DOMINGO DA ASCENSÃO DO SENHOR, ANO  C – SÃO LUCAS

 

Leituras: At 1,1-11; Sl 47(46); Ef 1,17-23; Lc 24,46-53

“A Ascensão” (1886-1894), por J. Tissot


Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

Vibremos de alegria, na Ressurreição do Senhor

Lc 24,46-53

 

A liturgia deste domingo nos convida a celebrarmos com grande alegria, o “culminar do mistério Pascal”[1], a Ascensão do Senhor como garantia da nossa santidade nele e como certeza de chegarmos também juntos na dimensão celestial, para vivermos eternamente a contemplação de nosso Deus.

Se a ressurreição é a certeza de que em Cristo todos somos chamados à família das pessoas novas, revestidos de plenitude de vida, a Ascensão é a garantia de que contemplaremos a Deus na glória celeste e seremos revestidos de santidade e da beleza divina. A beleza divina pertence àqueles que livremente decidiram seguir o Senhor na escuta da sua Palavra e na vivência da caridade durante a caminhada terrena (cf. Mt 25,34-36).

Podemos lembrar o evangelho de São João quando diz que o “verbo de Deus se fez carne e veio habitar entre nós” (Jo 1,14). Ele desceu do céu para nos mostrar que a santidade e a salvação pertencem a todos que o buscarem, pois não há barreiras de culturas e povos. O Céu é o lugar dos que querem viver o seu amor e que glorificam o seu nome, e todos que seguem este chamado devem dar testemunho desta Boa-Nova no mundo sendo fermento, sal e luz entre os povos.

Nesta liturgia contemplaremos dois textos de São Lucas: primeiro, o que narra a memória do percurso de Jesus na sua missão redentora no mundo (cf. 24,46), e seguindo ainda o mesmo trecho, lemos o pedido de Jesus para que os seus discípulos sejam testemunhas de tudo o que o Senhor fez, pois o Espírito Santo os guiará e assim o Senhor os abençoa e depois se eleva ao céu (cf. 24,48-52). O segundo texto de São Lucas é Atos dos apóstolos, o qual repete com mais detalhes a Ascensão do Senhor e que, de certa forma, complementa a narração sobre experiência da ressurreição de Jesus e a sua subida ao Céu como prova de que Ele nos elevará também ao Reino celestial.

E o que podemos aprender destas narrações? A subida de Jesus ao Céu, não é uma ausência, mas a garantia de que nós estaremos com Ele, um dia, porque o Espírito Santo nos ensinará e nos conduzirá a esta realidade.

A Ascensão do Senhor também significa que Ele está acima de todas as pretensões humanas, por que o seu Reino já começa entre nós, pois somos o seu corpo, templos do Espírito Santo, chamados a celebrar um culto novo como novas criaturas e, desta maneira, vivendo a dimensão das realidades de Deus, para morar também com o Ele.

Podemos citar a segundo leitura, na carta aos Efésios, quando nos fala daquilo que o Senhor nos possibilitará para vivermos a santidade na realidade terrena, mas tendo como meta o Céu: “Que Ele abra o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos, e que imenso poder Ele exerceu em favor de nós que cremos, de acordo com a sua ação e força onipotente” (Ef 1,18-19).

Podemos, portanto, meditar sobre a presença do Senhor que sobe ao Céu, mas que ao mesmo tempo é presença viva na sua Igreja terrena, quando, por exemplo, celebramos a Eucaristia, sua presença real no meio de nós, pois no culto à sua Palavra e ao seu corpo antecipamos as realidades celestes, ou seja, vivemos já o céu na terra.

Neste sentido não podemos ficar somente olhando para cima como os apóstolos (cf. At 1,10), mas caminharmos em missão para preparar o Reino do Senhor em nosso meio, vivendo o seu mandamento maior que é o amor e ao mesmo tempo cumprido o seu mandato missionário, por que somos seus servidores responsáveis de levar a sua Palavra ao mundo com a nossa vida, sendo testemunhas vivas da ressurreição.

Encerremos, esta reflexão meditando com o responsório desta liturgia, (Sl 46): “Porque Deus é o grande Rei de toda a terra, ao som da harpa acompanhai os seus louvores! Deus reina sobre todas as nações, está sentado no seu trono glorioso”. Amém.

———-

[1] CABALLERO, Basílio. A Palavra de cada domingo: Ano C. Apelação [Portugal]: Paulus, 2000. Pág. 116-119.

 

 

***

 

⇒ POESIA ⇐

A caminho do Céu

 

A Caminho do Céu estamos,
Quando o amor vivemos,
Quando o Senhor escutamos,
E seu alimento queremos,
Como discípulos em missão,
Em escuta e em oração,
E ao Senhor nos dobraremos.

A caminho do Céu estamos,
Quando vivemos a comunhão,
E juntos o amor celebramos,
Numa festa de irmãos,
Sendo Paz e alegria,
Na noite e também no dia,
Festejando a união.

A caminho do Céu estamos,
Quando a Palavra é encarnada,
Nas trilhas que caminhamos.
E a vida seja celebrada,
Em clima de serenidade,
Num chão de fraternidade,
Com a fé bem confirmada.

A caminho do Céu estamos,
Quando o nosso bem amado,
Esteja sempre onde estamos,
E nosso ser sempre inflamado,
Das coisas da redenção,
Sendo luz na escuridão,
E os passos por ele guiados.

A caminho do Céu estamos,
Quando nós, corpo do Senhor,
Sinais de vida sejamos,
Semeando sempre o amor,
Sendo o Reino já aqui,
E possamos imprimir,
A face de Nosso Senhor.

 

*** Que a Palavra e a Luz do Ressuscitado ilumine o seu caminho ***

 

VI DOMINGO DA PÁSCOA, ANO  C – SÃO LUCAS

 

Leituras: At 15,1-2.22-29; Sl 66(67); Ap 21,10-14.22-23; Jo 14,23-29

“Jesus se despede dos discípulos”, por Duccio (*1308+1311)


Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

Tempo Pascal: um grande Domingo

Jo 14,23-29

 

O Nosso caminhar dentro do tempo Pascal chega ao 6º domingo e assim nos aproximamos do Pentecostes, momento litúrgico em que a Igreja celebra a descida do Espírito Santo sobre todos os que estavam reunidos no “Cenáculo de Amor”, a Igreja que acabara de nascer. Estavam ali os primeiros discípulos e missionários da Igreja de Cristo.

A liturgia deste domingo, portanto, nos conduz a uma reflexão que retoma o tema do evangelho passado: o amor é a base da vivência cristã, é o mandamento maior que leva os homens a construírem uma vida de comunhão, paz e justiça. E este amor não é abstrato, ele está voltado para a Palavra do Senhor que nos conduz ao Pai (cf. Jo 14,23).

É a escuta e a obediência desta Palavra entre os discípulos que faz a comunhão. Já os desafios da missão da Igreja, quando esta foi se expandindo pelo mundo, são enfrentados graças ao Espírito Santo prometido pelo Senhor, como descrito pelo evangelista: “ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito” (Jo 14,26b).

Para melhor compreender o versículo citado acima, podemos rever a primeira leitura. Na passagem, poderemos observar a discussão entre os que anunciavam o Senhor. Surge, então, a questão dos ritos de inserção vindos da lei judaica (no caso, a circuncisão) e se deveria ser observada por aqueles que queriam fazer parte do grupo dos apóstolos de Jesus, os primeiros cristãos.

Naquele momento surge a necessidade da abertura para uma lei que possa ir além do templo e das tábuas escritas. Aqui podemos retomar o Evangelho que cita o amor (acolhimento) como o critério principal para receber os novos convertidos no grupo dos apóstolos.

Também percebemos a ação do Espírito Santo quando são enviados de Jerusalém, missionários para levarem a mensagem da decisão dos apóstolos: “Por isso, estamos enviando Judas e Silas, que pessoalmente vos transmitirão a mesma mensagem. Porque decidimos, o Espírito Santo e nós, não vos impor nenhum fardo, além destas coisas indispensáveis: abster-se de carnes sacrificadas aos ídolos, do sangue, das carnes de animais sufocados e das uniões ilegítimas.” (At 15,27-29).

Todas estas situações acima citadas são realidades que aconteceram e acontecem entre os cristãos, pois a Igreja terrestre necessitou e necessita da conversão e da purificação constante como afirmou o Papa Emérito Bento XVI: “A Igreja é a esposa de Cristo, o qual a torna santa e bela com a sua graça. Contudo esta esposa, formada por seres humanos, está sempre necessitada de purificação. E uma das culpas mais graves que deturpam o rosto da Igreja é contra a sua unidade visível, sobretudo as divisões históricas que separaram os cristãos e que ainda não foram totalmente superadas”[1]. Esta purificação vem do Espírito Santo prometido por Jesus, pois é na caminhada dos primeiros anunciadores marcados pelas perseguições, opiniões diversas, discursões doutrinais que a ação do Deus Trindade está presente.

Não podemos imaginar uma Igreja que nasceu por que os colaboradores de Jesus já eram todos santos, somente o próprio Cristo era o Deus homem, o Santo e o vencedor da morte. Para se viver a santidade todos os apóstolos passaram pela purificação como homens terrenos, porque acolheram a força da ressurreição e seguiram firmes na fé guiados pelo Paráclito. A crença nas promessas de Jesus foi fundamental para que chegasse até nós o Evangelho e a mensagem da Boa-Nova.

Agora podemos nos maravilhar daquilo que o Senhor falou aos seus discípulos no seu discurso preparatório de despedida antes de subir ao céu: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração” (Jo 14,27).

Seguir o Senhor ressuscitado é ser guiado pela paz que nos conforta e nos deixa o coração livre para enfrentar os desafios da vida cotidiana e da missão evangelizadora.

Podemos ainda meditar com o livro do Apocalipse, quando João nos fala do novo templo que é próprio o Senhor, o Cordeiro Santo: “Não vi templo na cidade, pois o seu Templo é o próprio Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro.” (21,22). Esta deve ser a nossa compreensão de culto, pois viver a adoração ao Senhor na nova aliança agora não é mais estar preso ao espaço físico, à lei mosaica, porque se faz necessário viver o amor no mundo e saber que o Senhor está em todo lugar e inclusive em nós, em nosso coração, como templos vivos para a sua habitação e nossa santificação. Amém.

————-

[1] Bento XVI, homilia dominical na Praça de São Pedro, 20 de janeiro de 2013. Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/angelus/2013/documents/hf_ben-xvi_ang_20130120.html>. Acesso em: 21 maio 2019.

 

 

 

***

 

⇒ POESIA ⇐

O amor é a nova lei

 

Amar, regra primeira,
E a obediência virá
Amor ilimitado,
E a lei se cumprirá
Ouvir atento a palavra,
E o Paráclito a guiar.

Acolher nosso Senhor
Para a paz receber,
Seguir a nova lei,
Para o outro acolher,
Não descriminar,
Seguir sem esmorecer.

Encontrar com os irmãos,
Pra viver comunhão,
Acolhendo aos que chegam,
Que a nós se juntarão,
Como fermentos vivos,
Novo Reino em ação.

Seguir sempre em missão,
Com o Espírito de Amor,
Como Templos, vivos e santos,
Novo culto ao Senhor.
Num caminhar de paz,
E coração em ardor.

Esta é a nova lei,
Que o mundo irá seguir,
O amor, a principal base,
E a Palavra a ouvir,
E um culto sempre novo,
Pra se construir.

 

*** Que a Palavra e a Luz do Ressuscitado ilumine o seu caminho ***

 

V DOMINGO DA PÁSCOA, ANO  C – SÃO LUCAS

 

Leituras: At 12,21b-27; Sl 144(145); Ap 21,1-5a; Jo 13,31-33a.34-35

“Cristo lavando os pés dos discípulos” (1305), por Giotto (*1267+1337)


Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

Um novo céu e uma nova terra, no amor do Senhor

Jo 13,31-33a.34-35

 

O evangelho do 5º domingo da Páscoa é um texto que não traz uma narrativa pascal, mas nos apresenta a base para vivermos o sentido daquilo que é o fundamento da vida nova em Cristo: o amor. Padre Raniero Cantalamessa[1] nos lembra que o evangelho e a segunda leitura nos apresentam a repetição de uma palavra em comum: o adjetivo “novo”. “Eu vos dou um novo mandamento” (Jo 13,34a) e no Apocalipse teremos: “Vi um novo céu e uma nova terra; Vi a cidade santa, a nova Jerusalém; Eis que faço novas todas as coisas” (21,1-2.5).

A Boa-Nova da ressurreição traz um sentido novo para vida dos que já seguiam o Senhor, e também para todos que foram envolvidos neste acontecimento. Portanto, a grande novidade é o amor que Jesus vive intensa e profundamente, doando-se por amor por toda a humanidade, não apenas pelos que o seguem, mas por todas as nações. Eis a grande novidade: Este amor é que alimentará todos os missionários e missionárias que darão continuidade a obra do Senhor.

Podemos então nos perguntar: O que faz uma comunidade cristã ser sempre nova em sua experiência de encontro com o Senhor e os com irmãos? O que faz uma família ser sempre sinal de alegria e testemunho de Deus no seu ambiente interno e externo? O que nos chama atenção num grupo de jovem que faz a diferença dentro de uma paróquia, nas suas atividades pastorais e na convivência interna? A resposta será obvia: é o amor, o novo mandamento pregado por Jesus. É amor vivido entre os irmãos e irmãs, que faz a novidade na experiência cristã.

Quantas vezes tantas comunidades morreram por já não existir mais o encanto do amor entre os irmãos, substituído pela frieza que apaga a chama da motivação? Quantas famílias são destruídas por causa da ausência do amor que não foi acolhido e vivido no lar? Quantos grupos de segmentos cristãos, jovens, crianças e adultos que param de se encontrar porque existem fortes divergências que não se resolvem por falta do amor fraterno?

Faz-se necessário lembrarmos que existem muitas comunidades, famílias e grupos que são sinais do amor que renova e que anima a Igreja, que motiva e faz ser Reino de Deus, já “aqui-agora”. Novas criaturas que inflamam o coração das pessoas e que são o fermento do amor verdadeiro para o mundo com suas atitudes e práticas evangélicas.

Rezemos por todos nós para que estejamos atentos ao motivo primeiro do nosso seguimento ao Senhor: o amor entre os irmãos. Amor que é diaconia (serviço) e missionariedade na vida da Igreja e no mundo. Rezemos também pelo Santo Padre, o Papa Francisco, pelos bispos, sacerdotes, diáconos, leigos, pais de família e todas as lideranças que estão na caminhada da Igreja, para que encontrem sempre o motivo de sua fé e sigam firmes com o Senhor na proclamação da sua Boa-Nova que nos diz: Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” (Jo 13,34-35).

[1] É o pregador da Casa Pontifícia. Cf. CANTALAMESSA, Raniero. O Verbo se fez carne: reflexões sobre a Palavra de Deus – Anos A, B, C. São Paulo: Ave Maria, 2012.

 

 

***

 

⇒ POESIA ⇐

O novo é o amor

 

Desde que nós existimos,
Lá no início da criação,
Estava lá o amor,
Sendo de tudo a razão,
Para sermos semelhantes,
Naquele tempo e neste instante,
Para nos fazer doação.

Tanto tempo e nada velho,
Pois o amor não envelhece,
É eterno no existir,
Não se enruga, nem desfalece,
Está no início e em nosso tempo,
Ele é tudo, é alimento,
Se germina e refloresce.

Está em nossos encontros,
De partilha e comunhão,
Faz-nos criaturas novas,
No trabalho e na oração,
É o novo mandamento,
De Jesus, é o Testamento,
Pra vivermos como irmãos.

Novo é a vida nova em Cristo,
Doação da vida plena,
Pois o AMOR é infinito,
Que acolhe e não condena,
Aceita nossa liberdade,
Na escolha da verdade,
A caridade ele ordena.

Seguindo por este caminho,
Sempre, sempre renovados,
Ao lado do bem supremo,
Que é o Senhor ressuscitado,
No novo céu vamos chegar,
E o amor nos julgará
E novo sempre nós seremos.

 

*** Que a Palavra e a Luz do Evangelho, do Ressuscitado ilumine o seu caminho ***

 

IV DOMINGO DA PÁSCOA, ANO  C – SÃO LUCAS

 

Leituras: At 13,14.53-52; Sl 99; Ap 7,9.14b-17; Jo 10,27-30

“O Bom Pastor”, 1886–1894. Por J. Tissot (1836–1902)


Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

O verdadeiro pastor é aquele que dá a vida pelas suas ovelhas

Jo 10,27-30

 

Neste 4º domingo da Páscoa, contemplemos o Cristo, o Bom Pastor, que além de conduzir as ovelhas pelo caminho do amor, doa a sua vida por elas. Este é o grande sentido e o diferencial da missão do verbo encarnado no mundo: conduzir todos para o caminho do amor e da comunhão com o Pai, reunindo a grande multidão dos que o seguiram e seguem com firmeza e coragem.

Meditemos, brevemente, o evangelho e as leituras desta liturgia. Olhemos para Cristo, como o Bom Pastor, que tem uma voz (cf. Jo 10,27), que doa a sua vida, não uma vida temporal, mas a vida eterna, ele está em comunhão com o Pai (cf. Jo 10,30).

Olhemos para nós, as ovelhas, que querem ouvir a voz do Pastor, querem segui-lo e viver para sempre com ele… “Porque ele é o nosso Deus, nosso pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão” (salmo 95). No Senhor somos unidos para sempre, como rebanho que quis seguir a voz do Pastor eteno, eterno por que na segunda leitura podemos meditar sobre esta certeza, que, de acordo com o Apocalipse, João contempla uma multidão diante do trono do Cordeiro. Trata-se de uma multidão que reuniu gente de todas as nações, tribos, povos e línguas e que era incontável (cf. Ap 7,9).

O interessante é que ao mesmo tempo em que somos ovelhas do Senhor, somos também chamados por ele para caminhar como seu rebanho e em comunhão fraterna, numa realidade de irmãos que se ajudam na motivação da fé e na busca da santidade.

Em Atos dos Apóstolos (cf. 13,45) temos o testemunho missionário de São Paulo e São Barnabé. Eles anunciam a Palavra de Deus aos judeus. E as consequências da ação missionária dos dois já sabemos: perseguição, realidade própria de todos aqueles que anunciam a Palavra libertadora de Jesus. Sobre isso São João, no Apocalipse, também dá testemunho da sua visão: “Então um dos anciãos me disse: ‘Esses são os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro. Por isso, estão diante do trono de Deus e lhe prestam culto, dia e noite, no seu templo’.” (Ap 7,14b-15).

Podemos lembrar de tantos santos e santas que viveram a experiência do encontro com o Bom Pastor e que em vida terrena já pronunciavam a certeza de fazer parte da incontável multidão na Igreja celestial. Viveram fiéis até o derramamento de sangue (São Sebastião – *256+286), viveram na pobreza (São Francisco de Assis – *1181+1226 – e Santa Tereza de Calcutá – *1910*1997), na profundidade da meditação espiritual deixando tantos escritos que chegaram até nossos dias como riqueza da espiritualidade cristã (Santa Tereza D’Ávila – *1515+1582 – e São João da Cruz – *1542+1591), além dos inúmeros anônimos que testemunharam e testemunham a fé na simplicidade, na doação de vida, na missão e na vivência das virtudes próprias de ovelhas que escutam a voz do Senhor e estão ligadas a ele.

Lembremos que o Senhor chamou, preparou e enviou discípulos para cuidar do seu rebanho e estes vocacionados o representam na caminhada da Igreja. O Papa, os bispos, os padres, os diáconos, os catequistas, os evangelizadores e tantos cristãos coerentes na fé que vivem no mundo do trabalho, nos mostram, pelo seu testemunho, a face do Bom Pastor que cuida das suas ovelhas. Porém não esqueçamos que o Rebanho é do Senhor, não sendo, portanto, propriedade particular de ninguém, por que ao mesmo tempo em que somos lideranças (pastores) somos também ovelhas do mesmo rebanho.

Rezemos por todos aqueles que estão na caminhada evangelizadora proclamando o Reino de Deus com a sua vida nas diversas realidades do mundo, para que sejam perseverantes na sua vocação e fermento de amor entre os irmãos, numa postura e consciência de que são discípulos do Ressuscitado, mas que são ao mesmo tempo parte integral do Rebanho que é conduzido pelo Bom Pastor.

 

***

 

⇒ POESIA ⇐

Supremo Pastor dos pastores

Voz que conduz a multidão
Que orienta e purifica,
Que plenifica.
Que leva à eternidade,
Sendo caridade,
Cajado que dignifica.

Pastor que conhece o rebanho,
Protegendo-o no caminhar,
Não deixando desgarrar.
Mão protetora,
Vida salvadora,
Que se deixa amar.

Cordeiro supremo da vida nova,
Que acolhe a incontável multidão,
Que se une em comunhão,
Às diversas realidades das nações,
Mártires das tribulações,
Alvejados para a santificação.

E nós ovelhas seguidoras,
A sua voz escutamos,
A ele nos ligamos.
E como rebanho nos unimos,
Vida eterna garantimos,
E chegar ao trono, almejamos.

 

*** Que a Palavra e a Luz do Bom Pastor, o Ressuscitado, ilumine o seu caminho ***

 

III DOMINGO DA PÁSCOA, ANO  C – SÃO LUCAS

 

Leituras: At 5,27b-32.40b-41; Sl 117; Ap 5,11-14; Jo 21,1-19

“Alimenta meus cordeiros”, 1886–1894, J. Tissot (1836–1902)


Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

A força do testemunho no Ressuscitado

Jo 21,1-19

 

Na liturgia do terceiro domingo da Páscoa contemplamos com alegria a beleza do testemunho dos apóstolos. Em destaque Pedro e João, que proclamam a verdade na Ressurreição, preenchidos de coragem e alegria. Através da experiência da fé na ressurreição os discípulos são transformados em corajosos missionários da vida nova, indo por todos os lugares para viverem como pescadores de pessoas, para construir o Reino de amor e redenção do mundo.

O interessante é que a terceira aparição de Jesus é realizada dentro do contexto profissional dos apóstolos, na vida cotidiana, no trabalho, não mais a portas fechadas, mas ao “ar livre”, porque a Ressurreição não tem barreiras e nem obstáculos e a presença do Senhor também não está presa ao templo ou ao culto antigo, agora o templo de adoração é o corpo glorificado.

Este texto nos traz várias chaves de reflexão para a experiência comunitária, às lideranças e para a missão evangelizadora da Igreja. Estas ações acima citadas nos levam a refletir que é o ressuscitado que conduz a comunidade cristã para que se lance ao mundo. A pesca foi um fracasso até a aparição de Jesus. Com Jesus acontece o milagre da abundância. Somente com Jesus a nossa evangelização tem êxito e faz crescer a multidão dos seguidores do Senhor.

O chamado de Jesus para cuidar do rebanho deve ser alimentado primeiramente pela vivência do amor. “Jesus perguntou a Simão Pedro: ‘Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?’ Pedro respondeu: ‘Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo’. Jesus disse: ‘Apascenta os meus cordeiros’.” (Jo 21,14).

Por três vezes Pedro é interrogado pelo Senhor, pois antes tinha negado que conhecia Jesus também por três vezes (cf. Lc 22,56-60). Mas isso não foi impedimento para seguir em frente, agora está disposto e reabilitado pela força da ressurreição e conversão mais profunda, para tomar conta do rebanho, para representar a comunidade dos seguidores do Senhor.

Lembremo-nos de que é o Senhor que conduz a Igreja (a barca) e que também Pedro não seguirá sozinho, pois a pesca foi realizada também pelos outros apóstolos, quando disseram: nós também vamos pescar (cf. Jo 21,3).

Com esta experiência Pedro caminhará e encontrará perseguições, calúnias. Seguirá para o martírio com uma convicção tão forte que se sentirá alegre e satisfeito porque agora encontrou a razão da sua fé, como podemos confirmar nos Atos dos Apóstolos: os apóstolos saíram do Conselho, muito contentes, por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus (cf. 5,41).

Olhemos agora para João, o discípulo amado, aquele que esteve no sepulcro vazio e esperou Pedro chegar para conferir o acontecimento. Ele está também presente na pesca milagrosa e é quem reconhece primeiramente a Jesus ressuscitado e comunica a Pedro (cf. Jo 21,7). João é a face da Igreja contemplativa, orante, ministério do amor, que reclina a cabeça sobre o coração de Cristo (cf. Jo 13,23), que está ao pé da cruz e que acolhe Maria como sua mãe (cf. Jo 19,26-27), mas que é obediente ao representante do colégio dos apóstolos.

As nossas comunidades paroquiais, grupos e pastorais devem se fixar nestas duas faces da Igreja: uma face que trabalha que age, que administra (Pedro), e ao mesmo tempo uma face que reza, que contempla e se alimenta da comunhão, numa realidade de partilha e de missão (João).

Diante de tantos olhares bíblicos, nós cristãos do século XXI, somos testemunhas primeiramente da Ressurreição do Senhor, que é autor da vida, que a defende e a proclama como infinita. Também devemos viver a caridade, a comunhão e a obediência quando respondemos ao Senhor que chama e nos manda lançar as redes para a pesca.

Peçamos ao Senhor as virtudes teologais (fé, esperança e caridade), para que cuidemos de nosso caminho de discipulado e também sejamos agraciados por ajudar a outras pessoas a alimentarem a sua fé em Jesus Cristo. E agradecemos pelo nosso Papa que segue na barca de Pedro, vivendo os desafios da evangelização no mundo, mas na simplicidade e na obediência ao Senhor que o chamou para cuidar do seu rebanho.

 

***

 

⇒ POESIA ⇐

Pela fé, na coragem e na alegria

Lá vão os discípulos, seguidores do amor,
Em meio a calúnias e injúrias,
É o grande cominho que inicia,
Seguem sem medo,
Confiantes e na alegria.

Vão remando mar adentro,
Para o grande milagre,
Para a pesca do amor,
Que não afunda com a tempestade.
Por que o barco é do Senhor.

E em meio à mesa da partilha,
Onde o Pão os sacia,
Confirmam a missão,
Anunciando vida nova,
Construindo comunhão.

Seguem em comunidade,
Como “pedras vivas”,
Para o reino edificar,
A caminho do martírio,
Firmes vão, sem desanimar.

E nós missionários de agora,
Seguiremos também no amor,
Vivendo como os primeiros,
Caminhando sobre tempestades,
Mar adentro, sem desespero.

 

*** Que a Palavra e a Luz do Ressuscitado ilumine o seu caminho ***

 

DOMINGO DA MISERICÓRDIA, ANO  C – SÃO LUCAS

Leituras: At 5,12-16; Sl 117(118); Ap 1,9-11a.12-13.17-19; Jo 20,19-31

Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

Ressurreição: vida nova de Cristo que cresce pelo mundo

Jo 20,19-31

Acabamos de vivenciar a semana chamada de oitava da páscoa, na qual a liturgia da Palavra foi marcada profundamente por tantos testemunhos, através de milagres, medos por parte dos apóstolos, choro das mulheres. Estes foram pessoas que viveram primeiramente a experiência da ressurreição do Senhor e proclamaram para o mundo tantas maravilhas.

O evangelista João nos conta que era noite, primeiro dia da semana, as portas fechadas por medo dos Judeus (cf. Jo 20,19), ou seja, os que acompanharam Jesus de perto, estavam ainda nas trevas, marcados pelo medo e pelo desespero.

Era dia do Senhor, o dia da ressurreição, e Jesus aparece numa realidade gloriosa, vivo, trazendo a sua Paz, alegrando os discípulos, apresentando o seu sopro de vida nova, para enviar-lhes em missão e transmitirem a autoridade do perdão dos pecados. Por que ele veio para salvar a todos dos pecados do mundo, mostrando a face de um Deus eterno em amor e misericórdia.

Outro ponto importante do evangelho é a descrença de Tomé. Inicialmente, Tomé não estava na comunidade quando Jesus aparece a primeira vez e por isso se mostra incrédulo, como um cientista que quer provas palpáveis para acreditar na verdade da ressurreição.

Após um período de oito dias, novamente no primeiro dia da semana (domingo), o senhor vem ao encontro da comunidade e está lá Tomé para viver a experiência da fé na vida nova.

Tomé é convidado a tocar as chagas de Jesus para ver e crer, assim como muitos de nós que para acreditarmos na ação salvadora do Senhor, precisamos de provas, de situações concretas para poder aumentar o nosso amor ao Senhor.

Disse Jesus a Tomé: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” (Jo 20,29). Nós, cristãos da atualidade, somos felizes quando vivenciamos a nossa fé na ressurreição de Jesus e quando vivemos também vida nova em nossa caminhada e ao mesmo tempo somos transmissores desta verdade.

O que somos capazes de proclamar para os outros sobre o Ressuscitado? O que nos motiva a vivermos uma experiência de convicção da nossa fé? O tempo pascal é propício para reavaliarmos a nossa experiência de discípulos e discípulas do Senhor e levarmos a frente esta verdade.

Tenhamos a certeza de que foi a convicção dos que seguiram Jesus ou ouviram a pregação sobre ressuscitado, que fez chegar até nós, no nosso tempo, a mensagem maravilhosa de que o Senhor ressuscitou e nós podemos ressuscitar com ele.

Precisamos meditar por que Tomé duvidou exatamente quando estava fora da comunidade dos discípulos e por que Jesus não apareceu somente a ele após a aparição aos outros? Onde estava Tomé, porque estava ausente?

E foi exatamente após a caminhada de uma semana que Jesus se apresentou mais uma vez e agora se encontra Tomé que é convidado pelo Senhor da vida a tocar nas suas chagas. Como Tomé, as vezes precisamos de mais tempo para absorvermos uma realidade nova em nossa existência.

O evangelista João faz questão de nos lembrar das marcas da crucificação e da presença de Tomé no grupo. Talvez por duas razões: primeiro para provar que era Jesus mesmo que estava ali com eles, com as feridas, pois fora crucificado e também para dizer que a fé dos apóstolos foi alimentada na experiência da comunidade reunida.

Portanto, amigos e amigas, é na partilha da mesma realidade e no encontro com os irmãos e irmãs que alimentamos a nossa fé na ressurreição do Senhor e somos motivados a prosseguir um caminho novo. Peçamos ao Senhor da vida que possamos professar com convicção a frase de Tomé: Meu Senhor e meu Deus. Muitas vezes somos como aquele apóstolo, não temos a fé suficiente para acreditar na presença de Deus em nossa vida. Ele que nos alimenta com sua Palavra e com seu corpo nos fortalecendo na caminhada de filhos e filhas de Deus.

 

***

 

⇒ POESIA ⇐

“Ele está no meio de nós”

Ele está em nosso meio,
No encontro e na alegria,
Na reza de cada dia,
Na partilha do pão,
Fazendo-nos comunhão,
Viva e Santa Eucaristia.

Ele está na caminhada,
Dos caminheiros queridos,
Que mesmo com os pés feridos,
Das estradas compridas,
As vezes trazendo fadiga,
Mas se sentem agradecidos.

Ele está em nossa vida,
Às vezes a portas fechadas,
Com a paz anunciada,
Para nos tranquilizar,
E fazer-nos caminhar,
Numa vida renovada.

Ele está em nosso ser,
Para a fé nos retomar,
E o medo espantar,
Pra nos dar a segurança,
E refazer-nos a esperança,
Para o caminho trilhar.

Enfim, ele está aqui e agora,
Quando faço poesia,
Nos passos de cada dia,
Presente em todo momento,
Sendo Deus fonte e alimento,
Que nunca se esvazia.

*** Que a Palavra e a Luz do Ressuscitado ilumine o seu caminho ***

 

DOMINGO DA PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR, ANO  C – SÃO LUCAS

 

Leituras: At 10,34a.37-43; Sl 117; Cl 3,1-4; Jo 20,1-9

“Discípulo Amado e São Pedro no sepulcro vazio”, J. Tissot


Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

A nossa Alegria é a Ressurreição do Senhor

Jo 20,1-9

 

Maravilhados das alegrias, vindas da vigília pascal e despertados na manhã do sepulcro vazio, celebremos a vitória do primeiro a ressuscitar, Jesus Cristo, o mais belo entre todos os homens, glorioso, Deus da vida, o vencedor sobre a morte.

“A ressurreição de Jesus é o mistério central da nossa fé cristã e o fundamento da nossa esperança de libertação total”[1]. Somente no Senhor somos totalmente livres e alegres, apesar dos sofrimentos e desilusões da vida terrena.

Iniciamos um novo tempo da Igreja, o período Pascal, onde tudo está voltado para os acontecimentos da ressurreição de Jesus, quando aprendemos e nos firmamos na fé, através de tantos testemunhos dos que seguiram e amaram profundamente o Senhor.

O Evangelista João (cf. 20,1-9) nos fala da sua experiência com o ressuscitado, de uma forma simples e ao mesmo tempo profunda. Simples por que descreve detalhes, tais como: faixas de linho no chão, pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte” (Jo 20, 5-7).

Voltemos o nosso olhar também para quem foi primeiro ao túmulo de Jesus, quando ainda estava escuro, Maria Madalena, que percebeu a pedra retirada do túmulo. Ela anuncia primeiro, aos discípulos Pedro e João, os quais vão confirmar a ressurreição. Eles que também ainda estavam marcados profundamente pela dor da morte de Jesus. “Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.” (Jo 20,8).

Meditemos alguns pontos importantes da liturgia deste domingo da Ressureição do Senhor: “Maria Madalena viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo” (Jo 20,1) e por isso volta correndo para anunciar que algo estranho tinha acontecido.

Muitas vezes, nós também precisamos retirar a pedra que nos impede de perceber algo extraordinário em nossa vida, sobretudo referente à ação de Deus na nossa caminhada de discípulos que querem seguir o Senhor ressuscitado.

Esta pedra muitas vezes é o nosso rito vazio, a nossa indiferença, a mesmice e a sensação de que mais um ano passou e nas festas pascais não conseguimos viver uma experiência nova, ou seja, vida que se faz ressurreição no Senhor.

O primeiro domingo da Páscoa é o dia do Senhor por excelência, de onde nasceu a nossa fé no ressuscitado. Daquela manhã do túmulo vazio em diante, os discípulos passarão por uma nova ótica na experiência com Jesus.

Cabe a nós cristãos fazermos como os discípulos, os quais viveram a experiência do ressuscitado, muitas vezes ainda sem muita clareza, mas crescendo aos poucos dando motivo da sua fé, como Pedro professou: “Eles o mataram, pregando-o numa cruz. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia” (At 10, 40).

Pedro viveu com Jesus as duas realidades: primeiro, caminhando com ele na sua missão terrena, depois fazendo a sua experiência da ressurreição. Desta forma, o apóstolo nos ensina o sentido profundo da vida renovada em seu discipulado.

São Paulo, que fez uma outra experiência de conversão, proclama com convicção: Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus…” (Cl 3,1-2).

Portanto, cada um de nós, após dois mil anos, devemos viver a realidade a qual Paulo viveu, encontrando com o ressuscitado e vivendo a missão de Evangelizar com convicção, sem medo e com firmeza na fé.

Peçamos ao Espírito Santo a graça da fé no ressuscitado, para vivermos cada momento de nossa vida, alimentados pela Palavra e pela Eucaristia, dando razões de nossa fé e sempre cantando como o Salmo 117: “Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!”

—–

[1] CABALLERO, Basílio. A Palavra de cada domingo: Ano C. Apelação [Portugal]: Paulus, 2000. Pág. 92.

 

***

 

⇒ POESIA ⇐

A manhã nova do Senhor

Ainda é escuro, é madrugada,
É o dia novo, da nova vida,
Pelos discípulos e por nós acolhida,
Arranquemos a pedra,
Pedra que impede um novo olhar,
Que às vezes nos faz tropeçar,
Olhemos para o alto, a nos alegrar!

A Luz vem chegando,
Percebamos os sinais da vitória,
Da luz, da nova vida em Glória,
Por que o Senhor não está entre os mortos,
Ele é o homem vivo para sempre,
Quer caminhar conosco eternamente
O Santo dos Santos, o homem vivente!

Sua vida nos traz esperança,
Certeza de que seremos eternos,
Na nova comunidade, fraternos,
Estaremos para sempre com ele,
Sem barreiras a nos atrapalhar,
Ele é pão vivo a nos alimentar,
Para além daqui quer nos elevar!

A sua glória é de todos,
O seu corpo é totalmente novo,
Sua vida nova é para o seu povo,
Pois nele está a esperança,
Que os discípulos sempre alcançam,
Caminhando no amor e na bonança!

Sigamos firmes,
Sigamos louvando,
Sigamos felizes e festejando,
Sigamos na fé, no ressuscitado,
Sua vida nova é plena alegria,
Já não é mais noite, é novo dia,
Vamos ao banquete que nos sacia!

 

*** Que a Palavra e a Luz do Ressuscitado ilumine o seu caminho ***