sofrimentos. Deus quer que tenhamos fé nEle, buscando tocá-Lo quando recebemos a Eucaristia e nos deixando tocar por Ele na sua Palavra. Como nos ensinou o teólogo Royo Marín (*1913+2005), fomos feitos pelo Criador para sermos habitação dEle, mas Deus quer nossa decisão de que Ele faça morada em nós.(1)

O livro da Sabedoria, na primeira leitura desta Liturgia, nos ajuda neste entendimento de que fomos criados para a vida imperecível: “Deus criou o homem para a imortalidade e o fez à imagem de Sua própria natureza” (Sb 2,23). Em nós, Deus imprime sua natureza, Ele nos chama a participar de Sua realidade santa e eterna.

São Paulo, na segunda leitura desta Liturgia, nos exorta sobre a importância da fé e da caridade na experiência de filhos e irmãos em Cristo: “Como tendes tudo em abundância – fé, eloquência, ciência, zelo para tudo, e a caridade de que vos demos o exemplo – assim também procurai ser abundantes nesta obra de generosidade” (2Cor 8,7). Busquemos caminhar com o Senhor praticando a nossa fé no seu amor, vencendo a nossa indiferença pela ação do Espírito Santo.

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(1) In MARÍN, Fr. Antonio Royo. O Grade Desconhecido: O Espírito Santo e seus dons. Campinas: Ecclesiae, 2016, p. 112.

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⇒ POESIA ⇐

Mãos do Cuidado e da Salvação

 

Mãos que acolhem e curam,
Que trazem o toque da salvação,
Que nos seguram para nos levantar,
Que nos abençoa em nossa ação,
Mãos amáveis de Nosso Senhor,
Que pelo seu imenso amor,
Ensinam-nos o valor da compaixão.

E pela nossa fé no Deus da vida,
Pedimos as bênçãos do Senhor,
Que nos faz filhos amados e queridos,
Pelas mãos que portam o amor,
Que nossas mãos tragam ações do bem,
Paz, serenidade e carinho, também,
Quando na vida nos vem a dor!

Senhor que dignifica a vida humana,
Que se expõe a nós para ser tocado,
Em meio a grande multidão,
Por doenças e mortes, sufocados,
Curai-nos da indiferença e hostilidade,
Que nossas mãos tragam a fraternidade,
Fazei-nos filhos muito amados.

Que nossas mãos façam caridade,
No cuidado e amor ao irmão doente,
Que sigamos vivenciando a fé,
No Deus amoroso e onipotente,
Sejamos discípulos perseverantes,
Na travessia a todo instante,
Comunidade de povo crente!

Que as mãos do Senhor toquem os corações,
Que se endurecem pela arrogância,
E o nosso mundo seja contagiado,
Da Palavra santa, imensa bonança,
E a paz seja fruto da Eucaristia,
No lugar da tristeza a alegria,
E nas nações sempre a esperança!

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que é força de cura e de vida, ilumine o seu caminho! ***

 

XII Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: 38,1.8-11; Sl 107(106); 2Cor 5,14-17; Mc 4,35-41

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Jesus Está Conosco no Mar Revolto de nossa Vida

Mc 4,35-41

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal do XII Domingo nos motiva a contemplar a revelação de Jesus como Senhor dos fenômenos naturais, como o mar revolto. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 4,35-41, sequência do Domingo passado.

E no final daquela tarde Jesus está em travessia no Mar da Galileia, com alguns discípulos. Lá pelo meio do Mar a tempestade se aproxima, o barco vai se enchendo de água, mas Jesus está ali… tranquilo, dormindo. No desespero, os discípulos supõem que Jesus não se importa com eles. Serenamente, Jesus levanta e ordena à tempestade: “Silêncio! Cala-te!” (Mc 4,39). Em seguida a grande calmaria e acontece a pergunta de Jesus aos seus seguidores: “Porque sois tão medrosos? [em outra tradução: “Porque sois tão covardes?”] Ainda não tendes fé?” (Mc 4,40). Há um espanto por parte dos discípulos, pois ainda não reconheciam em Jesus a sua divindade e seu poder (cf. Mc 4,41).

E na travessia do mar de nossa vida, na nossa missão, devemos confiar que Jesus está no barco conosco. É Ele a origem da calma, da coragem e do equilíbrio diante das tribulações ou das tempestades existenciais, seja nos desafios da missão de cristão ou no cotidiano da nossa humanidade.

A verdade é que o desespero é uma das realidades humanas que nos afastam de Deus. E Ele, que nos dá três tipos de forças (ou virtudes) para estarmos sempre próximos, a Ele: a fé, a esperança e a caridade (cf. 1Cor 13,13). Em diversos momentos de nossa vida, quando no desespero, agimos como se Deus não caminhasse com a gente, como se estivesse dormindo. Somos fracos na fé, às vezes covardes quando nos escondemos atrás dos mais fracos e deixamos que o medo nos torne incapazes.

Mas o Apóstolo no exorta que a fé, que é a luz necessária para caminhar nas tribulações, é o fundamento da esperança (cf. Hb 11,1). Ser cristão, discípulo de Cristo, portanto, exige sacrifício, compromisso, entrega. Uma entrega à busca por uma profunda confiança na experiência do remar e do caminhar com Deus e seu projeto. Mais do que nossa própria humanidade (corajosa ou medrosa), é o próprio Espírito Santo, derramado em Pentecostes, quem nos alertará e nos preparará para os perigos nas tribulações e nas tempestades.

Por isso a importância do exercício da confiança no poder e na providência de Deus, tendo a certeza que Ele domina a tempestade, a ventania, o próprio mar. Ele é a rocha firme que fundamenta a fé e, consequentemente, a esperança. Como Jó, na primeira leitura desta liturgia, quando Deus, do meio da tempestade lhe pergunta: “quem fechou o mar com portas, quando ele jorrou com ímpeto do seio materno, quando eu lhe dava nuvens por vestes e névoas espessas por faixas” (Jó 38,8-9). Jó no seu sofrimento, pela fé, fez sua experiência do encontro com Deus, esse Deus que tem poder acima de qualquer tempestade.

Meditemos como está a vivência da nossa fé em meio às tempestades da nossa missão cristã, na nossa vocação assumida como pais de família, catequistas, ministros (ordinários ou extraordinários), coordenadores de pastorais e de movimentos – todos evangelizadores. Acolhamos o que nos diz São Paulo na segunda leitura desta Liturgia: “se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo.” (2Cor 5,17). Que a fé e a esperança sejam forças para estamos sempre próximos a Deus, remando e caminhando mesmo em meio às tempestades da nossa existência e da missão.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Com Jesus à Outra Margem

 

No caminhar desta vida terrestre,
Ou em meio ao mar das contradições,
Navegamos em meio às tempestades,
Nas águas fortes das agitações.
Para a outra margem remamos,
De encontro ao medo que enfrentamos,
Mas o Senhor acalma nossos corações.

Por que o medo nos vem tão forte?
Por quê de Cristo duvidar?
Se Ele caminha conosco tão presente,
E a gente vem a se apavorar?
Será por que ainda duvidamos,
Que somente no medo o buscamos?
Se Ele conosco sempre está?

E para atravessar esse mar bravio,
E para o outro lado ir com o Senhor,
Precisamos vencer a insegurança,
Que nos invade como um terror,
Precisamos também o outro aceitar,
Levando a palavra que vai salvar,
Com a força viva que é o amor.

E no nosso barco do qual estamos,
Outros irmãos estão remando,
Também com medo da tempestade,
Que no dia a dia vão enfrentado,
São tantos monstros a insistir,
Querendo a comunhão destruir,
Mas o Senhor está operando.

Então busquemos seguir em frente,
Tendo a certeza do Senhor presente,
Não somente na calmaria,
Mas na tempestade principalmente,
Porque Ele quer nosso seguimento,
Em cada dia, em cada momento,
Porquê é assim o discípulo crente.

E no hoje da grande embarcação,
Quando impera as contradições,
Quando não se confia mais na Providência,
Quando muitos navegam nas ilusões,
Os cristãos precisam firmes seguir,
Com Cristo presente a nos unir,
Vencendo o mar das decepções.

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que quer nosso seguimento, ilumine o seu caminho! ***

 

XI Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Ez 17,22-24; Sl 92(91); 2Cor 5,6-10; Mc 4,26-34

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

As Semente do Reino

Mc 4,26-34

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal do XI Domingo do Tempo Comum nos motiva a contemplar a mística do crescimento do Reino de Deus através das parábolas da semente. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 4,26-34.

Nesta Liturgia, o evangelista nos apresenta duas parábolas: a primeira é a da semente que germina por si só (cf. Mc 4,26-29) e a segunda é a do grão de mostarda (cf. Mc 4,30-32). As parábolas, ou comparações, era uma maneira de Jesus usar no seu ministério, na sua pregação para chegar aos ouvidos e aos corações do povo.

“O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece” (Mc 4,27). É o próprio Deus quem faz crescer o Reino. Muitas vezes não temos paciência e queremos colher os frutos ou mesmo interferir no processo que não compete a nós. É a mística, o segredo da parábola da semente que germina só. O que nos compete é a semeadura, espalhando a semente ou cuidando do terreno que poderá acolher a semente. Num mundo de tantos barulhos, a parábola da semente que germina só nos motiva a contemplar a vida fluir segundo os desígnios de Deus.

“O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra” (Mc 4,27). Esse crescimento acontece na simplicidade e aos poucos se expande como resultado de uma minúscula semente, produzindo muitos frutos. A Igreja, na diversidade de ministérios e pastorais (inclusive na dimensão social), faz o Reino acontecer no meio de nós.

Parecem pequenos certos gestos de acolhimento e de escuta, mas é isso que significa o grão de mostarda. São as visitas aos doentes, o cuidado com os mais frágeis e a atenção aos que precisam de oração. Como reza uma letra da saudosa Ir. Míria Kolling (*1939+2017), inspirada no poema de São João da Cruz: “pois ao entardecer do meu mortal viver serei julgado pelo amor!”. Sim, nós seremos julgados pelas sementes que espalhamos. O amor simples e humilde, às vezes pequeno como um grão de mostarda, germinará e fará crescer a árvore da existência regada pela força que vem de Deus.

Na primeira leitura desta Liturgia, a profecia de Ezequiel nos é revelada através de uma alegoria. “Eu mesmo tirarei um galho da copa do cedro, do mais alto de seus ramos arrancarei um broto e o plantarei sobre um monte alto e elevado. Vou plantá-lo sobre o alto monte de Israel” (Ez 17,22-23). Apesar da opressão babilônica, Deus renova a promessa de replantar na Terra Prometida e escolhe da cepa de Davi uma rama para a encarnação do Autor da Vida e fazer surgir um novo povo de Deus, que é a Igreja, fonte de libertação definitiva das amarras do mundo.

Na segunda leitura, São Paulo nos exorta a querer fazer parte do Reino. Diz o Apóstolo: “Por isso, também nos empenhamos em ser agradáveis a ele, quer estejamos no corpo, quer já tenhamos deixado essa morada.” (2Cor 5,9). Ser agradável a Deus é fazer a vontade de Deus na morada terrestre em virtude do céu. Com o salmista busquemos esperança pois “o justo crescerá como a palmeira, florirá igual ao cedro que há no Líbano; na casa do Senhor estão plantados, nos átrios de meu Deus florescerão.” Busquemos o amor e a justiça de Deus e o resto acontecerá para o bem de todas as criaturas.

 

 

***

⇒ POESIA ⇐

Deus Faz Germinar e Crescer o Reino

 

Palavra que vem de mansinho,
Semeada pela mão do amor,
Que fecunda entre a noite e o dia,
Crescendo com a luz e o vigor,
Que aos poucos vai se espalhando,
E o mundo vai transformando,
Como árvore em seu esplendor.

Palavra, semente do Reino,
Que alimenta a missão,
Dos tantos semeadores,
Que vivem em constante ação,
Deixando Deus sempre agir,
Pra Boa-Nova se expandir,
E crescer a forte união.

Palavra que treina a espera,
Que vem ensinar a paciência,
Fazendo vencer a ansiedade,
E distrai a prepotência,
Gerando em nós a bondade,
E a força da fraternidade,
E o amor divina ciência.

Pequenas sementes do amor,
Nos gestos mais simples da vida,
Nas tantas ações em comum,
E nas propostas assumidas,
Nascendo os tantos projetos,
Que fazem o amor ser concreto,
E a paz ser reassumida.

O Verbo de Deus nos ensina,
O semear a caridade,
Pelos campos deste mundo,
Pra quem tem necessidade,
A plantarmos nos corações,
E espalhar pelas nações,
O bem com gratuidade.

Novo Rebento da aliança,
Cristo que o Reino anuncia,
Que vem e que cuida da gente,
Trazendo a paz e a harmonia,
Que vem trazer a nova vida,
A todos fazendo acolhida,
E nos brindando com a alegria.

 

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que revela a mística do crescimento do Reino de Deus, ilumine o seu caminho! ***

 

X Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Gn 3,9-15; Sl 130(129); 2Cor 4,13-5,1; Mc 3,20-35

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

O Senhor Chama-nos para Dentro

Mc 3,20-35

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal do X Domingo do Tempo Comum, do Ano B, nos motiva a contemplar a formação da família de Jesus com os que fazem a vontade de Deus. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 3,20-35, passagem que compõe a segunda parte do Evangelho segundo São Marcos, intitulada “O ministério de Jesus na Galileia”.

E a adesão à família de Jesus deve ser livre, vencendo a indiferença e abraçando a Boa-Nova encarnada em Deus Filho. Nesta Liturgia, o evangelista Marcos nos apresenta dois grupos: os que estão dentro da casa (escutando Jesus) e os que estão fora (julgando Jesus).

O primeiro grupo é formado pelos discípulos e a adesão é livre e desejada. As chaves para a presença diante do Jovem Galileu é a escuta e querer fazer a vontade de Deus. Esse grupo caminhará com Jesus e muitos ficarão pelo caminho como sementes semeadas por entre pedras ou espinhos, mas outros estarão em Pentecostes; são eles que avisam sobre a presença ostensiva da família de Jesus.

O segundo grupo é formado pelos Doutores da Lei e pelos familiares (mãe e irmãos), sua presença não é livre e estão ali a mando de um superior ou preocupados com a reputação familiar; o julgamento é o motivo que os fazem estar próximos ao Galileu.

Um parêntese sobre essa incômoda presença da Virgem nesta Liturgia, a qual devemos considerar o tempo da Páscoa e o mês mariano. Recordamos que a Virgem encontrou graça diante de Deus, deu a luz em condições precárias num presépio, viveu exilada no Egito, percorreu o calvário com Jesus, esteve aos pés da cruz, recebeu o corpo morto de Jesus e, após a Ascensão de Cristo, perseverou em oração com os discípulos em Jerusalém até o Pentecostes, para o tempo da Igreja.

Na vida de cristão, estar dentro da família de Jesus significa abraçar plenamente a Boa-Nova estando consciente e sem julgar a realidade daqueles que estão fora das práticas religiosas. No entanto, significa também estar contra os projetos, as ideologias que agridem os pobres e a vida que Deus quer que seja plenamente e abundante. Ser da família de Jesus é estar inserido em ministérios e pastorais da Igreja, que tem como ponto de partida (e não de chegada) o Batismo e a Crisma.

Devemos nos perguntar: o meu testemunho está voltado para uma atitude de quem está dentro ou fora do grupo do Jovem Galileu? Pecar contra o Espírito Santo é ser indiferente ou duvidar da obra de amor e de libertação querida por Deus. As palavras de Jesus devem nos incomodar e também provocar as mudanças. O que nos incomoda quando as palavras do Senhor ardem em nosso coração?

Na primeira leitura desta Liturgia, a Revelação nos apresenta dois pecados: o primeiro é o pecado da desobediência a Deus (e no Pai Nosso o fiel se compromete a fazer a vontade de Deus) e o outro pecado é contra a fidelidade conjugal [pois Adão e Eva, enquanto esposos, foram incapazes de abraçar o erro querendo fugir das consequências (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 2364)]. Um pecado que não é assumido adequadamente não pode ser vencido definitivamente.

Fazer parte da família de Jesus é assumir nossos compromissos e a parte que nos cabe em favor da justiça no mundo. Lembremos que a corrupção na política e nas várias dimensões da vida só perdem força quando realizamos mudanças (pequenas e grandes) no cotidiano concreto do nosso dia a dia.

Que o Espírito Santo nos fortaleça no seguimento, na família de Cristo, para que possamos atuar no mundo a partir da alegria do Evangelho. Coloquemos nossa confiança e esperança nele, como reza o salmista: “No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra. A minha alma espera no Senhor mais que o vigia pela aurora”.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Palavra que Vence no Mal

 

Palavra do Senhor,
Que vem ao nosso encontro,
Vem para nos tirar do mal,
Vem para nos dá um sinal,
Que invade o nosso coração,
Que vem nos fazer irmãos,
Para a vitória final.

Palavra do Senhor,
Que nos faz família santa,
Contra todas as tentações,
Contra tantas invasões.
Que vence o tentador,
Que nos tira o desamor,
E habita em nossos corações.

Palavra do Senhor,
Que une em vez de dividir,
Que vem nos trazer a vitória,
Que caminha na nossa história,
Que nos faz ficar atentos,
Entre os tantos desalentos,
Purifica nossa memória.

Palavra do Senhor,
Que nos chama a nos unir
Na sua casa santa,
Que em nossas vidas planta,
Pelo Espírito a santidade,
O desejo de eternidade,
Que em todos nós encanta.

Palavra do Senhor,
Que nos faz irmãos, irmãs e mães,
Reunidos em torno do Senhor,
Para superarmos o desânimo e a dor.
Para sempre e sempre escutar,
A mensagem que nos vem transformar,
Fazendo-nos seguidores do vivo amor.

Palavra de Nosso Senhor,
Que nos envia em missão,
Para a paz e o amor distribuir,
Que une em vez de dividir,
Que no alimento do Pão,
Traz a alegria e a união,
Para no mundo expandir.

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que formou Sua família com os que fazem a vontade de Deus, ilumine o seu caminho! ***

 

Solenidade de Corpus Christi, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Ex 24,3-8; Sl 116(114-115); Hb 9,11-15; Mc 14,12-16.22-26

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

O Corpo e o Sangue da Nova Aliança

Mc 14,12-16.22-26

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, neste Ano de São José, nos motiva a contemplar Cristo tomando para si todos os elementos do ritual da aliança, em que o sacrifício já não é um novilho, mas o próprio Deus na pessoa do Filho, o nosso Redentor. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 14,12-16.22-26, passagens que compõe a quinta e última parte do Evangelho segundo São Marcos, intitulada “a paixão e a Ressurreição de Jesus”.

A palavra aliança nos remete a um pacto em torno de uma finalidade com deveres mútuos entre as partes. No entanto, Deus, tanto no Antigo como no Novo Testamento, é o próprio avalista do povo e o povo não precisa recorrer a terceiros para garantir a aliança. É a divina misericórdia. Não há generosidade igual no mundo que possamos usar como analogia, senão a própria obra de Deus como Criador, Redentor e Santificador.

Jesus, o Filho Amado do Pai, foi fiel e selou a nova aliança com o Seu Sangue. E era preciso que os discípulos aprendessem a viver essa oferta de vida para abraçar o ide e fazer novos discípulos em todos os lugares (cf. Mt 28,16-20).

E nós renovamos, a cada Eucaristia celebrada, o compromisso com o Senhor que se entregou por todos. Há uma proclamação em memória do Sangue derramado e do Corpo doado, que é atualizado, é vivido todas as vezes que participamos da Eucaristia. E alimentados do Senhor devemos ter a mesma compaixão do Jovem Galileu na vida cotidiana da família, do trabalho e nas interações sociais. Ser um cristão eucarístico é ir além do espaço do culto e, sem desconsiderar a dimensão devocional, expressar o exemplo de Cristo nas realidades temporais. Depois voltar para o encontro fraterno da Palavra na assembleia, onde somos irmãos e irmãs no mesmo Sangue do Senhor, que nos vincula perpetuamente na aliança ofertada e avalizada por Deus. Podemos nos lembrar: “Somos irmãos de sangue, em Cristo.”

Qual a memória que carregamos na nossa experiência de seguidores do Senhor? Como nos sentimos, quando dizemos que somos irmãos em Cristo? E mesmo em tempo de coronavírus antes da comunhão nos damos a paz, olho no olho. Quantas vezes, mecanicamente, não conseguimos realmente desejar-lhe a paz? O que nos falta para sermos naturalmente mais irmãos mansos e humildes de coração?

Por isso, a Eucaristia nos motiva a ir além das emoções. Por exigência, devemos colocar o Ressuscitado no centro de nossas vidas e deixar que a fé da Igreja dê o sentido que vivemos nesta Solenidade. O Cristo que irá na procissão é o mesmo que caminha conosco em nossas angústias, fadigas, derrotas, mas também alimenta nossa esperança, é nosso refrigério e é motivo para completarmos nossas corridas.

Sejamos cristãos eucarísticos no templo, no culto, no cotidiano, a cada momento do dia. Deixemos nos conduzir pela memória viva, da entrega do Senhor que ofertou sua vida para que todos tenham vida plena e abundantemente. Ele quer fazer a ceia conosco, quer partilhar seu Corpo e seu Sangue para nos dá força e mantermos viva a esperança. Encerremos, como o salmista, louvando o Corpo do Senhor e rezando “Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.”

 

***

⇒ POESIA ⇐

Comungar com o Senhor

 

Comungar com o Senhor,
É ação que transcende ao altar,
Vai lá, no nosso coração,
E que vem a nos impulsionar,
Para ser também o corpo seu,
Viver como Ele viveu,
Sem dEle se distanciar.

Comungar com o Senhor,
É ter Seus mesmos sentimentos,
É viver a sua Boa-Notícia,
Como nosso ensinamento,
É como a semente a se espalhar,
Pelo mundo, para germinar,
Para o Reino em crescimento.

Comungar com o Senhor,
É viver Sua santa memória,
Com Ele presente aqui,
Rompendo os limites da história,
Povo vivendo em comunhão,
Encontro e partilha do Pão,
Onde a união tem a vitória.

Comungar com o Senhor,
É sair da acomodação,
Sendo sal e luz neste mundo,
Para fazer a transformação,
E aos corações que partilham o amor,
Oferecer à vida, o sentido e a cor [dor],
Para se despedir da desilusão.

E comungando com o Senhor,
Vamos vivendo a caridade,
Sendo entrega que Ele pediu,
Entre o sagrado e a humanidade,
Semeando a paz em vez da guerra,
Trazendo a harmonia a todo a terra,
E as criaturas em dignidade.

E vivendo o vínculo com o Senhor,
Pelo Seu Sangue, nova aliança,
E no seu Corpo sendo seus membros,
Na entrega constante que não se cansa,
Estamos ligados pela Eucaristia,
Vivida nos passos de cada dia,
Mantendo a memória e a esperança.

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que selou a nova aliança pelo seu sangue, ilumine o seu caminho! ***

 

Solenidade da Santíssima Trindade, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Dt 4,32-34.39-40; Sl 33(32); Rm 8,14-17; Mt 28,16-20

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

A Comunidade Santa

Mt 28,16-20

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Solenidade da Santíssima Trindade nos motiva a contemplar Deus como comunidade santa, como comunidade perfeita. E o Evangelho desta Liturgia está em Mt 28,16-20, passagem que encerra o Evangelho segundo Mateus.

No Domingo depois do Pentecostes, celebramos a Trindade Santa. O Deus dos cristãos, que é o mesmo de Abraão, Isaac e Jacó, é Um, é Uno e, ao longo da história da salvação, se revelou Trino, ou seja, Criador, Salvador e Santificador.

Na primeira leitura desta Liturgia, Moisés fala ao povo sobre a proximidade de Deus na história: “Reconhece, pois, hoje, e grava-o em teu coração, que o Senhor é o Deus lá em cima do céu e cá embaixo na terra, e que não há outro além dele.” (Dt 4,39). Sendo próximo, também é Único e que todas as pessoas devem prestar culto e seguir os Seus mandamentos. Graças a Moisés, temos a revelação de Deus como Pai e Criador.

O evangelista Mateus nos apresenta Cristo na Galileia com os discípulos. Na passagem, Cristo os envia em missão para fazer novos discípulos pela ação da Trindade. “Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei.” (Mt 28,19-20). Os novos discípulos deverão ser inseridos na comunidade cristã pela ação da Trindade, observando o mandamento do amor contido na Boa-Nova, para que entrem no caminho da salvação e levem ao mundo a paz, a fraternidade, a justiça, a alegria e a unidade. Graças ao evangelista Mateus, temos a revelação de Deus como Filho e Salvador.

São Paulo diz aos romanos, que o Espírito nos faz herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo em vista da glória preparada para todos que se deixam conduzir por Ele (cf. Rm 8,17). Portanto, a santidade é manifestada quando deixamos que os dons nos capacite a viver não a condição escravo, mas a de coerdeiro de Cristo e também templo, onde o Espírito possa habitar e agir. Graças a São Paulo, Apóstolo, temos a revelação de Deus como Espírito Santo e Santificador.

Devemos refletir sobre a presença da Trindade e dos sacramentos em nossas vidas. Viver na graça de Deus é primeiramente reconhecer, a cada momento do dia, que somos conduzidos pelo mistério da Trindade.

A dimensão trinitária de Deus foi se revelando paulatinamente desde o Antigo Testamento com Abraão, Moisés e os profetas até o Pentecostes e as ações missionárias como as de São Paulo. Com os primeiros cristãos, aprendemos, enquanto Igreja, a expressar a fé na Trindade através do Credo, que é rezado nas solenidades. Também os sacramentos são iniciados pela invocação à Santíssima Trindade e a graça sacramental (cf. CigC 1129) nos insere, nos perdoa, nos alimenta e nos convoca a exercer o nosso serviço, o nosso ministério de amor a Deus e ao próximo.

Como os primeiros discípulos, devemos obedecer ao mandato de Cristo e viver a missão de fazer novos discípulos em nome da Santíssima Trindade. A primeira atitude missionária é o testemunho. A segunda é o serviço na caridade, no anúncio da Palavra e no acolhimento aos que procuram a Igreja.

Devemos, portanto, nos perguntar: qual é a minha Galileia? Onde devo testemunhar a Santíssima Trindade num mundo que oferece um pseudoamor, ou seja um amor fantasioso, falso, superficial, como um sentimento e que estimula as pessoas a um daninho dilema entre gostar e descartar? Deus nos indica sempre onde devemos ir para testemunhar a fé da Igreja que recebemos no nosso Batismo e o nosso amor à Santíssima Trindade. Para isso precisamos silenciar nosso interior e nos esvaziar da lógica pessoal.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Um Deus Comunidade

 

Um Deus Trindade,
Que se faz presente,
Mas que já existia,
Na vida da gente,
Caminhando na história,
Que nos traz a vitória,
E é onipotente.

Um Pai de amor eterno,
Que se faz bondade,
Na misericórdia.
Na santa unidade,
Voz nos profetas,
Por eles aponta a seta,
Com fidelidade.

Um Filho, um rosto amoroso,
Que se revelou,
Conosco veio morar,
E não se limitou,
À nossa inteligência,
Eterna benevolência,
Que tanto nos amou.

Espírito, sopro de Vida
Que vem nos capacitar,
Com os dons de seu amor,
Sempre a nos iluminar,
Fazendo-nos também luz,
Na vida vem e no conduz,
Sempre a nos recriar.

Um Deus trino e eterno,
Na Santa Eucaristia,
Mesa grande, santa e farta,
Que nunca fica vazia.
Que por sua santa ternura,
Faz-nos novas criaturas,
Restaura nossa alegria.

Deus em comunidade,
De perfeita comunhão,
Que a nós se revelou,
Com a sua forte ação,
Fazendo-nos seus herdeiros,
Salvou-nos por inteiros,
E restaurou nossa união.

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos mostrou a face misericordiosa, ilumine o seu caminho! ***

 

Solenidade de Pentecostes, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: At 2,1,11; Sl 104(103); 1Cor 12,3b-7.12-13; Jo 20,19-23

 

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Manifestação Pública do Espírito Santo

Jo 20,19-23

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia da Solenidade de Pentecostes nos motiva a contemplar a descida do Espírito Santo sobre a Igreja nascente. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 20,19-23.

Agora, a descida do Santo Espírito não é somente sobre os apóstolos, mas também para que todos acolham a Boa-Nova em sua própria língua, em sua própria cultura. O que estava restrito aos que conviveram com o Rabí, agora é manifestado para todos que abraçarem a fé pelo testemunho corajoso.

Com o Pentecostes, inicia-se o tempo da Igreja, quando a humanidade não é guiada somente pela Lei, mas pelo Espírito de Verdade (cf. Jo 16,13) e pela doação do Corpo e Sangue de Cristo, pela sua Palavra e pelos dons oferecidos pelos que se tornam também o Corpo de Cristo.

O evangelista João faz memória da Ressurreição e de quando os discípulos ainda estão profundamente marcados pelo medo (cf. Jo 20,19). A alegria renasce quando o Senhor traz a paz para o grupo e, ao mesmo momento, os envia em missão, com o objetivo de anunciar ao mundo a alegria do Evangelho. Assim, todos os que ali estavam reunidos ganham força e coragem para pregar a Boa-Nova, porque o Espírito do Senhor está sobre eles dando-lhes vigor e motivação nos seus corações para semearem o Evangelho até os confins da terra!

Na primeira leitura (cf. At 2,1-11) temos o relato do Pentecostes, quando os discípulos estavam reunidos e então o Espírito Santo se manifesta e “todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava” (At 2,4). Agora, aquilo que o Senhor anunciou, antes e depois da Ressurreição, se concretiza, pois a manifestação do Espírito Santo é para que a Boa-Nova seja anunciada, com coragem, em todo o mundo, rompendo barreiras, geográficas e culturais, e levando a todos os frutos nutritivos e doces dos sinais do Jovem Galileu.

Há outra dimensão da ação do Espírito Santo que merece a nossa reflexão, apresentada na segunda leitura da Liturgia de hoje: “Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos.” (1Cor 12,4-6). São Paulo nos fala dos dons oferecidos aos mansos e humildes para a messe do Senhor.

Quantos dons podemos dispor à messe? Há uma infinidade de atividades, pois os ramos da Videira crescem constante e permanentemente e do mesmo modo os ramos que brotam. Precisamos cuidar do templo, dos grupos, da música, da pregação, das famílias, dos doentes… Mas também da defesa da vida nos espaços políticos e sociais, escolas e meios culturais.

O Espírito Santo estava no início da Criação, falou pelos profetas, operou a encarnação do Verbo na Virgem, esteve presente no Batismo de Jesus no Jordão e o conduziu ao deserto e à sua missão. Também animou os apóstolos após a Ressurreição, desceu em Pentecostes e impulsiona a Igreja na propagação do Evangelho no decorrer dos mais de vinte séculos.

Portanto, devemos sempre nos manter na convicção de que tudo aquilo que vivemos e fazemos é para o bem maior, é pela força do Espírito Santo, que é Deus, a alma da Igreja, Senhor que dá a vida, que renova todas as criaturas e santifica a vida dos seguidores e seguidoras do Senhor Ressuscitado. E com o Salmo 103 podemos proclamar e suplicar ao nosso Deus, rezando o seguinte refrão: “Enviai o vosso Espírito Senhor, e da terra toda a face renovai, e da terra toda a face renovai”.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Sopro de Vida Nova

 

Sopro santo de Deus,
Nas narinas da criatura humana,
Imagem e semelhança,
Que sua bondade emana,
E se espalha pelo mundo inteiro,
Através dos discípulos mensageiros,
Sobre todos aqueles que a Deus amam.

Sopro e fogo de Deus,
Nos discípulos agora encorajados,
Pela presença dos dons oferecidos,
Pelos frutos do amor, inflamados,
Na vivência da sua missão,
Pregando o Reino da salvação,
E pelos confins do mundo espalhados.

Sopro e luz de Deus,
No Pentecostes do nosso agora,
Nos discípulos no mundo atual,
Dizendo a todos que desperte na aurora,
Na diversidade das nossas situações,
Transformando os nossos corações,
Para anunciarmos que chegou a hora.

Sopro e força de Deus,
Agindo naqueles que estão chegando,
Que pelo Batismo são inseridos,
E à comunidade, vão se irmanando,
Tornando-se um povo em comunhão,
Impulsionados para a missão,
E a Igreja Santa vai aumentando.

Sopro e benção de Deus,
Que vem e desce sobre a Santa Mesa,
Para transformar o pão e o vinho,
Trazendo-nos o amor e a fortaleza,
Dando-nos o Santo e vivo alimento,
Para a comunidade o sustento,
Deus belo, forte… Nossa realeza.

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que preparou os filhos de Deus para o Espírito da verdade que nos guiará na verdade plena, ilumine o seu caminho! ***

 

VI Domingo da Páscoa, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: At 10,25-27.34-35.44-48; Sl 98(97); 1Jo 4,7-10; Jo 15,9-17

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

O Amor e a Alegria no Senhor

Jo 15,9-17

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do VI Domingo da Páscoa, neste Ano de São José, nos motiva a contemplar Jesus Cristo, o enviado do Pai, que ama plenamente os ramos da Videira, que é Ele mesmo. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 15,9-17, sequência do Domingo passado.

Nesta Liturgia, o evangelista João nos apresenta o amor em três dimensões: o amor de Deus pelo Filho, o amor do Filho por nós e o conselho para os cristãos que vivam o amor plenamente. No entanto, o amor que emana de Deus desafia a nossa compreensão. Deus tem manifestado seu amor desde o princípio da Criação, Ele nos amou primeiro. Jesus Cristo, o Filho, nos mostrou esse amor com face humana, olhou nos nossos olhos, tocou e purificou muitos e foi tocado pelos movidos pela fé. Jesus nos deixou uma comunidade de fé.

É nesta comunidade que nos reunimos, conforme o ritmo de cada membro do povo de Deus, em torno das mesas da Palavra e da Eucaristia e, sem barreiras de idiomas ou de cultura, bebemos e comemos o mesmo alimento, orgânico e espiritual. E nesta experiência de caminharmos com Jesus, se formos aceitos como amigos dEle (cf. Jo 15,5), devemos nos amar e viver este testemunho, para que o mundo veja a beleza do amor que existia entre os primeiros cristãos quando mostraram para o mundo a experiência da partilha e da caridade, colocando tudo em comum (cf. At 2,44). Como percebemos nossa relação de comunidade cristã, amigos do Senhor? Como está a partilha do nosso pão e da nossa vida cotidiana?

O conceito de amor do nosso tempo é exuberante em imagens e pobre de sentido, além de querer comprar algo para suprir alguma carência. Diferente do amor cristão que tem como fonte o sangue e a água do lado de Cristo e é pleno de imagem e de sentido, além de ser fonte de misericórdia.

O amor de mãe é a expressão mais concreta deste amor que Jesus nos fala hoje, nesta Liturgia, pois é um amor de sentimento e de afeto, mas também é uma experiência de entrega consciência da missão. É um amor que independe da resposta dos filhos, pois antes do filho amar, a mãe já amou primeiro e não espera retribuição.

O Senhor nos pede para guardar o seu mandamento e persistir no seu amor (cf. Jo 15,10). São tarefas dos amigos de Jesus, para que a nossa alegria seja plena da presença da vida. Permanecer no amor… Até que ponto conseguimos permanecer nos nossos propósitos de caridade, de doação de nossa vida, de projetos a favor dos que precisam, como fez Jesus?

O Senhor deseja que permaneçamos no seu amor e com isso possamos manter o projeto que Cristo pregou e viveu entre nós. Ele passou a vida fazendo o bem, disse o apóstolo Pedro (cf. At 10,38), que compreendeu que o amor de Cristo Ressuscitado também está para todos os homens e mulheres. E diz ainda mais São Pedro: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas” (At 10,34).

Que neste mês de maio e neste dia das mães, Nossa Senhora, a mãe de todas as mães e mãe de todos os homens, nos ensine o valor do amor de Deus em nossas vidas. O Senhor que nos escolheu para sermos seus amigos nos ajude a permanecermos no seu amor e na sua alegria, como nos fala o salmista: “Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai”. Busquemos e vivamos a alegria do Evangelho no lugar da tristeza das guerras, do medo, do ódio e das desesperanças.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Um Amor que Vem Primeiro

 

Olho para o Senhor,
E vejo que ele me escolheu,
Para ser seu amigo,
Para permanecer no seu amor,
E viver todo o esplendor,
E por isso no seu caminho eu sigo.

Olho para o Senhor,
E vejo o seu mandamento,
Que é um amor perfeito,
Que está além dos meus desejos,
Dos interesses que tenho e vejo,
Grande, abrangente e sem defeito.

Olho para o Senhor,
E vejo que a sua alegria é plena,
Porque traz vida e esperança,
Que não deixa nossas forças cair,
Nem no caminho a gente desistir,
Por que com Senhor ninguém se cansa.

Olho para o Senhor,
E vejo que ele nos quer amando,
Entre todos como irmãos,
Sem o rancor de outro dominar,
Nem na sua frente passar,
Querendo ser o seu patrão.

E vejo ainda que o Senhor,
Tem um amor de Pai e Mãe,
Ele está no início do meu existir,
Por primeiro nos amando,
Por isso está nos chamando,
Para com Ele prosseguir.

Olho e vejo o Seu banquete,
Que é para nós a Festa,
Repleta de forte alegria,
Que chama para partir o pão,
Que mata a fome e a solidão,
Restaurando a vida em harmonia!

.

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, o enviado do Pai que ama plenamente os ramos da Videira, ilumine o seu caminho! ***