Imaculada Conceição de Nossa Senhora, Solenidade – 2022

Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas organizações de voluntariado ⇐
⇒ Campanha para a Evangelização 2022 
» Tema: “Evangelizar: Graça e missão que se dá no encontro” «
⇒ 3º Ano Vocacional 
» Tema: “Vocação: graça e missão” «
» Lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33) «

Leituras: Gn 3,9-15.20; Sl 97(98),1.2-3ab.3cd-4 (R. 1a); Ef 1,3-6.11-12; cf. Lc 1,28; Lc 1,26-38

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

Um  Sim  para nossa Salvação

Lc 1,26-38

 

Meus irmãos e minhas irmãs, celebramos com muito júbilo a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Esta Liturgia, dentro do 3º Ano Vocacional, nos motiva a contemplar a entrega da Virgem ao projeto de Deus. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 1,26-38.

A Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora sempre acontece dentro do Tempo do Advento e a Virgem foi a primeira a viver o advento santo de Nosso Salvador. Ela esperou em Deus, ela esperou no silêncio, na oração e na serenidade.

Esta verdade de fé, ou seja, este dogma, sobre a Imaculada Conceição de Maria, foi declarada pelo Papa Pio IX, no dia 8 de dezembro de 1854, através da bula Ineffabilis Dei. No número 41, o Santo Padre declara: “A doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis.”

A Mãe Imaculada nos ajuda na vivência do Advento de forma mais profunda, pois foi por ela que o mundo pôde conhecer o Salvador, Aquele que é salvação para todos. Nossa Senhora viveu intensa e de forma particular a espera do Menino Deus. O seu advento foi o mais completo e perfeito, porque ela colocou em Deus toda a sua espera e confiança.

No Evangelho de Lucas (cf. 1,26-38) podemos aprender da Virgem Maria como responder a Deus no momento em que Ele nos chama. Nem sempre devemos ser passivos diante do chamado, pois faz necessário perguntar com fez Maria, ela disse: “como acontecerá isso?” (Lc 1,34). A resposta divina virá e os caminhos se abrirão. E o Mensageiro de Deus, o Anjo, falou à Virgem: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra.” (Lc 1,35). E diante do esclarecimento divino dado pelo Anjo, houve a entrega de Maria, o “sim” definitivo em favor do plano salvador de Deus.

A Virgem, Mãe de Deus e nossa, nos ensina como proceder em direção à santidade. Suas ações, sua escuta e sua resposta sinalizam o caminho do Céu. Devemos ser fiéis em nossos propósitos quando discernimos que o chamado vem de Deus, um chamado que, quando não entendemos, se abre para o diálogo sobre o próprio chamado, quando é para sermos discípulos e também missionários do Senhor Jesus.

A Virgem é a cheia de graça. Frase que a Igreja eternizou e que rezamos todos os dias na oração da Ave-Maria e que, infelizmente, rezamos quase sempre aceleradamente, sem perceber o seu poder, sem meditar. Na frase do Anjo (cf. Lc 1,28) temos a certeza de que, pelo seu santo amor maternal, Nossa Senhora é fonte de ensino e de intercessão.

Ela é imaculada, ou seja, sem a mácula do pecado original, porque Deus não poderia se encarnar num ventre com a mancha do pecado, com as fraquezas humanas que muitas vezes dificultam a resposta ao plano Deus.

Sem pecado, a Virgem, como a nova Eva, esmaga o mal gerado pela desobediência no início da Criação, como vimos na Primeira Leitura desta Liturgia (cf. Gn 3,9-15.20). Imaculada, cuidou do seu Filhinho Santo em Nazaré. Como discípula, tornou-se também nossa Mãe, pois na Cruz o próprio Senhor indicou que ela cuide com amor de todos nós.

Que neste Advento possamos enxergar e responder positivamente os sinais que Deus nos mostrar para vivermos como seus servos, discípulos e missionários. Meditar no silêncio do nosso coração, principalmente quando abraçarmos a Cruz.

Esperar o Natal é, sobretudo, esperar e se preparar para as coisas novas que nascerão em nossa vida para o nosso bem e para o bem do mundo, pois o Menino Deus nasce para todos. Ele vem ao nosso encontro para nos dizer e nos mostrar que Deus tem um rosto como o nosso e quer que o nosso seja igual ao d’Ele. Amém.

 

*   *   *

 

⇒ POESIA ⇐

Mulher do Sim

 

Visitada pelo Anjo,
A escolhida perturbada:
Escuta o mensageiro,
Acolhe-o, desconcertada,
Questiona-o, mas aceita,
E diz sim por ser amada.
*
Acolherá o Verbo de Deus,
Para o mundo, esperança.
Ele será grande e justo
Rei diferente em bonança
Reinando para sempre,
Deus fiel da Aliança.
*
A Mulher do sim sem limites,
A Santa e Imaculada,
A Mãe de amor verdadeiro,
A mais pura e amada,
Ensina-nos a perseverança,
E a fé na caminhada.
*
Esperemos o Senhor,
Aprendendo com Maria,
Perseverando nas lutas
Seja noite ou seja dia,
Mesmo na dúvida e na cruz,
Seja Deus o nosso guia.
*
Olhando o seu rosto santo,
Aprendamos sua lição,
De sempre escutar a Deus
Na alegria e na aflição,
Vivendo o santo silêncio,
Pra acolher a salvação.
*
Mãe de Deus e nossa Mãe,
Cheia da graça divina,
Modelo de santidade,
Que intercede e que ensina,
Que ama e protege os filhos,
Amor que afaga e ilumina.
*
Que na santa Eucaristia,
Preparemos um lugar,
Um sacrário em nosso ser,
Pra Jesus poder estar,
Como fez também Maria,
Quando Deus veio nos salvar.

 

*   *   *

 

Imagem principal: “A Anunciação”, P. de Champaigne (1602–1674). In <commons.wikimedia.org/wiki/>: “File:The Annunciation MET DT5656.jpg”. Domínio Público. Imagem da coroa do Advento: In <favpng.com/png_view/church-candles-advent-wreath-clip-art-png/t2ezFbBk>

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Imagem principal: “A Anunciação”, de J. Tissot (1836-1902). In <brooklynmuseum.org>: “The Annunciation”. Imagem da coroa do Advento: In <favpng.com/png_view/church-candles-advent-wreath-clip-art-png/t2ezFbBk>

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Imagem principal: “A Adoração dos Magos”, de J. Tissot (1836-1902). In <brooklynmuseum.org>: “The Adoration of the Magi”. Imagem da coroa do Advento: In <favpng.com/png_view/church-candles-advent-wreath-clip-art-png/t2ezFbBk>

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Imagem principal: “A Fuga para o Egito”, de J. Tissot (1836-1902). In <brooklynmuseum.org>: “The Flight into Egypt”. Imagem da coroa do Advento: In <favpng.com/png_view/church-candles-advent-wreath-clip-art-png/t2ezFbBk>

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Imagem principal: “Pietà”, de Michelangelo. Foto de Stanislav Traykov. In <pt.wikipedia.org/wiki/>: “Pietà (Michelangelo)” – CC BY 2.5. Imagem da coroa do Advento: In <favpng.com/png_view/church-candles-advent-wreath-clip-art-png/t2ezFbBk>

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Imagem principal: “A Virgem em Prece” (1650), de Sassoferrato (1609-1685). In <pt.wikipedia.org/wiki/>: “Maria (mãe de Jesus)”. Imagem da coroa do Advento: In <favpng.com/png_view/church-candles-advent-wreath-clip-art-png/t2ezFbBk>

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Imagem principal: “Maria Imaculada Rainha do Universo”. In <zephyrinus-zephyrinus.blogspot.com>. Imagem da coroa do Advento: In <favpng.com/png_view/church-candles-advent-wreath-clip-art-png/t2ezFbBk>

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Imagem principal: Foto de Sérgio Alexandre de Carvalho. In <pixabay.com/pt/photos/jesus-cat%C3%B3lico-cristo-comunh%C3%A3o-2121771/>. Imagem da coroa do Advento: In <favpng.com/png_view/church-candles-advent-wreath-clip-art-png/t2ezFbBk>.

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⇒ Que o exemplo da Virgem Maria, que se colocou sob a sombra do Espírito Santo para fazer a vontade de Deus, ilumine o seu caminho! 

 

 

IV Domingo do Tempo do Advento, Ano C, São Lucas

 

Leituras: Mq 5,1-4a; Sl 80(79); Hb 10,5-10; Lc 1,39-45

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Maria: Exemplo de Caminheira, de Silêncio e de Espera

Lc 1,39-45

 

Meus irmãos e irmãs, a Liturgia do IV e último Domingo do Advento nos motiva a contemplar a Virgem Maria, a Mãe do Senhor, enquanto exemplo de peregrina e de espera ativa. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 1,39-45, passagem que está localizada na primeira parte do Evangelho segundo São Lucas intitulada “Nascimento e vida oculta de João Batista e de Jesus”.

Nesta Liturgia, Jesus, como fruto bendito, está no ventre da Virgem Maria (cf. Lc 1,42). E o evangelista Lucas nos apresenta duas mães e dois bebês fazendo uma ligação da Antiga com a Nova Aliança e com realidades cuja a esperança só faz sentido com a certeza do Anjo ao dizer que: “Para Deus, com efeito, nada é impossível.” (Lc 1,37).

É o caso da gravidez dessas duas mulheres: uma idosa e outra jovem, virgem. O ventre de Isabel guarda aquele que preparou os caminhos do Senhor, os caminhos de Jesus. Em Maria, sacrário santo e vivo!, Deus se encarna para recriar o homem à sua imagem e semelhança.

Depois, a Escolhida partiu, apressadamente, para visitar Isabel. No entanto, mais que uma visita, foi um ato missionário de quem está disponível a Deus, no silêncio e na escuta. Por isso, de uma forma ousada, podemos dizer que Maria é a poetisa de Deus, a mulher do alegra-te, pois o seu “sim” parte de uma íntima relação com o anúncio dos profetas. Não é fantasia de uma jovem, mas a consciência de que Deus, como declama no Magnificat, derruba os poderosos e exalta os humildes.

Quanto a Isabel, ela pode representar todas as mães e crianças que necessitam do cuidado de Deus para com os pobres. Já os pobres, como Isabel, são chamados a acolher a mãe de Deus e o Salvador em suas vidas.

A primeira leitura desta Liturgia nos recorda que o local do nascimento de Nosso Senhor seria em Belém. Diz a profecia de Miquéias: “E tu, Belém de Éfrata , pequena entre os clãs de Judá, de ti sairá para mim aquele que governará Israel.” (Mq 5,1). Já a segunda leitura, da Carta aos Hebreus, nos apresenta a ação, a missão e a identidade de Cristo, que veio para fazer a vontade do Pai. Diz o autor da Carta aos Hebreus: “E graças a esta vontade é que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas.” (Hb 10,10).

A Liturgia de hoje, portanto, nos apresenta o exemplo de Maria, obediente ao chamado de Deus para colaborar com o Seu Plano de Salvação, mesmo que muitas situações não estejam tão claras. Entretanto, quando estamos cheios da Graça de Deus e de sua Palavra, nossa boca proclama naturalmente as maravilhas d’Ele, nossas ações são pautadas no amor e nossa vida é testemunho que quase sempre dispensam as palavras.

Chegando na metade do ciclo do Natal, que terminará no Batismo do Senhor, queremos recordar um fato da vida de Santa Teresinha, com quase 14 anos, e que marcou o início do terceiro período de sua vida, “o mais cheio de graças do Céu”, como disse a Florzinha de Lisieux.

Na noite do Natal de 1886(1), depois da Missa da meia-noite, estava ansiosa pelos presentes nos sapatos na lareira e ouviu, desavisadamente, de seu pai, que estava fatigado depois da Missa, um desabafo de que aquele seria o último ano das botas encantadas. Apesar de magoada e como que por um milagre, Teresinha terminou a noite alegre e aos pés de seu querido Rei, o seu pai, São Luís Martin (1823-1894) .

Peçamos, por fim, a intercessão de Nossa Senhora da Visitação, cultuada no dia 31 de maio, para que possamos receber o Espírito Santo, Espírito da caridade presente na viagem de Nazaré à casa de Isabel e fundamental para uma vida de oração e da caridade. Amém..

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(1) Esse episódio da vida de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face está no livro História de uma Alma” (Manuscrito A, 45 r-v).

 

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⇒ POESIA ⇐

Mãe do Silêncio e da Escuta


No silêncio e na escuta do mensageiro,
Mas também questionando,
Entrega-se ao Senhor que forte lhe chama,
Coloca-se a disposição porquê muito ama,
Mãe de Deus e da humanidade,
Para Deus é toda gratuidade,
Como poetisa um poema exclama.
*
Apressada parte caminhando,
Nos caminhos longos das tantas montanhas,
Para viver a missão em caridade,
Sentindo o chamado em simplicidade.
Leva consigo o Deus criança,
Parte sem medo e com muita esperança,
Para servir com humildade.
*
Traz ao mundo o Verbo encarnado,
Na sua vida de exigente e de peregrina,
Carrega no colo com muita coragem,
Levando a sério a divina mensagem,
Por que será a mãe do Rei de amor,
Colaborando no Plano Salvador ,
Deus virá em carne, além da imagem.
*
Denuncia os tantos erros do mundo
Com o canto alegre de profecia,
Vê os poderes que machucam os humanos,
Percebe as riquezas do mundo como engano,
Quando são usados para oprimir,
Somente Deus poder corrigir,
A deficiência dos homens e os seus planos.
*
E nesta missão divina que recebeu,
É cheia de Graça em abundância,
Repleta da Palavra do Senhor,
Cantora dos pobres em sua dor,
Está consciente de sua missão,
Vive ativa e sem omissão,
É Mãe dos Apóstolos com pleno amor.

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Referência da (i) imagem principal: J. Tissot (1836-1902), In brooklynmuseum.org – “The Visitation” ; (ii) imagem da Coroa do Advento: In favpng.com/png_view/church-flags-clip-art-advent-wreath-advent-candle-png/GhCt00wb e (iii) Imagem das rosas: In <gratispng.com/png-uj22en>.


Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva a contemplar a Virgem enquanto exemplo de peregrina e de espera ativa, ilumine o seu caminho!

 

 

III Domingo do Tempo do Advento, Ano C, São Lucas

⇒ Domingo Gaudete

 

Leituras: Sf 3,14-18a; Sl Is 12,1-6; Fl 4,4-7; Lc 3,10-18

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

A Alegria e a Espera Compromissada do Discípulo

Lc 3,10-18

 

Meus irmãos e irmãs, a Liturgia do III Domingo do Advento, o Domingo da Alegria, nos motiva a manter a contemplação no convite à conversão, agora com o compromisso de discípulo. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 3,10-18, ainda no contexto da passagem intitulada “Preparação do ministério de Jesus”.

Nesta Liturgia, Jesus continua oculto, mas agora na profecia do próprio João Batista (cf. Lc 3,16-17) e o santo Precursor dirige sua pregação ao povo incorporando também os publicanos e os soldados romanos, pois os escritos de São Lucas, discípulo de São Paulo, apresentam a salvação a toda a humanidade. Como resposta, o povo pergunta o que fazer para estar preparado para a chegada do Senhor.

Para a multidão, o Precursor, João Batista, aconselha que se repartam as vestes (os bens) e o alimento com os que não têm. Aos cobradores de impostos, João responde que sejam responsáveis e justos nas cobranças. E aos soldados, que não tomem dinheiro de ninguém e que não sejam injustos nas acusações (cf. Lc 3,11-15).

Toda a pregação do Batista é para que as pessoas se convertam e estejam preparadas para a vinda do Senhor. João se apresenta humildemente a ponto de se considerar como um escravo. E diz: “Não sou digno de desatar a correia das sandálias.” (Lc 3,16) Depois faz uma comparação do seu batismo com o de Cristo: “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo” (Lc 3,16). É preciso estar preparado, pois o Senhor virá para que a Reino de Deus aconteça.

O que podemos refletir deste texto de Lucas? As orientações de João Batista nos apontam gestos concretos como virtudes para a verdadeira conversão. Depois, essa pregação está voltada para a dimensão social no olhar para os necessitados, pois para a verdadeira alegria acontecer é importante que haja a partilha, a lealdade e a justiça, que os impostos sejam cobrados na justa medida e que as forças do governo não sejam nem opressoras e nem repressoras, mas que tragam segurança ao povo.

Podemos pensar neste momento: o que nos dá alegria como discípulos e missionários de Cristo? E quais são os mecanismos e as instâncias que retiram do povo a verdadeira alegria? Que motivos de alegria celebramos neste Domingo?

O verdadeiro discípulo é firme e forte frente aos desafios pessoais e comunitários. Por isso, diante da missão de semear a sua Palavra e o amor de Deus ele poderá carregar no coração a profecia de Sofonias: “Alegra-te e exulta de todo coração.” (Sf 3,14). É sendo um simples instrumento de Deus, que a pregação do missionário alumia o mundo com a luz do Senhor.

Temos muitos motivos de alegria para celebrar: pelas tantas pessoas que partilham dos seus bens para ajudar os pobres, os necessitados e as inúmeras ações sociais e religiosas, que semeiam a esperança e a dignidade humana.

Também neste Domingo temos mais um elemento que a aproxima o Advento da Quaresma. Trata-se da cor rosa [ou róseo(1)], presente no penúltimo Domingo de cada tempo. No Advento é o Gaudete, que no latim significa “Alegrai-vos”, e na Quaresma é Lætare, significando “Alegra-te”.

E lembrando que ao próximo dia 14 nós celebramos a Memória de São João da Cruz (1542-1591), Doutor da Igreja – o Doutor Místico, que, junto com Santa Teresa d’Ávila, a Grande, foi um dos pioneiros da reforma do Carmelo. Além de sua obra, São João da Cruz foi uma das principais referências de Santa Teresinha do Menino Jesus, considerada como “filha e discípula de São João da Cruz”, que nos proporcionou o discipulado da Pequena Via para uma época de muitos barulhos.

Por fim, peçamos a Nossa Senhora de Guadalupe, “Mãe das Américas”(2) e cultuada neste dia 12 de dezembro, que ela rogue por nós para que possamos receber o Espírito Santo, Espírito da alegria presente no reencontro do Pai com o Filho Pródigo e necessário para vivenciarmos a sobriedade do Advento com júbilo. Amém.Amém.

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(1) O termo “róseo” é muito significativo no contexto litúrgico, pois além de indicar a própria cor, também indica algo que exala perfume análogo ao de rosa. No entanto, na Instrução Geral do Missal Romano (cf. 346) consta somente o termo “rosa”.
(2) Cf. Oração do Santo Padre à Nossa Senhora de Guadalupe, por ocasião da Viagem Apostólica do Papa São João Paulo II à República Dominicana, México e Bahamas, em 25 de janeiro de 1979. Foi a primeira Viagem Apostólica do Papa. Disponível em: <https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/1979/january/documents/hf_jp-ii_spe_19790125_preghiera-guadalupe.html>. Acesso em: 10 dez. 2021.

 

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⇒ POESIA ⇐

A Verdadeira Alegria


A alegria verdadeira,
É a que vem do Senhor,
Nos tropeços e na dor.
Mesmo na enfermidade,
E na fragilidade,
Dos que buscam o amor.
*
A alegria verdadeira,
Brota da caridade,
Das ações de bondade,
Marcadas pelo servir,
Dos que querem construir,
A santa fraternidade.
*
A alegria da espera,
Que traz a esperança,
Que propõe as mudanças,
Nos gestos concretos,
Muitas vezes discretos,
Mas na confiança.
*
A alegria dos profetas,
Que anunciam o mundo novo,
Junto ao seu querido povo,
A justiça esperada,
Sempre muito sonhada,
Que voltará de novo.
*
A alegria dos cristãos,
Continuando o caminhar,
Sempre a anunciar,
Com grande esperança,
E com fé e confiança:
No Reino que vai chegar.

*   *   *

 

Referência da (i) imagem principal: J. Tissot (1836-1902), In brooklynmuseum.org – “Saint John the Baptist and the Pharisees” ; (ii) imagem da Coroa do Advento: In favpng.com/png_view/church-candles-advent-wreath-clip-art-png/t2ezFbBk e (iii) Imagem das rosas: In <gratispng.com/png-uj22en>.


Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva a contemplar o convite à conversão em tempo de espera ativa pela pregação do santo Precursor, ilumine o seu caminho!

 

 

II Domingo do Tempo do Advento, Ano C, São Lucas

⇒ Último Domingo do Ano de São José (2020/2021) ⇐

 

Leituras: Br 5,1-9; Sl 126(125); Fl 1,4-6.8-11; Lc 3,1-6

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Convite à Conversão em Tempo de Espera

Lc 3,1-6

 

Meus irmãos e irmãs, a Liturgia do II Domingo do Advento, o último Domingo do Ano de São José, nos motiva a contemplar o convite à conversão em tempo de espera ativa. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 3,1-6, passagem que está localizada na segunda parte do Evangelho segundo São Lucas, intitulada “Preparação do ministério de Jesus”.

Nesta Liturgia, Jesus está oculto no cumprimento da profecia de Isaías sobre o anúncio da libertação (cf. 40,3-5), que os evangelistas (cf. Mt 3,3; Mc 1,3; Lc 3,4-6; Jo 1,23) indicam ser João Batista a voz que preparará os caminhos do Senhor (cf. Lc 3,4). O Evangelho ainda nos situa no tempo histórico: “No décimo quinto ano do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador da Judéia…” (Lc 3,1) que “a palavra de Deus foi dirigida a João, filho de Zacarias, no deserto” (Lc 3,2), mostrando, assim, que a ação de Deus se dá na história dos homens. Lembremos que o evangelista Lucas apresenta a salvação a toda humanidade, derrubando as barreiras culturais que impediam o acesso à Palavra de Deus.

Entretanto, a profecia da libertação por meio da imagem do terreno aplainado está presente tanto na primeira leitura desta Liturgia, com Baruc, quanto no Evangelho segundo Lucas (cf. 3,4-6), em que ele resgata, como os demais evangelistas, o profeta Isaías. Em Baruc o terreno será aplainado para o Povo de Deus e em Isaías é para o Senhor. Já na segunda leitura, tirada na Carta aos Filipenses e ainda no contexto da segunda vinda de Cristo, São Paulo nos exorta que é pelo crescimento do conhecimento e da experiência que ficaremos puros e sem defeito para o dia de Cristo (cf. Fl 1,10).

Outra imagem presente no Evangelho desta Liturgia é a do deserto. Na Bíblia, deserto não é, necessariamente, uma região árida. Antes, é o lugar propício para o encontro com Deus, pois foi lá que Deus cuidou e guiou o povo por quarenta anos conduzindo-os até a terra que mana leite e mel (cf. Dt 6,3). Portanto, o deserto, a cor roxa, o convite à conversão e o recolhimento são elementos que aproximam o Tempo do Advento, que nos conduz para a Encarnação (Seu nascimento na noite do Natal em Belém) e o Tempo da Quaresma, que nos encaminha para a glorificação de Cristo na Cruz.

Esta Liturgia, portanto, nos motiva a estarmos preparados para a vinda do Senhor, numa atitude de conversão que reflita o Reino anunciado por João Batista e concretizado por Jesus de Nazaré. Por isso, faz-se necessário uma mudança de vida que supere a corrida comercial do natal e do ano novo e, sobretudo, incluindo um planejamento pessoal, pastoral e espiritual, de modo que cada um tenha seus projetos de uma vida renovada pela esperança neste Natal.

A Liturgia deste Domingo, como sendo a voz do “nosso” João Batista, nos pede a conversão exigente do coração, com novas atitudes, seja em nossa casa, no grupo pastoral e na sociedade, para que os caminhos da Evangelização sejam endireitados e o Verbo encarnado seja acolhido, para que haja justiça, paz e fraternidade neste mundo de tantos caminhos tortos.

Neste ano, a Campanha para a Evangelização, que percorre todo o Tempo do Advento e tem como tema “ide, sem medo, para servir”, terá sua coleta nos dias 11 e 12 de dezembro e, por isso, vamos rezar para que esta coleta possa dar conta dos diversos projetos missionários espalhados pelo Brasil, além de contribuir para a manutenção da CNBB.

Por fim, peçamos a Nossa Senhora da Imaculada Conceição, cultuada no dia 8 de dezembro, que ela rogue por nós para que estejamos prontos para receber o Espírito Santo, Espírito do santo temor necessário para uma conversão como pregada por João Batista. Amém.

 

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⇒ POESIA ⇐

Preparemos o Caminho do Senhor


Vivemos a intensidade
De uma espera em harmonia,
Confiantes e sem medo,
João Batista anuncia,
Só precisa conversão,
Viver a contemplação
Do Menino em alegria.
*
Percebemos neste mundo
tantos caminhos entortados,
Tanta tristeza, violência,
muitos irmãos massacrados.
É a ausência do amor,
Falta acolher o Senhor,
Pro mundo ser transformado.
*
Os profetas anunciaram
Para o mundo a redenção,
Para o povo alertaram
Que é preciso conversão.
Pra justiça acontecer,
Todos devem se rever,
Não existe enganação.
*
O sonho se realiza
Quando temos esperança,
Quando nosso caminhar,
Permanece em aliança.
Caminhos endireitados,
Altos montes abaixados,
E em Deus a confiança.
*
E então a nossa espera,
Deve ser na oração,
Na leitura da Palavra
E no alimento do Pão.
O amor ao Deus da vida,
Uma fé bem definida,
Para ver a salvação.

*   *   *

 

Referência da (i) imagem principal: J. Tissot (1836-1902), In brooklynmuseum.org – “The Voice in the Desert” e (ii) imagem da Coroa do Advento: In favpng.com/png_view/church-candles-advent-wreath-clip-art-png/t2ezFbBk.

 

Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva a contemplar o convite à conversão em tempo de espera ativa pela pregação de João Batista, ilumine o seu caminho!

 

 

I Domingo do Tempo do Advento, Ano C, São Lucas

⇒ Ano de São José (2020/2021) ⇐

 

Leituras: Jr 33,14-16; Sl 25(24); 1Ts 3,12-4,2; Lc 21,25-28.34-36

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

O Advento Chegou! Esperemos Alegres o Senhor que Vem!

Lc 21,25-28.34-36

 

Meus irmãos e irmãs, a Liturgia do I Domingo do Advento do Ano C, neste Ano de São José, nos motiva a contemplar a chegada desse Tempo com os temas da Encarnação do Verbo de Deus no seio da Virgem Maria e a expectativa da segunda vinda de Cristo. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 21,25-28.34-36, passagem que está localizada na quinta parte do Evangelho segundo São Lucas, intitulada “O ministério de Jesus em Jerusalém”.

Nesta Liturgia Jesus está no Templo ensinando aos Seus discípulos. Essa ação ocorre nos dias posteriores à entrada messiânica e os eventos de Sua paixão, quando passa o dia ensinando no Templo e as noites, ao relento, no monte das Oliveiras.

O evangelista Lucas apresenta uma perspectiva de libertação dos que buscam em Deus a salvação. Por isso, Jesus alerta: “ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem.” (Lc 21,36). Para os judeus, o fim do mundo significava a destruição de Jerusalém. No entanto, o que Jesus anuncia é o início do tempo do novo Povo de Deus, que inclui todas as nações.

Esse novo tempo de salvação está anunciado na primeira leitura desta Liturgia. Diz o profeta Jeremias: “Naqueles dias, Judá será salvo e Jerusalém terá uma população confiante; este é o nome que servirá para designá-la: ‘O Senhor é a nossa Justiça’.” (Jr 33,16). Já a segunda leitura desta Liturgia, São Paulo, dirigindo-se aos tessalonicenses, confirma a promessa da vinda gloriosa de Cristo, quando expressa “que assim ele confirme os vossos corações numa santidade sem defeito aos olhos de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos.” (1Ts 3,13).

A Liturgia de hoje, portanto, nos motiva a ficar atentos quanto ao anúncio do Evangelho, de modo que seja transmitido na esperança e na fraternidade. A violência que vemos todos os dias através dos meios de comunicação é consequência da ausência do Deus amor e também da ausência da Palavra proclamada e rezada em família, experiência essa que deve ser alimentada pela participação na Missa, nos círculos bíblicos, com o Santo Rosário ou outra modalidade que provoque a conversão e a firmeza na caminhada.

São estas atitudes que nos prepararão para acolhermos Jesus Menino, que veio morar conosco e sentir nossas dores, mas também nossas alegrias e vitórias. O Advento é propício para termos atitude de cautela, de alegre espera, porém vigilantes. Por isso precisamos tomar cuidado em nossa vida cotidiana, na evangelização, que às vezes é falha, raquítica e marcada por preconceitos.

Também devemos ter cuidado com a “nossa” zona de conforto traduzida no “está tudo bem” dos limites das missas dominicais, dos serviços e pastorais…, mas e lá fora como está? É nosso dever saber? Precisamos ir aos que foram batizados e não vieram mais à Igreja? O Advento, como primeira etapa do ciclo do Natal que é finalizado no Batismo do Senhor, também tem a função de nos conduzir para a noite de Natal, quando seremos testemunhas junto com os anjos e os pastores.

E neste Domingo, em que a Igreja, universalmente, está voltada para o início de mais um Ano Litúrgico, a ser iluminado pelo evangelista Lucas, queremos motivar a caminhada no itinerário da Novena de Natal. Em 2021, a Novena, ofertada pela CNBB, tem como guia a Encíclica Fratelli Tutti(1), sobre a fraternidade e a amizade social, assinada pelo Papa Francisco no dia de São Francisco de Assis em 2020, sobre o túmulo do Santo de Assis.

Peçamos a Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, cultuada no dia 27 de novembro, que ela rogue por nós para que sejamos merecedores do Espírito Santo, Espírito da Paz, e preparados para acolher o Menino Deus. Amém.

 

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(1) Cf. Carta Encíclica Fratelli Tutti. Disponível em: <https://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20201003_enciclica-fratelli-tutti.html>. Publicado em: 3 out. 2020. Acesso em: 26 nov. 2021.

 

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⇒ POESIA ⇐

A Nossa Alegre Espera

Caminhamos esperando o Senhor,
Na verdade, já caminhamos com Ele,
No encontro com a sua Palavra,
No alimento do Seu Corpo,
E no saciar da sede da alma.
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Caminhamos esperando o Senhor,
Com cuidado nas nossas ações,
Com a alegria em vez do medo,
Com o olhar atento à vida,
Marcados pela esperança.
*
Caminhamos esperando o Senhor,
Atentos aos irmãos que tropeçam,
Também, levantando das nossas quedas,
Mas querendo caminhar de novo,
De mãos dadas na missão.
*
Caminhamos esperando o Senhor,
Vivendo a oração perseverante,
Num olhar além do nosso chão,
Na estrada de todos os discípulos,
Para estar de pé diante d’Ele.

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Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva a estar preparados para a Sua vinda, ilumine o seu caminho!