III Domingo da Páscoa, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: At 3,13-15.17-19; Sl 4; 1Jo 2,1-5a; Lc 24,35-48

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

A Paz e a Alegria da Ressurreição

Lc 24,35-48

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do III Domingo da Páscoa do Ano B, nos motiva a contemplar a paz e a alegria da Ressurreição. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 24,35-48.

O Evangelho de hoje encerra-se dizendo: “Vós sereis testemunhas de tudo isso” (Lc 24,35). Os discípulos têm o desafio de seguir em frente, carregando as dificuldades e as marcas da saudade das caminhadas pelas estradas com Jesus e ainda a realidade (de difícil compreensão) da Ressurreição.

É importante lembrar que a passagem desta Liturgia é continuidade do encontro do Ressuscitado com os dois discípulos de Emaús (cf. Lc 24,13-35), eles que fugiam de Jerusalém sem esperança para anunciar o Reino de Deus (cf. Lc 24,21) e Jesus aparece caminhando ao lado dos dois falando das Escrituras e de como se referiam a ele (cf. Lc 24,27). Quando chegaram ao povoado, Jesus fez que ia seguir em frente e os discípulos o convidam para ficar com eles. Disseram: “fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” (Lc 24,29). Jesus entrou para ficar, sentou e partilhou dos alimentos. Quando partia o pão e falava, o coração dos discípulos estava ardendo. Quando ele desapareceu, os discípulos voltaram imediatamente a Jerusalém anunciando o que tinham experienciado junto ao Ressuscitado (cf. Lc 24,33).

Pois bem, é aqui que inicia o Evangelho de hoje: a volta dos discípulos de Emaús para a mesma Jerusalém que é lugar de missão, de coragem, de proclamar com ardor, a vida nova do Ressuscitado em suas vidas. E então meditemos, nesta parte: Quando nos falta a fé, pensamos em fugir dos problemas, mas é inútil, pois os problemas nos acompanham onde quer que estejamos.

No Evangelho desta Liturgia há uma segunda experiência de encontro da comunidade dos discípulos: Jesus se apresenta mais uma vez para trazer-lhes a paz e enviá-los em missão. Somente um coração que repousa na paz pode anunciar a Boa-Nova. Era preciso que todos fizessem a experiência do encontro com a pessoa de Jesus e que vivessem a alegria da partilha com o Ressuscitado.

Os encontros de intimidade entre Jesus e seus discípulos ocorriam com frequência, sempre com o objetivo de amadurecer a partilha. Foram momentos fortes antes da crucificação e da Ressurreição, pois é na mesa que se realiza a partilha, a fraternidade e tantas outras descobertas importantes na vida das pessoas.

A mesa da família também é esse lugar. No mundo, devemos preservar a mesa como lugar de fraternidade, das conversas do cotidiano. Lugar onde o “vinho” do amor deve ser brindado para fortalecer a fé, a esperança e a caridade. Lugar para fortalecer os laços de amizade.

Na Missa, a Palavra e a Eucaristia são servidas em duas mesas que se tornam lugar sagrado do encontro com o Senhor e com os irmãos. Alimentados, voltamos fortalecidos para a “nossa Jerusalém”, onde está nossa família, nossa caminhada profissional, os irmãos da comunidade.

Precisamos testemunhar que Cristo está vivo como fez o apóstolo Pedro, o porta voz da comunidade em Atos dos Apóstolos: “Vós rejeitastes o Santo e o Justo, e pedistes a libertação para um assassino. Vós matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos e disso nós somos testemunhas” (At 3,15).

Que possamos, a cada celebração, seguir firmes no amor ao Ressuscitado, através de atitudes concretas na relação consigo e com os irmãos. E possamos cantar como o salmo 4: “Sobre nós fazei brilhar o esplendor de vossa face!”. Com o esplendor de Cristo, Autor da Vida, voltemos para anunciar a vida nova à “nossa Jerusalém”.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Testemunhas da Alegria

 

A alegria do Senhor,
Vem trazer aos caminheiros,
Os discípulos das estradas,
De Emaús são mensageiros,
Ao Deus vivo encontraram,
Juntos também partilharam,
O Pão com o Senhor, primeiro.

O Pão com Jesus primeiro,
Foi uma santa experiência,
Participar da mesa Santa,
Com Jesus em sua essência,
Porque a mesa é o partilhar,
Do pão, Cristo, a alimentar,
E o amor divina ciência.

E o amor divina ciência,
Vem trazer a alegria,
Do Evangelho semeado,
Pela noite e pelo dia,
Vai ao mundo transformando,
E o Reino vai brotando,
Mensagem que não se esvazia.

Mensagem que não se esvazia,
No coração vivo e humano,
Na história dos discípulos,
Que superam seus enganos,
Na caminhada do povo,
Que acolhe o amor e o novo,
Do Reino e dos seus planos.

Do Reino e dos seus planos,
Vem Jesus se apresentar,
No meio da comunidade,
Que vem para celebrar,
No encontro em união,
Na Palavra e comunhão,
Que se faz a partilhar.

Que se faz a partilhar,
O que os discípulos viveram,
Seus encontros mais sagrados,
Quando então se envolveram,
Jesus, paz tranquilidade,
Constrói a fraternidade,
E os discípulos acolheram

E os discípulos acolheram,
O envio do Senhor,
Para serem as testemunhas,
Com força e com ardor,
Entregaram suas vidas,
Existências consumidas,
A serviço do Amor.

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos abre a inteligência para entender as Escrituras, ilumine o seu caminho! ***

 

II Domingo da Páscoa, Domingo da Misericórdia, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: At 2,42-47; Sl 118(117); 1Jo 5,-16; Jo 20,19-31

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Cristo tem Misericórdia dos que Duvidam

Jo 20,19-31

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do II Domingo da Páscoa, o Domingo da Misericórdia, neste Ano de São José, nos motiva a contemplar o Ressuscitado que derrama misericórdia nos que duvidam. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 20,19-31.

O evangelista João nos apresenta as primeiras experiências dos discípulos com o Ressuscitado em dois momentos, sempre no primeiro dia da semana.

Na primeira parte (cf. Jo 20,19-25) Jesus aparece quando estava anoitecendo e o grupo estava de portas fechadas, inseguros e o Ressuscitado, vencedor da morte, rompe a escuridão e declara “A paz esteja convosco” (Jo 20,19). Após mostrar as chagas, repete a saudação para que os discípulos tenham consciência de que a missão redentora agora é para os confins do mundo. Depois, Cristo sopra o Espírito para que anunciem a salvação e perdoem os pecados dos homens (cf. Jo 20,23) e os conduzam para uma vida transformada.

Na segunda parte (cf. Jo 20,26-31) fica-nos uma pergunta: onde estava Tomé naquela primeira aparição? Talvez seu distanciamento fosse causado pela desesperança. Ao encontrar os irmãos, Tomé duvida da aparição de Cristo e também da Ressurreição, ele quer uma prova, como muitos de nós quando fraquejamos na fé e nos isolamos da comunidade. Oito dias depois, Tomé está na comunidade e vê o Senhor. Novamente Jesus deseja a Paz e convoca aquele discípulo que não acreditou antes, e diz a Tomé: “ ‘Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel’.” (Jo 20,27). Jesus disse mais: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” (Jo 20,29). A resposta de Tomé é forte: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,28). E Cristo acolhe e tem misericórdia de Tomé que duvidou.

Nós, os cristãos, reunidos em torno da Palavra e da Eucaristia, somos os que acreditam sem ter visto e sem ter tocado nas chagas, mas que escutam a voz do Senhor na Palavra e tocam o seu Corpo quando recebem a Eucaristia (inclusive espiritualmente), nutrindo-se da fé na vida verdadeira e prosseguindo no discipulado.
Portanto, cada Domingo também é como aquele Oitavo Dia, quando também professamos a nossa fé no Ressuscitado, quando escutamos os ensinamentos dos Apóstolos, louvamos, colocamos em comum a nossa oração, partilhamos o pão, fazemos nossas ofertas materiais e espirituais como as primeiras comunidades dos Atos dos Apóstolos (cf. At 2,46).

Há feridas humanas que precisamos sentir e tocar, as quais estão presentes nos crucificados dos nossos dias. Essas feridas aparecem nos que passam fome, nos desempregados, nos presos, nos que sofrem os impasses e impactos da pandemia, também nos que, injustamente, são colocados como culpados, porque denunciam a desumanidade e injustiças de opções e projetos políticos, econômicos e sociais.

Quem poderá sentir e considerar esta realidade que está além do templo? Somente os discípulos, os batizados em Cristo que acreditam e vivem a ressurreição, em muitas pessoas do bem, que se empenham em vista de uma sociedade justa, fraterna, solidária e cheia de vida e de paz.

E neste Domingo da Misericórdia peçamos o sopro do Espírito Santo e a misericórdia de Deus quando também não acreditamos na presença de Cristo em nossas vidas. Que possamos sair do medo, do fechamento e do egoísmo, para anunciar a certeza da ressurreição através de nossa vida e do nosso testemunho, o qual se expressa na nossa alegria, na nossa paz, na nossa união e por que não dizer, na nossa caridade, virtude própria dos que amam o Senhor e o seguem.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Meu Senhor e Meu Deus

 

Tomé e seus irmãos somos nós,
Quando nos isolamos,
Quando também duvidamos,
E ficando tão distantes,
Numa tristeza constante,
Fechados e não acreditamos.

Tomé, assim somos nós
Quando queremos fazer comprovações,
Nas tantas situações,
E de Deus então duvidamos,
Também o desafiamos,
As feridas e ilusões.

Tomé também somos nós,
Quando ao grupo retornamos,
E aos irmãos nós encontramos,
Para ver e encontrar o Senhor,
Com acolhida e muito amor,
E assim recomeçamos.

E, sendo como Tomé,
Queremos o Senhor tocar,
No seu Corpo vindo nos dar,
Para seguir agora, em frente,
Num caminhar vivo e crente,
Sem medo e sem duvidar.

Mesmo como Tomé,
Queremos ao Senhor ouvir,
Para podê-lo seguir,
Nossa fé nele professar,
Sempre, sempre a caminhar,
E de amor se consumir.

Como Tomé e os irmãos,
Nossas dúvidas então rompamos,
De portas abertas sigamos,
Pra sair do grupo fechado,
E anunciar o Ressuscitado,
E então não desistamos.

Seja a Palavra luz forte,
Em nosso peregrinar,
Sua luz a nos clarear,
Pra vencer a escuridão,
E seguirmos de pé no chão,
Sem medo de tropeçar.

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que tem misericórdia dos que duvidam, ilumine o seu caminho! ***

 

Domingo da Páscoa do Senhor

 

Leituras: At 10,34a.37-43; Sl 118(117); Cl 3,1-4; Jo 20,1-9

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Animados e Iluminados pela Ressurreição de Cristo

Jo 20,1-9

 

Meus irmãos e irmãs, eu vos desejo uma feliz e abençoada Páscoa. O mistério pascal da Liturgia do Domingo da Ressurreição nos motiva a contemplar a alegria do Aleluia e do Glória que, desde a Vigília do Sábado, se estenderá por cinquenta dias como sendo um único dia. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 20,1-9.

Maria Madalena, marcada pelo sofrimento e pela morte de Jesus, vai, antes do sol raiar, tratar do Corpo de Nosso Senhor e encontra o Túmulo Vazio (cf. Jo 20,1). Leva a notícia aos outros discípulos, sendo, no Evangelho desta Liturgia, a primeira a anunciar o grande acontecimento.

Os discípulos, ainda atordoados pelos acontecimentos, não conseguiram vislumbrar a grande dádiva de Deus. Tudo era muito novo, muitas coisas precisavam acontecer para que eles vivessem a certeza da Ressurreição do Senhor.

Aquela manhã, a do primeiro dia da semana, ficará marcada no coração dos discípulos e discípulas como sendo o Dies Domini, Domingo, que quer dizer Dia do Senhor. É o dia em que se consolida a fé na Ressurreição, porque o discípulo amado viu, acreditou e espalhou esta certeza (cf. Jo 20,8) e a força do Ressuscitado se espalhará por todos os cantos. A fé agora será amadurecida na caminhada dos seguidores de Cristo até ao ponto de testemunharem sem medo tudo o que aconteceu.

Alimentados da esperança e pela certeza, os discípulos enfrentarão o mesmo destino do Senhor, serão perseguidos, caluniados e martirizados, mas encontrarão a ressurreição e a vida eterna. Se fortalecerão na comunidade reunida com a presença da Santa Mãe de Deus.

Pedro e os outros discípulos anunciarão a verdade da Ressurreição como vimos na primeira leitura de hoje: “… Eles o mataram, pregando-o numa cruz. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos. Ele nos mandou proclamar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos” (At 10,39-42).

Somos os herdeiros desta mensagem quando nos reunimos para o encontro com a Palavra viva e com a Eucaristia, nutrientes para o nosso caminhar na nossa peregrinação terrestre. Assim, somos despertados para uma nova vida que se constitui a cada momento, a cada desafio vencido, a cada graça oferecida por Deus. A fé que temos no Senhor foi consolidada naquela madrugada de Madalena e dos outros discípulos. Somos também discípulos missionários que devem levar a mensagem de esperança e de vida nova todo o mundo.

Precisamos buscar o Ressuscitado na oração, no jejum e na esmola. Cristo, o Ressuscitado, é a Eucaristia que devemos receber com o coração purificado pela confissão dos nossos pecados – e aqueles que não podem receber a Eucaristia, que estejam com o coração puro de malícias e maledicências. Na celebração eucarística devemos, como disse São Paulo na segunda leitura desta Liturgia, nos esforçar para “… alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus…” e aspirar “… às coisas celestes e não às coisas terrestres.” (Cl 3,1-3).

Que nesta caminhada pascal possamos semear a verdade esperançosa e alegre, num mundo carente do amor do Pai e marcado pelas dores e mortes desta pandemia. E que a cada dia também possamos amadurecer a nossa fé no Ressuscitado que nos faz novas criaturas. Sigamos em frente e meditemos neste período de cinquenta dias que se seguem, celebrando-os como sendo um, e cantemos confiante: “Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!” (Sl 118/117).

 

***

⇒ POESIA ⇐

Quem Ama Chega Primeiro

 

Pelo amor e a esperança,
Madalena vai correndo,
Cheia de uma novidade,
Que está lhe preenchendo,
Volta do Túmulo Vazio,
Madrugada em vento e frio,
Coração se aquecendo.

Primeira anunciadora,
De Jesus ressuscitado,
Vai dizer aos seus irmãos,
Sobre o Túmulo Arrebentado,
Precisa se refazer,
Para pode entender,
O que Deus tem realizado.

A mensagem é semeada,
Junto aos outros irmãos,
E aos poucos se espalhando,
Por Pedro e também por João,
Cristo trouxe a vida nova,
Túmulo Vazio é a prova,
Da santa Ressurreição.

Há um amor que motivou,
Ao discípulo em seu correr,
Pois o amor chega primeiro,
E não se deixa esmorecer,
Sem medo ele segue em frente,
Sem dúvida a lhe preencher.

O amor do Discípulo Amado,
A muitos encorajou,
Fez Pedro seguir em frente,
Mesmo que ao mestre negou,
Pois foi o amor e a fé,
Que fez Pedro ficar de pé,
Com coragem continuou.

Compreender a vida nova,
No caminhar do dia a dia,
Aceitar outra maneira,
Pra seguir a nova via,
A morte não tem mais poder,
Basta seguir e também crer,
Na Paz e na Alegria.

Somos também seguidores,
De Cristo ressuscitado,
Seguimos a nova vida,
Com o nosso Deus amado,
Que se faz nosso alimento,
Na alegria e sofrimento,
Caminhando ao nosso lado.

O encontro com os irmãos,
Faz sair da madrugada,
Para abraçar a luz completa,
E a vida iluminada,
Pois Cristo que se faz clarão,
Na Palavra e comunhão,
E a assembleia renovada.

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos dá a vida eterna, ilumine o seu caminho! ***

 

Domingo de Ramos e da Paixão, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Is 50,4-7; Sl 22(21); Fl 2,6-11; Mc 11,1-10 (Procissão); Mc 14,1-15,47 (Paixão)

 

⇒ HOMILIA ⇐

O Louvor dos Homens e a Paixão de Cristo

Mc 11,1-10 (Procissão);Mc 14,1-15,47 (Paixão)

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do Domingo de Ramos e da Paixão, que nos encaminha para o ápice do Ciclo da Páscoa, o Tríduo Pascal, nos motiva a contemplar Cristo que caminha livre para Jerusalém onde irá viver a sua paixão, morte e Ressurreição. E nesta Liturgia de Ramos e da Paixão, ordinariamente, a Igreja nos oferece duas passagens do Evangelho segundo Marcos: a primeira está no 11,1-10, texto proclamado após a bênção dos ramos, depois, na Liturgia da Palavra, 4,1-15,47, texto que narra a paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Devido a situação da pandemia, neste ano a Igreja orienta que sejam omitidas as procissões previstas nas celebrações da Semana Santa.

Em Jerusalém, Jesus nos dará como presente a vida nova, pois vencerá a morte para sempre e ressuscitará para que possamos alcançar a ressurreição da carne (cf. Credo). A sua entrada revela que o seu Reino não é deste mundo, pois é marcado pelo amor, pela simplicidade e pela entrega total para a nossa salvação (cf. Mc 11,3).

Nesta Liturgia de Ramos e da Paixão já revivemos a paixão e morte do Senhor. Na narração do evangelista Marcos, encontramos com um Jesus que, em silêncio, se entrega totalmente à Cruz e caminhará para a sentença injusta, como um cordeiro ao sacrifício.

O silêncio só será pecaminoso diante da injustiça ou da omissão na promoção da paz, seja entre os homens ou mesmo quando as dores e angústias humanas provocam a falta de harmonia ou o distanciamento entre as pessoas e Deus.

Em nossa caminhada também encontramos as muitas cruzes e mortes, que, quando vividas adequadamente, proporcionam vida nova e um novo sentido. Mas também encontramos esperança da vitória, que nos foi deixada por Jesus. Ele mesmo nos ensina a seguir em frente. A Ressurreição de Jesus alimenta a nossa fé na vida eterna, a nossa meta principal. Cristo vive entre nós e nos dá o seu Espírito para vivermos no mundo seguindo os seus passos na construção do seu Reino de amor e de paz.

A celebração de Domingo de Ramos e da Paixão nos insere na Semana Santa, período em que viveremos cinco momentos1 rituais litúrgicos os quais marcam não somente este tempo, mas também toda a nossa caminhada de fé, dentro do sentido de um itinerário pascal.

No primeiro momento é a procissão do Domingo de Ramos e neste momento vivemos, como cristãos, o louvor e o sofrimento, mas continuamos a caminho, pois estamos com o Senhor.

O segundo momento acontece concretamente na Sexta-Feira Santa, quando contemplamos a Cruz. Ela é o sinal da glória de Cristo e uma indicação da face misericordiosa de Deus. Quando desprezamos esta dimensão espiritual da Cruz, fugimos da nossa missão e nos desanimamos.

No terceiro momento nós contemplamos o Círio Pascal, o Ressuscitado, a Luz que vence as trevas. Agora podemos caminhar sem medo da escuridão das dores, das angústias e dos barulhos do mundo. Cristo está vivo!

O quarto momento é o nosso encontro com Jesus à Mesa, cujo o alimento é o Corpo do Ressuscitado, para que continuemos firmes e esperançosos numa humanidade guiada pelo Espírito como prometido pelo Filho (cf. At 1,8).

E no quinto e último momento somos enviados em missão para proclamar que Cristo venceu a morte e que está conosco animando-nos com o seu Espírito. Devemos ser continuadores de sua mensagem salvífica e mostrar para os homens a face compassiva de Deus.

Portanto, vivamos a Semana das semanas num espírito de oração, de penitência e de abstinências. Fiquemos atentos aos passos do Senhor na sua paixão, morte e Ressurreição, pois é no acontecimento da vitória sobre a morte que está fundamentada a nossa fé.

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1 A caminho na luz de Cristo. Roteiros Homiléticos do Tempo da Quaresma. Ano A, São Mateus. Brasília, Edições CNBB. 2014.

 

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⇒ POESIA ⇐

Caminhemos a Jerusalém

 

Caminhemos à Cidade Santa,
Com Jesus, o Santo Peregrino,
Saudado por nossos aplausos e hinos,
Ele é o caminheiro da santa Paz,
Que caminha com total liberdade,
E que em seus seguidores livres nos faz.

Caminhemos à nossa Jerusalém,
Nos encontros de dores e alegrias,
Nas trevas da vida mesmo à luz do dia
Mas a voz de Deus sempre a escutar,
Esta Palavra que traz a esperança,
Que nos leva ao culto verdadeiro celebrar.

Caminhemos com o Senhor a cada dia,
Em nossa vida e em nossa caminhada,
Deixando que em nós ele faça morada
E a sua justiça sempre seguindo,
Vivendo a verdade do Evangelho,
E pelo verdadeiro amor se consumindo.

Façamos aclamações na sinceridade,
Com os ramos verdes da esperança,
Olhando seu amor que não se cansa,
Porque ele caminha carregado de coragem,
Pois nele o medo não pode existir,
Porque o amor é a sua viva mensagem.

Cristo que nos ensina a obediência,
Pelo Pai do céu ele se entregou,
Foi coerente com o que pregou,
Chegar à Cruz como consequência,
Ele foi livre dos reinos terrenos,
Seu silêncio venceu a prepotência.

Caminhemos ao encontro da nossa união,
Que se dá no alimento da nossa alma,
E também na carne, que se nutre e acalma,
Buscando o caminho da serenidade,
Porque a paz nasce do encontro,
Pelo amor braços abertos, para a caridade.

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que caminha em Jerusalém por entre o triunfalismo, ilumine o seu caminho! ***

 

V Domingo da Quaresma, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Jr 31, 31-34; Sl 51(50); Hb 5,7-9; Jo 12,20-33

 

⇒ HOMILIA ⇐

Caminhando com Jesus, que é o Verdadeiro Grão de Trigo

Jo 12,20-33

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do V Domingo da Quaresma do Ano B nos motiva a contemplar o caminho da experiência da paixão, morte e Ressurreição do Senhor. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 12,20-33.

E diante da solicitação dos gregos a Felipe e André, Jesus faz o discurso sobre o sentido de sua entrega. “Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas, se morre, então produz muito fruto.” (Jo 12,24). Ele é o grão que, caído na terra (túmulo), nos trouxe a vida nova; Jesus é a Palavra que, descida do céu (cf. Jo 6,51), nos ensina a nova Lei.

A cruz simboliza o limite do amor de Deus, pois abraça a todos. Um refrigério para nosso tempo, em que há carência de amor e de vida nova. Desde o Antigo Testamento, Deus promete uma Lei para ser gravada, não em pedras, mas no coração. Diz o profeta Jeremias: “Assim diz o Senhor: imprimirei minha lei (…) em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu povo” (31,33). E Jesus cumpre a profecia. A cruz simboliza também a passagem pela realidade da dor do mundo. Depois, Jesus irá ao túmulo para salvar os que estão nas trevas do pecado e os ressuscita como o grão de trigo para a vida nova.

A experiência do Tríduo Pascal nos coloca diante do ministério salvífico de Cristo. E Jesus percorreu todo o caminho em sintonia e obediência ao Pai. A Carta aos Hebreus nos afirma que, mesmo sendo Filho, Jesus aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que ele sofreu (cf. Hb 5,8).

Esta Liturgia, portanto, nos motiva a entender como os primeiros cristãos atraíram tantos mártires para causa de Cristo. A Liturgia também nos convida a entender o que motiva tantos missionários em nossos dias a abraçarem o caminho do Senhor, mesmo com sofrimentos e dores.

Não foi a rigidez das normas dos fariseus que atraiu o povo para Deus, mas o testemunho de amor vivido por Jesus junto aos pobres da sua sociedade e a consumação de seu ministério na cruz até aquela aurora da Ressurreição. Todos os que contemplaram sua entrega na cruz foram atraídos, pois Jesus deu testemunho do que falou. Quando olhamos para cruz podemos entender o profundo sentido do seu amor pela humanidade, “… humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz” (Fl 2,8). Isso atraiu o mundo para o seu amor.

O que nos atrai ou nos atraiu para Cristo? É importante meditarmos sobre como fomos atraídos por Cristo. Os cristãos somente poderão atrair o outro para o Senhor quando também forem coerentes em suas vidas, no jejum, na oração e na esmola. Isto é, quando a fé, a esperança e a caridade estiverem no coração, além da Lei normativa.

E neste ano da V Campanha da Fraternidade Ecumênica, que traz como tema “Fraternidade e Diálogo: Compromisso de Amor”, quero rezar um trecho da oração desta Campanha: “Deus da vida Deus da vida, da justiça e do amor, nós Te bendizemos pelo dom da fraternidade e por concederes a graça de vivermos a comunhão na diversidade. (…) Torna-nos pessoas sensíveis e disponíveis para servir a toda a humanidade, em especial, aos mais pobres e fragilizados, a fim de que possamos testemunhar o Teu amor redentor e partilhar suas dores e angústias, suas alegrias e esperanças, caminhando pelas veredas da amorosidade.”

Que esta Liturgia, a qual nos aproxima do ápice do ano litúrgico, nos leve a viver a entrega de Cristo e a sermos mais serenos diante das realidades que fazem parte da vida, pois o cristão carrega as cruzes de sua existência e, ao mesmo tempo, abraça a certeza da vitória que foi dada pelo Ressuscitado.

 

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⇒ POESIA ⇐

Encontrar-se com o Senhor

 

De Cristo a lição do amor,
Da vida que é como grão,
Da paz que traz o perdão,
Da missão em grande ardor,
Na entrega verdadeira,
Felicidade não passageira,
Verdade, vida e esplendor.

Palavra, vida e ação,
A nos fazer atraídos,
E com o Reino envolvidos,
No plano da salvação,
Porque gera alegria,
Na vida de cada dia,
Amor, plena doação.

E o grão vida nova a nascer,
Cristo, maltratado na cruz,
Tornou para todos a Luz,
E ao mundo resplandecer,
Fazer brilhar o sumo bem,
E aos discípulos também,
Disse pra não se esconder.

Encontro, vida a se entregar,
Faz novo o que era velho,
Sua voz, o Evangelho,
Vida nova a propagar,
Nos caminhos do existir,
Semente a se expandir,
Pra de novo semear.

Cristo nos veio afirmar,
Santa e Nova Aliança,
Traz ao mundo a esperança,
Para não se apagar,
Seu amor é a Lei Nova,
A cruz foi a sua prova,
Do limite de amar.

Na mesa Nova Aliança,
Palavra que se faz pão,
Para gerar vida e união,
E passar santa herança.
Porque fomos atraídos,
Para ser um povo unido,
No amor, paz e esperança.

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*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que representa a Glória de Deus, ilumine o seu caminho! ***

 

IV Domingo da Quaresma, Ano B, São Marcos

 

*** Domingo da Alegria, Domingo Lætare, Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: 2Cr 36,14-16.19-23; Sl 137(136); Ef 2,4-10; Jo 3,14-21

 

⇒ HOMILIA ⇐

O Amor Gratuito de Deus por Nós

Jo 3,14-21

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do IV Domingo da Quaresma, o Domingo da Alegria, neste Ano de São José, nos motiva a contemplar o amor gratuito de Deus por nós. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 3,14-21.

Com esta Liturgia a Igreja nos lembra da proximidade da Páscoa, o grande dia da vitória de Cristo, quando cantaremos, com grande júbilo, o Aleluia e o Glória em honra ao vencedor da morte, Ressuscitado para também nos ressuscitar. Este é o motivo de celebrarmos o Domingo Lætare, do latim “Alegra-te!”, pois se aproxima o grande dia.

O evangelista João nos apresenta o encontro com Nicodemos, em que Jesus demonstra o amor ilimitado e gratuito de Deus pela humanidade. Ele faz referência à serpente erguida no deserto comparando-a com a sua crucificação. No deserto, os israelitas não foram convidados a erguer os olhos para a serpente de bronze para contemplá-la, que é um animal venenoso em si, mas para voltar o olhar para o alto, onde Deus está. Deus que cura e liberta a todos do mal.

O Evangelho nos convida a olhar para o Crucificado, não para ver apenas o sofrimento cruel e humilhante, mas para perceber o limite do amor de Deus por todos nós. Este Deus que entregou seu Filho para que crendo alcancemos a vida eterna (cf. Jo 3,16). Por isso somos chamados a caminhar com dignidade, mesmo em meio as tentações e as cruzes. Deus nos oferece os meios para nos livrar do veneno do pecado que impede a salvação. Jesus veio nos mostrar o caminho do amor e da salvação e não o da condenação (cf. Jo 3,17).

Deus sempre caminhará conosco, apesar da nossa infidelidade, como podemos ver na Primeira Leitura desta Liturgia. O povo, que teve o Templo destruído, receberá de Deus o grande favor através do rei Ciro, que é tocado para anunciar a reconstrução do Templo, que foi destruído pela infidelidade e desobediência aos Mandamentos.

Muitas vezes, em função da nossa carne fraca, nós reforçamos a imagem de que Deus é vingativo. Nossas faltas e pecados são consequências de nossas escolhas em desobediência aos Mandamentos. Além de nossas falhas, as quedas podem ser provocadas pela ação do inimigo que nos tenta com diversas seduções.

Nesse sentido, o evangelista João nos mostra que a salvação é obtida hoje, no agora de cada um, pois depende das escolhas a cada momento, afirmando que “Quem nele crê, não é julgado; quem não crê, já está julgado, porque não creu no Nome do Filho único de Deus.” (3,18).

A condenação, portanto, virá quando não houver adesão ao projeto do Filho de Deus. Logo, devemos carregar a certeza de que a salvação é gratuita para os que têm fé, porém a adesão é espontânea. Nunca será tarde para nossa adesão e arrependimento, mas precisamos ter pressa na decisão para que nossas ações de amor e de testemunho também ajudem o mundo a melhorar.

E neste ano, em que a Campanha da Fraternidade trás como tema “Fraternidade e Diálogo: Compromisso de Amor” vamos lembrar o que o Papa Francisco nos fala por ocasião do lançamento desta Campanha: “a fecundidade do nosso testemunho dependerá também de nossa capacidade de dialogar, encontrar pontos de união e os traduzir em ações em favor da vida, de modo especial a vida dos mais vulneráveis”. E no contexto de pandemia, o Papa Francisco ainda fala: “precisamos vencer a pandemia e nós os faremos à medida em que formos capazes de superar as divisões e nos unirmos em torno da vida.”

Que o Espírito Santo nos guie neste itinerário para a Páscoa, para que, ao chegarmos à festa do Ressuscitado, tomemos posse da alegria do Cristo que venceu a morte para nós. Ergamos nossa cabeça em direção a Deus, que nos liberta e nos salva. É no alto da cruz que encontramos a razão da entrega de Deus por amor a toda humanidade.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Um Amor que se Derrama

 

Por amor,
Deus nos pensou,
Para que fôssemos amados,
E agraciados,
Como um grande presente,
Basta que sejamos crentes.

Por amor,
Deus nos criou,
Para o mundo embelezar,
E o governar,
Com sua sabedoria,
Que nunca se esvazia.

Por amor,
Deus se encarnou,
Para a nossa salvação,
E para a santificação,
Conosco vem caminhar,
Ensinando-nos a amar.

Por amor,
Deus se entregou,
Um Deus apaixonado,
Por nós crucificado,
Ergamos a visão,
Para a nossa salvação,

Por amor,
Deus nos iluminou,
Com o Espírito Santo,
O Eterno encanto,
Que, pelo mundo inteiro,
Fez-nos mensageiros.

Por amor,
Deus se fez alimento,
Na Palavra e na Eucaristia,
Que nos traz a alegria,
Do encontro verdadeiro,
Dos fiéis companheiros.

 

***

 

 

**** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, o enviado do Pai para salvar o mundo, ilumine o seu caminho! ***

 

III Domingo da Quaresma, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Ex 20,1-17; Sl 19(18); 1Cor 1,22-25; Jo 2,13-25

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

O Novo Mandamento e o Novo Culto

Jo 2,12-25

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do III Domingo da Quaresma nos motiva a contemplar o novo culto e o novo mandamento. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 2,12-25.

Sobre o novo culto, o evangelista João nos apresenta Jesus como o templo vivo onde há o culto verdadeiro, a Igreja. Já o novo mandamento, o ponto de partida é a Antiga Aliança, como percurso para que todos pudessem andar de acordo com a vontade divina, não como imposição, mas como o cuidado carinhoso de um Deus que ama o seu povo e quer que viva no amor e na obediência à sua vontade.

Refletindo sobre o novo mandamento, vemos na primeira leitura que Deus faz memória da sua ação salvadora que libertou o povo da casa da escravidão (cf. Ex 20,2) e que tem uma história na caminhada do seu povo.

Os mandamentos são como os sinais de trânsitos que orientam sobre o limite da velocidade e o percurso. A desobedece-los poderemos causar um desastre e até a morte dos envolvidos e de inocentes. No caso dos mandamentos, desobedece-los poderá significar a perdição da alma. É Jesus quem nos apresenta a Lei maior: o amor. O amor que se direciona ao outro. E amar o outro não é apenas não matar, não trair, não roubar, não ser falso, mas sim, também, defender a sua vida, lutar pela justiça em seu favor.

O Evangelista nos apresenta Jesus expulsando os vendedores do Templo. Haviam, em função da celebração da Páscoa, muitos peregrinos de toda a Israel e também do estrangeiro. São pessoas que durante muito tempo juntaram dinheiro para ir prestar o culto a Deus. No Templo, Deus habita. Ali existem os sacerdotes que aconselham os peregrinos. Mas também há os que ganham muito dinheiro explorando os pobres com a venda dos animais para o sacrifício e com o câmbio das moedas oficiais para serem colocadas nos cofres do Templo e comprar as vítimas para o sacrifício.

É nesse contexto que Jesus percebe que o lugar onde Deus deve ser adorado em espírito e verdade está sendo profanado pela corrupção e exploração realizada pelas próprias lideranças da religião. A casa de Deus não é um lugar de comércio e exploração (cf. Jo 2,16). O ambiente do culto ao Senhor Deus que caminhou com o seu povo, é o lugar do sacrifício verdadeiro e da oração que sobe aos céus.

Quando vamos à Missa devemos abrir o nosso coração para o mandamento novo e com isso toque a nossa alma para que fiquemos cada vez mais perto dele. E que, após a Missa, possamos ter uma relação sadia com os bem materiais, sabendo que o desemprego e o consequente sofrimento são formas contemporâneas de ação dos “vendilhões”.

A segunda frase de Jesus, a mais importante e falada diante da pergunta dos judeus: “ ‘que sinal nos mostras para agires assim?’ Respondeu-lhes Jesus: ‘Destruí este santuário, e em três dias eu o levantarei’.” (Jo 2,19-20). Ninguém entendeu tais palavras. Inclusive os discípulos só entenderam após a Ressurreição.

Nós formamos a Igreja, Corpo Místico de Cristo, Templo vivo de Deus, onde habita o Espírito Santo. Quando nos dirigimos à Igreja de pedra devemos sempre pensar: nós somos o sentido maior do verdadeiro culto, porque nos reunimos “em Cristo, com Cristo e por Cristo”, livres das explorações e corrupções humanas.

Os cristãos são os que seguem a Cristo em espírito e verdade. Não devem pensar como os judeus do tempo de Jesus. Eles esperavam um rei poderoso, prepotente, milagreiro e rico. Por isso a crucificação de Jesus para eles é escândalo. Quanto aos gregos, que confiavam na sabedoria humana, a razão era tudo para eles (cf. 1Cor 1,23) e a morte de Jesus não se enquadra dentro de nenhuma lógica humana: por isso é uma autêntica loucura[1].

Que a nossa oração e o nosso culto sejam autênticos e que a Eucaristia nos fortifique a vivermos como verdadeiro adoradores de Deus. E neste ano, em que a Campanha da Fraternidade nos motiva sobre a paz, o diálogo e o compromisso de amor, sejamos testemunhas do amor, do diálogo e do acolhimento ao irmão diferente. E vivamos a santidade no mundo como verdadeiros templos santos neste tempo quaresmal, quando devemos intensificar a prática da caridade, da oração e do jejum.

***

[1] Cf. ARMALLINI, Fernando. Celebrando a palavra: Ano B. São Paulo: Ave Maria.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Nós, Templos Santos

 

Somos templos do Senhor,
Moradas do divino amor,
Da verdade e sinceridade,
Sem nada de opressão,
Morada do amor e do perdão,
Templo da santa bondade.

Somos templos do Senhor,
Na vivência do temor,
Com um culto verdadeiro,
Sem a tal da falsidade,
Mas com a pura verdade,
E uma entrega por inteiro.

Somos templos do Senhor,
Vivendo o fiel ardor,
Pelos santos mandamentos,
Como setas definidas,
Para proteger a vida,
Livre de tantos tormentos.

Somos templos do Senhor,
E da verdade esplendor,
Igreja, Corpo Vivo e Santo,
Para firmes encontrar,
O alimento do altar,
Que alivia o nosso pranto.

Somos templos do Senhor,
Com a justiça a favor,
Da verdade que liberta.
Na missão do sumo bem,
Pois, o Espírito nos mantém,
Com a paz do Redentor.

Templos da Eucaristia,
Nós, Igreja de todo o dia,
Que se nutre da união,
Festa da vida e do amor,
Que fortifica o ardor,
No encontro e comunhão.

 

***

 

 

**** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, verdadeiro culto e portador do novo mandamento, ilumine o seu caminho! ***

 

II Domingo da Quaresma, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Gn 22,1-2.9-13.15-18; Sl 116(114-115); Rm 8,31b-34; Mc 9,2-10

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Subamos ao Monte com o Senhor

Mc 9,2-10

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do II Domingo da Quaresma nos motiva a contemplar Jesus que sobe ao monte com Pedro, Tiago e João e lá se transfigura diante deles. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 9,2-10.

A Transfiguração foi uma forma de antecipar aos seus discípulos a Ressurreição. Na passagem deste Evangelho aparecem dois personagens da Antiga Aliança: Moisés, representando a Lei, recurso para que Israel viva a aliança verdadeira com Deus; e Elias, representando os profetas, os anunciadores da vontade de Deus e da vinda do messias. A experiência leva os discípulos a quererem ficar ali no monte, num lugar de conforto. Eles cultuam a divindade de Jesus, mas ainda não chegou a hora.

Outro momento importante desta narração é a voz de Deus na nuvem que diz para ouvir o seu Filho amado, que veio trazer a Boa-Nova. O Pai se dirige aos discípulos, a todo o povo e também a nós hoje: “Escutai-O”. Escutar a sua mensagem de salvação que é destinada a todos os que são obedientes ao mandamento do amor e da fraternidade. Depois Jesus convida os discípulos a descerem do monte e manterem segredo sobre aquela experiência da Transfiguração, pois ainda não é o tempo de manifestar a sua divindade a todos.

Na primeira leitura desta Liturgia nós encontramos Abraão e Isaac também no monte. Motivado pela sua fé e pelo costume da religião cananeia de sacrificar o primogênito Abraão se propõe a ofertar a vida de seu filho, mas Deus impede. A fé de Abraão possibilitará a benção de Deus e uma descendência imensa como os grãos de areia do mar. A fé de Abraão também nos ensina sobre a obediência sem limites para com Deus, a ponto de sacrificar em nome de Deus o que ele mais amava: seu filho, gerado já na velhice e na esterilidade de Sara.

Assim, percebemos que no sacrifício de Abraão há uma prefiguração do de Jesus, pois é Isaac quem carrega a lenha para a sua própria oblação. A transfiguração e a crucificação também se dão num monte, que é a cidade de Jerusalém. No entanto, em Jesus o sacrifício é total e perfeito.

São Paulo nos lembra que o Filho de Deus, que ressuscitou e intercede por nós (cf. Rm 8,32.34), não foi poupado pelo seu Pai e por isso se entregou como garantia da nossa salvação. O nosso Deus se esvaziou da sua condição por amor aos homens, numa entrega voluntária e dolorosa.

Nos dias de hoje estamos sempre ocupados e tentados a se afastar da oração silenciosa, que nos permite escutar Deus e a nós mesmos. É a partir da aceitação das nossas limitações que tornamos capazes de mudar nossa vida em direção a Cristo.

Na Liturgia somos chamados a queremos subir para fazermos a experiência do encontro o Transfigurado, que nos apresenta a sua divindade e nos ensina a descermos para vivermos a missão. Devemos querer também ter a mesma atitude de Abraão, que chegou a oferecer, em sacrifício, a vida de Isaac, mas foi impedido pela interferência de Deus que viu a sua fé sem limites.

A cada Eucaristia celebrada somo chamados a reviver o nosso encontro com o Transfigurado e somos enviados também para transfigurar os que estão sofrendo e sem a oportunidade da reconciliação com Deus.

Somos também convidados a transfigurarmos no diálogo e no compromisso de amor na nossa vivência quaresmal, como nos motiva a Campanha da Fraternidade 2021.

Que o Deus de Abraão e de Isaac e salvador de todos, nos guie os nossos passos de fé e de obediência. E que o Senhor nos perdoe pelas tantas vezes que fomos desobedientes e medrosos. Peçamos a intercessão de Nossa Senhora para vivermos a humildade em nossas misérias e a coragem da mudança de vida.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Transfigurar-nos com Jesus

 

Subamos ao monte do Senhor
Para ver a sua glória,
Para viver a intimidade,
Caminhar na nossa história,
Caminhar na humildade,
Buscarmos a santidade,
E não perder a memória.

Subamos ao monte do Senhor,
Para vivermos a nossa esperança,
Fortalecer nossa fé,
Na entrega e confiança.
Como um discípulo é.
Vivendo a sua fé,
Na paz e muita bonança.

Desçamos do monte do Senhor,
Para continuar a missão,
Voltando a realidade,
Pisando os pés no chão,
Precisamos continuar,
O Evangelho pregar,
Para o Reino e a salvação.

Desçamos do santo monte,
Para com Jesus viver,
Num corpo ressuscitado,
E dele muito aprender,
Seu amor sempre abrasado,
E o céu sempre esperado,
E para sempre viver.

Vamos para a mesa Santa,
De pura fraternidade,
Ao Templo da alegria,
Do amor e da irmandade,
Da escuta e do perdão,
Da paz e da comunhão,
Da plena felicidade.

 

***

 

 

**** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, o Filho amado do Pai, ilumine o seu caminho! ***

 

I Domingo da Quaresma, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Gn 9,8-15; Sl 25(24); 1Pd 3,18-22; Mc 1,12-15

⇒ HOMILIA ⇐

Cristo nos Ensina a Vencer as Tentações

Mc 1,12-15

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do I Domingo da Quaresma, do Ano B, nos motiva a contemplar Jesus conduzido pelo Espírito ao deserto para viver a experiência do jejum e da oração a fim de nos ensinar como vencer as tentações. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 1,12-15.

O evangelista Marcos nos apresenta Jesus que vai ao deserto, logo após o seu batismo, para se preparar para a sua missão: pregar o Reino de Deus e trazer a salvação a todos.

Após retornar do deserto, Jesus vai para a Galileia pregando o Evangelho. A sua mensagem principal é um alerta e, ao mesmo tempo, um convite: o tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo (cf. Mc 1,15). Para dizer: o tempo da pregação de João já passou, agora chegou o Messias do qual ele pregou ao povo.

A segunda mensagem é exatamente um apelo ao povo: convertei-vos e crede no evangelho (cf. Mc 1,15). A mudança de vida e fé na Boa-Nova são requisitos concretos para a acolhida e a realização do Reino de Deus.

Na Quarta-Feira de Cinzas a Liturgia nos apresentou as bases para a vivência quaresmal e os exercícios da esmola, do jejum e da oração, mais que penitenciais, devem ser vividos rasgando o coração e não as vestes, como profetizou Joel (cf. Jl 2,13), na primeira leitura da Liturgia da Quarta-Feira de Cinzas. Ou seja, é a partir de uma atitude interior que devemos viver este retiro de quarenta dias em nossa Igreja.

Na primeira leitura desta Liturgia, Deus se dirige a Noé e a seus filhos para estabelecer uma aliança com eles e inclusive com toda a criação de animais, prometendo não provocar mais dilúvio (cf. Gn 9,9.11). E o sinal desta promessa, desta aliança, será o arco nas nuvens o qual representará este pacto do céu com a terra.

A mudança de vida sempre nos ajudará a evitar os diversos dilúvios que produzimos com a violência. Olhando o nosso mundo, são tantos os desastres construídos por nós em função de interesses financeiros que produzem desemprego, pobreza e morte.

A falta de cuidado com a criação de Deus nos faz devastadores da natureza e nos colocam em descaso com a saúde do nosso planeta, nossa “casa comum”. Para isso, precisamos mudar as nossas atitudes e somente a conversão nos afastará dos diversos dilúvios.

Deus quer sempre reconduzir a humanidade para o bem, ele destrói o mal e por isso estará em busca de conduzir a todos nos seus caminhos. Portanto a ação de Deus é sempre uma busca de reconstruir o coração do homem para que siga a sua aliança e carregue no seu coração os preceitos de amor e fidelidade.

O apóstolo Pedro, na segunda leitura, diz que o dilúvio representa o nosso batismo, pois assim como do dilúvio surge uma nova humanidade, no batismo somos renovados para uma vida nova em Cristo. Porém não significa que já somos vitoriosos, mas que iremos também enfrentar as tentações como Jesus enfrentou.

Na vida sempre teremos provações. Seremos tentados, mas com Cristo venceremos, pois ele nos ensinou como vencer. Não somente no deserto ele foi tentado e perseguido, mas durante toda a sua missão. Por que a sua pregação causou mudanças nas estruturas do velho homem. Os poderes humanos foram abalados pela Palavra que se fez carne.

E neste ano a Campanha da Fraternidade nos apresenta o tema “Fraternidade e Diálogo: Compromisso de Amor” e o lema, tirado da Carta de São Paulo aos Efésios, “Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez unidade. Que sejamos cristãos do diálogo, evitando as diversas divisões e os julgamentos contra os irmãos, pois não somos juízes um dos outros e sim filhos do mesmo Pai e pertencentes ao mesmo rebanho do Senhor.

Que o Espírito Santo nos conduza pelos desertos da vida e que aprendamos de Jesus como vencer as tentações a fim de fortalecer nossa conversão aos caminhos do Evangelho e anunciarmos o Reino com o testemunho de nossas vidas e com anúncio verdadeiro da palavra do Senhor.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Os Desertos da Vida

 

Por onde caminhamos,
Inseridos na vida do Senhor,
Não estamos livres das tentações,
Que nos traz medo e dor,
Mas Cristo no dá forças e nos ensina
E grava em nossos corações,
Como vencer o tentador.

Pelo nosso Santo Batismo,
Como Jesus, quando batizado,
E conduzidos pelo Espírito Santo,
Somos todos também tentados,
Nas diversidades da vida terrena,
Quando marcados pelo pranto,
Com Cristo somos justificados.

E do deserto nós descemos,
Para no mundo anunciar,
Vivendo como discípulos em missão,
Com o testemunho e também a pregar,
Nos caminhos escuros da humanidade,
Semeando a paz e comunhão,
Com fé e sem medo de tropeçar.

Somos o povo de Deus peregrinando,
Pelo mundo de tantas diversidades,
Reunimo-nos para o culto ao Senhor,
Para fortalecer nossas capacidades,
Que vem da fonte do puro amor,
Comungamos do alimento eterno e santo,
Que nos conduz a eternidade.

 

***

 

 

**** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, o novo Adão que nos trouxe o dom gratuito e superabundante da justiça, ilumine o seu caminho! ***

 

Quarta-Feira de Cinzas

Dia de jejum e abstinência

Campanha da Fraternidade Ecumênica: “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Jl 2,12-18; Sl 51(50); 2Cor 5,20-6,2; Mt 6,1-6.16-18

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Cinzas, Esmola, Oração e Jejum

Mt 6,1-6.16-18

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Quarta-Feira de Cinzas, neste Ano de São José (0/3), nos motiva a iniciar um itinerário espiritual tendo como base a esmola, a oração e o jejum. E o Evangelho desta Liturgia está em Mt 6,1-6.16-18.

Caminhando com o Senhor entramos no Ciclo Pascal, que traz inicialmente a Quaresma como tempo de preparação para a festa mais importante do ano litúrgico: a Páscoa do Senhor, o centro da caminhada e da experiência litúrgica.

Já iniciamos esta caminhada recebendo as cinzas em nossas cabeças. A atitude deve ser de simplicidade e de reconhecimento de que o nosso corpo é perecível e que necessita da vida infinita em Cristo Senhor.

A fé, a esperança e a caridade são virtudes que nos sustentarão neste tempo de penitência aos pés do Senhor. Com Ele queremos caminhar passando pelo calvário, pela Cruz e acordar na manhã da Ressurreição com um coração renovado e alegre, para cantar o aleluia vibrante e cheio de convicção no Ressuscitado.

O evangelista Mateus nos apresenta Jesus orientando os seus discípulos para terem cuidado com as ações diante das pessoas, aquelas realizadas somente para alimentar as nossas aparências. Há algo que deve brotar do coração para que seja agradável a Deus. Por isso as práticas da esmola, da oração e do jejum devem ser realizadas com um coração simples e voltado para Deus.

A esmola deve encontrar o sentido da caridade e não para ser divulgada. Muitas vezes a nossa presença, com o acolhimento e a misericórdia, é concretização da esmola que o Senhor nos pede a realizar.

A prática de oração deve ser mais interior e com um coração que ouça as súplicas humanas. Com esta postura podemos também ouvir Deus que fala na nossa vida e nos pede que vivamos a mansidão nas relações humanas, com os irmãos e com o próximo.

Nossa experiência espiritual deve ser vivida, sobretudo, nas missas, deixando que a Palavra nos ajude em nossa conversão, num encontro que alimente nossas esperanças e nos possibilite um verdadeiro encontro com Cristo.

E o jejum não deve estar apenas dentro do nosso intimismo, mas na intenção, no propósito. Também devemos ter em consideração os que têm fome, qualquer fome. Como é bom e bonito deixar de consumir certos alimentos e depois oferecer o que juntou, com as abstinências, aos necessitados.

O importante é que tais práticas espirituais tenham como fruto a nossa conversão, a busca permanente pela santidade. Também é um tempo próprio para reavaliarmos nossa vida de batizados que querem seguir o Senhor na vida de caridade (a esmola), na prática da fé (a oração) e de esperança no Reino (jejum). Esta experiência deve nos ajudar a sermos melhores pais de família, melhores filhos, melhores consagrados e ordenados, melhores evangelizadores a serviço do Reino de Deus.

Todo esse caminho requer esforço e luta contra as tentações materiais e espirituais. É importante estarmos conscientes que temos de sair da zona de conforto para realizar este exercício de santidade.

Lembremos do que diz o profeta Joel: “rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus” (Jl 2,13). Faz-se necessário transformar o nosso coração para mudar de vida. O apóstolo Paulo nos exorta a vivermos a reconciliação com Deus, pois somos embaixadores de Cristo. Somente nesta sintonia com o Senhor é que podemos oferecer um testemunho.

Peçamos ao Espírito Santo a perseverança para que possamos seguir em frente com os nossos propósitos quaresmais e que ao chegarmos à Páscoa tenhamos vencidos as tentações e então possamos dizer: como cristão quero continuar nesta busca constante de cada dia, ser mais santo e mais comprometido com o Evangelho.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Caminhos que Levam a Deus

Quero seguir em frente,
Sendo mais crente,
Tendo caridade,
Na simplicidade,
Sem esquecer o mundo,
Nem por um segundo,
Neste ofertar,
Neste escutar,
A quem tem necessidade.

Quero seguir orando,
Sempre escutando,
Ao Deus amor,
Ao irmão na dor,
Que me faz pensar,
E que me leva a orar,
E o coração,
Nesta conversão,
Para o Senhor.

Quero seguir jejuando,
E me transformando,
Em um humano santo,
Sem medo ou espanto,
Sensível ao irmão,
Sendo compaixão,
Coração rasgado,
Mas purificado,
Em Deus o encanto.

Quero prosseguir,
Sem desistir,
Nunca isolado,
Mas sintonizado,
Com todos os irmãos,
Alheios e cristãos,
Aos que não escutaram,
Mas que desejaram,
Santa conversão.

Quero, com o Senhor,
Viver seu amor,
E sempre encontrar,
Para se alimentar,
Na mesa da alegria,
Encontrar a harmonia,
No alimento eterno,
Que nos faz fraternos,
A Eucaristia.

***

 

 

 

**** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, fonte e meta da conversão, ilumine o seu caminho! ***