ANO NACIONAL DO LAICATO
Leituras: Gn 3,9-15; Sl 129; 2Cor 4,13-18-5,1; Mc 3,20-35
POESIA
PALAVRA QUE VENCE O MAL
Que vem ao nosso encontro,
Vem para nos tirar do mal,
Vem para nos dá um sinal,
Que invade o nosso coração,
Que vem nos fazer irmãos,
Para a vitória final.
Palavra do Senhor,
Que nos faz família Santa,
Contra todas as tentações,
Contra tantas invasões.
Que vence o tentador,
Que nos tira o desamor,
E habita em nossos corações.
Palavra do Senhor,
Que une em vez de dividir,
Que vem nos trazer a vitória,
Que caminha na nossa história,
Que nos faz ficar atentos,
Entre os tantos desalentos,
Purifica nossa memória.
Palavra do Senhor,
Que nos chama a nos unir
Na sua casa santa,
Que em nossas vidas planta,
Pelo Espírito a santidade,
O desejo de eternidade,
Que em todos nós encanta.
Palavra do Senhor,
Que nos faz irmãos, irmãs e mães,
Reunidos em torno do Senhor,
Para superarmos o desânimo e a dor.
Para sempre e sempre escutar,
A mensagem que nos vem transformar,
Fazendo-nos seguidores do vivo amor.
Palavra de Nosso Senhor,
Que nos envia em missão,
Para a Paz e o amor distribuir,
Que une em vez de dividir,
Que no alimento do Pão,
Traz a alegria e a união,
Para no mundo expandir.
HOMILIA
O Senhor chama-nos para dentro
A liturgia deste 10º domingo do tempo comum vem nos convidar a fazermos parte da nova família de Jesus, pela nossa adesão, livre e verdadeira, à sua Palavra e pelo nosso seguimento consciente de que é preciso vencer o mal da indiferença, reconhecendo que ser discípulo é abraçar o novo projeto de vida centrado nas palavras do Evangelho, a abraçar a Boa-Nova.
No evangelho desta liturgia, Marcos nos apresenta dois grupos. O primeiro está dentro da casa, em escuta, e que comunica sobre os familiares que estão lá fora. Os discípulos também fazem parte do grupo de dentro. Eles que, pelo amor e pela adesão, irão fazer parte da caminhada, vivendo a missão do amor e segui-lo onde quer que ele vá. Aprenderão com a caminhada e com as dificuldades da vida, mas também viverão o processo de conversão e de alegria em seus cotidianos.
Já o grupo que está de fora, são os mestres da lei e os familiares (a mãe e os irmãos). Os doutores e mestres da lei o acusam de estar possuído pelo príncipe dos demônios (cf. Mc 3,22). Eles são inimigos de Jesus e vão persegui-lo por toda a sua missão e com a ajuda destes o mestre será condenado. São como os vilões na história de Jesus, estão sempre tramando contra suas palavras e ações.
O grupo dos familiares diz que ele não está em perfeito juízo (cf. Mc 3,21). Estes quando chegam também ficam de fora e mandam chama-lo. Querem que Jesus venha até eles. Ele não vai e responde que os verdadeiros parentes (irmãos e mãe) são os que estão dentro da casa, porque fazem a vontade de Deus e seguem a sua palavra. São os que escutam suas palavras, ou seja, não duvidam de sua mensagem.
É importante que reflitamos em nossa vida sobre estes grupos e suas atitudes. Na vida dos cristãos, quando se fala de coerência evangélica (estar dentro), significa que o Evangelho é assumido na sua totalidade. É estar de acordo com os mandamentos da nova lei, é estar consciente também das realidades que envolvem pessoas que estão fora das práticas religiosas. Para estas, é bem mais fácil as práticas do que testemunhar com coerência a Palavra na vida cotidiana do trabalho, das convivências sociais e debates possíveis.
Estar dentro, portanto, significa estar contra os projetos que agridem os pobres e à vida. Neste momento devemos estar bem conscientes e sempre pensar o que defendemos de verdade quando alguém nos pergunta sobre determinadas leis que os nossos representantes apresentam para a aprovação.
Ser do grupo de Jesus significa está inserido na vida da Igreja além da certidão do Batismo ou da Crisma. É caminhar muitas vezes contra a correnteza de ideologias do mundo moderno que comprometem a unidade e a vida em abundância.
Devemos nos perguntar: a vida que eu levo, meu testemunho, está voltado para uma atitude de quem está dentro ou fora do grupo do Galileu? Pecar contra o Espírito Santo é ser indiferente ou duvidar da obra de amor e de libertação querida por Deus. Suas palavras podem nos incomodar também e deve nos provocar a mudança. O que nos incomoda quando as palavras do Senhor ardem em nosso coração?
A primeira leitura nos fala do pecado da desobediência a Deus e do empurra-empurra da culpa para o outro. Dificilmente assumimos os erros que são cometidos em virtude da nossa omissão. Enquanto não assumimos nossos compromissos e a parte que nos cabe em favor das mudanças no mundo, fica difícil as estruturas mudarem. Lembremos que a corrupção, a política, a economia e as várias dimensões da vida só se transformam quando também mudarmos nossas pequenas atitudes, consciências e posturas nas responsabilidades e nas atribuições que assumimos no dia a dia.
Peçamos a luzes do Espírito Santo para que ilumine nossa caminhada e a missão de tornarmos a vida mais centrada no bem e na alegria do Evangelho. Precisamos está dentro do grupo do Senhor para mudarmos o mundo. Coloquemos nossa confiança e esperança nele, como reza o Salmo 129: “No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra. A minha alma espera no Senhor mais que o vigia pela aurora”.