XVIII Domingo do Tempo Comum, Ano A, São Mateus

 

Leituras: Is 55,1-3; Sl 145(144); Rm 8,35.37-39; Mt 14,13-21

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Cinco Pães e Dois Peixes, o Número Perfeito

Mt 14,13-21

Irmãos e irmãs, neste XVIII Domingo do Tempo Comum nós contemplamos Jesus no deserto com a multidão e os seus discípulos. O Evangelho para esta Liturgia está em Mt 14,13-21.

Jesus percebe a realidade daquele povo que está no deserto e, por isso, sente compaixão e traz a cura aos doentes e pão aos famintos. Referente à fome do pão material, os discípulos de Jesus querem dispensar o povo com fome, como se dissessem: “cada um se vire e compre o seu próprio alimento”. Jesus faz o milagre com o pouco que alguns têm (cinco pães e dois peixes) e assim alimenta a todos, sobrando ainda doze cestos de alimento.

O deserto é o “lugar” de tentações, de sofrimento, de fome, de combates. Mas o deserto também é o lugar onde se encontra Deus e o encontro de Deus pode operar o milagre do amor e da partilha. Não nos esqueçamos que o deserto foi lugar onde Deus escolheu para caminhar com o povo, purificando-o e a caminho da terra prometida, rumo à libertação.

Naquele dia, lá no deserto, Jesus apresentou um grande ensinamento para os discípulos, pois eles queriam mandar o povo embora. Ensinou que para o Reino de Deus acontecer é necessário que seus colaboradores se compadeçam do sofrimento do próximo e se envolvam no movimento de partilha e de comunhão.

Fiquemos atentos aos gestos de Jesus: “pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Depois partiu e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões” (Mt 14,19). Estes gestos de Jesus nos lembram a mesa da Eucaristia, quando acontece o milagre da transubstanciação e a matéria do pão e do vinho se transformam no Corpo e Sangue de Cristo. É através dessa partilha maravilhosa que nós, enquanto Igreja (Corpo Místico de Cristo), podemos ter acesso à salvação.

É no encontro com o Senhor que nos alimentamos de sua Palavra e de seu Corpo e também partilhamos do que temos como irmãos e irmãs, caminhantes pelos desertos que vamos passando pela nossa existência, como caminheiros com o Senhor.

O profeta Isaías nos ensina sobre a bondade e gratuidade de Deus quando encorajou o povo de Israel no exílio da Babilônia (cf. Is 55,1). Agora, no deserto, Jesus fez o mesmo com o povo doente e faminto.

Os cristãos, como os discípulos amados de Jesus, estão no mundo e também fazem parte da multidão necessitada e faminta. Há fome de pão nas mesas, mas também há necessidade de justiça (civil, social, econômica), necessidade também de dignidade, de paz, de solidariedade e, sobretudo, de compaixão para que os famintos sejam saciados e os doentes curados. Não nos esqueçamos que os doentes que Jesus curou sofriam de problemas resultado de pecados segundo as normas das autoridades da religião judaica.

Quando exercemos a caridade, doando cestas aos que tem fome, roupa aos que precisam, trabalho aos desempregados, cuidado e saúde aos doentes, a Eucaristia se estende do altar para alimentar os que estão fora do templo. Que sejamos presença viva do Cristo Eucarístico onde quer que estejamos e que o Espírito Santo nos ilumine e no encoraje a perceber o próximo que está necessitado. Que, compadecidos, façamos acontecer o grande milagre da partilha, da paz e da comunhão.

 

***

 

⇒ POESIA ⇐

A Providência Perfeita

Das mãos dos que tem um pouco,
Para as mãos do Mestre em compaixão,
Do coração que sente o sofrimento,
Vendo a fome da multidão,
O Mestre incentiva a providência,
E mesmo quando se está em carência,
Vem o milagre da comunhão.

Comunhão que nasce da sensibilidade,
No deserto aonde a fome vem aparecer,
Onde há a tentação de desistir,
Mesmo que se tenha algo a oferecer,
Mas estando o Senhor presente,
Trazendo o pão abundantemente,
E fazendo a dor da fome desaparecer!

“Dai-lhes vós mesmos de comer”
Eis o mandato do Mestre da vida,
Estimulando os discípulos à partilha,
Em vista das multidões sofridas,
Pela fome e diversos sofrimentos,
Nas doenças, dívidas e lamentos,
Carentes do cuidado e da acolhida!

E o milagre de Jesus nos ensina,
Sobre um pouco colocado em união,
Transformando o coração dos seguidores,
Trazendo o milagre da comunhão,
Fazendo-nos olhar as tantas realidades,
Um mundo que precisa da solidariedade,
Para denunciar o acúmulo de bens e de pão!

Que em nossa vida de amados discípulos,
Nada nos separe do divino amor,
Mesmo que venham os tantos sofrimentos,
Os quais às vezes nos causam dor,
Porque em Cristo somos gloriosos,
Na vida e na missão, vitoriosos,
Cuidando das obras do Criador.

E chamados a seguir a caminhada,
Mesmo no deserto (de noite ou de dia),
Sigamos aprendendo do Senhor,
Acolhendo o milagre que a fome sacia,
Fomentando o cuidado e a compaixão,
Partilhando nosso pouco para a multidão,
Em vista da vida, do amor e da alegria.

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Nosso Mestre e Senhor, que alimenta o seu povo pelos desertos da vida, ilumine o seu caminho! ***

 

XVII Domingo do Tempo Comum, Ano A, São Mateus

 

Leituras: 1Rs 3,5.7-12; Sl 118(119); Rm 8,28-30; Mt 13,44-52

 

⇒ HOMILIA ⇐

Reino de Deus: Tesouro e Pérola

Mt 13,44-52

 

Meus irmãos e irmãs, celebramos hoje o mistério pascal apresentado pela liturgia do XVII Domingo do Tempo Comum. Contemplemos o Mestre que continua ensinando os camponeses. E o Evangelho deste Domingo está em Mateus (13,44-52), texto que dá continuidade aos Evangelhos dos dois últimos Domingos.

O capítulo 13 de Mateus, o qual nos conta várias parábolas, hoje é concluído com mais três histórias que Jesus nos conta para comparar com o Reino de Deus. Diante da missão, Jesus sempre usou da sua criatividade para que sua mensagem pudesse atingir o coração das pessoas. Para os fariseus ele era um contraventor, um desobediente à Lei. Para o povo era o mestre, o defensor e representava a esperança.

A primeira parábola é a do tesouro escondido, que é encontrado por um homem do campo, que vende tudo o que tem para comprar aquele pedaço de chão e tomar posse do tesouro (cf. Mt 13,44). Foi este tesouro que muitos encontraram ao ouvir as Palavras de Jesus. Foi esta riqueza que os discípulos, deixando suas redes, suas famílias e suas rotinas, compraram. Eles entenderam o sentido do Reino de Deus, pois foram capazes de desapegar até de suas próprias vidas para testemunharem e também pregarem sobre a Boa-Nova.

Foi este Tesouro (essa Sabedoria) que Salomão optou quando foi ao santuário e, em oração, fez o seu encontro pessoal com Deus. Disse o Senhor: Pede o que desejas e eu te darei” (1Rs 3,5). E Salomão responde: “Dá, pois, ao teu servo, um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal” (1Rs 3,9). Foi assim que Salomão se tornou o rei mais sábio de Israel. Ele fez a opção pela Sabedoria, que é o próprio Deus, e se deixou guiar por ela.

A segunda parábola é muito parecida com a primeira. A diferença é que quem compra pérolas se esforça para encontrar uma de maior valor possível. Quando a encontra vende seus bens para poder adquirir aquela valiosa pérola (cf. Mt 13,44). Neste sentido e neste segundo momento vale lembrar que é preciso empenho, esforço para que o Reino seja encontrado. Há uma busca e uma valorização maior, porque parte de quem se interessa.

Em nossos dias sabemos que o Reino ainda está escondido, mas sempre é possível de ser encontrado. Está escondido sim. Mas, ao mesmo tempo, pode ser encontrado nos grupos, nas pessoas – pessoas que deixaram (que venderam) um modo de vida e refizeram seus caminhos e vivem seguros de terem encontrado o mais valioso tesouro que dá o sentido de suas vidas, o próprio Cristo, sua Palavra, seu Corpo e Sangue (a Eucaristia).

De outro modo, outras pessoas, “caindo em si” (cf. Lc 15,17), procuraram comprar a pérola mais preciosa, a mais importante, a qual precisava tomar posse. Buscar a pedra mais cara exige esforço, exige busca, perseverança e um redirecionamento da vida. Tomar posse do Reino de Deus e fazer com que ele se torne realidade é um processo no qual se inicia a nossa peregrinação rumo a salvação.

A terceira parábola nos fala da diferença que há entre os que têm o tesouro e os que o desprezaram. Os peixes bons e os maus. Os que buscaram o amor e os que fizeram a sua opção por algo de valor material. O Reino de Deus está em nosso meio, mas precisa ser encontrado e buscado por cada um de nós.

No julgamento final seremos avaliados de acordo com as nossas opções. Os que abraçaram o valioso tesouro do Reino de Deus (os bons), serão separados dos que não optaram e se deixaram levar pelas ilusões do mundo. Que no dia do juízo possamos rezar como o salmo 118 (119): “Como eu amo, Senhor, vossa lei, vossa Palavra! É esta a parte que escolhi por minha herança: observar vossas palavras, ó Senhor! A lei de vossa boca, para mim, vale mais do que milhões em ouro e prata”. Reflitamos sobre o Reino de Deus e seu valor incalculável.

 


***

 

⇒ POESIA ⇐

O Reino de Deus é Precioso

Ele é nosso tesouro,
Que se dá gratuitamente,
Nossa riqueza e beleza,
Que se faz em nós presente,
Sempre e sempre encontrado,
Pra vida eternamente.

Ele é a nossa Pérola,
Que também nós procuramos,
Exige assim nosso esforço,
Quando então nós o buscamos,
Precisamos então vender,
Tudo que idolatramos.

Ó Sabedoria eterna,
Que Salomão suplicou,
Fazendo-lhe um grande sábio,
Porque a Deus o conquistou,
Foi um rei de muita dádiva
E este Tesouro comprou.

E no mar da nossa vida,
Que a todos sempre alcança,
Na rede do julgamento,
O amor nossa esperança,
Pois no amor somos julgados,
E o Reino é nossa herança.

Busquemos incansavelmente,
O Reino, nossa riqueza
Este dom tão valioso,
Que nos traz a fortaleza,
Quem o encontra jamais deixa,
Porque dar força e firmeza.

E hoje o Povo de Deus,
Encontra na Eucaristia,
O tesouro precioso,
Que lhe dar força e alegria
Já não é mais escondido,
Está visto à luz do dia.

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, o semeador divino, ilumine o seu caminho! ***

 

XVI Domingo do Tempo Comum, Ano A, São Mateus

 

Leituras: Sb 12,13.16-19; Sl 85(86); Rm 8,26-27; Mt 13,24-43

 

⇒ HOMILIA ⇐

A Semente Boa, a Mostarda e o Fermento no Mundo

Mt 13,24-43

 

Meus irmãos e irmãs, celebramos hoje o mistério pascal apresentado pela liturgia do XVI Domingo do Tempo Comum. Contemplemos o Mestre que continua ensinando os camponeses. E o Evangelho deste Domingo está em Mateus (13,24-43), texto que dá continuidade ao Evangelho do Domingo passado.

Jesus, em suas parábolas (isto é, em suas comparações) tocava o coração das pessoas e os fazia entender o sentido daquilo que é o Reino de Deus. Suas palavras aproximavam cada ouvinte do amor de Deus, que é simples, caritativo, misericordioso e paciente com o pecador. Jesus tocava no coração e ajudava a encontrar o sentido de suas vidas.

E Jesus perguntava: com que se parece o Reino dos Céus? O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo”. (Mt 13,24). “É também como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo” (Mt 13,31) …Ou “como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado” (Mt 13,33). Essa era a pedagogia de Jesus: perguntar e comparar as coisas do céu com a vida concreta do povo.

A semente boa foi plantada. Depois, sementes ruins foram jogadas e germinaram junto com as primeiras. Como entender que Deus permite que o maligno semeie o mal em meio ao bem? Isso também acontecia com Jesus. Enquanto pregava, outros semeavam o mal e a divisão, confundindo o coração das ovelhas de Israel. No entanto, a semente boa crescia em meio às ideologia de opressão das autoridades (judaicas e romanas). Era preciso deixar que Deus pudesse cuidar do julgamento e oferecer seu parecer.

Aparentemente, o Reino dos céus é simples e frágil, como uma semente, mas que vai nascendo aos poucos e tornando-se grande como. É assim o agir do nosso Deus, ele nos transforma de forma leve e paciente. E nós, aos poucos, vamos nos deixando conduzir por ele. Com o tempo, como seus servos, nos mostraremos como sinais da presença de Deus no mundo.

Aos poucos vamos deixando o seu Espírito agir em nossa vida através da oração. Como nos fala São Paulo, não sabemos nem pedir, pois é o próprio Espírito Santo que age por nós (cf. Rm 8,26).

Jesus insiste ainda que podemos observar o Reino como o fermento. Sem percebermos a sua presença visualmente, ele faz crescer a massa, com sua força química. A força (o fermento) do Reino está crescendo em meio à sociedade, sem que possamos ver. Em nossas comunidades, se mergulharmos profundamente em suas histórias, perceberemos que muitas coisas mudaram. A comunidade, o grupo ou o movimento nascem pequenos e vão crescendo. A participação dos leigos na vida da Igreja aumentou. Novos movimentos vão surgindo. O grão de mostarda cresce. O fermento faz a massa crescer. O Reino de Deus nasceu nas margens do mar da Galileia, nos campos e nos povoados das ovelhas perdidas da casa de Israel. Começou a brotar no alto da Cruz e foi regado pelo sangue de Jesus. Foi fecundado e, ao mesmo, tempo foi se expandindo em meio aos males e controvérsias do mundo. Mas, como semente boa, produziu e produz muitos frutos para o crescimento do Reino de Deus.

O amor de Cristo como fermento, faz crescer no coração invisível do homem a essência e a força do Reino dos céus. Cada batizado, como aqueles servos da parábola, carrega ao mesmo tempo o trigo e o joio. Aos poucos vai se deixando transformar com a força do Espírito Santo, que o converte e o faz Santo. Somente Jesus foi a semente perfeita que, humanamente caído na terra, fecundou e fez nascer a salvação para toda humanidade.

Que o nosso Deus, que é bom, é clemente e fiel (cf. Sl 85/86) venha com o seu Reino, pela ação do seu Espírito, fecundar o coração das crianças, dos jovens, das famílias e dos idosos, para que os frutos do amor, da fraternidade e da paz cresçam e transformem o nosso mundo. Sendo paciente e bondoso, o Senhor faz crescer a sua vinha e no dia oportuno virá para a colheita. Ele julgará com sua justiça a fim de que o seu Reino seja implantado definitivamente.

 

***

⇒ POESIA ⇐

A Paciência de Deus (II)*

Reino de Deus, sem limites,
Que cresce imensamente,
Em meio aos males do joio,
Vai se espalhando fortemente,
Para a colheita do amor,
Santa e divina semente.

Reino de Deus paciente,
Que cresce enquanto dormimos,
Que tem raízes profundas,
Pois nele, nós existimos,
Cada dia, cultivados,
E ao semeador nos unimos.

Reino de Deus de bondade,
Que julga com retidão,
Que queima as força do mal,
Com Espírito de purificação,
Convertendo a nossa vida,
A partir do coração.

Reino de Deus consistente,
Cheio de Simplicidade,
Como a pequena mostarda,
Cheia de capacidade,
Que cresce e traz seu verdor,
Com força e vivacidade.

Reino de Deus em mistério,
Fermento que vai crescendo,
Com calma vai se espalhando,
Como que se escondendo,
Mas que vai se construindo,
E aos seus servos acolhendo.

Reino de Deus de alegria,
Que faz a todos, irmãos,
Que nos reúne em festa,
Para colhermos a união,
Fortalecendo o encontro,
Vivido na comunhão.

 

***

* O primeiro poema A Paciência de Deus foi publicado em 3/3/2013, no III Domingo da Quaresma do Ano C, cujo mistério pascal gira em torno do convite de Jesus à conversão.

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, o semeador divino, ilumine o seu caminho! ***

 

XV Domingo do Tempo Comum, Ano A, São Mateus

 

Leituras: Is 55,10-11; Sl 65(64); Rm 8,18-23; Mt 13,1-23

 

⇒ HOMILIA ⇐

O Semeador Divino

Mt 13,1-23

 

Meus irmãos e irmãs, celebramos hoje o mistério pascal apresentado pela liturgia do XV Domingo do Tempo Comum. Contemplemos o mestre sentado às margens do mar para ensinar, lançando sementes do Reino. E o Evangelho deste Domingo está em Mateus (cf. 13,1-23).

Jesus usa uma parábola para nos contar que um semeador (Deus) vem jogar a semente (a Palavra) nos diversos terrenos (coração do homem) para que fecunde e produza frutos (amor, paz e comunhão). De acordo com o teólogo Armellini, a colheita não depende tanto da semente e do semeador, mas da qualidade da terra (o coração do homem). Se estiver duro como um chão batido o Evangelho não penetra; se é inconstante a semente cai como numa pedra logo germina, mas é queimada pelo sol; se é inquieto diante das circunstâncias a semente é sufocada; se é um coração bom produz frutos em abundância[1].

Em cumprimento à profecia de Isaías (cf. Is 55,11), quando a semente é plantada em nossos corações, a Palavra do Senhor produz ações transformadoras. Faz nascer em nós a esperança para caminharmos como missionários, também semeadores do Reino de Deus. Em nosso apostolado, às vezes, temos a impressão de que semeamos em terreno estéril. Esta foi a mensagem de Jesus: É preciso continuar anunciando, sem prejulgamentos, mesmo que não enxerguemos os resultados. Fazendo a nossa parte, perseverando na semeadura, muitos acolherão e deixarão que algo possa nascer e dar bons frutos. Principalmente em nosso mundo, tão marcado por falta de esperança, pelo individualismo, pelas diversas formas de violência. Um tempo carente de Paz e de união entre os filhos de Deus e ainda comandado por diversas ideologias que manipulam as riquezas e tentam impedir que a mensagem e os frutos de vida nova possam acontecer.

Como nos fala São Paulo, a autossuficiência do homem se confunde com a liberdade e a autonomia em busca da vida e da fraternidade (cf. Rm 8,20). O apóstolo também nos diz que a fuga e/ou a falta de acolhimento à Palavra de Deus, como semente que traz nova vida, causa sofrimento à humanidade (cf. Rm 8,22). Sendo assim o que vale então a liberdade em não acolher o bem?

Somos, muitas vezes, esse terreno batido, pedregoso, espinhento, árido que dificulta a semente que quer transformar nossas vidas, fecundar as virtudes da alegria e da esperança e, como consequência, a salvação. Lembremos que a semente é a mesma, o que muda neste processo é a predisposição de receber ou não a Palavra semeada. Somos chamados a preparar o nosso terreno (nosso coração) para acolher a semente que não volta vazia sem antes realizar tudo que for da vontade de Deus (cf. Is 55,11).

A Igreja, portanto, precisa de semeadores que levem a Palavra aos diversos corações. Somente com o testemunho de terreno que acolhe a palavra podemos colaborar com a semeadura que Cristo nos pede.

Agora, olhemos para Maria e José que se fizeram terrenos bons para acolher a encarnação do Verbo e sua semente em favor da salvação. Por isso se tornaram colaboradores da salvação para aqueles que vieram antes como Adão, Noé, Abraão, Isaac, Jacó, José do Egito, Moisés, juízes e profetas. Também contemplemos e veneremos os Apóstolos, os discípulos e as santas mulheres que deixaram a voz do Senhor ressoar em seus corações, acolhendo as exigências do convite para continuarem a semeadura do Reino de Deus, se tornando sinais vivos do Evangelho no mundo.

E por fim, olhemos para todas as pessoas que se deixaram tocar pelo chamado de Cristo nos dias atuais e são testemunhos do Senhor nas diversas opções de vida cristã: missionários(as), consagrados(as), ordenados, celibatários(as), casados e tantos jovens disponíveis a semear a palavra do Senhor com a boca e o coração em favor da vida e da salvação das almas.

***

[1] Cf. ARMELLINI, Fernando. Celebrando a Palavra: Ano A. 9 ed. São Paulo: Ave Maria, 2014, p. 274-275.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Palavra Semente

Palavra,
Que se fez carne,
Veio à terra e se fez humana,
No homem fez o seu templo,
E ascendeu-lhe uma nova chama.

Palavra,
Que vem de mansinho,
Semeada com amor,
Quase sem ser percebida,
Mas cheia de muito vigor.

Palavra,
Semente do Reino,
Evangelho semeado,
Nos mais diversos terrenos,
Para serem fecundados.

Palavra,
Que se espalhou,
Entre as pedras ou espinhos,
Grão da vida em terra boa,
Também a beira do caminho.

Palavra,
Que se faz esperança,
Na alma de tanta gente,
Na vida do dia a dia,
Alimenta a fé do crente.

Palavra,
Que fortifica a caminhada,
Nos fazendo alegria
Dá-nos força e muita paz,
Retoma nossa harmonia.

Palavra,
Semeada em nós,
Cristo, o semeador,
O Evangelho em nossas vidas,
Por obra do seu amor.

Palavra,
Que se faz partilha,
Que ecoa e é doada,
Aos ouvidos e à boca,
Da assembleia convocada.

 

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*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, o semeador divino, ilumine o seu caminho! ***

 

XIV Domingo do Tempo Comum, Ano A, São Mateus

 

Leituras: Za 9,9-10; Sl 144(145); Rm 8,9-11.13; Mt 11,25-30

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

A Palavra de Jesus é um jugo suave

Mt 11,25-30

 

Meus irmãos e irmãs, celebramos hoje o mistério pascal apresentado pela liturgia do XIV Domingo do Tempo Comum, que ressoa em nossos ouvidos o chamado libertador de Jesus: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso.” (Mt 11,28). Diante deste chamado, contemplamos o quão maravilhoso é o nosso Deus que, em vez de nos impor obrigações e tecer, nos oferece descanso e refúgio. Neste sentido o Senhor nos leva também a nos perguntar: O que causa os nossos sofrimentos? Quais nossos fardos? E o Evangelho deste Domingo está em Mateus (11,25-30).

Naquele tempo, Jesus percebeu o cansaço dos galileus – trabalhadores da roça, pescadores, mulheres. Eram oprimidos com o jugo do Império Romano em consonância com as autoridades judaicas. Viviam e sofriam às margens sociais e econômicas. Eram julgados pelo peso das tantas normas religiosas e políticas. As palavras simples de Jesus chegavam àquelas pessoas, porque ele se compadecia do cansaço e dos pesados fardos de seu povo. Suas palavras curavam, aliviavam o sofrimento, faziam muita gente tomar uma nova direção em suas vidas, encontrando o sentido de sua existência.

Também sentimos, muitas vezes, o cansaço como consequência do dia a dia. O tempo é pouco na nossa rotina, impossibilitando o descanso e o alimento do Espírito. E assim, dificilmente, nossas férias oferecem descanso e relaxamento. Somos oprimidos e sufocados por tantas obrigações às quais nos impedem do encontro restaurador conosco, com Deus e também com o outro. Precisamos buscar no Senhor o nosso repouso e a vida de verdade. Muitas vezes nos afogamos no ativismo e no barulho, obstáculos para o rezar e o meditar sobre o sentido de nosso existir.

Outro aspecto que podemos também refletir inspirado neste Evangelho dês XIV Domingo do Tempo Comum é que, na atualidade, também sentimos o peso das leis de morte, de opressão, de mentiras que maltratam os pobres (os pequeninos), colando o fardo da fome, do desemprego e da desigualdade social. Além da corrupção que massacra grande parte da população mundial. Como nos diz o papa Francisco: “os pobres são os primeiros a sentir os efeitos da corrupção.”[1]

E diante da mensagem de Jesus, de que seu jugo é suave e o seu fardo é leve (cf. Mt 11,30), podemos entender que a primeira e a principal lei de Cristo é o amor e a misericórdia, um messianismo diferente, mas que já havia sido predito pelos profetas como nos indica a primeira leitura desta Liturgia (cf. Zc 9,9-10). Deus acolhe a pessoa como ela é, nas suas fragilidades e angústias para depois propor o caminho, que é libertador e salvador. O jugo leve é esta forma de Jesus pregar o Reino no mundo. Jesus acolhe com amor, cuida das feridas e restaura os que o buscam ou os que são chamados por ele.

Os discípulos de Cristo foram os primeiros a serem cuidados por ele e iniciaram um processo de um novo caminhar. Eles são os pequeninos a quem Jesus se dirige e quer que encontrem segurança e repouso. Os pequeninos foram escolhidos no meio do povo, homens simples, mas abertos à mensagem do Reino.

Os batizados tem o Espírito de Cristo (cf. Rm 8,9) e vivem na certeza de que o nosso Deus é amor e humildade e nos ensina a vivermos neste mundo. Também como cristãos somos agraciados pela força do Senhor que nos deu vida nova. Nele, aliviamos nossos fardos diários, quando somos alimentados pela Palavra e pela Eucaristia. Porque o Senhor “sustenta todo aquele que vacila e levanta todo aquele que tombou” (Sl 144,14). Amém.

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[1] PAPA FRANCISCO. Papa: os pobres são os primeiros a sentir efeitos da corrupção. Disponível em: <http://br.radiovaticana.va/news/2017/06/30/papa_os_pobres_s%C3%A3o_os_primeiros_a_sentir_a_corrup%C3%A7%C3%A3o/1322324>. Acesso em: 7 jul. 2017.

 

 

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⇒ POESIA ⇐

O descanso com o Senhor

 

“Vinde a mim os que estão cansados”,
Diz o Senhor a nos acolher,
Pois sua Palavra é luz a nos fortalecer,
Faz nascer a esperança e traz o ardor,
Quer que vençamos as fadigas a nos invadir,
Para superarmos o cansaço e assim prosseguir,
Nesta vida alimentada pela fé e o amor.

“Aprendei de mim que sou manso e humilde”,
Outro convite que nos vem ressoar,
Porque sua mensagem nos vem libertar,
Tirando o cansaço que a vida quer nos trazer,
Para caminharmos rumo a libertação,
Vivendo a cura do nosso coração,
Que no Senhor quer se converter.

Tomai sobre vós o meu jugo,
É a promessa segura que vem do Senhor,
Julgamento realizado pelo seu amor,
Que alivia o peso da condenação,
Pois sua lei é para a liberdade,
Realiza-se pelo cuidado e pela caridade,
Buscando tirar todos nós da perdição.

Sou manso e humilde de coração,
Esta é a atitude do Mestre a nos ensinar,
Ação do Santo Espírito a nos iluminar,
Que mora em nós e nos dá a vida,
Porque o que atrai é a humildade,
Prática de quem busca a santidade,
E quer ser um porto de acolhida.

Só no Senhor o repouso completo,
Que nos preenche e nos dá sentido,
Deixando nosso ser fortalecido,
Quando nas labutas da peregrinação,
Precisamos parar em nossa estrada,
E quando vem o cansaço da jornada,
Consequência do caminhar na missão.

Seja o Senhor o alimento procurado,
Quando paramos para nos abastecer,
Acolhendo a Palavra a nos preencher,
Sentando-se à mesa da fraternidade,
Para partilhar da santa refeição,
Comida e bebida que gera união,
Que sustenta a vida da comunidade.

 

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*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que é manso e humilde de coração, ilumine o seu caminho! ***

 

XII Domingo do Tempo Comum, Ano A, São Mateus

 

Leituras: Jr 20,10-13; Sl 69(68); Rm 5,12-15; Mt 10,26-33

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Não ter medo de anunciar

Mt 10,23-33

 

Meus irmãos e irmãs, estamos no 12º Domingo do Tempo Comum, quando a Liturgia da Palavra nos apresenta o texto do Evangelho de Mateus (Mt 10,26-33). “Não tenhais medo dos homensNão há nada que esteja escondido que não seja revelado” (Mt 10,26). s poderes do mundo tentam esconder suas tramas e seus planos, mas o Evangelho é luz na escuridão, pois ilumina e faz aparecer a verdade que está escondida.

As consequências da pregação nem sempre são as multidões em louvores ou as igrejas cheias. Muitas vezes é viver em meio ao medo e às fugas. Para isso, precisamos buscar a coragem e a luz no Espírito Santo para seguirmos. Ser discípulo é, em muitos momentos, viver o desprendimento, a entrega total da vida e caminhar também ao encontro da morte do corpo material. Na história cristã, muitos entregaram seu corpo através do batismo de sangue (martírio), por que, pela vivência da dimensão profética, colocaram toda sua esperança e força em Cristo.

Ao apresentar a proposta do Reino Divino, em diversos momentos, podemos até encontrar hostilidade e perseguição, pois a Palavra semeada traz provocações contra as ideologias que estimulam a opressão, a alienação, a manipulação e o relativismo.

Esta Liturgia nos vem mostrar que viver o Evangelho também traz sacrifícios em favor de um propósito. Deixar que a luz da Palavra ilumine a vida das pessoas para não serem manipuladas pode causar a intriga e a perseguição por parte dos ideólogos da opressão e da manipulação.

O profeta, Jeremias nos apresenta um destino daqueles que lutam pelo bem comum das pessoas, que sofrem com a iminente invasão do rei da Babilônia. Diante da opressão ele grita e lamenta: “Eu ouvi as injúrias de tantos homens e os vi espalhando o medo em redor: denunciai-o, denunciemo-lo” (Jr 20,10). Este texto prefigura o Evangelho: ser profeta é perceber a realidade de sofrimento e denunciá-la, sem medo. Não podemos ficar alheios ao chão que pisamos. A Palavra de Deus deve nos ajudar em nossa percepção acerca dos que sofrem.

Devemos denunciar os frutos do pecado iniciados com o primeiro homem, o velho Adão. Pelo pecado entrou a morte (cf. Rm 5,12). Em Cristo, o novo Adão, somos inseridos na vida e na luta contra a morte eterna.

Na comunidade cristã deve reinar um ambiente de segurança e de coragem, pois ela deve está fundamentada pela alegria e pela força do Evangelho. Em contrapartida, a comunidade deve apresentar a misericórdia de Deus como o sinal de salvação.

Portanto, levemos ao nosso coração o conselho desta Liturgia: “O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia; o que escutai ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados!” (Mt 10,27). Que a experiência com a Palavra e a vida de intimidade com o Senhor nos faça proclamadores ao mundo no dia a dia de nossa missão.

E nos momentos de aflições e inquietações, nossa ou do próximo, elevemos nossa oração de confiança e entrega a Deus como nos reza o salmista: “Elevo para vós minha oração, neste tempo favorável, Senhor Deus! Respondei-me pelo vosso imenso amor, pela vossa salvação que nunca falha! Senhor ouvi-me, pois suave é vossa graça, ponde os olhos sobre mim com grande amor.” [Sl 69(68)]. Amém.

 

***

⇒ POESIA ⇐

O Evangelho vence o medo

 

Pregar o Santo Evangelho,
Não é status e honraria,
Mas um mandato exigente,
Que se vive a cada dia,
Muitas vezes vem o medo,
Que espanta a alegria.

Com Cristo vencemos o medo,
Das garras da perseguição,
Dos fortes maus-tratos terrenos,
Consequência da missão,
Dos fracassos e da morte
Que causam a desilusão.

Como discípulos amados
Queremos seguir em frente,
Vencer as tantas barreiras,
Que enfrenta o povo crente,
Porque Evangelizar,
É tarefa exigente.

Ser discípulos do Senhor,
Exige-se a doação,
Entregar-se a uma causa,
A favor da salvação,
Pregando sempre a verdade,
Com coragem e decisão.

Caminhar como cristão,
Com Cristo Nosso Senhor,
Vence-se o medo e a dúvida,
E afasta-se o temor,
Segue-se na segurança,
Numa trilha de amor.

A consequência do anúncio,
É também perseguição,
Pois o mundo distorcido,
Traz desprezo e opressão,
E assim os missionários,
Sofrem também a repressão.

Olhemos para os profetas,
Que foram ignorados,
Por pregarem a verdade,
Muitos foram torturados,
E nos reinos poderosos,
Os seus sangues derramados.

Que a Santa Comunhão,
Forte e vivo alimento,
Do discípulo caminheiro,
Seja sempre o alimento,
Dando força à vida inteira,
Em todos os seus momentos.

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que orienta seus discípulos a vencerem o medo, ilumine o seu caminho! ***

 

XI Domingo do Tempo Comum, Ano A, São Mateus

 

Leituras: Ex 19,2-6a; Sl 99(100); Rm 5,6-11; Mt 9,36-10,8

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

A missão do discípulo: curar, ressuscitar, purificar, expulsar o mal

Mt 9,36-10,8

 

Na liturgia da palavra deste 11º domingo do Tempo Comum, temos o texto de Mateus (cf. 9,36-10,8). O evangelista nos apresenta Jesus se compadecendo pela multidão, porque era como que ovelhas sem pastor (cf. Mt 9,36), pois aqueles que deviam conduzir o povo (fariseus, saduceus, mestres da lei, anciãos) estavam desprezando, hostilizando, explorando as ovelhinhas de Israel. A opressão era sentida em toda a dimensão social – seja religiosa, política, econômica.

É a realidade de opressão que provoca em Jesus a compaixão, que é sentir nas entranhas a dor do sofredor, percebendo não somente a necessidade de pão orgânico, mas, sobretudo, de libertação, de justiça, de dignidade humana.

Consequentemente, Jesus percebe a necessidade de verdadeiros anunciadores do Reino e pede que se faça a oração para que o dono da messe suscite mais operários (cf. Mt 9,38) da missão salvífica, não somente depois desta vida terrena, mas ainda aqui, para que o Reino de Deus, que é amor, se faça presente na fraternidade e na paz, espalhando a Boa-Nova por entre as ovelhas perdidas (cf. Mt 10,6). O mesmo povo que, pelas mãos de Moisés, recebeu de Deus a promessa da aliança e de sua fidelidade, agora é chamado a viver a Nova Aliança. Os Doze, chamados e, ao mesmo tempo, enviados, lembra as doze tribos da aliança no Sinai, depois da libertação do Egito.

Os eleitos vão com mensagem e missão específica: anunciar que o Reino está próximo, curar os doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos, expulsar os espíritos maus (cf. Mt 10,8).

E nós, cristão de hoje, somos o povo da Nova Aliança, chamados a ter compaixão dos sofredores e a rezar para que novos evangelizadores respondam ao chamado para anunciar, com a vida, a Boa-Nova. O dono da messe continua contando com os bispos, os padres, os diáconos, os religiosos, os catequistas, os mesces, os leigos dos mais diversos apostolados, que vivem em meio a tantas doenças, violências, divisões maléficas que destroem famílias e demais relações humanas.

Podemos nos perguntar o que significou para os discípulos na Galileia e o que significa para os de hoje esta missão, a qual Jesus designou a todos nós batizados em seu nome.

Curar os enfermos é a atitude de libertá-los de tudo o que é contra a vida ou ajudar as pessoas a aceitarem as enfermidades irreversíveis, como um caminho de experiência e conversão espiritual. Ressuscitar os mortos como um processo de ajudar a reacender a esperança na vida de alguém em desespero existencial. Limpar os leprosos é a luta contra as impurezas que a mentira, a falsidade, as ações hipócritas constroem contra a humanidade; é trazer a verdade, a simplicidade, a justiça e resgatar a honradez. Expulsar os demônios é afastar tudo aquilo que é mal e que divide a vida das pessoas, combatendo a idolatria aos bens materiais e os apegos a tantas ideologias e interesses obsessivos.

Eis a missão amorosa da Igreja nos dias de hoje: fazer com que as doenças, as mortes, as lepras e os demônios sejam banidos da vida da humanidade. Fazer com que o Reino de Deus aconteça já na caminhada das comunidades, das famílias, dos grupos, dos movimentos e dos trabalhos missionários em favor da fraternidade e da paz.

Cristo é a razão da nossa existência. Por isso devemos buscar, constantemente a reconciliação com ele. São Paulo nos diz na sua carta aos Romanos: “Nós nos gloriamos em Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. É por ele que, já desde o tempo presente, recebemos a reconciliação.” (Rm 5,11). Cristo é misericordioso e se compadece por todos nós. Ele quer curar nossas doenças e feridas, limpar nossas lepras que tanto nos oprimem, nos ressuscitar para uma vida nova e expulsar o mal que nos afasta do caminho da Salvação. Amém.

 

***

⇒ POESIA ⇐

A missão dos discípulos de Jesus

 

Eis o tamanho da messe,
Que Jesus a contemplou,
Tendo compaixão do povo,
Quando aos discípulos chamou,
Pra levar a libertação,
Pela evangelização,
Que ele mesmo instaurou.

Pra curar todos os enfermos,
Jesus chamou seguidores,
Pra levar a libertação,
Das doenças e das dores,
Pra levar o amor e a vida,
Força e paz distribuídas,
Pelos anunciadores.

Pra ressuscitar os mortos,
Dos abismos e ilusões,
Pra renascer a esperança,
As forças e as motivações,
Pra trazer a divina coragem,
De Deus retomar a imagem,
E pulsar dos corações.

Pra expulsar as tantas lepras,
Jesus também nos envia,
Limpar as tantas feridas,
Que a muitos angustia,
As mentiras combater,
A hipocrisia vencer,
E espalhar a alegria.

Nosso Senhor Jesus Cristo,
Vendo ovelhas sem pastor,
Pede-nos pra que rezemos,
Pela missão do amor,
Construir libertação,
Anunciar a salvação,
Do Reino do Criador.

Que a Palavra e a Eucaristia,
Fortifique a nós cristãos,
Pra vivermos o dia a dia,
As obras da santa missão,
E o Reino anunciarmos,
Jesus Cristo comungarmos,
Isto sim, é comunhão.

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que orienta seus discípulos na missão de curar, ressuscitar, purificar, expulsar o mal, ilumine o seu caminho! ***

 

VII Domingo do Tempo Comum, Ano A, São Mateus

 

Leituras: Lv 19,1-2.17-18; Sl 102(103); 1Cor 3,16-23; Mt 5,38-48

 

Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

⇒ HOMILIA ⇐

A outra face: uma nova atitude

Mt 5,38-48

 

Do alto da montanha, o Senhor continua o seu sermão nos ensinando: “Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem…” (Mt 5, 39.43). Eis a lição de casa que Jesus nos dá neste 7º Domingo do tempo comum.

Jesus nos ensina que não é pela vingança, ou seja, revidando o mal contra o irmão que iremos construir o Reino de Deus. Pelo o contrário, é oferecendo a outra face que podemos favorecer a paz no mundo; é amando os inimigos e rezando por eles que podemos criar a fraternidade. Neste sentido, amar o inimigo está além dos nossas atitudes afetivas, mas na maneira de olhar para o outro sem o sentimento de vingança e violência.

É oferecendo novas atitudes (o outro lado da face) e também posturas pacíficas, diante das provocações, que iremos expressar os mesmos sentimentos de Jesus. É rezando pelo outro e querendo o seu bem, mesmo que não seja possível abraçá-lo e lhe oferecer um sorriso; mesmo que suas diferenças e opções pessoais impeçam de nos aproximarmos dele.

Podemos até pensar: ser seguidor de Cristo exige muito de nós! É uma experiência muito desafiante para quem vive num mundo de tantas competições e contradições. Lembremos que, em alguns momentos, pessoas que acompanhavam Jesus também se questionaram e deixaram de segui-lo porque acharam suas palavras muito duras. E, aos doze, Jesus perguntou: Quereis vós também retirar-vos? (cf. Jo 6,66-67). E na boca de Pedro temos a resposta: “Senhor, a quem iríamos nós? Só Tu tens palavras da vida eterna.” (Jo 6,68).

Estas atitudes concretas que o Senhor nos pede na nossa convivência com os outros é próprio dos que buscam a santidade. O livro do Levítico nos traz o mandato que Deus encarregou a Moisés de falar ao povo de Israel e que soa de forma mais direta na boca de Jesus. “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2).

Os santos que conhecemos na história da Igreja não eram vingativos, não guardavam rancor e, por isso, amavam o próximo como a si mesmo. Mesmo sendo cada um santo com sua personalidade própria, eles eram caridosos, passivos e fraternos.

Ser santo também é compreender e aceitar que cada um é habitação do Espírito Santo, como nos fala São Paulo na sua primeira carta aos coríntios: “Acaso não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós?” (1Cor 3,16).

Deixar-se habitar por Deus é exatamente viver o que nos pede Jesus na liturgia deste 7º Domingo do Tempo Comum. Quando deixamo-nos habitar pelo Espírito Santo, reconhecemos que o outro é nosso irmão, filho do mesmo do Pai “que faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos” (Mt 5,45).

Com este Evangelho também aprendemos que ser santo não se expressa apenas numa prática religiosa externa, mas em atitudes que vão além do que as pessoas que não são religiosas fazem. Que sentido teria, por exemplo, para um cristão amar somente as pessoas que os amam? Retribuir gratidão somente àqueles que os prestam algum favor? Qualquer pessoa mesmo sem religião faz o mesmo. Eis a nossa missão e desafio neste mundo: deixar que o Espírito do Evangelho possa transformar o nosso agir em atitudes a favor da paz e da fraternidade.

Precisamos aprender com os santos, com os que lidam diretamente com os pobres nas periferias das cidades, no contato com os refugiados e nos cortiços diversos de nosso país. Com os que visitam os presídios. Devemos além de aprender também, valorizar tudo aquilo que os nossos irmãos e irmãs fazem nas tantas instâncias além dos nossos templos.

Peçamos ao Espírito Santo, o qual habita em nós, para que nos faça cada vez mais santuários vivos da caridade, da fraternidade e da paz no mundo. Onde atitudes novas de amor sejam sempre praticadas a serviço do Reino. Amém.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Sede santos e santuários de Deus

O Senhor nos ensina:
Sede santos, como Eu,
No combate à opressão,
Na promoção da Paz,
Num coração que se refaz
No amor ao seu irmão.

O Senhor nos ensina:
Que nós somos iguais,
Diante do Pai bondoso,
Que este mundo nos deu
Chuva e sol nos ofereceu,
Com todos muito amoroso.

O Senhor nos ensina:
Fazei algo a mais,
Além do trivial,
Atitudes de santidade,
Em Cristo, a liberdade,
Numa entrega especial.

O Senhor nos ensina:
Somos seu templo santo,
De culto vivo e verdadeiro,
Habitação que germina,
Fortalece e ensina,
A vida do caminheiro.

O Senhor nos oferece,
A alegria do banquete,
Vem todos alimentar,
Nossa fome alivia,
Dá-nos paz e alegria,
Para a vida germinar.

.

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, fonte da lei perfeita, ilumine o seu caminho! ***

 

VI Domingo do Tempo Comum, Ano A, São Mateus

Leituras: Eclo 15,16-21; Sl 118(119); 1Cor 2,6-10; Mt 5,17-37

 

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⇒ HOMILIA ⇐

A verdadeira letra, além da lei

Mt 5,17-37

 

Estamos no 6º domingo do tempo comum. Jesus continua na montanha, pregando para os seus discípulos e à multidão: “Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento” (Mt 5,17). Depois de falar para os discípulos, dizendo que eles são sal da terra e luz do mundo, Jesus ensina, dando orientações exigentes e profundas sobre o cumprimento da lei, a qual, deve ser vivida além a letra.

Há uma grande divergência entre os grupos da época no que se refere à relação com a lei de Moisés e com os profetas. Jesus vem para ensinar à plenitude da lei segundo a vontade do Pai. A lei de Moisés e as orientações dos profetas ainda são incompletas.

O seguimento a Jesus faz com que as pessoas superem toda a lei formal e fundamentalista, que era fardo para os pobres, os quais não tinham tempo para observar tantas normas, mas era privilégio para os poderosos e mestres da lei, os quais estavam disponíveis para estudar os mais de seiscentos códigos.

Os discípulos precisarão aprofundar o novo mandamento de Jesus como meta para vivenciar a exigente experiência de caminhada com o seu Mestre. A justiça dos discípulos tem que ser maior do que a dos mestres da Lei. Caso contrário, não entrarão no reino dos Céus (cf. Mt 5,20).

A justiça dos fariseus vem apenas dos homens e da letra. Faz-se necessário uma complementação. Por isso, Jesus não vem abolir, mas aperfeiçoar. O ensinamento de Jesus é sobre a plenitude da lei, preceito que liberta o ser humano através do amor e da misericórdia divina, porque é “feliz o homem sem pecado em seu caminho, que na lei do Senhor Deus vai progredindo” (Sl 118/119).

Jesus cita alguns dos mandamentos da lei de Moisés para explicar e levar os discípulos e, também o povo, a avançarem na compreensão destes preceitos. A Lei é necessária, mas precisa ser vivida além do formalismo e da obrigatoriedade.

Portanto, não basta “não matar”, mas evitar as maldades que levam à morte. Faz-se necessário que as pessoas vivam como irmãos, na fraternidade, na solidariedade, no perdão e na justiça, evitando o ódio e a discórdia entre si.

Jesus também cita o 9º mandamento, o de não desejar a mulher do próximo (cf. Mt 5,27). O adultério era resultado do desejo de posse sobre a mulher fruto do machismo e dos privilégios dos homens, na época de Jesus.

Ao cristão de hoje, é necessário entender que o amor, o perdão, o respeito, a fidelidade e a igualdade de dignidade entre homem e mulher é uma atitude de amor onde se cumpre a lei do Senhor.

Quanto ao jurar falso (8º mandamento), Jesus pede que se alargue a vivência deste mandamento, fundamentado na verdade, na integridade, na honestidade e na ética, porque a falsidade não é somente quanto a Lei, mas na ausência da dimensão total da pessoa que vive em sintonia com a Palavra do Senhor.

Portanto os que querem viver de acordo com a lei perfeita, devem abraçar a sabedoria de Deus, devem escolher a vida e o bem como nos fala o livro do Eclesiástico (15,19): “a sabedoria do Senhor é imensa, ele é forte e poderoso e tudo vê continuamente”. Porque “o que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram, nem os ouvidos ouviram, nem coração algum jamais pressentiu” (1Cor 2,9b).

Que o Senhor nos abençoe e o seu Espírito nos ensine a vivermos a lei que supera todas as regras e os códigos humanos, a lei mais completa e mais perfeita: a lei do amor, que tudo supera e que tudo suporta (cf. 1Cor 13,4-10)… Amém.

 

***

⇒ POESIA ⇐

A lei perfeita

A Tua Lei, Senhor,
É lei perfeita,
Vem do alto para nos santificar,
É uma luz que não se apaga,
O amor perfeito a nos orientar
Sinal divino a nos iluminar.

A Tua Palavra, Senhor,
É verdadeira,
Não há contradição e nem falsidade,
É pura, plena e abrangente,
Conselho perfeito para a santidade,
Ensinamento de lealdade.

Tua Palavra, Senhor,
É liberdade,
Não se impõe e nem quer oprimir,
Está além da letra e do moralismo,
Quer nos ensinar e nos redimir,
Orientando o caminho a prosseguir.

Tua Palavra, Senhor,
E só bondade,
Orienta a vida com nossos irmãos,
São preceitos santos e preciosos,
Fazendo-nos discípulos em missão,
Pelo “sim” de verdade à salvação.

Tua Palavra, Senhor,
É a lei maior,
Maior que nossas tantas ambições,
Além de nossos desejos e interesses,
Porque não nos causa decepções,
Porque habita nossos corações.

Tua Palavra, Senhor,
É encarnação,
Vida concreta em cada dia,
Que nos educa para a irmandade,
É banquete santo de alegria,
É encontro de paz, é Eucaristia.

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, fonte da lei perfeita, ilumine o seu caminho! ***

V Domingo do Tempo Comum, Ano A, São Mateus

Leituras: Is 58,7-10; Sl 111(112); 1Cor 2,1-5; Mt 5,13-16

 

Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

⇒ HOMILIA ⇐

Cristãos sem se esconder-se

Mt 5,13-16

 

Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,16). Eis o que nos pede Jesus neste 5º Domingo do Tempo Comum (cf. Mt 5,13-16). Somos chamados a ser sal da terra e luz do mundo, não isolados, não em nós ou para nós mesmos.

Como discípulos, inseridos na vida de Cristo, banhados nele para sermos novas criaturas, somos convocados a ser a sal da terra e luz do mundo, fortificados pela Eucaristia e iluminados pela Palavra, que nos sustentam e, ao mesmo tempo, nos dão um sentido completo e verdadeiro à nossa existência neste mundo.

O sal é símbolo de purificação, de sabor, de conservação e dá gosto aos alimentos. Nos tempos mais antigos foi visto como símbolo da sabedoria. Está mais para o nosso “ser”. Não o vemos entre a comida, mas sentimos a sua presença ou a sua ausência quando nos alimentamos.

Os cristãos são chamados a darem sentido ao ambiente da comunidade pela sua presença sábia, humilde, desprendida e de encontro. Às vezes uma presença tão simples e discreta de uma pessoa na comunidade, dá um imenso gosto ao ambiente quando estamos em reunião. E assim o cristão, como o sal deve conservar a força do Evangelho, procurando amenizar as podridões das diversas mortes terrenas, estimulando o sentido de ser discípulo, a sabedoria nas palavras e a ação com a força do amor.

A luz como símbolo do nosso Batismo e do próprio Cristo, está mais para o nosso testemunho, por isso atinge os nossos olhos. Porém, o importante é que deixemos que ela possa iluminar o nosso caminho, por que a luz vem de Deus e, para iluminarmos mundo, precisamos primeiro deixar que ela nos preencha e nos irradie com sua claridade.

Os discípulos de Cristo no mundo são esta presença iluminadora pelo testemunho de vida, que seguem o caminho da salvação. Deixam-se iluminar pelo Senhor e, ao mesmo tempo, buscam iluminar o mundo com sua presença em meio a tantas trevas que escurecem o mundo.

O profeta Isaías nos apresenta o que devemos fazer concretamente para deixar resplandecer a luz do Senhor: Reparte o pão com o faminto, acolhe em casa os pobres e peregrinos. Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne. Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá” (Is 58,7-8).

Ser luz, segundo o profeta Isaías, é viver a caridade onde as carências dos irmãos devem ser vistas, ouvidas e atendidas. Olhando para a vida pública de Jesus, não percebemos outra coisa senão a caridade pura, através do perdão, da cura do corpo e da alma, do alimento, da escuta e da acolhida aos que eram marginalizados e, ao mesmo tempo, a promessa verdadeira da vida eterna.

E agora nos perguntamos: Como está nossa luz de cristãos para o mundo? Como vislumbramos entre nós o sentido, o sabor (sal) da vida em Cristo? Inicialmente Jesus nos ensina que não podemos ser sal e luz fechados em nós mesmos e para nós mesmos, como lâmpadas escondidas debaixo de nosso individualismo e egoísmo.

Devemos sim ser luz para os outros a partir da presença de Cristo em nós, pela nossa ação de amor e fervor diante das pessoas que nos rodeiam. Deixar que resplandeça o amor, pela nossa fraternidade entre os irmãos e irmãs e pelas nossas ações diante dos que precisam de nós.

Devemos ser sal do mundo, deixando que o nosso ser se preencha da alegria do Evangelho, porque os cristãos são chamados a terem presente no rosto, sempre a alegria, e nas atitudes, mesmo diante das cruzes, a força, o otimismo e os passos firmes e livres do medo de caminhar.

E quando for necessário pregar para as pessoas, que nossas palavras expressem o que somos e o que fazemos para o Senhor. Que o Espírito Santo seja o guia da nossa pregação e da nossa missão, como falou São Paulo: Também a minha palavra e a minha pregação não tinham nada dos discursos persuasivos da sabedoria, mas era uma demonstração do poder do Espírito, para que a vossa fé se baseasse no poder de Deus e não na sabedoria dos homens” (1Cor 2,4-5).

Seja a nossa luz que vem de Cristo pelo nosso batismo o sinal da presença dele. Seja o nosso sal a alegria que vem da Palavra e da Eucaristia para construir a paz de Cristo no mundo a partir de onde estamos e caminhamos. Amém.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Somos sal e luz do Senhor

Se queremos ser Sal do mundo,
E a terra temperar,
Deixemos que a alegria,
E o Santo Espírito que nos contagia,
Em nós venha habitar!

Se queremos ser Luz do mundo,
Clareando a escuridão,
Deixemos que o Esplendor,
Da luz santa do Senhor,
Nos ilumine em imensidão!

Se queremos em meio às trevas,
Caminhar iluminando,
Acolhamos a força da vida,
Pela ressurreição acontecida,
E o Evangelho semeando!

Se queremos dar sabor à vida,
E seu sentido buscar,
Busquemos na Eucaristia,
A força do amor e da alegria,
Em nós a se revelar!

Sejamos o Sal e a Luz,
Sentido e iluminação,
Nas obras concretas da caridade,
Pela justiça, paz e verdade,
Caminho de libertação.

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, a fonte do sal da terra e da luz do mundo, ilumine o seu caminho! ***