XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Ez 18, 25-28;  Sl 2 4; Fl  2,1-11; Mt 21, 28-32

POESIA

FILHOS DO SIM E DO NÃO

Está disponível para servir,
Ser coerente com o chamado,
De corpo e alma para vinha,
Como filho do Pai amado,
Dizer sim e confirmar,
Ao Evangelho semeado.

Buscar e viver o amor,
Prontos para anunciar,
Na vida da comunidade,
Vivendo pronto a partilhar,
Na vinha do nosso Deus,
Que está sempre a chamar.

Às vezes filhos dizendo não,
Quando o pecado vem a invadir,
E o coração querendo negar,
Por tantas coisas a infringir,
Fraquezas que vem e impedem,
A santa vinha querer servir.

Somos filhos que dizem sim,
Porque olhamos para o Senhor,
Que viveu a santa obediência,
Ao Pai Santo e vivo amor,
Porque a vinha veio cultivar,
Através do seu plano salvador.

Busquemos em Cristo a obediência,
E aprendamos o sim e o servir,
Abraçando a missão confiada,
E a voz do Senhor sempre a ouvir,
Servindo à messe tão imensa,
Que o dono quer a todos reunir.

A vinha precisa de trabalhadores,
Porque o dono os chama à colheita,
Para que se produza a alegria,
Que brota da fonte que é perfeita,
Jorrada da entrega do Santo fruto,
Que do Pai recebe a missão e aceita.

Busquemos na Mesa Sagrada,
A fazermos a santa experiência.
Com o Senhor que quer nos encontrar,
Que nos ama e cuida com paciência,
Por que na mesa queremos repartir,
E aprendermos a santa obediência.

 

HOMILIA

Chamado à vinha do Senhor

“Em verdade vos digo, que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus” (Mt 21,31). O que nos incomoda nesta parábola de Jesus? Que questionamentos estas palavras nos trazem diante de nossa condição de batizados? São palavras de Jesus que nos inquietam e nos provocam a refletir sobre as nossas atitudes de discípulos dele. Trata-se de uma motivação para que avaliemos até que ponto a nossa obediência e nossa experiência com ele seja coerente.

Na liturgia deste domingo, Jesus se dirige aos sacerdotes e anciãos do povo (cf. Mt 21,31) com seus ensinamentos sobre o Reino de Deus (a vinha). Na compreensão dos sacerdotes e anciãos, somente o povo escolhido, ou seja, da primeira aliança (Israel), tinha direita à salvação. Portanto, o filho (povo) que disse sim a Deus, muitas vezes não foi capaz de segui-lo e obedecê-lo. Israel que ouviu os profetas, mas que, em muitos momentos, traiu a promessa da aliança. Agora, também não aceita o projeto de Jesus, o qual inclui todos ao plano da salvação. Essa é a questão!

Há outro filho (povo pagão), que disse não, mas que depois foi capaz de repensar a resposta e aderiu ao chamado em favor da vinha do Senhor. Jesus se refere aos pecadores, marginalizados, surdos, mudos e publicanos que vivem num caminho contrário ao projeto de salvação. Estes, pelas suas atitudes dizem não, mas na hora do chamado para vinha, abraçam de corpo e alma e seguem obedientes. Eles transformam suas vontades em favor do Reino de Deus. E inclusive dão testemunho do que falam e vivem na caminhada com o Senhor.

Diante deste ensinamento de Jesus, onde nos enquadramos? Com quem nos identificamos mais? Estamos do lado de quem? Dependendo da nossa postura, podemos nos assemelhar com o primeiro ou com o último filho. Muitas vezes dizemos “Senhor, Senhor” em nossas orações, mas não fazemos a vontade de Deus nosso dia a dia (cf. Mt 7,21). Poderemos falar de caridade, mas na prática, no contato com o outro, somos insensíveis e hostis. Isso significa dizer sim e não ir à vinha.

Por outro lado poderemos cair no pecado de recusa a vontade de Deus, de se colocar contrário ao seu projeto, porém, ao cairmos no arrependimento nos reconciliamos e a partir de uma decisão seguimos em frente fazendo a vontade de Deus. Muitas vezes, somos um pouco dos dois filhos. Com nossa natureza humana, vamos buscando acertar e dizer sim ao dono da vinha.

Quando o nosso discurso cristão está distante da prática, poderemos ser igual ao filho que disse ir para a vinha e não foi (cf. Mt 21,30). Nossa resposta positiva se dá na nossa caminhada com Cristo. Nossa confirmação para o discipulado é coerente quando assumimos a missão junto ao mestre que nos chama em cada momento de nossa vida.

Há um terceiro filho que diz sim e vai. O próprio Cristo é o filho coerente o qual devemos seguir e dar testemunho dele. Diz São Paulo: “Ele, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens” (Fl 2,6-7). Cristo viveu a entrega total ao Pai quando se encarnou no meio de nós, sendo obediente até a morte e morte de cruz (cf. Fl 2,8).

Nós somos chamados a seguir o modelo do terceiro filho. Muito mais do que isso, deixar que o seu chamado e a sua pessoa faça parte de nossa vida, por inteiro. Quantas vezes precisamos nos entregar e nos esvaziar de nós mesmos, para que o Reino de Deus seja anunciado e seja presença na caminhada da Igreja. As nossas comunidades cristã são chamadas a viver o sim coerente ao projeto de salvação. Pelo batismo, somos todos chamados à grande vinha do Senhor. O nosso sim é a missão de cuidar da semeadura do Evangelho. Mas sempre com a consciência de que a vinha é sempre do Senhor.

E quando estivermos sentindo que o nosso sim está se tornando um não a Deus, pelos nossos pecados, precisamos repensar nossa vida. Precisaremos refazer o percurso, nossas atitudes, nossas ações e nossas orações. O ser cristão será sempre uma busca de viver o sentido de acordo com a Palavra de Deus.

Busquemos, sempre no Senhor, o sentido de nossa existência com ele. Rezemos com o salmo 24: Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação; em vós espero, ó Senhor, todos os dias!”. Amém!

XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Is 55,6-9; Sl 144(145); Fl 1,20c-24.27a; Mt 20,1-16a

POESIA

OS PENSAMENTOS DO SENHOR

Os pensamentos do Senhor,
Dos nossos está distante,
Porque são todos perfeitos,
Retos e também constantes,
Transformam a nossa existência,
São justiças e paciência,
Amáveis e fascinantes.

A justiça do Senhor,
Nasce da sua bondade,
Das ações do acolhimento,
Nas tantas realidades,
Acolhe quem está chegando,
A todos o amor doando,
Além das nossas verdades.

O agir do nosso Deus,
Quer a todos converter,
Sendo bom e generoso,
Para o seu reino crescer.
Assim são seus pensamentos,
Não importa o momento,
Quer sua vinha colher.

O amor de nosso Deus,
Nos chama pra sua a missão,
Trabalhar na grande messe,
Pela evangelização,
A Sua justiça pregar,
Seu amor testemunhar,
Em favor da salvação.

Somos todos operários,
Qualquer hora convocados,
Não importa quem nós somos,
Nem quando somos chamados,
O importante é atender,
O caminho percorrer,
Para ser recompensado.

Que a Santa Eucaristia,
Tire nossa ambição,
Nossa inveja e ciúme,
Que nos leva a perdição,
E que na comunidade,
Se viva a fraternidade,
Amor, vida e união.

HOMILIA

A justiça de Deus

“Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.” (Mt 20,16a). Numa sociedade onde precisamos superar limites, cumprir metas e buscarmos a excelência acima de tudo, esta mensagem de Jesus segue na contramão. Deus inverte os seus conceitos para nos ajudar a compreendermos a sua justiça. Deus não age conosco como um varejista, mas como quem nos ama ilimitadamente.

A parábola dos operários da primeira e última hora vem nos apresentar o jeito de Deus agir para com os seus filhos. Dentro de nossas concepções, apenas humanas, é contraditório e inadmissível imaginar alguém que pague a mesma remuneração a quem trabalhou o dia inteiro e para quem ficou somente uma hora do dia. Mas Deus tem o direito de agir como quiser.

Nesta parábola, podemos tirar muitos ensinamentos: primeiro, o evangelho de Mateus nos aponta o contexto da realidade da palestina, no tempo de Jesus. Havia muitos desempregados e marginalizados que buscavam também a sua dignidade no trabalho. Jesus contemplando a vida do povo denuncia esta realidade social e econômica de seus conterrâneos. Por isso usa esta parábola para ensinar sobre a justiça de Deus.

Um segundo ponto: a categoria os trabalhadores da primeira hora se refere ao povo da primeira aliança, os judeus. Jesus enfrentou muitas adversidades por ter acolhido muitas pessoas que não faziam parte do grupo do povo considerado escolhido. Os seguidores de Cristo são os operários da última hora os quais tem o mesmo direito ao Reino de Deus e a sua justiça. São os que recebem o mesmo pagamento pela sua missão.

A atitude do patrão para com os empregados da última hora não o torna injusto, mas generoso. A bondade de Deus não tem como base as nossas concepções materiais e econômicas. Ele cuida de todos com amor e com sua justiça. Isaías nos diz em seu texto: “meus caminhos tão acima dos vossos caminhos e meus pensamentos acima dos vossos pensamentos, quanto está o céu acima da terra” (Is 55,9).

Para entendermos o sentido desta parábola faz-se necessário voltar o nosso coração para o Senhor e sua palavra. Somente uma vida marcada pela adesão ao caminho de Jesus poderá nos colocar ao lado do patrão que paga a todos igualmente sem se importar com o tempo de cada um. O nosso serviço à Igreja é gratuito. Não podemos cobrar de Deus somente por estarmos a muito tempo nos grupos e ministérios.

Quando se vive há muito tempo na caminhada de oração e de missão com o Senhor, deve-se dar graça por tanto tempo com o Senhor. Pela experiência e por tantos aprendizados na vida cristã. É atitude coerente com Deus acolhermos quem está iniciando um processo de encontro com Jesus, seja criança, jovem ou idoso. Eles são os operários de última hora. Eles têm o mesmo direito às dádivas de Deus que os chegaram nas primeiras horas.

“Só uma coisa importa: vivei à altura do Evangelho de Cristo” diz São Paulo, escrevendo ao filipenses (Fl 1,27a). É o amor ao evangelho que nos dá compreensão dos pensamentos de Deus. Viver a palavra de Jesus é, portanto, ter a postura justa e amável, pelo bem dos irmãos. Que em nossa vida de cristãos possamos abraçar cada vez mais aquilo que Deus nos ensina sobre a sua justiça e seu amor. Rezemos com o salmo: É justo o Senhor em seus caminhos, é santo em toda obra que ele faz” [Sl 144(145)]. Busquemos a santidade do Senhor para sermos presença do Reino de Deus, já aqui entre nós na terra. Amém.

XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Eclo 27,33-28,9; Sl 102(103); Rm 14,7-9; Mt 18, 21-35

POESIA

O PERDÃO TOTAL

Perdão de Deus sem se limitar,
Que na prática não quer se enumerar,
E quantos retornos é preciso fazer,
Quando as quedas vêm a acontecer.
Porque o importante é a conversão,
Que tira o filho da confusão,
Para o seu caminho de novo fazer.

Perdão de Deus que se dá no amor,
É o perdão que não guarda rancor,
Que se dá pela santa e forte acolhida,
Na misericórdia sempre vivida,
Na história ativa de um caminheiro,
Deus presente como um companheiro,
Que abraça no retorno que traz à vida.

Perdão de Deus que vem nos reconstruir,
Para que o caminho possa-se prosseguir,
Buscando na trilha de santidade,
Que se faz na vida de humildade,
Perdoando sempre e sempre perdoado,
Abraçando e também abraçado,
Para retomar a fraternidade.

Perdão de Deus que promove a paz,
Na busca do Reino que se refaz,
Quando a violência quer sufocar,
E o ser humano quer escravizar,
Impedindo a vida de comunhão,
Que se faz viva no vinho e no Pão,
E a comunidade a sustentar.

Perdão de Deus para a humanidade,
Que vence as guerras e atrocidades,
Lição divina para o mundo ver,
Para as nações a paz promover,
E as injustiças e opressões,
Sejam vencidas nos corações,
Para o Reino de Deus acontecer.

HOMILIA

Perdoar sem limites

“Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim?” (Mt 18, 21). Esta é a pergunta do discípulo que quer acertar na caminhada com Jesus. Porém, a pergunta de Pedro expressa ainda a limitação do quanto deve-se perdoar o irmão. A resposta de Jesus [“Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 18, 22)], vem carregada de sentido, pois, o número sete, na Bíblia, quer dizer completude, perfeição. O perdão perfeito é o que deve ser dado sempre e que não tem limites. É nesta dinâmica que a comunidade dos irmãos em Cristo cresce e se aperfeiçoa na construção do Reino de Deus.

O que seria do mundo, se não houvesse o perdão entre os humanos? O que seria da comunidade cristã, se a vida de cada membro não tivesse o precioso sacramento da confissão? E se Deus colocasse limites, quando durante a nossa vida, fôssemos pedir a confissão ao sacerdote? O amor de Deus por nós é insuperável e infinito. Ele não leva em conta as nossas imperfeições e limitações.

A nossa vida entre os irmãos, no dia a dia, tem sempre falhas, erros, misérias e os mais diversos pecados. E a nossa convivência se mantêm porque toleramos essa condição de pessoas com equívocos e fraquezas perante o outro e com o outro. Por isso, perdoar sempre é a condição para fazermos crescer a fraternidade e a paz no mundo.

Deus é esse Pai (patrão) que, tendo compaixão de nós, perdoa as nossas dívidas impagáveis e nos liberta da escravidão do erro e da condenação, para prosseguirmos a vida (cf. Mt 18,27). Por isso, quando somos perdoados por Deus devemos também perdoar o irmão que pecou contra nós.

Ao sairmos do confessionário, não devemos fazer como aquele empregado da parábola de Jesus, que ao ser perdoado e libertado pelo seu patrão, foi incapaz de perdoar o seu irmão (cf. Mt 18,30). A sua insensibilidade o cegou e o encaminhou de volta a escravidão.

O perdão será sempre a atitude que vencerá a vingança, a violência e os ressentimentos contra o irmão. Neste sentido o livro do Eclesiástico nos dirá: “Perdoa a injustiça cometida por teu próximo: assim, quando orares, teus pecados serão perdoados” (Eclo 28,2).

Perdoar é permitir que o outro cresça na santidade e também a possibilidade de libertar-nos daquilo que nos angustia, nos escraviza e nos emperra na caminhada do nosso discipulado. A vida de santidade será sempre esse empenho em buscar o perdão do outro e de Deus, como também, praticar o perdão quanto for solicitado.

Esta é a exigência de Cristo para conosco. Somos dele e vivemos nele e para ele, como nos fala a carta de São Paulo aos Romanos: “… vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto, para ser o Senhor dos mortos e dos vivos” (Rm 14,9). Viver em Cristo e para Cristo, é colocar em prática a oração que ele nos ensinou: “Perdoai a nossas dívidas [ofensas], assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mt 6, 12).

Portanto, o perdão é que nos impulsiona a seguir na nossa experiência com a nossa família, no nosso grupo de Igreja, com os colegas de trabalho e na nossa resposta vocacional a qual nos dispomos a assumir. A vida de perdão não significa ser conivente com as injustiças e atrocidade, mas a possibilidade de reconstrução e ressignificação da vida do outro e também da nossa. Perdoar será sempre a atitude que poderá levar a conversão e a transformação de uma pessoa que quer recomeçar.

Peçamos as luzes e a força do Divino Espírito Santo, para que nos encha de sua sabedoria e da sua graça, para que aprendamos, de Deus Pai misericordioso, a vivência do perdão, por que ele “é bondoso, compassivo e carinhoso. Pois ele te perdoa toda culpa, e cura toda a tua enfermidade; da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão” (Sl 102/103). Amém!

XXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Ez 33,7-9; Sl 94(95); Rm 13,8-10; Mt 18,15-20

POESIA

OS CONSELHOS DO SENHOR

A palavra do Senhor vem nos alertar,
Sobre nosso agir e nossas intenções,
Para quando vermos o erro do irmão,
Possa-se o ajudar nas correções,
Para que não caia na condenação,
E mergulhe no mar das ilusões.

E quando a escuta não acontecer,
Outros irmãos podem se achegar,
Para a ajuda na fraternidade,
Não deixe o amigo se desviar,
Correção de justiça e caridade,
Para no perdão se reencontrar.

A Igreja em Cristo pode ajudar,
Quando a rebeldia persistir,
Ficando o errante na resistência,
Em Cristo amor possa-se corrigir,
Com atitudes de santa paciência,
Em vista de o caminho restituir.

Sendo a opção de contra testemunho,
Como de um errante caminheiro,
Abraça-se a reais causas desta opção,
Buscou-se a ajuda ao companheiro,
Mas na sua liberdade ele disse não,
Será tratado como desordeiro.

Se caminharmos por trilhas errantes,
Sem foco no nosso no santo caminho,
Lembremos que é possível nos refazer,
Tendo certeza que não estamos sozinhos,
Podendo-nos em nova vida florescer,
E sentirmos o amor de Deus como carinho.

E quando vier nossas tentações,
De fugirmos dos conselhos do Senhor,
Busquemos o encontro na comunidade,
Onde se encontra o irmão e seu calor,
Por que o que une é a fraternidade,
Que vem da Mesa Santa do amor.

HOMILIA

A correção fraterna da Igreja

Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou ali, no meio deles” (Mt,18,20). A comunidade cristã é o lugar do encontro fraterno dos irmãos e irmãs com Cristo. Não importa a quantidade (cf. Mt 18,19). Mas não se encontra somente para rezar juntos, também para a correção fraterna e para o perdão, livre dos fuxicos e escândalos. Na comunidade buscamos ser pessoas melhores, autênticas, fraternas e justas.

Em torno da mesa da Palavra e da Eucaristia nos reunimos para crescer como irmãos e irmãs, motivados pelo amor fraterno, para ligar a terra ao céu e fazermos a vontade de Deus (cf. Mt 18,18). Nossa participação nas missas deve ir além de um preceito ou obrigação. Deve ser uma necessidade de encontro com quem mais amamos em nossa existência, Jesus Cristo.

O que deve nos motivar é que, quando nos reunimos, nos encontramos pelo sentimento e consciência de sermos congregados no mesmo Senhor que nos inseriu numa comunidade viva, através da sua paixão, morte e ressurreição. O batismo nos faz irmãos e irmãs da mesma família no Ressuscitado.

Neste sentido a comunidade é o lugar onde também nos vemos como pecadores. Somos humanos e errantes, muitas vezes. Em alguns momentos estamos mais propensos a enxergar os erros e misérias do irmão. Mas a vida comunitária nos ajuda a buscarmos a santidade e sermos também corrigidos pelo grupo fraternal. Jesus nos orienta sobre a correção fraterna (cf. Mt 18,15-17).

Estamos na Igreja para aprendermos a caminhar na santidade e acolher a correção do outro. São Paulo nos fala do maior mandamento com sinal de amor a Deus e ao próximo (cf. Rm 13,10). Por isso a correção fraterna é o amor ao outro que erra.

O encontro com o Senhor e com os irmãos, só tem sentido para quem vive nesta experiência de crescimento e alegria. Sim, a comunidade dos cristãos também é um lugar de festa e alegria. É maravilhoso o costume de comunidades que ao final da celebração tomam um cafezinho na porta da Igreja. Ali conversam sobre sua família, suas dificuldades e suas vitórias. Como é bom este momento!

Também quando se festeja o padroeiro ou se fazem outros eventos da comunidade, se percebe a comunidade como um grupo de irmãos que se envolvem nas atividades da festa. E aí também se avalia as dificuldades de responsabilidades para que a comunidade seja de responsabilidade de todos.

Num mundo onde se motiva a exclusão por qualquer atitude de erros, corremos o risco de expor os irmãos na Igreja. Jesus nos aconselha que a atitude não é essa (cf. Mt 18,15). Faz-se necessário conversar em particular. Não somos nós, os que devem dá a sentença sobre os erros dos outros, mas ajuda-los na conversa fraterna. Em outros momentos deixemos que outro também nos corrija. Quanto ao julgamento, este vem de Cristo, pois ele é que amor, misericórdia e perdão em vista da nossa conversão e salvação.

Quando vemos no outro o erro e não o ajudamos a seguir o caminho certo, também somos responsáveis por ele. Também devemos rezar pelos irmãos que carregam fardos mais pesados que nós.  Esse “outro” pode ser o pai, a mãe, o(a) filho(a), a esposa, o irmão ou irmã, um amigo ou uma amiga.

Se na convivência cotidiana com nossa família somos capazes de uma correção fraterna e sincera, iremos progredir no caminho da santidade. Pelo contrário precisamos rezar na intenção de que posturas nossas e também do outro se transformem em receptividade e mudança de vida.

Quando não conseguimos ganhar o irmão na correção fraterna Jesus nos orienta que procuremos mais pessoas para que se faça oriente o caminho do bem. Se não conseguimos procuremos a Igreja (cf. Mt 18,17). A Igreja tem a Palavra da verdade, da justiça e também, da caridade e da misericórdia.

A Igreja, comunidade de vida, verdade e justiça, não deve se omitir quando nossos pecados são motivos de injustiça e erros graves. E principalmente quando os erros humanos interferem nas realidades das outras pessoas. Por isso a Palavra de Cristo é a palavra também da verdade e da Justiça.

Que o Espírito nos ilumine para o discernimento e para a coragem de procurarmos nossos irmãos para a correção fraterna, quando for necessário. E que tenhamos também a lucidez de oferecermos os passos que forem preciso para ganharmos nosso irmão para Deus. E que, em nossa caminhada de discípulos missionários de Cristo, estejamos sempre abertos a crescer na santidade. Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a voz de Deus!” (Sl 94). Amém.

XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: Jr 20,7-9; Sl 63(62); Rm 12,1-2; Mt 16,21-27

POESIA

CRISTO NOS ENSINA A DOAÇÃO

Sigamos o Cristo da doação,
Tendo como sinal a sua cruz,
Que olha para nosso sofrimento,
Sendo força de paz que nos conduz,
Ensinando-nos os frutos do amor,
Que pelo seu chamado nos seduz.

Ofereçamos nosso culto espiritual,
Num sacrifício vivo e agradável,
Elevando ao altíssimo a nossa alma,
Numa atitude santa e louvável,
Entregando-nos de todo o coração,
Aos braços de nosso Deus amável.

Que a tentação da fuga da missão,
Não venha a nos incomodar,
Que abracemos a vida por inteiro,
Mesmo que venhamos a tropeçar,
E aceitemos a vida de Nosso Senhor,
E nas glórias e fadigas a perseverar.

Despeçamo-nos da velha criatura,
Para a nova criatura resplandecer,
Retomemos a viva imagem de Deus,
Que para o mundo quer aparecer,
Para vencer as ilusões e fantasias,
E abraçar o caminho que faz viver.

Deixemo-nos seduzir por Deus amado,
Que dá sentido ao nosso existir,
Que nos faz pedras de construção,
Da Igreja que faz seu povo reunir,
Ao redor da Palavra e da Eucaristia,
Comungando na alegria de existir.

HOMILIA

As chaves e os tijolos da construção espiritutal

“Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga.” (Mt 16,24). Será que compreendemos essa máxima de Jesus, ao carregar um crucifixo em nosso peito? Refletindo de forma mais profunda esse versículo, somos capazes de aceitar essa condição humana do sofrimento como consequência da nossa resposta a Cristo?

Quando Jesus começou a explicar para os seus discípulos que as consequências da sua missão seriam também o sofrimento, a cruz e a morte, Pedro não aceitou e o repreendeu. Ele que, pouco tempo antes (domingo passado), tinha sido elogiado por Jesus por ter dado uma resposta vinda de Deus: Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo.” (Mt 16,16), agora decepciona seu mestre por pensar como o demônio: Deus não permita tal coisa, Senhor!” (Mt 16,22).

A resposta anterior de Pedro estava fundamentada ainda na compreensão de um Deus apenas triunfante, onde o sofrimento e a derrota não faziam parte. Nesse sentido talvez também pensassem os outros discípulos. O pensamento de afastar o sofrimento e a cruz do caminho da redenção é considerado diabólico. A vida não é feita só de glórias e a de Cristo também não foi. A nossa caminhada, quando é feita de compromissos e respostas a Deus, trará também, naturalmente, como consequência o sofrimento. Por isso Jesus chama a atenção de Pedro: “Vai para longe, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço…” (Mt 16,21).

Pedro, que antes foi denominado de pedra de construção da Igreja, por uma resposta de acordo com a vontade de Deus, agora é denominado um tropeço. Isso porque a sua resposta desta vez não foi de acordo com o querer de Deus mas com o pensamento totalmente humano. O caminhar com Jesus é diferente do caminhar com os projetos ilusórios do mundo. Tirar a cruz do itinerário da vida cristã é como mergulhar num mar de alienação e de ilusões. Seria um cristianismo desvirtuado do caminho anunciado por Jesus.

Faz-se necessário deixar-se seduzir por Deus, como nos falou o profeta Jeremias: “Seduziste-me Senhor, e deixei-me seduzir…” (Jr 20,7). Quando nós deixamos nos seduzir por Deus, conseguimos entender o sentido da nossa caminhada com o Senhor. Entendemos que a vida é feita de tristezas e alegrias, de derrotas e vitórias. A vida em Cristo nasce da nossa resposta consciente de caminhar com ele em todas as dimensões humanas rumo a glorificação.

Faz necessário oferecer a nossa vida em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, um culto espiritual, como nos falou São Paulo (cf. Rm 12,1). Neste sentido, o discípulo viverá livre das tentações que querem o desviar do caminho da vida. Olhando para Pedro, podemos ver que o nosso caminhar com Cristo ainda é parecido com o dele (uma expectativa triunfalista). Às vezes também queremos somente um Cristo glorioso, longe do sofrimento e da dor. E não sendo possível, poderá haver decepção ou distorção do Evangelho.

Com o tempo os discípulos foram aprendendo que viver com Cristo é viver as duas realidades que fizeram parte de seu ministério salvífico. É preciso que na caminhada de anúncio do Reino possamos renunciar ao homem velho o qual é carregado de interesses humanos e inspirado nas concepções de glórias do mundo. O mundo dos homens não quer aceitar um Deus que foi derrotado na cruz. Quer um Deus totalmente triunfante longe das misérias e das dores humanas.

Caminhar com o Senhor é busca-lo numa entrega em nossa oração e no nosso culto agradável, de toda alma e de todo o coração, como a terra que precisa da água da vida. Rezemos com o salmo 63(62): Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso vos busco! A minha alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água!” Amém.

XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO A

Leituras: Is 22,19-23; Sl 1437(138); Rm 11,33-36; Mt 16,13-20

POESIA

PEDRAS DE EDIFICAÇÃO DA IGREJA

No caminhar com o Senhor,
Somos sempre interrogados,
Por sua Palavra viva,
Que nos faz os congregados,
Pedras de edificação,
Seu rebanho consagrado.

Seu rebanho consagrado,
Que escuta a voz do amor,
Seguindo-o por sua vida,
Como nosso redentor
Respondendo seu chamado,
Da alegria e do esplendor.

De alegria e de esplendor,
Será sempre a missão,
Que se da a todo dia,
Na vida de todo cristão,
Na fé e perseverança,
Que nos leva à salvação.

Que nos leva a salvação,
Assim, Pedro proclamou:
Tu és filho do Deus vivo,
Assim ele acreditou,
Foi por Deus iluminado,
Pois sua fé professou.

Pois sua fé professou,
Não das várias opiniões,
Dos outros que estão lá fora,
Com suas fortes emoções.
Mas da sua intimidade,
Retirando as ilusões.

Retirando a ilusões,
É para nós os cristãos,
Que abraçamos fielmente,
As trilhas da salvação,
Que nos dá a segurança,
A Paz e a redenção.

A Paz e a redenção,
É o que todos nós sonhamos,
Na busca de um mundo novo,
Onde o pão partilhamos,
E a Santa Eucaristia,
Seriamente comungamos.

HOMILIA

As chaves e os tijolos da construção espiritutal

“Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus.” (Mt 19,19).

Quem é Jesus para nós? Ele que nos diz, entregar a chave nas mãos dos que ficam por conta do seu rebanho? Quem é esse Deus que permite aos seus sucessores ser como pedras de fundamento para a sua Igreja?

O Evangelho de hoje nos pede inicialmente a nos perguntarmos quem é Jesus para cada um de nós. Nós que caminhamos com a Igreja, que escutamos a Palavra do Senhor, que participamos da sua mesa, não podemos caminhar sem conhecê-lo ou sem fazermos uma experiência mais profunda em nossas vidas. Nossas respostas não podem ser aquelas decoradas ou pronunciadas por outros irmãos, ou melhor, deve ser expressão da nossa convicção, da nossa experiência íntima na caminhada de vida orante junto a Cristo e nas graças que recebemos dele.

Por isso é importante aceitarmos que somente quando caminhamos com Jesus, vivendo no seu amor, sendo fiel a seu evangelho, buscando viver a justiça, a caridade, e vivendo em comunhão com os irmãos e com os mandamentos da Igreja é que teremos conhecido cada vez mais a Ele. E a nossa resposta para os que nos perguntam são ditas com o auxilio de Deus e através do nosso testemunho de vida. Resposta que damos com as nossas ações caridosas e acolhedoras, porque somos discípulos de Cristo.

Somente vivendo em oração, atento a Palavra, alimentando-se da Eucaristia, participando da ceia, nos encontro com os irmãos, podemos ter convicção de quem é Jesus para nós.

Pedro, que iluminado pela graça de Deus, proclamou o conhecimento verdadeiro de Cristo, agora recebe duas missões exigentes: primeiro ser pedra firme do Edifício Divino que é a Igreja e depois receber as chaves para conduzir o Reino de Deus na terra. Por isso caberá a ele, em nome de Cristo, ligar e desligar. E o poder do mal não mais vencerá (cf. Mt 13,18b), porque em Cristo, que é a nossa rocha, está o reino de amor

E nós, os cristãs de agora, somos também convidados a sermos tijolos de construção do Edifício Espiritual, que é a Igreja. Formamos a comunidade dos seguidores de Jesus. Formamos o rebanho que é conduzido pelo sucessor de Pedro, o Papa. Como responsáveis por uma família, por um grupo da Igreja ou por uma missão confiada e confirmada pela Igreja, e iluminados pelo Espírito Santo devemos ter a chave que é a nossa condução, a nossa responsabilidade em cuidar e colaborar com Cristo na construção do seu Reino.

E Cristo que nos chamou continua a completar em nós a obra que ele iniciou. Somos a, cada dia, formados, recriados entre nossas misérias e virtudes, para sermos sinais de Cristo no mundo.

Rezemos por todos os ministérios leigos, servidores da Igreja e base do povo de Deus, que formam a missão evangelizadora da Igreja. Que o Espírito Santo ilumine o irmão e a irmã que doa seu tempo e sua boa vontade para fazer crescer o rebanho do Senhor. Amém.

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

Leituras: Ap 11,19a;12,1-6a.10ab; Sl 44(45); 1Cor 15,20-26.27a; Lc 1,39-56

POESIA

A PRIMEIRA CRENTE DA NOVA ALIANÇA

Aberta à voz de Deus e ao seu chamado,
Grávida, a serviço da vida e da esperança,
Lá vai a caminheira para a santa missão,
Como primeira crente da nova Aliança.

Vai pelas montanhas entre o vento e a poeira,
Motivada pelo amor e levando a força da redenção,
Visita a sua prima Izabel com gratuidade fraterna,
Levando um cântico de alegria, profecia e libertação.

Sua alma é engrandecida pelo amor supremo,
Pois a alegria é plena do Espírito Divino,
Porque o mundo a chamará Senhora Bendita,
Porque da sua boca nasce o anúncio, por um belo hino.

Porque Deus pela sua graça e imensa força,
Libertará da morte os que são sofredores:
Os famintos, os cegos, os presos às coisas terrenas,
E os alimentará com a vida e tirando as dores.

És glorificada no céu de corpo e alma,
Porque em Cristo és mãe e santificada,
Por isso o nosso culto a ti elevamos felizes,
Porque és a primeira cristã de vitória alcançada.

Mãe de Deus e de todos os homens,
Que teu cântico faça-se em nós, urgente,
Inundando-nos com o teu amor e tua da fé,
Fazendo-nos servos e teus filhos crentes.

Rogai por nós, nos vales dos nossos sofrimentos,
Mãe da profecia e cheia do belo cantar de amor,
Ensina-nos a sermos vazios de nós e cheios da Graça,
Como servos atentos e santos de Nosso Senhor.

HOMILIA

A primeira missionária

Celebramos neste domingo a solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu. Foi ela quem viveu primeiramente a fé e o serviço a Cristo e por isso sendo a primeira a participar de corpo e alma da redenção e glorificação ao Céu.

A Assunção de Nossa Senhora é uma verdade de fé (dogma), proclamada pela Igreja de forma irreversível. Este dogma sobre Nossa Senhora é o mais recente, entre os quatro. Foi o Papa Pio XII, que em 1º de novembro de 1950, através da constituição apostólica Munificentissimus Deus[1], quem a proclamou assunta à glória celeste, de corpo e alma. Os outros três dogmas são: Maternidade Divina, Imaculada Conceição e Virgindade Perpétua.

Quanto à liturgia da Palavra, o Evangelho de Lucas nos apresenta Maria realizando a caminhada da sua fé rumo à casa de Isabel, pelo longo percurso de 150 Km, rumo a Judéia. Vai entre as montanhas, para levar a caridade e a alegria à sua prima. Ao abraçar o chamado de Deus tornando-se sacrário vivo do Senhor, Maria seguirá a sua peregrinação, grávida da salvação e vazia dos seus desejos e interesses pessoais, como todos aqueles que também abraçam o chamado do Senhor e decidem crescer na resposta de fé, pois todos aqueles que estão cheios de Deus, vivem a mesma atitude de amor e de doação.

A sua caminhada não se dá de forma lenta e desinteressada, mas às pressas, quase correndo, por que a salvação está próxima a chegar, e por isso faz-se necessário anunciar a promessa que Deus fez aos profetas. Pois há outra grávida (Isabel) que traz em seu ventre a profecia (João Batista), o qual preparará os caminhos do Enviado para que os homens o acolham, sejam curados, chamados e redimidos pelo sangue do Cordeiro.

Maria é a imagem perfeita da Igreja, casa que acolhe a Palavra do Senhor, que proclama e deve ser repleta do Espírito Santo, recebendo a missão de anunciar a salvação a todos os homens. Igreja que é casa de Cristo, sacrário Santo, vínculo de amor entre os irmãos, sendo meio de salvação para todos que dela se aproxima para escutar e se alimentar do Senhor, será purificada pele fé e glorificada a dimensão celestial.

É ela a mulher “vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1). Por que tem no seu ventre o poder da vida que vence o dragão da morte e devolve a vida verdadeira a todos os que acolhem os valores do reino e querem a redenção e desejam participar da glória de Deus.

A assunção de Nossa Senhora, portanto, já nos indica a certeza da nossa ressurreição em Cristo e nos apresenta os caminhos que deveremos trilhar para chegarmos aonde ela chegou. São Paulo, na primeira carta aos coríntios, nos diz que “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” (15,20). Deus antecipa a Maria à graça da ressurreição e da glorificação, ela é a primeira cristã entre os que seguiram e seguem o Senhor. Por isso podemos chamá-la de Nossa Senhora da Glória, pois ela é a Rainha que se encontra á direita do Rei, com o esplendor da sua beleza e de sua santidade, assim como cantamos no salmo responsorial desta liturgia (Sl 44/45).

Para que vivamos um testemunho coerente do ser cristão, precisamos olhar para Maria e buscar interiorizar e ao mesmo tempo externar na prática, às suas atitudes na vida nossa de cada dia. Em primeiro lugar estarmos atentos ao que Deus nos fala e nos pede; vivermos a todos os momentos obediência à Palavra do Senhor; não desviarmos a nossa atenção às diversas situações do mundo, principalmente no que se refere a todos os sofredores, e por fim, nos esvaziarmos do nosso egoísmo e individualismo para nos encher da graça de Deus.

Rezemos neste 3º domingo do mês vocacional, quando a Igreja lembra de todos os religiosos e as religiosas como discípulos missionários chamados e enviados para a Evangelização no mundo. Para que todos os homens e mulheres que se consagraram a serviço do Reino de forma radical, possam aprender de Maria sobre a escuta da Palavra, a obediência ao chamado, a vivência da castidade, o olhar atento às realidades do mundo, o anúncio do Reino de Deus e a contemplação frutífera, através da oração perseverante.

[1] Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/pius-xii/pt/apost_constitutions/documents/hf_p-xii_apc_19501101_munificentissimus-deus.html>.

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: 1Rs 19,9a.11-13a; Sl 84(85); Rm 9,1-5; Mt 14,22-33

POESIA

A TRAVESSIA DO MAR DA VIDA

No remar da nossa vida,
Nas noites das tempestades,
Nas chegadas e partidas,
Em nossas fragilidades,
Procuremos o Senhor,
Que nos dá tranquilidade.

E ao fazermos a travessia,
Nos mares da insegurança,
Busquemos a harmonia,
Nossa força e esperança,
Com o olhar fixo em Cristo,
Ele nos dá segurança.

Nas nossas noites escuras,
Nossa fé, fortifiquemos,
Quando vem as amarguras,
Em Deus todos confiemos,
Para seguirmos no mar,
Sem que nós nos afundemos.

Nossos medos e tristezas,
Não nos venha apavorar,
Não nos tire a beleza,
Da vida e do caminhar,
Para vivermos a missão,
Firmes e sem vacilar.

Que a barca do Senhor,
Vença as tribulações,
E que a força e o amor,
Traga paz entre as nações,
Nossa Igreja a remar,
Vencendo as contradições.

Que a mesa da alegria,
Reúna todos os irmãos,
Com a paz e harmonia,
Sangue e corpo, comunhão,
Que chama à fraternidade,
Destino à ressurreição.

HOMILIA

Chamados e enviados a remar com o Senhor

Irmãos e irmãs, hoje, 19º Domingo do Tempo Comum, o evangelista Mateus nos apresenta Jesus que após a multiplicação dos pães ordena aos discípulos a entrarem na barca e seguirem para o outro lado do mar (cf. Mt 14,22). Depois do milagre material do Pão, Jesus chama e ordena que seus discípulos sigam em frente.

Caminhar é preciso, mesmo em meio aos desafios da vida, quando as tribulações e a insegurança os apavoram. Precisam avançar na missão pelo Reino de Deus. Do outro lado há necessitados da salvação e da misericórdia de Deus.

Jesus procura um lugar para sua oração pessoal com o Pai (cf. Mt 14,23). Isto para mostrar a sua sintonia com o Pai. A sintonia que os seus discípulos precisam ter com Deus através da oração. Para quando navegarem nas ondas tempestuosas de suas vidas no mundo, dentro da grande barca de Cristo, a Igreja, poderem fortificar a sua fé e seguirem remando em frente para anunciar a esperança ao mundo.

É madrugada escura e os discípulos estão no alto mar. A barca está agitada pelos ventos contrários ao percurso dos remadores. Os discípulos pescadores, sem Jesus na barca, são invadidos pela insegurança e pelo medo de afundarem antes da travessia. Jesus vem ao encontro dos seus seguidores para acalmá-los (cf. Mt 14,25). Inicialmente, têm dificuldade de reconhecer Jesus e, por isso, em suas mentes, pensam se tratar de um fantasma. E Jesus os tranquiliza: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” (Mt 14,26-27).

A cena prossegue e Jesus os chama para que o encontrem mesmo em meio a tempestade. Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e começando a afundar, gritou: ‘Senhor, salva-me!’ Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: ‘Homem fraco na fé, por que duvidaste?” (Mt 14,29-30)Sair da barca e deixar os outros não foi uma boa opção para Pedro, ele começa a andar mas afunda. Jesus entra na barca e devolve o devolve ao grupo e a calmaria retorna.

Quantos ensinamentos podemos colher das cenas deste Evangelho. Falando em ondas e tempestades, refletimos que aquele acontecimento no mar de Tiberíades ficou marcado na mente e no coração dos discípulos, principalmente na pessoa do apóstolo Pedro o qual, depois da ressurreição, enfrentou muitas perseguições do Império Romano.

Nós cristãos na atualidade também enfrentamos a insegurança e a falta de fé quando navegamos nas águas do mar da vida e corremos o risco de nos faz afundar. As vezes queremos caminhar sem Jesus, e fora da comunidade dos irmãos, e é então que somos invadidos pelo medo que nos faz afundar em nossa insegurança e falta de fé.

Somos chamados a servir ao Senhor, e quando não caminhamos sobre a força e a alegria de seu Evangelho, a verdade é que o ignoramos. Porque a presença de Cristo em nosso caminhar também nos desafia a ir ao seu encontro pela nossa fé. Precisamos sempre ir ao encontro do Senhor para fazer a travessia na confiança e na esperança.

A fé é que nos faz ter segurança diante das tempestades da vida. A fé que nos faz reconhecer o Cristo como aquele que tem o total poder sobre as tribulações e tempestades causadas pelos poderes do mal. Os cristãos seguem Jesus na barca que é a Igreja, e às vezes caminham sobre as águas (realidades) das superficialidades da vida, das ideologias relativistas e das injustiças que só os causam insegurança e uma mentalidade fantasiosa da existência humana.

Por isso que a presença de Deus em nosso caminhar deve ser reconhecida e acolhida no espírito de simplicidade, como foi a experiência de Elias. E depois do fogo ouviu-se um murmúrio de uma leve brisa. Ouvindo isto, cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta” (1Rs 1,13a). É na brisa suave da vida que encontramos Deus e deixamos ele fazer parte de nossa experiência de fé. É na suavidade que encontramos Deus em nossa existência.

Na tempestade do mar da Galileia, o evangelista Mateus nos fala: “Assim que subiram no barco, o vento se acalmou” (Mt 14,32). Quando deixamos Jesus entrar na barca da nossa vida, as coisas se calmam e podemos seguir a travessia. É na calmaria que podemos encontrar a direção da nossa existência. É na confiança da presença de Deus que somos impedidos de afundar na insegurança e no medo de avançar em nosso caminhar.

Os momentos de encontro com o Senhor nos faz seguir pelo mar da vida, vencendo as tempestades junto com os nossos irmãos e irmãs. Confiemos nossa travessia de discípulos ao Cristo que nos oferece sua mão protetora para o retorno à barca. Ele é quem nos salva dos naufrágios da vida. Rezemos com o refrão do salmo 84(85): Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!” Amém.

TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR, FESTA (ANO A)

Leituras: Dn 7,9-10.13-14; Sl 96(97); 2Pd 1,16-19; Mt 17,1-9

POESIA

ESCUTAI O MEU FILHO AMADO

Ouvi o meu Filho querido,
Diz Deus Pai nos ensinando,
Para descermos do monte,
Continuar anunciando,
Sem temer a morte e a cruz,
Ter o Senhor como luz,
Sua Palavra semeando.

Levantar e não ter medo,
O Senhor vem nos dizer,
Quer que sigamos com ele,
E esta ordem obedecer,
Pois no mundo há ilusão,
Tem morte e opressão,
E nós precisamos vencer.

Fixar o olhar em Cristo,
Pra seguir na segurança,
Fazer santa experiência,
Da nova e viva Aliança,
Viver a Transfiguração,
Abraçando a paixão,
E seguir na esperança.

Não temer a sua voz,
Que vem nos questionar,
Às vezes nos provocando,
Pra poder nos levantar,
E sair da insegurança,
Continuar as andanças,
E o Reino anunciar.

Buscar o Senhor no silêncio,
Na escuta interior,
Desfazermos do supérfluo,
E optarmos pelo amor,
Que nos faz filhos queridos,
E por Deus, sempre reunidos,
Na vida e também no louvor.

Formar a comunidade,
Na paz e na alegria,
Reunir os batizados,
Velas que ao mundo alumia,
Nutrir-se da comunhão,
Brindar sempre a união,
Pra ressurgir novo o dia.

HOMILIA

Transfiguração: sinal da glorificação eterna

“Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E foi transfigurado diante deles.” (Mt 17,1-2a). A liturgia da Transfiguração nos apresenta a manifestação de Jesus na sua realidade divina junto aos seus discípulos, antes da sua ressurreição, quando peregrinou com seus seguidores nas terras da Palestina. Palavra divina que se fez carne, veio visitar o seu povo, habitou na humanidade e mostrou a sua glória que recebeu do Pai (cf. Jo 1,14). Essa é a compreensão que nos conduz a encontrar no homem Jesus a sua natureza divina.

Temos, na segunda leitura, o belo testemunho ocular de Pedro, o qual participa daquela profunda experiência mística com Jesus, na montanha: “Não foi seguindo fábulas habilmente inventadas que vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, mas sim, por termos sido testemunhas oculares da sua majestade. ‘Este é o meu Filho bem-amado, no qual ponho o meu bem-querer’. Esta voz, nós a ouvimos, vinda do céu, quando estávamos com ele no monte santo.” (2Ped 1,17.18).

A transfiguração de Jesus na montanha é a realização da visão que o profeta Daniel no apresentou na primeira leitura: “… e eis que, entre as nuvens do céu, vinha um como filho de homem, aproximando-se do Ancião de muitos dias, e foi conduzido à sua presença” (Dn 7,13). Em Cristo se concretiza o que o profeta anunciou: “…seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá. (Dn 7,14).

Prosseguindo nossa meditação, mergulharemos em outros versículos que nos ajudam em nossa caminhada de discípulos do Senhor. Moisés e Elias (a Lei e os profetas) nos levam a refletir sobre todo o processo da história da salvação que agora culminada em Jesus. Eles foram importantes, mas agora se cumpre tudo o que a antiga lei orientou e se realiza todas as profecias contidas na primeira Aliança. Pedro ainda teve a incompreensão de igualar Jesus à Moisés e a Elias, quando sugeriu as três tendas (Mt 17,4).

Como Pedro, também queremos permanecer na Transfiguração (cf. Mt 17,4). É claro que quando somos invadidos pela experiência de amor e presença do Senhor, queremos ficar sempre na montanha dos louvores, dos encontros, dos retiros, das celebrações, porque na verdade é “muito bom”. Mas é preciso partir para a missão. Faz-se necessário descermos para o encontro com as realidades humanas, onde está o sofrimento do outro e há carência da presença libertadora de Cristo.

“Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo meu agrado. Escutai-o!” (cf. Mt 17,5). Naquela experiência dos três discípulos quando Deus Pai lhes fala, o susto toma conta de seus corações. Diante disso Jesus os tranquiliza. Levantai-vos, e não tenhais medo” (Mt 17,7). Pois a partir daquele momento precisam seguir em frente com a missão de anunciarem o Reino.

Nós também precisamos ouvir a voz do Pai o qual nos ordena escutar o seu Filho. Levantar e seguir em frente. Vencer os nossos medos e inseguranças. Quantas vezes somos marcados pelo comodismo e pessimismo e queremos ficar somente na segurança da montanha?

Na nossa caminhada, quantos medos nos invadem e nos aterrorizam, quando não escutamos a voz de Deus. Não ouvir o Filho amado é seguir por caminhos de dúvidas. Por isso em muitos momentos temos receios do novo provocado pelo Evangelho. Queremos ficar na nossa zona de conforto. A Palavra de Deus é viva e dinâmica e nos impulsiona a nos movimentar e transformar as realidades de alienação e escravidão em nova consciência que liberta o homem do relativismo religioso e ideológico. A nossa liberdade está em optar pelo caminho de Cristo para que o seu Reino cresça e fermente o mundo.

Que a força e a alegria da Ressurreição de Cristo, prefigurada na Transfiguração, nos impulsione a descermos do monte de nossas comodidades e conveniências pessoais, para seguirmos ouvindo a Palavra fortificadora e libertadora do Evangelho. Porque em nossa caminhada de discípulos e discípulas do Senhor, podemos rezar e cantar como o salmo 96(97): Porque vós sois o Altíssimo, Senhor, muito acima do universo que criastes, e de muito superais todos os deuses.” Somente em Cristo temos a verdadeira segurança e liberdade. Amém.

XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Leituras: 1Rs 3,5.7-12; Sl 118(119); Rm 8,28-30; Mt 13,44-52

POESIA

O REINO DE DEUS É PRECIOSO

Ele é nosso tesouro,
Que se dá gratuitamente,
Nossa riqueza e beleza,
Que se faz em nós presente,
Sempre e sempre encontrado,
Pra vida eternamente.

Ele é a nossa Pérola,
Que também nós procuramos,
Exige assim nosso esforço,
Quando então nós o buscamos,
Precisamos então vender,
Tudo que idolatramos.

Ó sabedoria eterna,
Que Salomão suplicou,
Fazendo-lhe um grande sábio,
Porque a Deus o conquistou,
Foi um rei de muita dádiva
E este tesouro comprou.

E no mar da nossa vida,
Que a todos sempre alcança,
Na rede do julgamento,
O amor nossa esperança,
Pois no amor somos julgados,
E o Reino é nossa herança.

Busquemos incansavelmente,
O Reino, nossa riqueza
Este dom tão valioso,
Que nos traz a fortaleza,
Quem o encontra jamais deixa,
Porque dar força e firmeza.

E hoje o Povo de Deus,
Encontra na Eucaristia,
O tesouro precioso,
Que lhe dar força e alegria
Já não é mais escondido,
Está visto à luz do dia.

HOMILIA

Reino de Deus: tesouro e pérola

Irmãos e irmãs, hoje o Senhor nos convoca para mais uma vez participarmos da mesa da sua Palavra e do seu corpo e sangue. Alimentos que não perecem e que matam para sempre a nossa fome e sacia eternamente a nossa sede.

O capítulo 13 de Mateus, o qual nos conta várias parábolas, hoje é concluído, com mais três histórias que Jesus nos conta para comparar com o Reino de Deus. Diante da missão, Jesus sempre usou da sua criatividade para que sua mensagem pudesse atingir o coração das pessoas. Para os fariseus ele era um contraventor, um desobediente à Lei. Para o povo era o mestre, o defensor e representava a esperança.

A primeira parábola é a do tesouro escondido, que é encontrado por um homem do campo, que vende tudo o que tem para comprar aquele pedaço de chão e poder tomar posse do tesouro (cf. Mt 13,44). Foi este tesouro que muitos encontraram ao ouvir as Palavras de Jesus. Foi esta riqueza que os discípulos, deixando suas redes, suas família e suas rotinas, compraram. Eles entenderam o sentido do Reino de Deus, pois foram capazes de desfazerem até de suas próprias vidas para testemunharem e também pregarem sobre a Boa-Nova.

Foi este tesouro (a sabedoria) que Salomão optou quando foi ao santuário e em oração fez o seu encontro pessoal com Deus. Disse o Senhor: Pede o que desejas e eu te darei (cf. 1Rs 3,5). E Salomão responde: Dá, pois, ao teu servo, um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal (cf. 1Rs 3,9). Foi com este segredo que Salomão se tornou o rei mais sábio de Israel. Ele fez a opção pela sabedoria de Deus e se deixou guiar por ela.

A segunda é muito parecida com a primeira. A diferença é que quem compra pérolas, se esforça para encontrar uma de maior valor possível. Quando a encontra vende seus bens para poder adquirir aquela valiosa pérola (cf. Mt 13,44). Neste segundo momento vale lembrar que precisa-se do empenho, do esforço para que o Reino seja encontrado. Há uma busca e uma valorização maior, porque parte de quem se interessa.

Em nossos dias sabemos que este Reino ainda está escondido, mas sempre é possível de ser encontrado. Está escondido e ao mesmo tempo pode ser encontrado nos grupos, nas pessoas que deixaram (venderam) um modo de vida e refizeram seus caminhos e vivem seguros de terem encontrado o mais valioso tesouro que dá o sentido de suas vidas, o próprio Cristo, sua Palavra, seu Corpo e Sangue (Eucaristia).

De outro modo, outras pessoas, “caindo em si” (cf. Lc 15,17), procuraram comprar a pérola mais preciosa, a mais importante, a qual precisava tomar posse. Buscar a pedra mais cara exige esforço, busca, perseverança e um redirecionamento da vida. Tomar posse do Reino de Deus e fazer com que ele se torne realidade é um processo no qual se inicia a nossa peregrinação rumo a salvação.

A terceira parábola fala da diferença que há entre os que têm o tesouro e o que o desprezaram. Os peixes bons e os maus. Os que buscaram o amor e os que fizeram a sua opção por algo sem valor. O Reino de Deus está em nosso meio, mas precisa ser encontrado e buscado por cada um de nós.

No julgamento final seremos avaliados de acordo com as nossas opções. Os que abraçaram o valioso tesouro do Reino de Deus (os bons), serão separados dos que não optaram e se deixaram levar pelas ilusões do mundo. Que no dia do juízo possamos rezar como o salmo 118: “Como eu amo, Senhor, vossa lei, vossa Palavra! É esta a parte que escolhi por minha herança: observar vossas palavras, ó Senhor! A lei de vossa boca, para mim, vale mais do que milhões em ouro e prata”. Reflitamos sobre o Reino de Deus e seu valor incalculável! Amém.