Leituras: Pr 31,10-13.19-20.30-31; Sl 128(127); 1Ts 5,1-6; Mt 25,14-30
⇒ HOMILIA ⇐
Os Nossos Talentos e o nosso Encontro com o Senhor
Mt 25,14-30
Meus irmãos e minhas irmãs, o mistério pascal da Liturgia do XXXIII Domingo do Tempo Comum nos motiva a cuidar dos nossos talentos com vistas ao encontro com o Senhor. E o Evangelho desta Liturgia está em Mt 25,14-30.
Assim, neste penúltimo Domingo do Tempo Comum do ano A, a Igreja nos apresenta a parábola dos talentos, um texto que deve nos leva a pensar sobre o que o Senhor nos oferece, segundo a capacidade de cada um (cf. Mt 25,15).
Que comparação podemos fazer em relação a nossa vida de cristão no que se refere aos dons que Deus deixa sob os nossos cuidados? Não há imposição do que é deixado a cada empregado, porém cada um deve cultivar aquilo ficou aos seus cuidados, pois os resultados serão cobrados.
No retorno do patrão, tudo é prestado conta. Aos que fizeram render, são feitos elogios e o convite para participarem da alegria do Senhor. Ao empregado que, por medo, não produziu nada, este foi tratado como mau e preguiçoso e, ainda, foi-lhe tirado até o pouco que tinha.
Todos nós recebemos diversos talentos de Deus, habilidades a serem desenvolvidas e que deverão estar a serviço do próximo e da Igreja para que o bem seja semeado no mundo. São tantos os trabalhos pastorais e os serviços em favor da Igreja os quais o Senhor deixou a nossos cuidados. Ele voltará e irá nos alertar sobre a nossa preguiça, o nosso comodismo e a nossa indiferença. Pela atitude de não fazer nada, nós mesmos nos excluiremos das alegrias do Senhor.
Recebemos, pela Igreja, muitas graças: os sacramentos, a Palavra ofertada no ambão (o altar da Palavra), a promessa de salvação e os vários ministérios pelos quais participamos da Igreja do Senhor. No entanto, haverá um tempo em que o Senhor pedirá contas do que fizemos dos talentos que nos ofertou gratuitamente. Ele partiu após a ressurreição, mas continua presente nas ações litúrgicas, na Eucaristia (nas espécies eucarísticas e na pessoa do sacerdote) e também nos demais sacramentos, na Palavra proclamada, na assembleia orante (cf. SC, 7[1]).
Estamos à espera da volta do Senhor pois vivemos o tempo da Igreja. “Portanto, não durmamos, como os outros, mas sejamos vigilantes e sóbrios” (1Ts 5,6), nos alerta São Paulo. Ficar com nossos talentos escondidos sem que produza algo, terá como consequência a tristeza e a perda do pouco que temos.
O conselho do Senhor é que pelo menos coloque no banco aquilo que não fizermos render, ou seja, devolvermos à comunidade um ministério do qual somos incapazes de desenvolver e deixar que outros assumam para que a Igreja seja beneficiada com a dádiva de continuar crescendo o seu Reino já entre nós.
Coloquemo-nos diante de Deus como servos e acolhedores de seus talentos e peçamos o dom da sabedoria, para que possamos agir no temor do Senhor, como reza o salmo 128(127): “Felizes os que temem o Senhor e trilham os seus caminhos.” Sendo obedientes e fazendo render os dons que Deus nos confiou, evitaremos nos apresentar diante dele de mãos vazias.
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[1] Sacrosanctum Concilium, Sobre a Sagrada Liturgia. Constituição do Concílio Vaticano II.
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⇒ POESIA ⇐
Os Talentos do Senhor
Os talentos do Senhor,
São a nós confiados,
Para o maior cultivo,
Pelo nosso incentivo,
No amor vivo e doado.
Os talentos do Senhor,
Quando são bem cultivados,
Brotam a fidelidade,
Também a santa bondade,
Dos servos compromissados.
Os talentos do Senhor,
Força do Reino na história,
Que se faz sempre crescer,
E também faz florescer,
A justiça e a glória.
Os talentos do Senhor,
Levam-nos a refletir,
Que o Senhor voltará,
E assim nos julgará,
Quando a todos reunir.
Os talentos do Senhor,
Levam-nos à caridade,
Faz fluir a alegria,
Que vem da sabedoria,
Da paz e da fraternidade.
E o Senhor vem reunir,
Não sabemos qual o dia,
Busquemos então cultivar,
Os dons que ele vem nos dar,
Na Palavra e na Eucaristia.
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*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva a cultivar os nossos talentos dados gratuitamente por Deus, ilumine o seu caminho! ***