33º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas

Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas crianças que sofrem ⇐
⇒ Novembro: Mês dedicado às almas do purgatório 
VI Dia Mundial dos Pobres

 

Leituras: Ml 3,19-20a; Sl 97(98),5-6.7-8.9a.9bc (R. cf. 9); 2Ts 3,7-12; Lc 21,28; Lc 21,5-19

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

Nossa Fé e Esperança se Sustentam na Palavra de Deus e na Eucaristia

Lc 21,5-19

 

Meus irmãos e minhas irmãs, chegamos no 33º Domingo do Tempo Comum, o penúltimo Domingo do Ano C e o segundo Domingo de novembro, mês em que, tradicionalmente, dedicamos orações em sufrágio das almas do purgatório. Também oremos pelas intenções do Santo Padre, o Papa Francisco, que, neste mês, roga pelas crianças que sofrem.

O 33º Domingo do Tempo Comum nos motiva a contemplar Nosso Senhor Jesus Cristo orientando-nos e tornando-nos discípulos conscientes sobre as consequências da missão. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 21,5-19.

Em nosso tempo, muitas são as realidades de ameaças aos que creem e muitas são as vidas oferecidas para que o Reino de Deus seja anunciado. Assim, não devemos imaginar a missão e a experiência cristã como algo tranquilo e acomodado, vivenciada na zona de conforto das nossas vidas. O Senhor nos alertou sobre o que aconteceria aos que seguissem o Seu caminho, porém podemos ter certeza que Ele também não nos decepciona quando nos promete a vida nova e eterna na Sua glória.

O Senhor Jesus se dirige aos que o acompanham, seus discípulos, e diz: “Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído” (Lc 21,9). Ele se refere ao templo material, que é perecível, fala sobre os sinais, os combates e os falsos mensageiros que aparecerão para pregar outras doutrinas.

Os que seguem o Senhor e anunciam a sua Palavra serão agraciados com sua proteção e, portanto, não deverão temer o julgamento porque Ele o fará com justiça como nos fala o salmista: “O Senhor virá julgar a terra inteira; com justiça julgará.” [cf. Sl 97(98),9]. No entanto, o seu julgamento será temido pelos que não a abraçam.

Muitos se deixam enganar, exatamente, porque ouvem mais o que falam de Jesus do que fala o próprio Senhor Jesus. Mas há, ainda, um outro tipo de ouvinte: os que não estão conscientes do caminho que o Senhor da vida verdadeira nos apresenta.

Por isso é importante escutar a Palavra e ruminá-la constantemente, além de exercitar a paciência e a perseverança, dimensões desprezadas em tempo de redes sociais em que tudo é instantâneo. No entanto, a paciência e a perseverança são fundamentais para que possamos construir um alicerce mais consistente e firme na fé, na esperança e na caridade (cf. Lc 21,19).

Quando abraçamos o seguimento do Senhor Jesus, não devemos temer perseguições e provações (externas ou não). Às vezes, situações simples e até naturais da vida nos afetam porque não temos bem claro o caminho que fazemos e não desenvolvemos a confiança em Deus, que é um Pai atento às necessidades de seus filhos e dará o que é bom aos que pedirem (cf. Mt 7,11) e dará também o Espírito Santo (cf. Lc 11,13). Por isso, devemos nos alimentar sempre da Palavra e da Eucaristia, pois é presença e força de Cristo ressuscitado para nós.

Como discípulos e missionários de Cristo precisamos confiar no Seu caminho, sermos caminheiros incansáveis e corajosos diante dos combates que se apresentam. Como nos falou o próprio Jesus: “E eles matarão alguns de vós. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” (Lc 21,16b.18-19). Confiar nessa promessa nos fortalece enquanto discípulos, missionários e profetas.

Ao anunciarmos as verdades do Evangelho as perseguições e as provações, de uma forma ou de outra, acontecerão. Por isso, devemos ter a certeza de que ser cristão é estar a serviço do Senhor do Universo, que nos apresenta e nos assegura a vida verdadeira na Sua glória. E isso, por si, é bom e gratificante.

Caminhemos firmes e fortes, irmãos e irmãs, como verdadeiros discípulos, sem ociosidade e sem comodismos como nos alerta São Paulo na Segunda Leitura. Diz o Apóstolo: “Ora, ouvimos dizer que entre vós há alguns que vivem à toa, muito ocupados em não fazer nada.” (2Ts 3,11). O discípulo está sempre a serviço do Reino, sem descuidar de também trabalhar para o sustento e manutenção dos seus.

Que neste penúltimo Domingo do Ano C, e o VI Dia Mundial dos Pobres, possamos fazer uma avaliação da nossa caminhada com o Senhor, relacionado ao nosso discipulado, exercido na comunidade em que estamos inseridos; à nossa experiência na Palavra, que nos orientou e nos orienta; à participação na Eucaristia, que nos fortalece na busca da santidade e no nosso convívio com os irmãos e as irmãs. Podemos, ainda, avaliar o nosso anúncio: será que fomos anunciadores do Reino no nosso trabalho, no convívio social e nos nossos contatos gratuitos com as pessoas nas diversas dimensões sociais em que estamos inseridos? Rezemos sobre estes questionamentos e vejamos aonde chegamos. Isto sim sendo gratos a Deus por tudo. Amém.

 

*   *   *

 

⇒ POESIA ⇐

Vivos e Fortes em Cristo

 

Somos fortes e vencedores,
Quando alimentados pela certeza,
De que em Cristo temos a fortaleza,
Para continuar sem medo de desistir,
Mantendo a fé no caminho a seguir,
Como fiéis de Cristo ao redor da mesa.
*
Acreditar na vida como um presente,
É nosso destino, é a eternidade,
Continuamos vivendo a gratuidade,
Que depende de nós para chegar,
Basta uma qualidade de fé cultivar,
E abraçar o espírito de fraternidade.
*
É preciso o alimento forte receber,
Para não desmoronar em frente ao tentador,
Pois com o Ressuscitado não há temor,
Porque Ele, a vida nova veio nos dar,
E o seu Reino eterno, nos presentear,
Para todos os que querem o Seu amor.
*
Somos fortes também na comunidade,
Quando unidos vivemos a unidade,
Ouvindo a Palavra na fraternidade,
Como o povo de Deus a se encontrar,
Para neste encontro junto comungar,
E vivermos o sonho da eternidade.
*
Que ao redor da mesa do Senhor,
Possamos proclamar com convicção,
Quando do Corpo que era Pão,
Anunciar que a morte foi vencida,
E que acreditamos na nova vida,
Que recebemos por graça e doação.
*
Animando os nossos corações,
E confirmando a nossa boa ação,
Ficando cada vez mais em oração,
Para que a Palavra seja anunciada,
E que seja sempre confirmada
Que a vida de Cristo, em nós, é redenção.

 

*   *   *

Obra: “The Disciples Admire the Buildings of the Temple”, por J. Tissot (1836-1902). In brooklynmuseum.org.

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos motiva e nos orienta, tornando-nos discípulos conscientes sobre as consequências da missão, ilumine o seu caminho! 

 

 

Todos os Santos, Solenidade – 2022

Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas crianças que sofrem ⇐
⇒ Novembro: Mês dedicado às almas do purgatório 

Leituras: Ap 7,2-4.9-14; Sl 23(24),1-2.3-4ab.5-6 (R. cf. 6); 1Jo 3,1-3; Mt 11,28; Mt 5,1-12a

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

Bem-Aventurados São os que Procuram o Senhor

Mt 5,1-12a

 

Meus irmãos e minhas irmãs, chegamos à Solenidade de Todos os Santos, no primeiro Domingo de novembro, mês em que, tradicionalmente, dedicamos orações pelas almas do purgatório. Também oremos pelas intenções do Santo Padre, o Papa Francisco, que, neste mês, roga pelas crianças que sofrem.

Antes de adentrarmos na Liturgia da Palavra desta Solenidade, é importante recordarmos que o dia próprio de Todos os Santos é o 1º de novembro e que, portanto, antecede à Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos.

Ocorre que no Brasil o dia de Todos os Santos não é feriado e a Igreja dedica um Domingo para esta Solenidade. Liturgicamente, o dia primeiro é para Todos os Santos e o dia 2 para Todos os Fiéis Defuntos.

A Liturgia do Solenidade de Todos os Santos nos apresenta as bem-aventuranças como programa para alcançarmos a realidade celeste composta pelos santos e santas de Deus. E o Evangelho desta Liturgia está em Mt 5,1-12a.

Nesta Liturgia, Jesus está nas proximidades de Cafarnaum e o evangelista Mateus nos apresenta o Senhor que, vendo as multidões, sobe à montanha e senta para ensinar e proclamar as bem-aventuranças aos seus discípulos. A montanha, para o Antigo Testamento, é o lugar da manifestação de Deus, pois foi numa montanha que Moisés recebeu os Mandamentos.

As bem-aventuranças nos ensinam que, para ser santo, é preciso ser discípulo de Cristo com humildade, os pés no chão e o olhar atento aos diversos campos da existência humana, sejam eles econômicos, sociais, espirituais ou religiosos. Devemos cultivar a nossa sede de justiça.

E então podemos nos perguntar: o que tem a ver comigo a violência, urbana e rural? As guerras e a intolerância religiosa mundo afora, o que tem a ver? Jesus ainda apresenta duas bem-aventuranças exigentes: ser perseguido por causa da justiça e ser injuriado e caluniado por causa de Cristo (cf. Mt 5,10-12).

Portanto, o Senhor nos ensina que alcançaremos também a santidade nos empenhando no mundo por justiça e, ao mesmo tempo, vivendo as consequências desta busca.

Assim, a vivência da santidade deve ser testemunhada aqui e agora. Devemos ser mansos, justos, puros de coração, promotores da paz no grupo onde participamos, no trabalho, nas relações sociais e também na nossa família, com o cônjuge, com os filhos e com os irmãos e também entre os ministros ordenados e os religiosos.

Para isso, a santidade precisa da vivência da Palavra, da oração com liberdade nos caminhos do Senhor, praticando o amor em vista do Reino para fazer parte da “multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9), como nos fala São João na Primeira Leitura desta Liturgia. Esta busca de santidade deve ser sempre no Senhor, como discípulos missionários, que desejam ser purificados como o Senhor é puro (cf. 1Jo 3,3), como nos indica a Segunda Leitura.

Peçamos a Nossa Senhora, Rainha dos Santos, que ela interceda por nós para sermos, no meio do mundo, esta geração que procura o Senhor [cf. Sl 24(23)] e que semeia o Evangelho para a santidade de todos. Amém.

 

*   *   *

 

⇒ POESIA ⇐

Quem é Santo…

 

Para buscar e viver a santidade
Deve-se trilhar nos caminhos do Senhor,
Estar atento à Palavra Sagrada,
Ser manso, justo e ter muito amor.
Deve-se viver as bem-aventuranças
Que Jesus nos deu como herança,
Que é centro do seu plano salvador.
*
A santidade não é coisa qualquer
Que a gente possa imaginar,
É caminho no chão concreto da vida,
Não ter medo do que se possa encontrar,
Pois ser santo tem suas consequências,
Muitas vezes precisa-se paciência,
Para no mundo não desanimar.
*
No início da história dos cristãos,
Ser santo implicava muita ousadia,
Muitas vezes implicava ser devorado pelas feras,
Ou ser colocado em grelha com brasas que ardia,
Mas o santo em sua enorme dor,
Ainda carregava o senso de humor,
Quando o fogo em chama lhe consumia.
*
O ser santo é sempre destinado
Para toda pessoa que quiser,
Mas para isso é preciso requisito,
Pois, não se santifica de um jeito qualquer,
Pra isso é preciso ter vocação,
Não viver na fantasia e na ilusão,
E é possível tanto pro homem quanto pra mulher.
*
Tem que ter um coração de amor,
Ter muita paz e muita alegria,
Mesmo diante das tantas misérias,
Fazer da noite às vezes o dia,
Ser bondoso e de muita caridade,
Promover a paz e a fraternidade,
Onde há muitas vezes má sintonia.
*
Às vezes é também ser ignorado,
Não ser reconhecido ainda em vida,
Pois ser santo exige além do presente,
Viver o amor e uma paz refletida,
Carregar um coração aberto às ações divinas,
Acreditar noutra vida que não termina,
E em Jesus apostar o caminho e a lida.
*
Muitos viveram radicalmente a castidade,
Entregaram sua vida totalmente,
Sem de nada ter nem um apego,
Carregavam no corpo e em sua mente
Um coração entregue somente ao Senhor,
Vivendo o trabalho na oração e no amor,
Vivendo no serviço às pessoas carentes.
*
Temos também que reconhecer
Que santos não são somente os do altar,
Temos tantos santos que não os conhecemos,
Por isso é preciso acreditar,
Que santo são todos os bem-aventurados,
Que viveram ou vivem o amor ao Bem-Amado,
Na esperança no Céu e com Jesus morar.

 

*   *   *

 

Obra: “Sermão da Montanha” (extrato do retábulo), por Henrik Olrik (1830-1890). In commons.wikimedia.org: “File:Sankt_Matthaeus_Kirke_Copenhagen_altarpiece_detail1.jpg”

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos motiva, com o auxílio das bem-aventuranças, a aspirar a corte celeste, ilumine o seu caminho! 

 

 

Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos – 2022

Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas crianças que sofrem ⇐
⇒ Novembro: Mês dedicado às almas do purgatório 

Leituras: Sb 3,1-9; Sl 41(42),2.3.5bcd; Sl 42(43),3.4.5 [R. 41(42),3a]; Ap 21,1-5a.6b-7; Jo 11,25a.26; Jo 14,1-6.

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

A Lembrança dos Defuntos nos Aponta para a Glória do Deus Vivo

Jo 14,1-6

 

Meus irmãos e minhas irmãs, chegamos à Comemoração de Todos os Defuntos Fiéis. Também iniciamos o mês de novembro, o mês dedicado a oração pelas almas do purgatório. Coloquemos ainda em nossas orações as intenções do Santo Padre, que neste mês roga pelas crianças que sofrem. Neste dia, a Igreja nos conduz a uma mensagem em que a coluna central é a esperança, mas também que a nossa vida verdadeira está em Deus e que somos todos destinados à glória de Deus. Muitos são os textos bíblicos que fazem referências à temática dos fiéis defuntos.

Assim, teremos como norte evangélico a passagem de Jo 14,1-6. Trata-se do início, no Evangelho Segundo São João, da despedida dos Apóstolos e, para a Igreja, o centro dessa passagem é “na casa de meu Pai há muitas moradas” (Jo 14,2). Na tradição bíblica se diz que o evangelista “João imaginava o mundo celeste como um grande palácio (…) de muito aposentos.”(1).

Quando meditamos sobre a morte sem a iluminação da Palavra de Deus nós ficamos à mercê de crises existenciais, prejudicando nossos sonhos e realizações. Mas se buscamos nas Sagradas Escrituras essa luz encontraremos outra concepção, marcada pela esperança numa vida futura de glória e infinita, pois em Deus somos destinados à salvação.

Assim, a Primeira Leitura desta Liturgia (cf. Sb 3,1-9), obtida do livro da Sabedoria, nos indica que Deus tem, em suas mãos, a vida do justo, que terá, como destino a Jerusalém celeste, descrita na Segunda Leitura (cf. Ap 21,1-5a.6b-7) e onde estará Cristo em toda a sua glória.

Finalmente, recordamos que, entre os dias 1º e 8 de novembro, é tempo de obter Indulgência Plenária para determinada alma que esteja no purgatório, isto é, “a remissão, diante de Deus, de pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos”(2), bastando que visite um cemitério, rezando pela alma, confessar-se, receber a Eucaristia, rezar o Credo e o Pai-Nosso nas intenções do Papa.

Seja nossa vida uma constante busca da santidade e do preparo para quando chegarmos a nossa hora possamos estar preparados para o encontro definitivo com o Senhor, que nos chama para estar com ele e também estarmos unidos à multidão de todos os que formam o seu Reino de amor e de paz. Amém.

*   *   *
(1) Cf. Nota de rodapé de Jo 14,2-3 da Bíblia do Peregrino (2018).
(2) Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina, Sobre a Doutrina das Indulgências (1967). Disponível em: <https://www.vatican.va/content/paul-vi/pt/apost_constitutions/documents/hf_p-vi_apc_01011967_indulgentiarum-doctrina.html>. Acesso em: 31 out. 2022.

 

*   *   *

 

⇒ POESIA ⇐

Nossa Vida está em Deus

 

Em nós há uma vida escondida,
Há um existir transcendente,
De algo tão permanente,
De portas que se abrem,
Ontem, hoje, amanhã – eternamente.
*
Há em nós um forte chamado,
Para um seguimento ao amor,
Para curarmos a dor,
Pela Palavra santa e eterna
Que cura o nosso clamor.
*
Há uma busca de eternidade,
Um apego a este existir material,
Um querer ser imortal,
Sendo distantes de Deus,
Na desilusão total.
*
Está no Senhor, nossa vida,
Feliz, completa, não passageira,
Vida eterna e verdadeira,
Sem pausa e sem decepção,
Nossa vocação primeira.
*
Está em Deus nosso repouso,
Nossa sede de existência,
Nossa vida sem ausência,
Sem medo e decepção,
Só em Deus, a nossa essência.

 

*   *   *

 

Obra: “The Last Sermon of Our Lord”, por J. Tissot (1836-1902). In brooklynmuseum.org.

*

Obra: “The Sermon of the Beatitudes”, por J. Tissot (1836-1902). In brooklynmuseum.org.

*

Obra: “The Resurrection of Lazarus”, por J. Tissot (1836-1902). In brooklynmuseum.org.

*

Obra: “The Resurrection of the Widow’s Son at Nain”, por J. Tissot (1836-1902). In brooklynmuseum.org.

*

Obra: “The Pilgrims of Emmaus on the Road”, por J. Tissot (1836-1902). In brooklynmuseum.org.

*

Obra: Xilogravura do livro “Historiae celebriores Veteris Testamenti Iconibus representatae”, autor desconhecido (1712). In commons.wikimedia.org/wiki/: “File:Parable_of_talents.jpg”.

*

Foto: P. Mcadams. In iStock.

*

Foto: Philip Walenga. In Pixabay.

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, na Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, fortalece a nossa esperança na perspectiva da Glória do Deus Vivo, ilumine o seu caminho! 

 

 

31º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas

Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Por uma Igreja aberta a todos ⇐
⇒ Mês do Rosário 
⇒ Mês Missionário 2022 
» Tema: A Igreja é missão «
» Lema: “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8) «

Leituras: Sb 11,22-12,2; Sl 144(145),1-2.8-9.10-11.13cd-14 (R. cf. 1); 2Ts 1,11-2,2; Jo 3,16; Lc 19,1-10

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

Ele Veio Procurar e Salvar o que Estava Perdido

Lc 19,1-10

 

Meus irmãos e minhas irmãs, estamos no 31º Domingo do Tempo Comum, do Ano C, o quinto Domingo do Mês do Rosário e também do Mês Missionário, que tem como tema “A Igreja é missão” e como lema “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Também coloquemos em nossas orações as intenções do Santo Padre, que neste mês, e em consonância com o espírito da sinodalidade (ou da comunhão da Igreja), roga por uma Igreja aberta a todos.

A Liturgia do 31º Domingo do Tempo Comum nos motiva a contemplar Nosso Senhor Jesus Cristo que veio procurar e salvar o que estava perdido.

E foi numa passagem de Jesus pela cidade de Jericó que a vida do rico, chefe dos cobradores de impostos, Zaqueu, foi transformada. Como uma criança ou como um garoto curioso, Zaqueu, por ser de baixa estatura (na sua “pequenez” humana) subiu numa árvore, um sicômoro ou uma figueira(1), para ver Jesus (cf. Lc 19,3). De uma atitude curiosa os dois olhares se cruzam. Jesus ergueu seu olhar para cima e logo ordena a Zaqueu que desça depressa, pois a salvação logo entrará em sua casa! (cf. Lc 19,5).

E Jesus entra não somente na casa do chefe dos publicanos, mas na vida daquele homem. O acolhimento e a escuta para com Zaqueu, o conduzirá a um exame de consciência. O seu ato penitencial o fará com que repense a sua vida, sua trajetória pregressa e suscite atitudes concretas, às quais mudarão para sempre sua vida. E de pé, Zaqueu proclama: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais.” (Lc 19,8).

O encontro com a pessoa de Jesus fará surgir, naquele que o encontrar, uma nova criatura, um testemunho vivo de compaixão, de honestidade, de moralidade e de caridade para com os pobres e as vítimas da corrupção. Jesus nos escuta, nos acolhe e nos acompanha com a sua misericórdia, com a sua amizade. Ele é um Deus próximo, que caminha conosco e que não discrimina ninguém em função de classes sociais ou econômicas, pois “o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.” (Lc 19, 10).

Jesus faz cumprir o que a Primeira Leitura desta Liturgia, do livro da Sabedoria, nos apresenta: “a todos, porém, tu tratas com bondade, porque tudo é teu, Senhor, amigo da vida. […] É por isso que corriges com carinho os que caem e os repreendes, lembrando-lhes seus pecados, para que se afastem do mal e creiam em ti” (Sb 11,26; 12,2).

Nosso Senhor quer que nós saiamos do nosso pecado e sigamos com nossa existência transformada para melhor, sem exibicionismo e prepotência. Não podemos levar a nossa vida cristã conduzida por obrigações e preceitos, mas de coração livre e disponível, numa atitude de humildade e acolhimento do outro, o qual não cabe a nós julgá-lo. Muitas vezes, podemos fazer parte da multidão e dos julgadores que impedem o irmão de ver Jesus. Porém, somente Deus na sua infinita misericórdia nos julga e nos ensina o caminho da nossa conversão e para a nossa salvação.

Na nossa caminhada de discípulos e missionários do Senhor, somos convidados a viver o nosso testemunho de perseverança e fé ativa, como nos fala São Paulo na Segunda Carta aos Tessalonicenses: “Que ele [nosso Deus], por seu poder, realize todo o bem que desejais e torne ativa a vossa fé.” (2Ts 1,11).

Que no encerramento do Mês Missionário e Mês do Rosário, continuemos rezando por todos os missionários, os que estão perto de casa e os que estão longe de sua terra natal, fazendo a Igreja ser missão e sendo testemunhas de Cristo (cf. At 1,8). A Igreja vive em estado permanente de missão, do mesmo modo os seus pastores e ministros, para o bem, para a justiça, para a paz e para a salvação do mundo, pois foi para isso que o Pai enviou o seu Filho (cf. Jo 3,17). Amém.

*   *   *
(1) Em geral, as traduções bíblicas, referente a Lc 19,4, denominam essa árvore como sendo um sicômoro. Sicômoro é um tipo de figueira que produz um fruto de menor qualidade, mas que também é comestível. Na cultura bíblica, a figueira é um bom lugar para meditar a partir da palavra de Deus, tendo em vista que produz frutos comestíveis e é abundante na Terra Prometida, mas é também um lugar do justo. Recordamos que Amós, o profeta que denuncia a cruel realidade das “ruínas de José”, isto é, os pobres de Israel (cf. Am 6,6), além de vaqueiro, cultivava sicômoro (cf. Am 7,14) e foi enviado em missão para pregar no Reino do Norte.

*   *   *

 

⇒ POESIA ⇐

Um Olhar que Encontrou a Salvação

 

Olhares que se encontraram e se cruzaram,
De Jesus e do publicano curioso,
Não conhecia o Deus misericordioso,
Jesus entra na casa e na vida de Zaqueu,
Que o acolhe e ele em muito se arrependeu,
Caminhará com o Mestre amoroso!
*
Mudará sua vida para sempre,
Dá-se conta que precisa partilhar,
Aos pobres em muito devolverá,
Proclama para Jesus sua conversão,
Reconhece seu pecado de corrupção,
Como discípulo agora quer caminhar!
*
Nosso Deus é um juiz compassivo,
Que acolhe todos sem distinção,
Ele escuta nosso louvor ou lamentação,
Muitas vezes quer nos visitar,
Entrar em nossa vida e operar,
Trazendo-nos a nossa salvação
*
Jesus vem procurar os pecadores,
Para lhes suscitar a conversão,
Transformar a vida e o coração,
Dos que se sentem perdidos,
Pelos os pecados corrompidos,
E assim opera a transformação!
*
Ó Senhor, Mestre querido e amado,
Nossa pequenez e fraqueza vem olhar,
Nossos olhos aos irmãos vêm purificar,
Tirai de nós, nossos julgamentos,
Transformai nossos pensamentos,
E o acolher vem nos ensinar!
*
Evita-nos fazer parte daquela multidão,
Que causa obstáculos para o pecador,
Que quer encontrar com o Senhor,
Sejamos seguidores da compaixão,
Como sinais de Deus para o irmão,
Alimentados do divino amor!
*
Ao banquete da Palavra e da Eucaristia,
Sejamos por Jesus todos convidados,
Em comunhão e também transformados,
Que o encontro santo gere confraternização,
Atitudes de paz, justiça e comunhão,
E por tua misericórdia sempre abraçados!

 

*   *   *

 

Obra: “Zacchaeus in the Sycamore Awaiting the Passage of Jesus”, por J. Tissot (1836-1902). In brooklynmuseum.org.

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que veio procurar e salvar o que estava perdido, ilumine o seu caminho! 

 

 

30º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas

Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Por uma Igreja aberta a todos ⇐
⇒ Mês do Rosário 
⇒ Mês Missionário 2022 
» Tema: A Igreja é missão «
» Lema: “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8) «
⇒ Dia Mundia das Missões e da Infância Missionária 

Leituras: Eclo 35,15b-17.20-22a (gr. 12-14.16-18); Sl 33(34),2-3.17-18.19.23 (R. 7a.23a); 2Tm 4,6-8.16-18; 2Cor 5,19; Lc 18,9-14

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

Modelo de Oração

Lc 18,9-14

 

Meus irmãos e minhas irmãs, estamos no 30º Domingo do Tempo Comum, o quarto Domingo do Mês do Rosário e também do Mês Missionário, que tem como tema “A Igreja é missão” e como lema “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Também coloquemos em nossas orações as intenções do Santo Padre, que neste mês, e em consonância com o espírito da sinodalidade (ou da comunhão da Igreja), roga por uma Igreja aberta a todos.

A Liturgia do 30º Domingo do Tempo Comum nos motiva a contemplar a atitude de humildade do publicano no ato da oração. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 18,9-14, sequência do Domingo passado.

Na Liturgia da Palavra deste Domingo, a Igreja nos oferta mais uma parábola, hoje é a parábola do fariseu e do publicano, em que Nosso Senhor conta para alguns que confiam na própria justiça.

Assim, continuamos ainda no tema da oração e a Palavra de Deus nos coloca diante de duas posturas do homem orante diante do Altíssimo. A Liturgia nos apresenta dois modelos de oração para nos ensinar que o centro da oração não somos nós mesmos, mas, da parte de Deus, a gratuidade e a misericórdia e, da nossa parte, a humildade.

Neste sentido, mesmo cumprindo todos os mandamentos, jejuando duas vezes por semana, participando diariamente da Missa, rezando o Terço, novenas, fazendo momentos de adoração e louvor, não podemos nos colocar na posição e no direito de julgar o outro, dizendo: não somos como os outros … (cf. Lc 18,11).

Nosso Senhor não está pedindo que deixemos nossas práticas espirituais e nem está elogiando os que não vivem a vida cristã e por isso levam uma vida moralmente incoerente. Contudo, Ele quer mostrar que o centro da oração deve ser sempre Deus, com Sua misericórdia e não as culpas do outro e, ao mesmo tempo, o nosso autoelogio.

Deus nos ensina sobre a nossa oração humilde, como nos fala o Eclesiástico: “A prece do humilde atravessa as nuvens: enquanto não chegar não terá repouso; e não descansará até que o Altíssimo intervenha e faça justiça aos justos e execute o julgamento” (Eclo 35,21-22).

Devemos refletir que, mesmo quando somos fiéis aos nossos compromissos e práticas orantes, continuamos pecadores e necessitados da misericórdia de Deus. Será que muitas vezes nos comportamos como aquele fariseu citado no Evangelho de hoje? Uma atitude de quem se considera o mais responsável, o mais correto, honesto e cumpridor das leis morais e se dizendo que não é como aqueles outros…

Ter uma vida moral e religiosamente correta é nosso dever, pois somos chamados pelo Batismo a ser sal e luz do mundo, um mundo que precisa da nossa presença com uma vida reta, que tenha sentido e que possa ajudar os outros a caminharem em direção à vivência da Palavra, no cultivo da justiça, do amor e da paz.

A postura do fariseu nos lembra o início das nossas celebrações, quando somos convidados a fazer um exame de consciência para dignamente ouvirmos a Palavra e nos alimentarmos do Corpo e Sangue do Senhor. Neste constante olhar sobre nós, numa postura e espírito de humildade, vamos crescendo na experiência do amor misericordioso de Deus. A nossa verdadeira oração está numa vida de humildade, de não julgamento dos outros, de escuta do Senhor e de confiança em Deus.

Já a Segunda Leitura desta Liturgia nos diz que será nossa felicidade e nossa graça chegarmos ao final da nossa caminhada terrestre e dizermos como São Paulo: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa.” (2Tm 4,7-8).

E hoje, Dia Mundial das Missões e da Infância Missionária, ainda no mês do Rosário, rezemos por todos os missionários, os que estão perto de casa e os que estão longe de sua terra, talvez em outra nação, fazendo a Igreja ser missão e sendo testemunhas de Cristo (cf. At 1,8). Amém.

 

*   *   *

 

⇒ POESIA ⇐

Dignos da Mesa do Senhor

 

A mesa do Senhor,
Tira-nos a autossuficiência,
Nos coloca em humildade
Questiona nossa consciência,
Alivia também nosso sofrer,
Purifica-nos para o bem viver,
No fundamento do Seu amor.
*
A mesa do Senhor,
Ensina-nos por onde prosseguir,
Dela o encontro com o Caminho,
E os passos do nosso existir,
Alimenta-nos com a Sua caridade,
Com a Palavra da fraternidade,
Livrando-nos do nosso rancor.
*
A casa do Senhor,
Convida-nos para nos encontrar,
Encontro de perfeita igualdade
Para pedir perdão em vez de julgar,
Para a pequenez reconhecer,
Na humildade que faz crescer,
Para voltar ao nosso labor.
*
No altar do Senhor,
Nossa oração se faz escutar,
Do mais profundo do nosso coração,
Porque o Senhor quer nos encontrar,
Num clima livre e de humildade,
Além das regras e legalidades,
Deve o coração está no fervor.
*
Que essa mesa e esse altar,
Ensine-nos, a autêntica oração,
Um olhar para nós mesmos
Na graça de Deus que é doação.
Que desapeguemos da prepotência,
E olhemos o outro na nossa prudência,
Deixemos que o Senhor possa justificar.
*
Que o nosso discipulado,
Seja construído na humildade,
Sem fingimentos e ilusões
Num caminhar de santa irmandade,
Que o outro seja sempre nosso irmão,
Para nos encontrar na comunhão,
Para por Deus sermos justificados.
*
Do farisaísmo Senhor, livrai-nos
Que proclamemos em nós a verdade,
Nosso ser e nossa essência,
Aquilo que é nossa espiritualidade,
Que afastemos nosso egoísmo,
E também nosso individualismo,
Do autojulgamento purificai-nos.

 

*   *   *

 

Obra: “The Pharisee and the Publican”, por J. Tissot (1836-1902). In brooklynmuseum.org

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensina a contemplarmos a humildade na vida de oração, ilumine o seu caminho! 

 

 

29º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas

Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Por uma Igreja aberta a todos ⇐
⇒ Ciclo das Rosas: 25º ano da atribuição do título de doutora da Igreja a Santa Teresinha, em 19 de outubro de 1997 
⇒ Mês do Rosário 
⇒ Mês Missionário 2022 
» Tema: A Igreja é missão «
» Lema: “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8) «

 

Leituras: Ex 17,8-13; Sl 120(121),1-2.3-4.5-6.7-8 (R. cf. 2); 2Tm 3,14-4,2; Hb 4,12; Lc 18,1-8

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

Oração Perseverante

Lc 18,1-8

 

Meus irmãos e irmãs, estamos no 29º Domingo do Tempo Comum, o terceiro Domingo do Mês do Rosário e também do Mês Missionário, que tem como tema “A Igreja é missão” e como lema “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Também coloquemos em nossas orações as intenções do Santo Padre, que neste mês, e em consonância com o espírito da sinodalidade (ou da comunhão da Igreja), roga por uma Igreja aberta a todos.

A Liturgia do 29º Domingo do Tempo Comum nos motiva a contemplar uma atitude de oração constante e de perseverança (cf. Lc 18,1). E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 18,1-8.

Na Liturgia da Palavra deste Domingo, a Igreja nos oferta a parábola do juiz iníquo e da viúva inoportuna em que Nosso Senhor Jesus Cristo conta a seus discípulos “para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir” (Lc 18,1).

O sucesso na experiência de oração acontecerá exatamente quando houver a perseverança e a percepção da necessidade de sempre rezar. A oração, portanto, é este encontro com o Mistério, que é santo e infinito, o nosso Deus verdadeiro que está sempre pronto a nos encontrar e nos escutar.

Quando buscamos aprofundamento nos mestres espirituais, percebemos que rezar está muito além das petições, ou seja, dos pedidos, dos louvores, das fórmulas e dos textos decorados. Vemos que a oração é um diálogo com Deus, numa atitude filial, numa postura interior e de total confiança e entrega aos braços divinos. Claro que quando rezamos a Ave Maria ou o Pai-Nosso as palavras que proferimos são resultado de uma fórmula, mas o que Deus quer é que tomemos posse daquelas palavras e busquemos, no nosso coração orante, o fundamento e o sentido maior destas orações para nós cristãos.

A parábola do juiz iníquo e da viúva inoportuna nos ensina também que se deve orar suplicando a Deus sem cessar, porque Ele escuta o clamor dos seus filhos os quais confiam no seu amor, pois Ele fará justiça à todos que lhes suplicam dia e noite.

Na Primeira Leitura desta Liturgia, obtida no livro Êxodo (cf. 17,8-13), temos a experiência de Moisés na sua luta contra o inimigo, pois, para vencer, ele precisou ser forte e até mesmo necessitou do apoio do povo para manter seus braços erguidos na oração para que Israel vencesse os amalecitas.

Muitas vezes, também precisamos contar com a ajuda e as orações dos outros para nos mantermos firmes, perseverantes e obtermos a vitória. Portanto, irmãos e irmãs, temos um modelo de oração no sentido bíblico, para nos mostrar que é a fé no Deus verdadeiro, a perseverança e a força, também nossa, é que nos mantém na luta contra o mal.

Diante destas reflexões podemos nos perguntar: Como está a minha experiência de oração pessoal e comunitária? Qual a qualidade dos meus momentos de encontro com Deus? A nossa oração também suplica a justiça de Deus em favor dos irmãos que sofrem descriminação, desprezo, desemprego e muitos outros sofrimentos?

Como cristãos, discípulos do Senhor, devemos sempre nos perguntar se a nossa vida está marcada por uma atitude de oração pessoal e comunitária, tendo como base a Eucaristia, a meditação da Palavra do Senhor e a comunhão com os irmãos.

Devemos viver os momentos litúrgicos e eclesiais como combustíveis que nos alimentam e nos motivam em nossa caminhada diária, na nossa vida familiar, no nosso trabalho, nas interações sociais, na vida de comunidade e na nossa missão de ser sal e luz, em vista de um mundo mais fraterno e justo.

Recordamos que no próximo dia 23 de outubro a Igreja estará voltada para o Dia Mundial das Missões e da Infância Missionária e que nos dias 22 e 23 de outubro acontecerá a Coleta Missionária 2022-2023 e cada um de nós é responsável por propagar esse acontecimento, contribuindo assim para que a Igreja continue exercendo sua vocação missionária.

Que neste mês das missões possamos refletir que sem a oração verdadeira o discípulo não terá sucesso na evangelização, pois a oração fortalece o missionário e, ao mesmo tempo, o coloca consciente de sua caminhada em meio a tantos desafios a serem superados, sendo com amor e perseverança testemunhas do Senhor Jesus (cf. At 1,8). Amém.

 

*   *   *

 

⇒ POESIA ⇐

Necessitados da Oração

 

Deixemos que o Senhor
Ensine-nos a rezar,
Com Sua santa Palavra viva,
Que ensina e incentiva,
Que anima a nossa vida,
Nas chegadas e partidas,
Com Sua força sem cessar.
*
Deixemos que o Senhor
Abra o nosso coração,
Com a força do Seu amor,
Com o Seu forte fervor,
Fazendo-nos perseverar,
Nossa vida iluminar,
Em profunda oração.
*
Façamos com o Senhor
Nossa forte oração,
Sem medo, sem desanimar,
Sempre e sempre a caminhar,
Na vida missionária,
Na vida também solidária,
Com e para os irmãos.
*
Fiquemos com o Senhor
A cada passo realizando,
Numa presença constante,
Caminheiro e caminhante,
Amigos em sinceridade,
Diálogo de lealdade,
Sempre, sempre retomando.
*
Sejamos com o Senhor,
Discípulos perseverantes,
Caminhando na esperança,
Em oração de confiança,
Nos braços do Deus amado,
Entregues e em nada reservados,
Totalmente confiantes.

 

*   *   *

 

Obras: (1) Fotos: © FreeBibleimages – CC BY-SA 4.0. In freebibleimages.org/photos/persistent-widow. (2) Imagem da Rosa: In gratispng.com/png-uj22en.

 

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensina e nos motiva a contemplar uma atitude de oração constante e perseverante, ilumine o seu caminho! 

 

 

28º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas

Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Por uma Igreja aberta a todos ⇐
⇒ Mês do Rosário 
⇒ Mês Missionário 2022 
» Tema: A Igreja é missão «
» Lema: “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8) «

 

Leituras: 2Rs 5,14-17; Sl 97(98),1.2-3ab.3cd-4 (R. cf. 2b); 2Tm 2,8-13; 1Ts 5,18; Lc 17,11-19

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

Deus quer que Sejamos Colaboradores na Construção do Seu Reino

Lc 17,11-19

 

Meus irmãos e irmãs, estamos no 28º Domingo do Tempo Comum, o segundo Domingo do Mês do Rosário e também do Mês Missionário, que tem como tema “A Igreja é missão” e como lema “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Também coloquemos em nossas orações as intenções do Santo Padre, que neste mês, e em consonância com o espírito da sinodalidade, roga por uma Igreja aberta a todos.

A Liturgia do 28º Domingo do Tempo Comum nos motiva a contemplar uma atitude de agradecimento a Deus pelas tantas graças que Ele realiza em nós e por nós. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 17,11-19, sequência do Domingo passado.

Na Liturgia da Palavra deste Domingo, a Igreja nos apresenta uma passagem do Evangelho Segundo São Lucas conhecido como “Os dez leprosos”. E dentre as principais chaves desta Liturgia temos a fé e a gratidão.

O Evangelho nos fala dos dez leprosos que foram curados por Jesus e a atitude de apenas um deles que se coloca aos pés do Senhor para bendizê-lo pela cura. Este, por sua vez, era um samaritano. E os samaritanos e os judeus tinham uma história de inimizade muito forte, tendo em vista que os samaritanos receberam influência de outros povos e por isso os judeus os consideravam impuros.

Podemos ainda nos perguntar por que o evangelista Lucas nos apresenta figuras externas ao contexto judaico. Um possível indicativo é que talvez queira nos comunicar que a salvação é para toda a humanidade, desde que haja o reconhecimento e o acolhimento, pela fé, do poder e da ação salvadora de Deus em suas vidas. Isto aconteceu com aquele samaritano que, recebendo a cura, volta ao Senhor e, numa atitude de fé e gratidão, se prostra aos pés e agradece não somente a restauração física, mas também pela cura total do homem, que é a salvação.

Na Primeira Leitura desta Liturgia, extraída do Segundo Livro dos Reis, a Igreja nos apresenta uma prefiguração do Evangelho, pois Naamã, o sírio, numa atitude semelhante à do leproso samaritana, segue o conselho do profeta Eliseu e mergulha sete vezes no Jordão e fica curado. Ele volta ao profeta, mas não somente para agradecer, senão também para reconhecer que há um só Deus que atende ao pedido dos seus filhos: “Agora estou convencido de que não há outro Deus em toda a terra, senão o que há em Israel!” (2Rs 5,15). Para a Igreja, uma verdadeira profissão de fé.(1)

A atitude de voltar para agradecer a Deus pelo Seu imenso amor deve ser própria dos cristãos. Talvez não tenhamos noção do quanto Deus age em nosso favor, de quantos livramentos Ele nos oferta, dos alimentos que nos dá para a nossa caminhada. Enfim, como é grande a sua misericórdia por nós. Para isso, basta que queiramos receber suas graças e o perdão que vem ao nosso encontro com imenso abraço de Pai.

Gratidão é o que precisamos exercitar no nosso cotidiano. Gratidão pela vida de cada dia, pelo nascer do sol a cada manhã, pelo encontro com os irmãos em cada momento de nossa vida, por nossos familiares, pelos nossos amigos, pela comunidade que nos faz fraternos, pelo nosso trabalho, pela coragem de enfrentarmos as adversidades da nossa existência e pelo imenso amor de nosso Deus que nos faz irmãos e seus filhos.

Portanto, irmãos e irmãs, gratidão é o gesto de querer voltar a Deus, sempre para a ação de graças (a Missa), para a escuta da sua Palavra que nos orienta no nosso caminhar, para nos reconciliar com Aquele que nos cura e nos coloca no nosso processo de conversão e para a Mesa (a Eucaristia) que nos alimenta no dia-a-dia, rumo à eternidade. Assim, a Igreja nos leva a fazer com que “a fé se torna ação de graças”.(2)

Neste sentido podemos lembrar a Segunda Leitura quando São Paulo nos diz: “Se com ele ficamos firmes, com ele reinaremos. Se nós o negamos, também ele nos negará. Se lhe somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo.” (2Tm, 2,12-13).

E neste mês missionário e mês do rosário voltemo-nos para o Senhor que caminha conosco e quer nos curar das enfermidades, sejam espirituais ou não. Ele quer que façamos parte do Seu rebanho, quer a nossa colaboração na construção do seu Reino. Como canta o salmista, “ele fez conhecer a salvação e às nações revelou sua justiça” [Sl 97(98)], pois seu amor e seu Reino são para todos os homens. Ele nos chama para este projeto universal e santo a cada momento. Amém.

*   *   *
(1) Cf. título da Primeira Leitura no Lecionário: “Naamã voltou para junto do homem de Deus, e fez sua profissão de fé.”
(2) Título obtido no “Missal Dominical – Missal da Assembleia Cristã” e presente na página destinada ao 28º Domingo do Tempo Comum, do Ano C. KOLLING, Ir. Miria Therezinha (coord). “Cantando os salmos e aclamações: anos A – B – C”. 13 reimp. Paulus: São Paulo, 2018, p. 242.

*   *   *

 

⇒ POESIA ⇐

A Fé e a Gratidão do Discípulo

 

A fé nos dá o retorno
Para o abraço do Senhor,
Quando muito agraciados,
Por seu imenso amor,
Pois a cura será completa,
Quando a vida for repleta,
Das graças do Salvador.
*
Um retorno agradecido,
Pela cura operada,
Quando as tantas feridas
Já estiverem fechadas,
E então levantaremos,
E firmes prosseguiremos,
Com a vida agraciada.
*
Nossa salvação completa,
É nossa cura total,
A alma purificada,
E o corpo sem o mal,
Uma vida santificada,
Pra seguir a caminhada,
Ao reino celestial
*
Para seguir o Senhor,
Devemos agradecer,
Pelas suas santas bênçãos,
Que estão a acontecer,
Pois não temos nem noção,
Das graças que nos virão,
Para nos fortalecer.
*
É bom sempre retornar,
Com gesto de gratidão,
Pelo Pão na mesa santa,
E a vida em comunhão,
Viver a gratuidade,
Construir a unidade,
Em Deus e com os irmãos.
*
A fé é a grande chave,
Que nos faz sempre voltar,
Para ouvir a Palavra santa.
E o pecado confessar,
E também a perceber,
Tantas curas acontecer,
Nesse nosso caminhar.
*
Obrigado, ó Senhor,
Por seu Corpo em alimento,
Pelos imensos milagres,
Sua Palavra, o sustento.
Pois sua santa caridade,
Sua paz, sua bondade,
Cura nossos ferimentos.

 

*   *   *

 

Obra: “A Cura do Leproso”, por Harold Copping (1863-1932). In wahooart.com: “The Healing Of The Leper”.

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensina e nos motiva a contemplar uma atitude de agradecimento a Deus pelas tantas graças que Ele realiza em nós e por nós, ilumine o seu caminho! 

 

 

27º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas

⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Por uma Igreja aberta a todos ⇐
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Leituras: Hab 1,2-3.2,2-4; Sl 94(95),1-2.6-7.8-9 (R. 8); 2Tm 1,6-8.13-14; 1Pd 1,25; Lc 17,5-10

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

Aumentando a Fé na Caminhada

Lc 17,5-10

 

Meus irmãos e irmãs, estamos no 27º Domingo do Tempo Comum, do Ano C, o primeiro Domingo do Mês do Rosário e também do Mês Missionário, que tem como tema “A Igreja é missão” e como lema “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Também coloquemos em nossas orações as intenções do Santo Padre, que neste mês, e em consonância com o espírito da sinodalidade, roga por uma Igreja aberta a todos.

A Liturgia do 27º Domingo do Tempo Comum nos motiva a contemplar Nosso Senhor Jesus Cristo diante da forte súplica dos Apóstolos, que pedem: “Aumenta a nossa fé!” (Lc 17,5). E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 17,5-10. sequência do Domingo passado.

Neste Evangelho os apóstolos caminham com Jesus para Jerusalém e, depois de terem ouvido sobre a misericórdia, a pobreza e a riqueza, sentem o desafio e as possíveis barreiras a serem enfrentadas no apostolado. E Jesus, vendo aquela fé “infantil”(1) dos apóstolos, vinda da tradição do antigo povo de Israel, responde: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria.” (Lc 17,6).

Na caminhada com o Mestre, os apóstolos necessitavam de aumentar fé, pois a experiência de segui-Lo em missão exigia um compromisso maduro e mais concreto, fundamentado numa resposta consciente de cada seguidor, a cada dia, a cada desafio, a cada crise. Caminhar com Jesus não era mais como seguir a tradição dos mestres da lei, que muitas vezes impunham normas e preceitos sem adesão das pessoas.

Para seguir Jesus, exigia-se novas atitudes de vivência religiosa e desta vez concreta e encarnada na vida, no contato com os doentes, com os pobres e com os marginalizados, também no embate com as lideranças políticas e religiosas daquela época. Isso exigia que a fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, precisaria crescer, ter força de transformação, de movimento e de mudanças consistentes na vida de cada apóstolo.

Estas palavras de Jesus devem nos levar a refletir sobre a nossa necessidade de suplicar uma fé que seja mais sólida e que tenha a força das palavras do Evangelho, maior do que a fé infantil absorvida (e mesmo necessária!) nos primeiros anos de nossa catequese. E então podemos pedir: Senhor, aumenta a nossa fé, qualifica a nossa fé, torna a nossa experiência com o Senhor cada vez mais autêntica, como aquela que transformou a vida dos primeiros seguidores do Caminho, mesmo que ela seja tão pequena quanto um grão de mostarda.

E Jesus ensina sobre a necessidades de servirmos com humildade. “Quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’.” (Lc 17,10). Neste sentido, é o crescimento de nossa fé como discípulos do Senhor que nos faz nos reconhecermos como servos inúteis ou simples servos.
Crescer na fé é uma graça que vem de Deus, com a nossa colaboração. Servir ao Senhor não nos dar o direito aos merecimentos, às honrarias, mas acessamos às bem-aventuranças por fazermos um caminho de discipulado e assim nos convertermos e ganharmos o Céu.

Vivemos num mundo que estimula os méritos, mas ser discípulos é se colocar na contramão desta concepção de merecimentos humanos. Ser um simples servo é ser discípulo em gratuidade e agradecimento por caminhar com Jesus e colaborar com o seu Reino e no anúncio de sua boa notícia.

Na Primeira Leitura desta Liturgia temos um diálogo entre o profeta Habacuc e Deus, que poderá nos ajudar nesta compreensão da experiência da fé. O profeta se queixa de tantos sofrimentos e problemas sem soluções. E Deus lhe responde no final: “Quem não é correto, vai morrer, mas o justo viverá por sua fé.” (Hab 2,4). O justo viverá pela sua fé, este é o segredo.

Já a Segunda Leitura, da Segunda Carta a Timóteo, nos ensina a vivermos sem medo ou timidez na estrada do Senhor. E diz São Paulo: “Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e sobriedade.” (2Tm 1,7). O discípulo do Senhor não pode caminhar na insegurança, nem no medo. Ele deve caminhar e carregar no coração a esperança e como servo inútil buscar viver a sua fé numa dinâmica de crescimento do mandato recebido.

E no início do mês missionário e do Santo Rosário, peçamos ao Senhor que aumente a nossa fé e o nosso entusiasmo na missão. Também o nosso compromisso na evangelização, caminhando com Ele na construção do Reino de Deus. Mesmo reconhecendo que a nossa fé seja menor que um grão de mostarda, supliquemos ao Senhor que qualifique a nossa confiança, pois somos servos inúteis e necessitamos sempre da graça de Deus e, ao mesmo tempo, somos incapazes de corresponder plenamente ao que o Senhor nos favorece, porque seu amor além de ser incalculável é gratuito. Amém.

*   *   *
(1) A expressão “infantil” nos remete à uma vivência de adoração a Deus anteriormente a encarnação do Filho. Essa noção pode ser lida em Pagola (O caminho aberto por Jesus: Lucas. Petrópolis: Vozes, 2012, pp. 279-285).

 

*   *   *

 

⇒ POESIA ⇐

Os Caminhos da Fé

 

Em missão vão os discípulos,
Junto ao Senhor que tanto os ama,
Suplicam a fé em quantidade,
Para que não se apague o fervor da chama,
Que se acendeu quando Ele os chamou,
E continua acesa por onde Ele caminhou,
Mas que por um momento já não inflama.
*
Ao perceberem os desafios do caminhar,
Pedem a fé para perseverar,
A confiança na rocha firme que é o Senhor,
Para na missão com pés firmes continuar,
Sem medo, sem desconfiança,
Mas na obediência e na esperança,
Que com o Senhor não irão desandar.
*
Hoje somos nós os seguidores,
Que pedem o dom da esperança e da alegria,
Com o peito marcado pelo fervor
Nas noites escuras, mas também ao dia,
Buscando ouvir a Palavra como alimentação,
Querendo viver sem desolação,
E seguindo a Luz que sempre alumia.
*
O Senhor nos chama a sempre caminhar,
E nos dá o seu Corpo que nos fortalece,
Nos chama a viver na comunhão,
Acolher seu Amor que nos enternece,
E o Santo Espírito sempre acolher,
Que a nossa vida quer aquecer,
Numa firme busca que se oferece.
*
E nesta vida de peregrinação,
Como servos inúteis vamos andando,
Aos passos lentos procurando entender,
Tudo que o Senhor vai nos ensinando,
Como na fé a gente vai crescendo,
Mesmo que no momento não entendendo,
Por que a vida santa se faz caminhando.

 

*   *   *

 

Obras: (1) “Santa Teresinha Visitando a Sagrada Família”, (autor desconhecido). In thesacredartgallery.com: “St. Therese Visiting The Holy Family by Old Masters”. (2) Imagem da Rosa: In <gratispng.com/png-uj22en>.

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensina sobre a necessidade de aumentar a nossa fé para vivermos a experiência do discipulado e da missão, ilumine o seu caminho! 

 

 

26º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas

 

Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pela abolição da pena de morte ⇐
⇒ Ciclo das Rosas: Tomada de véu de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face, em 24 de setembro de 1890 
Mês da Bíblia 2022“O SENHOR, teu Deus, estará contigo onde quer que vás” (Js 1,9) ⇐
⇒ 5a semana: A memória dos prodígios de Deus como suporte para manter-se fiel à Lei do Senhor. 
⇒ Encerramento do Mês da Bíblia: Deus sempre está com o seu povo
⇒ Dia Nacional da Bíblia ⇐

 

Leituras: Am 6,1a.4-7; Sl 145(146),7.8-9a.9bc-10 (R. 1); 1Tm 6,11-16; 2Cor 8,9; Lc 16,19-31

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

No Amor de Cristo, Vencemos os Abismos entre os Irmãos

Lc 16,19-31

 

Meus irmãos e irmãs, o 26º Domingo do Tempo Comum, o quarto e último Domingo do Mês da Bíblia, nos motiva a contemplar Jesus que ensina sobre os abismos entre os homens. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 16,19-31.

No Evangelho de hoje, a Liturgia nos apresenta Nosso Senhor Jesus Cristo contando outra parábola, desta vez, dirigida aos fariseus. Trata-se da parábola do rico avarento e do pobre Lázaro. Nosso Senhor fala sobre duas realidades que envolvem o homem: a riqueza negativa e a pobreza. Num extremo, um homem rico que, vaidosamente, se vestia com belas e caras roupas; no outro, o pobre Lázaro ao chão, ferido, faminto e esfarrapado, diante da porta do rico avarento (cf. Lc 16,19-21).

A segunda cena deste Evangelho já não é mais no plano terrestre. Lázaro encontra-se “junto de Abraão” (Lc 16,22) enquanto que o rico está na “a região dos mortos, no meio dos tormentos” (Lc 16,23).

As realidades se invertem: Lázaro que padeceu na terra, está agora gozando da paz e da harmonia, porque mesmo vivendo na extrema miséria, confiou totalmente na graça divina. Já o rico, que não soube usar dos seus bens para ajudar o próximo, pecou pela indiferença e agora está nos tormentos.

Vejamos que, de forma mesquinha, o rico pede uma gota de água para refrescar a sua língua, como que não acreditando na abundância da graça divina, e ainda mais: pede não pelos os homens que estão na terra, mas, de forma egoística, apela pelos cinco irmãos. No seu abismo não há mais possibilidades de criar uma ponte para junto de Abraão (cf. Lc 16,26).

A riqueza no Antigo Testamento muitas vezes foi vista como se a benção de Deus se realizasse somente na dimensão da prosperidade ao homem fiel à promessa. Consequentemente, a pobreza era como uma maldição. Os tempos passaram e as riquezas materiais foram se tornando mais obstáculos do que acesso ao paraíso eterno.

Atualmente, parece que não mudou muito estas duas realidades, entre ricos avarentos e pobres. Diante disso, há sempre um abismo enorme, quase intransponível entre os filhos do mesmo Pai Divino. Ainda há muitas mansões e palácios luxuosos, ainda há muita ostentação e esbanjamento das riquezas materiais.

O pior é que ainda persiste o pecado da indiferença e do desrespeito para com a necessidade dos pobres. Há nas calçadas, nas ruas, nas portas, muitos famintos, doentes, sofredores e excluídos. Eles clamam por comida, por assistência médica e por justiça social. E é a realidade dos pobres que nos revelam e denunciam as feridas de um mundo desigual, excludente e opressor.

Diante disso, podemos nos perguntar: Como está a nossa atenção aos irmãos que estão na miséria, nas calçadas, feridos e sem a assistência que os humanos merecem? Como está a nossa relação com os bens materiais? As riquezas são possibilidades de aproximação ou de abismo em relação ao Reino de Deus?

O cristão é chamado a ser o agente de transformação desta realidade. Jesus nos chama a romper as portas da indiferença de nosso coração para construímos pontes de solidariedade, de justiça e de caridade no mundo.

E neste Dia Nacional da Bíblia, sejamos motivados pelo lema do Mês da Bíblia a abraçar a promessa que nos garante a presença de Deus conosco sempre. Diz o lema a parir do livro de Josué: “O SENHOR, teu Deus, estará contigo onde quer que vás” (Js 1,9). Também busquemos a intercessão de São Jerônimo, que viveu entre 347 e 420, para termos as Sagradas Escrituras presente em nossas circunstâncias, pois ele foi responsável por traduzir toda a Bíblia para o latim.

Podemos concluir, lembrando-nos do Salmo desta Liturgia, o qual mostra como Deus deseja que o homem trilhe pelo caminho do bem e, ao mesmo tempo, como Ele protege os sofredores, pobres materiais e espirituais, guiando-os na sua vida, porque ele reina e sempre vence o mal. “O Senhor é fiel para sempre, faz justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem liberta os cativos. (…) Ele ampara a viúva e o órfão, mas confunde os caminhos dos maus. O Senhor reinará para sempre!” [Sl 145(146)]. Amém.

 

*   *   *

 

⇒ POESIA ⇐

Abismos entre Irmãos

 

Há abismos angustiantes
Que nos separam do irmão,
Pelas nossas atitudes,
De egoísmo e de ilusão,
Este abismo é a indiferença,
Pelo orgulho e violência,
Contrárias à comunhão.
*
O que faz a nossa ponte,
Ao outro se ligar,
É o amor de nosso Deus,
Que nos faz ao Céu chegar,
Pois n’Ele somos irmãos,
Não depende a condição,
Em que cada um está.
*
Se andarmos na verdade,
Sem fraude e avareza,
Sem o contratestemunho,
Prepotência da riqueza,
Se a Cristo nos ligamos,
E firmes continuamos,
Ele chamará à mesa.
*
Quantos Lázaros a nossa espera,
Nas calçadas e portões,
Nas ruas e nas estradas,
Esperando nossas ações,
Esperando o grande amor,
Que vem de Nosso Senhor,
Pra quebrar as escravidões.
*
Em Deus está nossa paz,
Sua ponte é o amor,
Ele vence o nosso abismo,
Que nos causa tanta dor,
Sua graça é abundante,
Não só gota refrescante,
Ele é graça e esplendor.
*
Que a santa Palavra,
Alerte o nosso viver,
Sobre a ponte do amor,
Que precisamos erguer,
E atentos aos sofredores,
Sejamos os construtores,
Para o Reino acontecer.

 

*   *   *

 

Obras: (1) “The Poor Lazarus at the Rich Man’s Door” e (2) “The Bad Rich Man in Hell”, por J. Tissot (1836-1902), In brooklynmuseum.org. (3) Imagem da Rosa: In <gratispng.com/png-uj22en>.

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensina e nos alerta sobre os abismos entre os homens, ilumine o seu caminho! 

 

 

25º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas

 

Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pela abolição da pena de morte ⇐
Mês da Bíblia 2022“O SENHOR, teu Deus, estará contigo onde quer que vás” (Js 1,9) ⇐
⇒ 4a semana: Josué – exemplo de continuador da História da Salvação

 

Leituras: Am 8,4-7; Sl 112(113),1-2.4-6.7-8 (R. cf. 1a.7b); 1Tm 2,1-8; 2Cor 8,9; Lc 16,1-13 (mais longo) ou Lc 16,10-13 (mais breve)

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

Os Discípulos de Cristo são os Adoradores e Servidores do Único Deus

Lc 16,1-13 (mais longo) ou Lc 16,10-13 (mais breve)

 

Meus irmãos e irmãs, o 25º Domingo do Tempo Comum, o terceiro Domingo do Mês da Bíblia, nos motiva a contemplar Jesus que ensina aos seus discípulos a servir a Deus e não ao dinheiro. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 16,1-13.

No Evangelho de hoje, a Liturgia nos apresenta Nosso Senhor Jesus Cristo contando uma parábola que fala sobre o administrador infiel e esperto. Este administrador, refletindo sobre a sua demissão, usa uma estratégia para sair desta situação. Ele abre mão do seu lucro e desta forma consegue devolver o dinheiro que é do seu patrão (cf. Lc 16,5-7).

Jesus elogia a esperteza daquele administrador(1) e fala para seus discípulos: “Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas” (Lc 16,9). Para Jesus, o dinheiro injusto poderia ser originado na exploração das pessoas. Porém, tal recurso também poderia ser usado a serviço da caridade e da vida dos pobres. Desta forma, os pobres, os bem-aventurados, poderiam acolher os ricos no Céu, porque estes colocaram suas riquezas a favor dos necessitados. Pois o Céu é daqueles que fizeram o bem e viveram a caridade na sua caminhada terrena (cf. Mt 25,34-40).

A parábola do administrador infiel é contada aos Seus discípulos (cf. Lc 16,1) mas tinha como ouvintes, também, alguns fariseus zombadores (cf. Lc 16,14). E o Senhor Jesus quer que eles, os discípulos, sejam fiéis no seguimento a Ele e na missão, pois eles serão administradores dos bens celestes e deverão carregar no coração a honestidade e a verdade da Palavra de Deus.

Na missão, os discípulos de Jesus deveriam também estar atentos com a mesma astúcia do administrador infiel, porém estando abertos à Sabedoria do Espírito Santo para administrarem os bens do Reino. Em nossa caminhada cristã, precisamos também da Sabedoria para sermos coerentes, em virtude do nosso testemunho e do serviço ao Evangelho.

Jesus também ensina que o seu discípulo é aquele que é fiel na administração das pequenas e das grandes coisas (cf. Lc 16,10). Também para ser discípulo é preciso que este ame a Deus como único Senhor (cf. Lc 16,13). O dinheiro pode ser cultuado como um deus (um ídolo) com muitos altares erguidos por todos os lugares deste mundo atual de um capitalismo tão selvagem. O dinheiro ser adorado e confundir o homem na busca do bem maior de sua existência, que é o sentido da sua vida e seu papel no mundo.

E através do profeta Amós, a Liturgia nos apresenta a situação de corrupção no séc. VIII a.C., durante o reinado de Jeroboão II na Samaria ou Reino do Norte. Amós denuncia principalmente o que a elite fazia no próprio Sábado, que era o dia sagrado, pois não tinham o menor escrúpulo em diminuir medidas, adulterar balanças, dominar os pobres com dinheiro e os humildes com pares de sandálias (cf. Am 5-6). Parece que o nosso mundo não mudou. Sempre existiu esta luta entre os filhos das trevas e os filhos da luz.

Hoje temos tantas situações parecidas com o que apresenta Amós, pois as fraudes comerciais, políticas e administrativas são visíveis. Nem sempre o dinheiro é usado a serviço das necessidades básicas e da concretização dos direitos os quais as leis nacionais e internacionais exigem que os governantes devam cumpri-las.

Também fiquemos atentos ao que nos ensina São Paulo na Primeira Carta a Timóteo: “Antes de tudo, recomendo que se façam preces e orações, súplicas e ações de graças, por todos os homens; pelos que governam e por todos que ocupam altos cargos, a fim de que possamos levar uma vida tranquila e serena, com toda piedade e dignidade. Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador; ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.” (1Tm 2,1-4).

Em tempos de campanha eleitoral e ainda o terceiro Domingo do Mês da Bíblia, rezemos pelos candidatos para que a disputa eleitoral não transforme o nosso país em uma terra arrasada, pois junto com o povo sempre esteve e sempre estará Deus, que é Senhor da História e como canta o Salmo nesta Liturgia “Louvai o Senhor, que eleva os pobres!”. Portanto, irmãos e irmãs, a nossa oração pelos que nos governam e o sincero propósito de crescermos na comunhão, na verdade e na honestidade, nos ajudará na construção do Reino de Deus, através do anúncio da Boa-Nova ao mundo. Amém.

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(1) Cf. nota de rodapé referente a Lc 16,8 na Bíblia de Jerusalém.

 

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⇒ POESIA ⇐

Servir Somente ao Senhor

 

Mundo de tantos altares,
Onde o dinheiro é adorado,
Onde tantos estão focados,
Nas coisas materiais,
Tornando-se desiguais.
Como Deus será amado?
*
Jesus nosso Salvador,
É quem nos traz a lição:
Vivermos sem ambição,
As coisas não adorar,
Mas somente administrar,
Para o bem do nosso irmão.
*
Servir somente ao Senhor,
Como único e verdadeiro,
Não sendo interesseiro,
Sem o outro corromper,
Mas a ele oferecer,
O amor como primeiro.
*
Ser fiel no que lhe cabe,
Saber administrar,
Sem ao outro enganar
Viver com muito cuidado,
Para não ser condenado,
Quando Deus vier cobrar
*
Deus de amor Ressuscitado,
Curai nosso coração,
Pra não vivermos a ilusão,
De uma vida enganada,
Guia-nos na Tua estrada,
Que nos leva à salvação.
*
Abençoai todos aqueles,
Que estão sempre a servir,
Amando sem oprimir,
Que sabem administrar,
O que Senhor lhe confiar,
E os irmãos vivem a unir.
*
Espírito Santo de amor,
Iluminai nosso viver,
Faz-nos esclarecer,
Cada passo da estrada,
Nessa nossa caminhada,
Pois, o Céu queremos ver.

 

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Obra: “Nosso Senhor Jesus Cristo”, de J. Tissot (1836-1902). In brooklynmuseum.org.

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensina a servir a Deus e não ao dinheiro, ilumine o seu caminho!