⇒ Ano de São José (2020/2021) ⇐ Leituras: Dn 7,13-14; Sl 93(92); Ap 1,5-8; Jo 18,33b-37 ⇒ HOMILIA ⇐ Jo 18,33b-37 Meus irmãos e irmãs, nesta Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, neste Ano de São José e encerrando o ciclo litúrgico do Ano B, a Liturgia nos motiva a contemplar o senhorio de Cristo, que é o alfa e o ômega, princípio e fim, o Rei do Universo. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 18,33-37, passagem que está localizada na terceira e última parte do Evangelho segundo São João, intitulada “A hora de Jesus – A Páscoa do Cordeiro de Deus”. Nesta Liturgia, Jesus, no início da manhã da Sexta-Feira da Paixão, está diante de Pilatos. A partir desse contexto, o evangelista João apresenta dois tipos de realeza: crueldade versus misericórdia; opressão versus esperança; testemunho da força versus testemunho da verdade; e reino deste mundo versus reino celestial. Por não ser deste mundo, o Reino de Jesus não se afasta das realidades de injustiça e perversidade sobre homens e mulheres. Portanto, os seguidores de Cristo vivem a missão de disseminar a realeza divina no meio da humanidade. O profeta Daniel, na primeira leitura desta Liturgia, se refere ao Rei e ao Seu reinado. Diz o profeta: “Foram-lhe dados poder, honra e realeza, e todos os povos (…) o servem; seu poder é eterno (…) e seu reino (…) não se dissolverá” (Dn 7,14). Já os reinos da terra se dissolvem e são marcados pela imposição e pela ordem cega. Já a segunda leitura desta Liturgia, obtida do Apocalipse de São João, confirma a promessa do Antigo Testamento de que “Jesus Cristo é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra (…) ‘o alfa e o ômega’ (…) ‘aquele que é, que era e que vem, o Todo-poderoso’ .” (Ap 1,5.8). Diante desta Liturgia da Palavra, devemos meditar sobre como temos abraçado o senhorio de Cristo em nossa vida, na vida da Igreja e também na sociedade. Ser cristão não é estar à serviço de ordens de superiores que castigam diante do não cumprimento das determinações, pois a relação de Jesus com os discípulos deve servir de modelo. Primeiramente, os discípulos não O seguem pela força, pela imposição, mas por livre adesão; depois, o discipulado é fundamentado no amor de Deus, para que Seus discípulos sejam representantes do Príncipe da Paz (cf. Is 9,5) num mundo de guerras. Assim, o reinado de Jesus é marcado pela alegria e gratidão, desde o momento da Encarnação quando os anjos cantaram de alegria como os pastores gratos por testemunharem indescritível beleza. Em todo o Seu ministério, Jesus realiza curas que consolida a fé de muitos que expressam alegria e gratidão. E o coroamento da alegria mais completa é a Sua Ressurreição, motivo de gratidão para todas as gerações. E neste Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas, queremos recordar um fato marcante da vida de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face conhecido como “aos pés do Papa”. No dia 20 de novembro de 1887, Teresinha, de apenas 14 anos, que se oferece como “brinquedo do Menino Jesus”, é recebida pelo Papa(1). Na ocasião expressa o desejo de entrar para o Carmelo, pois a idade mínima era de 21 anos. A resposta do Papa foi que ela obedecesse aos seus superiores. A dor da frustração naquela manhã, pois não ouviu o “sim do Papa”, fez com que, 7 anos depois e por obediência, Teresinha iniciasse a redação de um famoso escrito, o seu livro “História de uma Alma”. E neste último Domingo do Ano Litúrgico, peçamos a Nossa Senhora da Apresentação, padroeira da capital do Rio Grande do Norte e cultuada neste dia 21 de novembro, que ela rogue por nós para que sejamos merecedores do Espírito Santo, coroa dos perfeitos, para que Cristo reine em nossa existência. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ Este Rei é divino, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva a contemplar o Seu senhorio, que é o alfa e o ômega, ilumine o seu caminho! ⇐
Ele é o Alfa e Ômega, o Começo e o Fim
(1) Papa Leão XIII (1878-1903).Este Rei não é deste Mundo
Ele vem das alturas,
Desceu com ternura,
Para nos libertar.
Ele é mensageiro,
Para os caminheiros,
Vem anunciar.
*
É um Rei diferente,
Tem natureza humana,
A nós Se irmana,
Pra poder chegar.
Seu Reino é amor,
Faz-se servidor,
É assim, Seu reinar.
*
Não vem com soldados,
Vive a mansidão,
Não tem opressão,
Só vem para amar.
Chama à conversão,
Envia em missão,
Pra outros chamar.
*
Ele não tem fama,
Tem simplicidade
Sem publicidade,
Sem triunfalismo.
Seu Reino é semente,
Na vida da gente,
Sem, estrelismo.
*
Ele é nosso Mestre,
Sempre a ensinar,
A quem quer escutar,
Com perseverança.
Quer sempre acolher,
A quem quer Lhe ver,
Pois Ele é esperança.
*
Reinai ó Senhor,
Em nossa existência,
Dai-nos a clemência,
Tua salvação.
Pois se a Ti seguimos,
Contigo partimos
Para a redenção.
Tag: Tempo Litúrgico – Ano B – São Marcos
XXXIII Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos
⇒ Ano de São José (2020/2021) ⇐ Leituras: Dn 12,1-3; Sl 16(15); Hb 10,11-14.18; Mc 13,24-32 ⇒ HOMILIA ⇐ Mc 13,24-32 Meus irmãos e irmãs, neste XXXIII Domingo do Tempo Comum, Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo Papa Francisco em 2016(1), a Liturgia nos motiva a escutar e amar a Palavra que, diferente dos fenômenos naturais e sociais, não passará. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 13,24-32, última passagem do evangelista Marcos no Ano B. Nesta Liturgia, Jesus está no monte das Oliveiras com Pedro, Tiago, João e André (cf. Mc 13,3). As leituras de hoje nos proporcionam uma reflexão a partir da expectativa da vinda gloriosa de Cristo, com os anjos, para nos julgar e reunir os eleitos (cf. Mc 13,27), que deverão estar atentos, pois ninguém, exceto o Pai, sabe o dia e a hora (cf. Mc 13,32). Também as leituras indicam, para os que vivem com o pé na realidade, direções para a disseminação Reino em diversas realidades, sejam sociais, religiosas ou morais. Neste sentido, podemos nos perguntar quantas vezes a natureza é afetada por interesses em obter lucros sem a devida contrapartida social ou o zelo pela Criação de Deus, tais como rios poluídos, florestas destruídas, cidades caóticas etc. Outra realidade é o relativismo religioso, que não trata Deus como Pai que cuida dos necessitados ou das necessidades dos filhos, mas como um empregado que deve realizar os desejos humanos. Esses problemas não teriam relação com o Evangelho desta Liturgia se não fossem consequências de uma cultura que produz uma mentalidade de indiferença, resultando em tragédias naturais e famílias destruídas. Também tecnologia propicia um imediatismo inédito na humanidade, em que, pelas redes sociais, surgem desejos de consumo rapidamente propagandeados e que desaparecem tão rapidamente quanto surgiram, dando lugar a novos impulsos de consumo. Portanto, seremos julgados de acordo com a nossa capacidade de ser luz diante desses sinais pós-modernos. A primeira leitura desta Liturgia indica as consequências para os que viveram de acordo com a Lei do Senhor. Diz o profeta Daniel: “os que tiverem sido sábios brilharão como o firmamento; e os que tiverem ensinado a muitos homens os caminhos das virtudes brilharão como as estrelas, por toda a eternidade” (Dn 12,3). Assim, não basta viver uma religiosidade intimista. É preciso ensinar a outros os caminhos do Senhor, sendo fermento na massa e sal da terra, evangelizando também nas redes sociais, sem deixar de lado a presença física e acolhedora, instrumentos de escuta e de acolhimento para enxugar as lágrimas que vêm do clamor do próximo. Sobre a Carta a Patris Corde(2), a qual o Papa Francisco dedica a São José, finalizaremos hoje a apresentação tratando de dois aspectos. O primeiro, “pai trabalhador”, resgata que São José tem sido, desde o século XIX, identificado com o trabalho e o seu exemplo nos diz que o próprio Deus encarnado não ignorou o trabalho, aprendendo com ele as lidas dos negócios. Já o segundo aspecto, “pai na sombra”, nos diz que São José foi, para o Menino Deus, uma sombra do Pai celeste e é um exemplo para nossa época tão carente de paternidade. Amou discretamente Jesus e a Virgem, em doação, em missão, realizando-a de forma casta. Rezemos a oração a São José do Papa Francisco: “Salve, guardião do Redentor e esposo da Virgem Maria! A vós, Deus confiou o seu Filho; em vós, Maria depositou a sua confiança; convosco, Cristo tornou-Se homem. Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós e guiai-nos no caminho da vida. Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem, e defendei-nos de todo o mal. Amém.” Peçamos a Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Paraná e cultuada no dia 15 de novembro, que ela rogue por nós para que nossos corações sejam abrasados pelo fogo do Espírito Santo e que estejamos prontos para a vinda de Cristo. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ Palavras eternas são as do Senhor, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva a escutar e amar a Palavra eterna, ilumine o seu caminho! ⇐
“Guardai-me, ó Deus, Porque em Vós me Refugio!”
(1) Cf. Carta Apostólica Misericordia et misera, n. 21. Disponível em: <https://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/papa-francesco-lettera-ap_20161120_misericordia-et-misera.html>. Publicado em: 20 nov. 2016. Acesso em: 11 nov. 2021.
(2) Disponível em: <https://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/papa-francesco-lettera-ap_20201208_patris-corde.html>. Publicado em: 8 dez. 2020. Acesso em: 15 out. 2021.Palavras Eternas
Semeadas nos corações dos homens,
Como sinal que germina o Seu Amor,
Como lâmpada no Seu caminhar,
Como vida para partilhar,
Como ação do Criador.
*
Eterna é a vida garantida,
Que já começa aqui neste mundo,
O Reino da Paz refletida,
Que está além da vida natural,
Dos céus, do sol, da lua afinal,
E a eternidade sempre prometida.
*
Eterno é o Teu Reino em ação,
Presente na Palavra encarnada,
Que cura, converte e nos põe em missão,
Que nos chama a ser sal e luz,
Que pelos caminhos nos conduz,
E nos apresenta a salvação.
*
Eterno é o Teu Amor frente às nações,
Que percorreu com o Teu povo a caminhar,
Mesmo diante das infidelidades e traições,
Mas que pelos Seus caminhos permaneceu,
Esperando a fidelidade que não morreu,
Que chegou até nós suas promessas e ações.
XXXI Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos
⇒ Ano de São José (2020/2021) ⇐ Leituras: Dt 6,2-6; Sl 18(17); Hb 7,23-28; Mc 12,28b-34 ⇒ HOMILIA ⇐ Mc 12,28b-34 Meus Meus irmãos e irmãs, a Liturgia do XXXI Domingo do Tempo Comum, do Ano B, nos apresenta Jesus ensinando sobre o mandamento do amor a Deus, com todo nosso ser, e ao próximo como a si mesmo. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 12,28b-34, passagem que está localizada na quarta parte do Evangelho segundo São Marcos, intitulada “O ministério de Jesus em Jerusalém”. Nesta liturgia, Jesus, depois de uma longa viagem com os discípulos, está em Jerusalém, onde aconteceriam confrontos com as autoridades. Porém, um mestre da Lei pergunta, em tom amistoso, “qual é o primeiro de todos os mandamentos?” (Mc 12,28). Em resposta, apresenta dois mandamentos: o primeiro é escutar e amar a Deus com todo o coração, com toda a alma, todo entendimento e toda força; o segundo é amar ao próximo como a si mesmo (cf. Mc 12,29-31). O que Jesus proclamou para aquele mestre da Lei está primeira leitura desta Liturgia quando Moisés proclama ao povo: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças” (Dt 6,4-5). Jesus acrescenta um segundo mandamento esquecido pelos mestres da Lei, que é a atitude do amor ao próximo. Portanto, o amor é a base de todo mandamento ensinado por Jesus, um amor que se eleva a Deus e se estende ao irmão, uma amor que é vertical e horizontal, rompendo o intelectualismo, a indiferença e a falta de caridade dos fariseus, mestres da Lei e saduceus. Parece-nos que a Lei mosaica ignorava o cuidado e o amor ao próximo. A segunda leitura desta Liturgia, da Carta aos Hebreus, apresenta Cristo como novo e eterno sumo sacerdote que nos traz a salvação e oferece aos Seus discípulos, ao povo e às autoridades religiosas, o entendimento pleno da Lei, pois Ele é o próprio Verbo de Deus(1). Nesse sentido, os cristãos, pelo batismo, são chamados a viver, como povo sacerdotal, o verdadeiro culto e amar a Deus com toda força e ao próximo como a si mesmo. Num mundo, muitas vezes, conduzido por obrigações e leis vazias de humanidade, os cristãos são convidados a cumprir os mandamentos de Deus e as leis temporais a partir do amor de Cristo, fazendo a diferença no convívio social e nos diversos campos da existência humana. Talvez a ausência deste amor em nossos governantes explique a falta de dignidade, de justiça, a negação dos direitos às pessoas e também a ausência de fraternidade e de paz entre as nações. Retomando a Patris Corde(2) , a qual o Papa Francisco dedica a São José, verdadeiro “ministro da salvação”, hoje nos veremos em três aspectos. O primeiro, “Pai amado”, trata da sua colaboração com o plano da salvação e, por isso, tem sido muito amado pela piedade, tanto que a tradição nos indica invocá-lo nas quartas-feiras e no mês de março. O segundo, “Pai na ternura”, mostra que foi, para o Menino Deus, reflexo da ternura de Deus. Ternura esta que encontramos na Confissão e que conta com nossas fraquezas, às quais devemos acolher também com ternura (as nossas e as do próximo). Por fim, “Pai na obediência”, que nos indica como foi obediente a Deus (pelos sonhos e pelos preceitos) e justo com as leis temporais, a exemplo do recenseamento. Com ele, Jesus aprendeu a ser submisso aos pais (cf. Ex 20,12). E encerrando o Mês das Missões e do Rosário, queremos recordar que o Rosário, através da Ave-Maria, do Pai-Nosso e das jaculatórias, é um tesouro que a Igreja nos oferece para contemplarmos o projeto salvífico na ação do Filho, nosso redentor, e do Espírito Santo, nosso santificador. Deste modo, nos mistérios gozosos contemplamos os primeiros anos e a existência oculta de Jesus, nos luminosos nos colocamos diante do Seu ministério público, nos dolorosos a Sua paixão e nos gloriosos a Ressurreição até a coroação de Nossa Senhora. Peçamos ao Espírito Santo o dom da fortaleza para que possamos ser fonte de amor sendo sal da terra e luz do mundo e cantemos com o salmista “Eu Vos amo, ó Senhor, porque Sois minha força!”. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ O mandamento do Senhor * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva amar a Deus com toda a força e
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Amar a Deus por Inteiro e ao Próximo como a Si Mesmo
(1) CNBB / Roteiros homiléticos para o Tempo Comum II (setembro – novembro): “Viva e eficaz é a Palavra de Deus”, Ano B – São Marcos. Brasília: Edições CNBB, 2021, p. 56.
(2) Disponível em: <https://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/papa-francesco-lettera-ap_20201208_patris-corde.html>. Publicado em: 8 dez. 2020. Acesso em: 15 out. 2021.O Principal Mandamento
Como sendo o primeiro,
É o amor ao Deus altíssimo,
E nos envolve por inteiro,
Abrange nosso coração,
Toda a alma e a razão,
De nós, os seus mensageiros!
*
O segundo mandamento,
É o amor para com o irmão,
E também para si mesmo,
Numa mesma dimensão,
Pois, o amor é o fundamento,
O principal mandamento,
Da perfeita comunhão!
*
O mandamento do amor,
Faz tudo ficar completo,
Abarca toda a Lei,
Em tudo ele é correto,
Porque o amor é abrangente,
Vem de Deus onipotente,
E aponta o caminho certo!
*
Os mandamentos são vias,
Para com Deus caminhar,
Apontam pra santidade,
Pra gente se endireitar,
Quem segue tem liberdade,
Seguirá pela verdade,
Destino pra se salvar!
*
Pra poder ser bom discípulo,
Guarda-se no coração,
Os preceitos do Senhor,
Pra seguir sua missão,
Num viver obediente,
Amando e sendo crente,
No Deus da libertação!
*
Por isso que um bom cristão,
Vive sempre a praticar,
Os mandamentos de Deus,
Segue a testemunhar,
Guarda no seu coração,
Ama a Deus e ao irmão,
E a si mesmo, se amar!
*
Que a vivência do amor,
Dos discípulos em união,
Tragam para o mundo a paz,
Justiça para os irmãos,
Venha o Reino acontecer,
Vida digna a se estender
Da mesa da comunhão!
com toda a inteligência e ao próximo como a si mesmo, ilumine o seu caminho! ⇐
XXX Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos
⇒ Ano de São José (2020/2021) ⇐ Leituras: Jr 31,7-9; Sl 126(125); Hb 5,1-6; Mc 10,46-52 ⇒ HOMILIA ⇐ Mc 10,46-52 Meus irmãos e irmãs, a Liturgia do XXX Domingo do Tempo Comum nos motiva a largar o “manto” que nos prende a velhos hábitos para abraçar a Boa-Nova de Cristo. E o Evangelho desta Liturgia, na sequência do Domingo passado, está em Mc 10,46-52, passagem que conclui a terceira parte do Evangelho segundo São Marcos, intitulada “Viagens de Jesus fora da Galileia”. Nesta Liturgia, Jesus, seguido pelos Seus discípulos e por uma multidão, está saindo de Jericó, restando apenas 30 quilômetros para chegar em Jerusalém. À beira do caminho, um cego mendicante, conhecido como Bartimeu (ou “filho de Timeu”), que percebendo a presença divina, grita: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” (Mc 10,47). Muitos tentaram calá-lo, mas ele perseverou e Jesus mandou chamá-lo. O interessante é que o chamado é feito por um grupo que emprega dois imperativos: “coragem levanta-te, Jesus te chama!” (Mc 10,49). Em resposta ele joga o manto para trás e vai até Jesus (cf. Mc 10,50), recebe a cura, Jesus manda ele ir embora, mas ele fica como seguidor (cf. Mc 10,52). O evangelista Marcos nos apresenta um leque de reflexões para a nossa vivência, pessoal e comunitária. Na dimensão pessoal, precisamos, muitas vezes, que o Senhor nos faça enxergar os Seus caminhos para depois segui-Lo. Já na dimensão comunitária, precisamos abrir os olhos para as opressões que colocam muitos à “beira do caminho” e sem a iluminação de Cristo, às vezes, queremos calar as pessoas, dizendo que a vida é assim e que precisamos nos conformar e, por isso, não devemos lutar por uma vida digna e justa. Quantas vezes criticamos os que lutam por dignidade e justiça social ou quantos de nós desconhecemos a importância da proposta da Doutrina Social da Igreja ou hostilizamos iniciativas como o grito dos excluídos (no mês de setembro), a Cáritas, a Campanha da Fraternidade, além de muitas outras ações da Igreja. Bartimeu também representa os que perseveram mesmo diante das repreensões de alguns que caminham com Jesus. Este texto também nos motiva a professarmos a confiança em Deus: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” (Mc 10,47), pois Bartimeu, mesmo antes do milagre, já tinha fé no messianismo de Jesus. Outra motivação é o largar o “manto”, que nos faz omissos, e tudo o que nos impede de seguir o Senhor, rompendo a paralisia e saltando em direção ao Redentor. Na primeira leitura desta Liturgia, Jeremias profetiza a ação salvífica de Cristo, que conduz pelos Seus caminhos os sofredores (cf. Jr 31,8-9). Já na segunda leitura, a Carta aos Hebreus, confirma que Cristo é o sumo sacerdote desejado pelo Pai (cf. Hb 5,5), assumindo a nossa humanidade, exceto no pecado. No início deste ciclo litúrgico do Ano B tivemos a graça fazer memória do 150° aniversário da declaração de São José como Padroeiro da Igreja, quando o Papa Francisco publicou Carta Patris Corde (ou “Coração de Pai”)(1) , que foi fortemente motivada pelos sofrimentos dos primeiros meses da pandemia. Na Carta, o Papa agradece a presença discreta de muitos profissionais, numa semelhança a São José. Nos próximos três Domingos apresentaremos alguns aspectos da Carta Patris Corde. Recordamos também que hoje é o Dia Mundial das Missões, ápice do Mês Missionário. Neste ano, a arte da Campanha Missionária nos apresenta uma janela (de esperança), tendo, como destaque, Jesus curando um cego e, abaixo, algumas ações simbolizando o amor ao próximo. Peçamos ao Espírito Santo a graça de tirar dos nossos olhos tudo o que nos impede de enxergar a realidade com a vontade de Deus. Agradeçamos, pois Ele nos chama e nos traz a realização plena, rezando com o salmista: “Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!”. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ À beira do caminho * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva a largar o “manto” que nos prende a velhos hábitos e comodidades, ilumine o seu caminho! ⇐
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O Caminho de Jesus nos Leva à Conversão e ao Discipulado
(1) Disponível em: <https://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/papa-francesco-lettera-ap_20201208_patris-corde.html>. Publicado em: 8 dez. 2020. Acesso em: 15 out. 2021.Um Certo Bartimeu
Tinha um certo Bartimeu
Que gritava com insistência,
Sendo filho de Timeu.
O seu grito foi ouvido,
Por Jesus foi atendido,
Pois a cura aconteceu.
*
No caminho de Jesus
Aquele homem foi seguindo
Tornou-se um discípulo Seu,
Missionário foi agindo.
Proclamou a sua fé
Sempre disposto e de pé
Mundo novo construindo.
*
Nos caminhos do Senhor
Precisamos de coragem,
Viver a perseverança,
Partir para outras margens
Passos firmes a caminhar,
A fé sempre a professar
Para levar a mensagem.
*
Precisamos estar atentos
Para o mundo em que estamos,
Ouvir o grito dos pobres,
Que nem sempre escutamos
Viver fé e caridade,
Construir fraternidade
No chão onde nós pisamos.
*
Jesus, Mestre querido,
Sacerdote, eterno amor,
Curai todos os sofredores
Que padecem muita dor,
Mudai os acomodados,
Abri os olhos fechados,
Pois só Vós, sois o Senhor.
XXIX Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos
⇒ Ano de São José (2020/2021) ⇐ Leituras: Is 53,10-11; Sl 33(32); Hb 4,14-16; Mc 10,35-45 ⇒ HOMILIA ⇐ Mc 10,35-45 Meus irmãos e irmãs, a Liturgia do XXIX Domingo do Tempo Comum nos apresenta o verdadeiro discipulado de Cristo. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 10,35-45. Nesta Liturgia, Jesus segue Seu caminho subindo para Jerusalém quando dois dos Apóstolos, Tiago e João – motivados pela concepção de um reino terreno –, fazem um pedido ingênuo e desconcertante, eles dizem: “Deixa-nos sentar um a tua direita e outro a tua esquerda, quando estiveres na tua glória.” (Mc 10,37). Esta atitude deixou os outros dez indignados, mas, infelizmente, porque, possivelmente, eles almejam o mesmo. Jesus, diante desta situação, orienta que ser Seu discípulo requer atitudes diferentes dos poderes do mundo. Diz o Senhor: “entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos” (Mc 10,43-44), deixando claro que o discipulado é a vivência do serviço, oferecendo a própria vida. A primeira leitura desta Liturgia apresenta o Servo Sofredor que oferecerá a sua vida em expiação (cf. Is 53,10). O Servo Sofredor, profetizado por Isaías, pode indicar tanto o povo de Deus, exilado na Babilônia, quanto Jesus Cristo, que “fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas.” (Is 53,11). Já a Carta aos Hebreus, na segunda leitura, confirma a profecia de Isaías, quando diz: “temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas…” (Hb 4,15), pois Jesus trouxe um sacerdócio desapegado de honrarias, prepotências e poder. Portanto, as leituras desta Liturgia nos motivam a não buscar reconhecimentos ou privilégios. Estas orientações da Palavra de Deus estão, praticamente, na contramão da mentalidade humana, pois é natural querer ser o primeiro nas nossas empresas, nos concursos, no esporte e na nossa vida profissional. O cristão deve ser justo e comprometido naquilo que realiza, mas seus dons e bens devem produzir serviço e paz onde quer que esteja. Enquanto discípulos e missionários, o exercício ministerial acontece nas comunidades cristãs, servindo, com humildade e simplicidade, mesmo diante das adversidades. Entre nós cristãos não deve haver indiferença, dominação, prepotência e a insensibilidade. Entre as nossas comunidades é essencial a solidariedade, a colaboração, a escuta da Palavra, onde há a mesa da partilha e da alegria. Deve haver a festa, onde todos possam perdoar e retornar à dignidade de filhos muito amados e em comunhão com Deus. E neste terceiro Domingo do Mês Missionário e do Mês do Rosário, busquemos o ardor do verdadeiro discipulado de Cristo no exemplo e na intercessão de Santa Teresinha, a Florzinha de Lisieux, que, por méritos obtidos na obediência, foi capaz de interceder pelos missionários do mundo todo, tornando-se padroeira das missões, já em 1927 pelo Papa Pio XI. Rezemos para que a coleta do Dia Mundial das Missões, no próximo Domingo, possa dar assistência aos diversos projetos missionários, no Brasil e no exterior. Que, a exemplo de Santa Teresinha, sejamos também missionários rezando ou levando alguma oferta na coleta para as missões. Peçamos ao Espírito Santo, santificador e guia da Igreja, que nos santifique para que possamos ser sinal de humildade numa época marcada pelo egoísmo, opressão e autoritarismo e que tenhamos forças para apresentar o rosto de Cristo misericordioso, servidor, libertador e redentor. Amém. * * * ⇒ POESIA ⇐ Entre nós não deve ser assim: * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo,que nos motiva a viver o verdadeiro discipulado, ilumine o seu caminho! ⇐
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Ser Discípulo de Cristo, é Servir
Entre Nós Não Deve Ser Assim
Quem caminha em missão
Não deve ser o primeiro,
Mas viver a servidão.
Precisa de humildade,
Servir com simplicidade
E sem a dominação.
*
Entre nós não deve ser assim:
Nada de popularismo,
Nem querer os pedestais
E nem o autoritarismo.
Não se deve assim viver,
Deve-se é se converter,
Pra não cair no abismo.
*
Entre nós não deve ser assim:
Não esqueçamos nossa essência.
Para vivermos a Palavra,
Fazendo a experiência.
Pra viver o discipulado,
Precisamos estar focados,
E ter muita consciência.
*
Entre nós não deve ser assim:
Luz do mundo, sal da terra,
Nas tantas realidades,
Plantar paz e não guerra,
Semeando o amor,
Seguindo sempre o Senhor,
Caminho que ninguém erra.
*
Entre nós não deve ser assim:
Deve haver sempre a partilha,
Nas nossas comunidades,
Seguindo sempre as trilhas,
Do Senhor que nos chamou
E pro mundo nos enviou,
A ser luz que brilha.
*
Entre nós não deve ser assim:
Devemos sempre servir
Com amor e alegria,
Sem nada de oprimir.
Ser profetas da verdade,
Ser sinal de caridade,
Mundo novo construir.
*
Entre nós não deve ser assim:
Vamos viver em missão,
Pela Trindade iluminados,
Corpo e alma em doação.
A festa em comunidade,
Busca da fraternidade,
Em Deus, nossa comunhão.
XXVIII Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos
⇒ Ano de São José (2020/2021) ⇐ Leituras: Sb 7,7-11; Sl 90(89); Hb 4,12-13; Mc 10,17-30 ⇒ HOMILIA ⇐ Mc 10,17-30 Meus irmãos e irmãs, a Liturgia do XXVIII Domingo do Tempo Comum, o segundo Domingo do Mês Missionário e do Mês do Rosário, neste Ano de São José, nos motiva a desejar ardorosamente seguir Jesus, o modo de ganhar a vida eterna. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 10,17-30, sequência do Domingo passado. Nesta Liturgia, Jesus retoma o Seu caminho quando é abordado por um homem que, em reverência, ajoelha-se aos Seus pés e pergunta: “que devo fazer para ganhar a vida eterna?” (Mc 10,17). Jesus responde que deve seguir os mandamentos (cf. Mc 10,18-19) e o homem diz que já cumpre desde a sua juventude (cf. Mc 10,20). Então Jesus o exorta: “Vai vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!” (Mc 10,21). Jesus pede o desprendimento de tudo o que é obstáculo ou que desvia do Caminho e que partilhe com os que nada têm. Depois destas condições, poderá segui-Lo. Diante da exigência que Jesus apresenta, aquele homem desiste “porque era muito rico” (Mc 10,22). Seguir a Jesus exige uma reflexão constante sobre o desprendimento das coisas (materiais e não materiais), as quais, muitas vezes, são obstáculos ao discipulado. A primeira leitura desta Liturgia, do livro da Sabedoria, nos diz: “Preferi a Sabedoria aos cetros e tronos e, em comparação com ela, julguei sem valor a riqueza” (Sb 7,8). E Jesus, nas conversas com os discípulos, aborda a temática dos ricos e, neste momento, eles se espantam a ponto de duvidarem que alguém possa ser salvo (cf. Mc 10,26). Diante das dificuldades dos discípulos sobre as exigências em vista da salvação e do discipulado, Jesus diz que ser salvo não é possível para os homens, mas para Deus tudo é possível (cf. Mc 10,27). E segui-Lo, muitas vezes, implica em deixar casa, irmãos, mãe, pai, filhos e campos em favor do Evangelho (cf. Mc 10,29-30). Depois o autor da Carta aos Hebreus, na segunda leitura desta Liturgia, alerta que a Palavra de Deus, quando entra em nosso coração, transforma nossas atitudes egoístas e também, quando necessário, nos desconstrói (cf. Hb 4,12-13). Purificados, podemos viver a conversão no nosso cotidiano. Portanto, as leituras desta Liturgia nos remetem aos temas da vida missionária e secular. A vida missionária nas vocações específicas, tais como a vida consagrada e ordenada, muitas vezes exigem, do homem ou da mulher, o deixar a família, o emprego e até a sua terra. Já a vida secular (na sua dimensão profissional, conjugal, como leigos em geral) tem, do mesmo modo, suas exigências e requer autenticidade nas diversas realidades. Para os leigos, os bens materiais, usados de forma adequada, são necessários, pois cada realidade familiar há necessidades que devem ser assistidas. No entanto, a partilha é igualmente realizada quando disponibilizamos casa, carro, instrumentos musicais para animar as atividades pastorais, litúrgicas, abraçando o que nos indicou os Bispos no Documento de Aparecida: promover uma conversão pastoral no qual os grupos passem de atividades de conservação para atividades missionárias (cf. DAp, n. 370) ou como nos falou o Papa Francisco, na Evangelli Gaudium, sendo “uma Igreja ‘em saída’ ” numa “pastoral em conversão” (Evangelli Gaudium, n. 20-33). E ao nos aproximarmos da Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, padroeira de Brasília e do Brasil, no próximo dia 12, peçamos, à “advogada nossa”, a sua graça medianeira para sermos cada vez mais Povo de Deus, membros do Corpo Místico que tem como cabeça Cristo, “Salvador e Redentor nosso”(1) . Que o Divino Espírito Santo nos fortaleça para que sejamos desprendidos na partilha e sigamos o discipulado com o coração livre, isto é, pautados na Palavra viva que nos transforma e nos orienta ao chamado e ao mandato de Cristo, os quais estão além da observância dos preceitos. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ Ansiando a vida eterna * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos chama a praticar o desapego em prol da vida eterna, ilumine o seu caminho! ⇐
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Viver além dos Preceitos
(1) Trecho do ato de consagração aos pés da imagem do Cristo Redentor. Disponível em: <https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2020-04/coronavirus-consagracao-brasil-cristo-redentor-rio-de-janeiro.html>. Publicado em: 14 abr. 2020. Acesso em: 5 out. 2021.Como Ganhar a Vida Eterna?
Alguém a Jesus procurou,
Dos mandamentos sabia,
Mas isso não lhe bastou
Precisava algo mais:
Deixar os bens materiais
Para seguir o Senhor.
*
Jesus logo respondeu
O que era preciso:
Viver o desprendimento
E não ficar indeciso.
Mas o homem desistiu,
E muito triste saiu,
Abatido e sem sorriso.
*
Vender todos os seus bens
Não estava nos seus planos.
Jesus foi muito exigente
Sem mostrar nem um engano.
Para ser Seu seguidor,
Tem que Lhe prestar amor
Sem desvio ao profano.
*
Pra Deus tudo é possível.
Jesus então respondeu,
Ter uma mudança de vida,
Ao rico Ele esclareceu.
Viver o desprendimento,
Ir além dos mandamentos,
Vencer o egoísmo seu!
*
Olhando esta narração
Que nos leva ao seguimento
Precisamos refletir
Sobre o desprendimento.
A Jesus o amor primeiro,
As coisas por derradeiro,
Sem apego e fingimento.
*
O nosso discipulado
É marcado pelo amor.
Tem Jesus por primeiro,
Mesmo diante da dor.
Pois pra ter a Salvação,
Temos que amar o irmão
Sem reserva e sem rancor.
*
Buscar a Sabedoria
Que vem da fonte divina
Para ser um bom discípulo,
Como Jesus nos ensina.
Estar aos pés do Senhor
Para não perder o ardor,
Sem deixar a disciplina.
*
Também desprendimento
Dos métodos ultrapassados,
Fazem parte do roteiro
Do nosso discipulado,
A conversão pastoral
Sem desprezo ao social,
Atenção e amor doado.
*
Peçamos as luzes divinas
Supremas do Deus Trindade,
Para a nossa caminhada.
Que nos dê a santidade,
E que a nossa missão,
Palavra em vida e ação
Nos leve à Eternidade.
XXVII Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos
⇒ Ano de São José (2020/2021) ⇐ Leituras: Gn 2,18-24; Sl 128(127); Hb 2,9-11; Mc 10,2-16 ⇒ HOMILIA ⇐ Mc 10,2-16 Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal do XXVII Domingo do Tempo Comum, do Ano B, nos motiva a contemplar a família como projeto do amor de Deus. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 10,2-16, passagem que está localizada na terceira parte do Evangelho segundo São Marcos, intitulada “Viagens de Jesus fora da Galileia”. Nesta Liturgia, Jesus sai de Cafarnaum, onde estava ocultamente, e segue a caminho do território da Judeia e, em movimento, apresenta a proximidade do Reino de Deus em dois momentos distintos: primeiro, na discussão sobre o divórcio com os fariseus (cf. Mc 10,1-12) e, depois, na exortação, aos discípulos, para valorizar a simplicidade das crianças (cf. Mc 10,13-16). Na passagem sobre o divórcio, Jesus é provado pelos fariseus, mas o próprio Jesus recorda literalmente a passagem do livro do Gênesis que está na primeira leitura desta Liturgia: “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne” (Gn 2,24; cf. Mc 10,7-8). E ainda acrescenta: “o que Deus uniu, o homem não separe!” (Mc 10,9), reforçando que o Matrimônio é uma união indissolúvel e que o rompimento de uma primeira união com o início de uma segunda implica em adultério (cf. Mc 10,12). Portanto, os casais são chamados a uma vida conjugal sustentada pelo amor e pela fidelidade, sendo concretizada pelo perdão e pelo cuidado mútuos entre os cônjuges. A escuta da Palavra de Deus e a perseverança na Igreja fornecem a santificação necessária para a sintonia sob uma mesma canga, cujo peso é suavizado na caminhada com Jesus (cf. Mt 11,28-30). Já na passagem sobre as crianças (cf. Mc 10,13-16), Jesus intervém e, aborrecido, orienta os discípulos dizendo que o Reino de Deus é daqueles que se convertem em crianças (cf. Mc 10,14), pois elas são exemplos de inocência e simplicidade. Recordemos que as crianças, naquele contexto cultural de Jesus, não tinham vez e Jesus rompe com esta postura, e Ele acolhe e abençoa; e, desta forma, nos indicando mais um modo de abraçar e ser abraçado pelo mistério do Reino de Deus. As duas cenas, do Evangelho desta Liturgia, nos levam a refletir sobre a realidade do Matrimônio e dos excluídos. Quanto ao Matrimônio, devemos enfrentar uma mentalidade que esvazia a família e a autoridade dos pais, ferindo os valores semeados por Jesus, pois a vida conjugal é um compromisso de fidelidade como o de Cristo à vontade do Pai. Sobre os excluídos, Jesus acolhe a todos os que buscam nele a redenção, pois o Reino é daqueles que, como as crianças, se entregam sem reservas, diferente dos arrogantes. Deus oferece a Misericórdia e a Salvação a todos, mas requer de todos decisão e colaboração. E neste Domingo, a Igreja está voltada para o início da animação do Mês Missionário, com o tema “Jesus Cristo é missão” e o lema “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20). Motivamos a todos a rezar a Novena Missionária, que tem como destaque os missionários da compaixão e da esperança. Peçamos, ao Espírito Santo, a chama do ardor missionário, para testemunharmos a obra de Cristo, sendo assim portadores da fé, da esperança e da caridade em nossos cotidianos e assim possamos proclamar, como salmista, que o Senhor abençoe cada dia de nossa vida. Amém. * * * ⇒ POESIA ⇐ O Deus de infinita grandeza, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva a contemplar a família como projeto do amor de Deus, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Mês Missionário 2021 ⇐
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O Projeto do Amor de Deus
Criados para o Amor
Artista da criação,
Bem da suprema beleza,
Um oleiro em ação,
Na obra que iniciou
Ao homem entregou
Para a contemplação. (cf. Gn 2,18-19).
*
E o homem assim olhou
Para todas as criaturas
E não se identificou
Com nenhuma a sua altura.
Então Deus fez nascer
Um semelhante ser
De beleza e formosura. (cf. Gn 2,22-23).
*
Do homem se fez companheira
A caminhar do seu lado
Pra viver a vida inteira.
Ele então o seu amado
Rompendo a solidão
Foram viver a união
Como Deus tinha pensado. (cf. Gn 2,24).
*
Foram feitos para o amor
E para a fecundidade.
O matrimônio iniciou
O Bem para humanidade.
Uma só carne serão (cf. Gn 2,24b)
Pra viver em união
Sempre em fidelidade.
*
Jesus então confirmou
A santa Instituição.
Aos fariseus contestou,
Fazendo a reprovação. (cf. Mc 10,5)
No início foi assim
E ninguém porá o fim
Nesta sagrada União. (cf. Mc 10,6).
*
Ninguém pode separar
Aquilo que Deus uniu (cf. Mc 10,9)
E também nem desmanchar
O que Ele consentiu.
A União é para sempre.
Temos que ser conscientes
Do que Deus instituiu.
*
O cristão deve zelar
Desta santa União.
Tem sempre que protestar
Quando houver profanação.
A família é o fundamento
Que dará sempre sustento
Pra formar um bom cristão.
*
Quando o lar é bem formado
A moral é respeitada.
Os filhos são educados.
Numa fé fundamentada
Jesus Cristo é amado
E também anunciado.
Se vive o discipulado.
*
É importante a oração
Com a família no lar
Também nossa pregação
Na fé, no testemunhar.
É preciso esperança,
Viver com perseverança
Para não desmoronar.
*
Jesus Cristo, esposo perfeito
Da Igreja, esposa amada,
Confortai os seus eleitos
Que te seguem em caminhada.
Que a Mãe do Salvador
No seu infinito amor
Auxilie na caminhada.
XXVI Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos
⇒ Ano de São José (2020/2021) ⇐ Leituras: Nm 11,25-29; Sl 19(18); Tg 5,1-6; Mc 9,38-43.45.47-48 ⇒ HOMILIA ⇐ Mc 9,38-43.45.47-48 Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal do XXVI Domingo do Tempo Comum, Dia Nacional da Bíblia, nos motiva a cultivar, enquanto discípulos do Senhor, atitudes que nos santifique diante do mundo, mudando a nossa forma de pensar e o nosso modo de agir. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 9,38-43.45.47-48. No Evangelho desta Liturgia, Jesus ainda está em Cafarnaum, mas ocultamente, pois continua preparando os discípulos para as consequências do discipulado. No entanto, João, em nome dos discípulos, quer proibir a ação milagrosa de alguém que estava expulsando demônios em nome de Jesus (cf. Mc 9,38), mas o Senhor adverte que fazer o bem não é um privilégio do Seu grupo e que, ao fazê-lo, também está a Seu favor (cf. Mc 9,40). O tema da liberdade do Espírito de Deus também está presente na primeira leitura desta Liturgia. Moisés partilha o seu dom de profetizar com os setenta anciãos. Josué, discípulo de Moisés desde a juventude, cai também no mesmo erro de querer proibir a ação profética de Eldad e Medad por não estarem na Tenda. Mas Moisés, sabiamente, adverte que “quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor lhe concedesse o seu Espírito!” (Nm 11,29). O evangelista Marcos ainda nos apresenta outros pontos que merecem meditação, como o de escandalizar os pequeninos, tais como os pobres, os órfãos, os sem-teto. Aos escandalosos, é melhor que se afoguem no mar com uma pedra de moinho no pescoço (cf. Mc 9,42). Outra preocupação é o cuidado com o uso do nosso corpo físico (tais como mãos, pés e olhos), pois o mau uso pode ser um caminho para o inferno. Para isso é preciso cortar atitudes que impedem a vivência do amor e a experiência da fraternidade. As mãos devem servir para escrever uma história fundamentada na caridade e não na riqueza construída com a apropriação indevida dos salários dos pobres, como denuncia São Tiago na segunda leitura desta Liturgia (cf. Tg 5,4). Quanto ao pé, este deve nos levar para sermos caminheiros de Cristo, visitando os pobres, os doentes e todos os sofredores marcados pela exclusão social. Como missionários, somos chamados a vestir os pequeninos da dignidade de filhos de Deus. Já os olhos também podem nos levar à perdição quando olhamos para o outro com inveja, com más intenções, com julgamento ou desprezo. Devemos perceber a necessidade que o outro tem da nossa atenção e, desta forma, enxergar as coisas boas do Reino de Deus ou a outras pessoas que não estão no nosso grupo e que fazem o bem. E como sementes do Verbo mostram a face de Cristo pela caridade. E neste Dia Nacional da Bíblia continuemos o exercício do encontro com a Palavra de Deus pela Carta de São Paulo aos Gálatas. A passagem bíblica nos remete ao tema “A comunidade fraterna que semeia projeto do Espírito” em Gl 6,1-5.14-18, em que o Apóstolo apresenta recomendações práticas para que, numa vida em comunidade, sejamos solidários uns com os outros tendo como fundamento a fé em Cristo Jesus. E neste último Domingo de setembro, quando celebramos o quinquagésimo Mês da Bíblia, aprendemos muito pela leitura e escuta da Palavra sobre o ser discípulo de Cristo, que precisa primeiramente estar aberto aos outros que também querem servir e amar. A caridade não uma propriedade única dos cristãos, outros fazem a experiência do amor ao próximo. Peçamos ao Espírito Santo forças para que, santificados, possamos amar e viver a comunhão em Cristo querendo ser, plenamente, discípulos do Senhor. Amém. * * * ⇒ POESIA ⇐ Mãos que abençoam * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva a cultivar atitudes que nos santifique diante do mundo, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ 50ª Edição do Mês da Bíblia – “Pois todos vós sois UM só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d) ⇐
⇒ Dia Nacional da Bíblia ⇐
Jesus nos Ensina a não Escandalizar os Pequeninos
Mãos, Pés e Olhos para o Senhor
Dai-me Senhor,
E que promovam a paz,
Mãos que escrevem
Uma história de amor capaz,
Que seguram firme
Para não romper o cordão da ciranda,
E que sejam para Ti força
Para que o Reino se expanda.
*
Livra-me Senhor
Das mãos da violência,
Que provocam escândalo
E tantas carências…
Corta-me as atitudes
Que destroem a fraternidade
E que promovem
A morte e a desigualdade.
*
Dai-me Senhor,
Pés que caminham para missão
Que vão em busca
Do encontro com o irmão;
Livra-nos das veredas
Do mau caminho
E da tentação
De querer caminhar sozinho.
*
Abençoa os caminheiros
Da perseverança,
Pelas estradas da existência
Que às vezes cansa,
Pés que pisam o chão
Da comunidade em união
Que dançam na festa
Da paz e da comunhão.
*
Enfim, ensina-nos
A enxergar um mundo novo,
Com o teu olhar
Na vida do povo,
Contemplando
As tristezas e alegrias,
Mas esperando o teu Reino
Como o novo dia.
XXV Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos
⇒ Ano de São José (2020/2021) ⇐ Leituras: Sb 2,12.17-20; Sl 54(53); Tg 3,16-4,3; Mc 9,30-37 ⇒ HOMILIA ⇐ Mc 9,30-37 Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal do XXV Domingo do Tempo Comum, neste Ano de São José, nos motiva a contemplar Cristo que nos indica formas de como ser Servo sofredor, acolhedor. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 9,30-37. O Evangelho desta Liturgia apresenta Jesus ainda em movimento, agora Ele atravessa a Galileia, ocultamente, pois queria estar a sós com os discípulos para melhor prepará-los. Neste texto do Evangelho segundo São Marcos, Jesus faz o segundo anúncio da sua paixão, morte e Ressurreição (cf. Mc 9,30-32). Mais uma vez, Ele surpreende os discípulos e os alerta das consequências do discipulado. Num primeiro momento, pela segunda vez, Jesus fala sobre o seu calvário e também sobre a Ressurreição após três dias, mas os discípulos não conseguem entender, pois ainda estavam presos às honrarias humanas do costume judaico, além da importância do status de determinados cargos ou postos (cf. Mc 9,34). Jesus prossegue dizendo que, para ser Seu discípulo, é preciso que primeiro seja aquele que serve, aquele que acolhe os pequeninos, pois quem acolhe uma criança em Seu nome na verdade está acolhendo o Pai do Céu (cf. Mc 9,37). Acolher e ajudar o indefeso e sem voz é acolher o próprio Deus. Essa experiência de segui-lo terá suas consequências de sofrimento, mas Deus o defenderá e acontecerá o livramento de seus inimigos, como nos indica o livro da Sabedoria (cf. Sb 2,18), na primeira leitura desta Liturgia. Somente quem faz a opção e vive a radicalidade do seguimento em favor do Reino poderá entender esta dimensão da vida cristã. Na segunda leitura desta Liturgia, São Tiago nos fala que a sabedoria que vem do alto será a base dos valores dos que vivem a fé autêntica em Jesus Cristo. Esta sabedoria é pura, pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimentos (cf. Tg 3,17). Diante destes fundamentos bíblicos, iluminados pela Liturgia da Palavra, podemos refletir que seguir Jesus supõe estar na contramão das ideologias desumanas presentes no mundo pós-moderno, onde é valorizado aquele que chega primeiro, que se projeta, que quer aparecer diante de todos. Outro aspecto do seguimento de Jesus é a consciência do sofrimento, é comprometer-se com o outro, é estar com Cristo na escuta, na oração, na Eucaristia e na vivência da humildade (ser o último, ser como criança). É se entregar com simplicidade nas mãos de Deus, tendo disposição para suportar as perseguições, as calúnias, as incompreensões. É não ter medo do mundo (cf. 1Jo 2,15-17) e ser consciente das consequências. Sem a compreensão do verdadeiro seguimento, como caminho de redenção, fica difícil ser um seguidor autêntico de Cristo. Para isso, é preciso meditação constante e atenta à Palavra para não correr o risco de ficar preocupado com o supérfluo, com as honrarias, com o estrelismo, a popularidade, desaguando assim na inversão da proposta do Reino. E neste mês da Bíblia, continuemos o exercício do encontro com a Palavra de Deus pela Carta aos Gálatas. A primeira passagem nos remete ao tema “A Filiação divina como cumprimento da Promessa” em Gl 4,1-7, em que São Paulo apresenta como Cristo, descendente de Abraão, nos liberta da escravidão, além de conter a primeira referência à Virgem Maria no Novo Testamento(1) (cf. Gl 4,4). A segunda passagem nos apresenta o tema “A Vida no Espírito conduz a Igreja à Missão universal” em Gl 5,13-26, em que o Apóstolo nos exorta a nos libertar dos instintos para servir os irmãos, evitando as obras da carne e alimentando as obras do Espírito, tais como a paz, a alegria, a paciência, a generosidade, o domínio de si mesmo, entre outras. Por fim, e retomando o mistério pascal desta Liturgia, peçamos ao Espírito Santo que nos dê forças para que, santificados, possamos enfrentar as tentações e que nosso olhar esteja fixo nas “coisas do alto” (Cl 3,1), mas nossas obras falem onde quer que estejamos, sendo servos e acolhedores para que a luz do Reino dos Céus brilhe na realidade dos desprotegidos e desamparados. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ Quero estar contigo, Senhor, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos indica modos de como ser Servo sofredor, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Mês da Bíblia – “Pois todos vós sois UM em Cristo Jesus” (Gl 3,28d) ⇐Aprendendo a Ser Servo e Acolhedor
(1) Cf. KRIEGER, Dom Murilo S. R. Com Maria, a Mãe de Jesus. São Paulo: Paulinas, 2001, p. 44.Viver no Senhor
No silêncio do meu quarto interior;
Na escuta das Tuas Palavras cortantes;
Que me convertem a cada instante;
Fazendo-me olhar o mundo com Teu amor.
*
Quero caminhar contigo Senhor
Querendo ser servo no discipulado,
Querendo ser o seguidor menor,
Querendo ser o último e melhor,
Querendo ser como criança, por Ti amado…
*
Ajuda-me a colocar a toalha da caridade,
E caminhar num mundo de tanto sofridos,
Ensina-me a lavar os pés machucados,
Dos caminhantes sem rumo, às vezes chagados…
Que precisam de um lugar para serem acolhidos.
*
Aos poucos vou entendendo
A essência do discípulo em fidelidade:
Sendo servo, perseverando,
Ser sal, luz, se entregando,
Neste mundo carente de fraternidade.
*
Ser trigo triturado, esmagado…
Ou caído na terra para germinar,
Nos caminhos do mundo, frutificando,
Na vida também a cruz carregando,
Sendo semente do Reino em todo lugar.
XXIV Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos
⇒ Ano de São José (2020/2021) ⇐ Leituras: Is 50,5-9a; Sl 116(114-115); Tg 2,14-18; Mc 8,25-37 ⇒ HOMILIA ⇐ Mc 8,25-37 Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal do XXIV Domingo do Tempo Comum nos motiva a contemplar Cristo como Servo sofredor que nos indica o Caminho que requer consciência das consequências da nossa opção de discípulos. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 8,25-37. A Igreja, com esta Liturgia, nos motiva a abraçarmos a Palavra, conscientes do Chamado para proclamarmos as maravilhas do Reino de Deus, da sua Justiça e da sua Misericórdia. O Espírito Santo continua abrindo nossos ouvidos para que possamos contemplar o Mistério divino que se abre a nós. A Evangelho desta Liturgia apresenta Jesus novamente em movimento, agora em Cesareia de Felipe. No caminho, Jesus faz uma pergunta aos seus discípulos: “quem dizeis que eu sou?” (Mc 8,29). Parece que, para alguns, não estava tão claro quem era Jesus. É de Pedro que sai a resposta inspirada: “Tu és o Messias” (Mc 8,29). Porém, em seguida Pedro cai pois ainda não compreende o novo messianismo que Jesus apresenta no primeiro anúncio da sua Paixão (cf. Mc 8,31-33). Pedro e os outros discípulos ainda pensam segundo a realidade humana. Por isso Jesus não autoriza que saiam falando sobre suas obras, pois ainda não tinham consciência da verdadeira missão de Jesus e das suas consequências: sem honrarias, sem fama e sem status, que passa por fracassos, humilhações, dores e mortes. E Jesus conclui: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga.” (Mc 8,34). Quem estava ou está preparado para este projeto? A primeira leitura desta Liturgia profetiza o sofrimento de Jesus como Servo sofredor: “Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba…” (Is 5,6). Em Jesus se cumprirá a profeta de Isaías, pois é o Servo sofredor que, por sua vez, vencerá a morte e trará a salvação para todos os homens. O discipulado exige a prática do seguimento, como nos exorta São Tiago na segunda leitura. A fé sem obras é morta (cf. Tg 2,17). Implica, portanto, que a fé reflita numa realidade concreta. Por isso, o cristão precisa saber quem é Jesus: seu projeto de amor e sua postura diante do mundo. Ser cristão é ter vontade de carregar a cruz das incompreensões, das calúnias e do martírio. É defender a vida na luta contra o aborto, contra a eutanásia ou quando somos solidários com os que estão em abandono. Tudo isso, muitas vezes, exige do cristão firmeza e tranquilidade diante de uma realidade desconfortável e não uma fuga para ficar com a consciência tranquila. E neste mês da Bíblia, e em consonância com o subsídio das Edições CNBB, continuemos o exercício do encontro com a Palavra de Deus pela Carta aos Gálatas. A primeira passagem nos remete ao tema “O Batismo nos torna filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus”(1), em Gl 3,23-29, onde está localizado texto inspirador do lema do Mês da Bíblia “Pois todos vós sois UM em Cristo Jesus” (Gl 3,28d). A segunda passagem nos apresenta o tema “Chamados a construir a Unidade da Igreja”, em Gl 1,11-24, em que São Paulo expõe a experiência da sua vocação, do chamado de Deus e de sua resposta que resultou no apostolado que difundiu a Palavra de Deus para todos os povos do Império Romano. Por fim, e retomando o tema desta Liturgia, somente entenderemos o verdadeiro sentido da cruz quando soubermos quem é Cristo Jesus e vivermos verdadeiramente sua fé, sua obra, sua cruz, sem fingimentos e sem falsidades, como nos motiva o salmista “Andarei na presença de Deus, junto a Ele, na terra dos vivos.” Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ Quem és Tu ó meu Senhor? * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos indica o Caminho que requer consciência das consequências da nossa opção de discípulos, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Mês da Bíblia – “Pois todos vós sois UM em Cristo Jesus” (Gl 3,28d) ⇐A Palavra de Vida Eterna em Nosso Caminho
(1) Os temas aqui apresentados são os dois primeiros encontros propostos no subsídio “Encontros Bíblicos para o Mês da Bíblia 2021 – Carta aos Gálatas”, Edições CNBB (versão eletrônica).Quem És Tu Senhor?
Que me chama pra Te seguir.
Que me trata como amigo…
Que me é sincero e não me enganas,
Pro Teu caminho assumir.
*
És Pão e Palavra que vem do alto,
Alimento dos que estão unidos,
Dos que sonham sempre juntos,
Dos que caminham na Tua escuta.
Dos que procuram abrigo.
*
Tens Palavras de vida eterna,
Mas também Palavras duras.
A Teus discípulos é exigente,
Porque é um mestre diferente,
E com amor nos segura.
*
Pra Te seguir conscientes,
As consequências teremos,
O Teu mandato é exigente.
Tem cruz e humilhações,
Mas a vida encontraremos.
*
O que fazer então, ó Senhor?
Para Te responder coerente,
A verdade do meu coração,
Que ainda Te desconhece,
Como age tanta gente.
*
Somente continuar Te seguindo,
No Teu caminho de ensinamento,
Nas Tuas perguntas curtas,
Que me incomodam, mas limpa
Todo o meu entendimento.